Santo Anselmo
Anselmo fugiu de casa para poder tornar-se um religioso. Para ele o
significado do ato ia além de abandonar a proteção paterna, significava
esquecer toda a fortuna e influência que sua família possuía.
Anselmo nasceu em Aosta, no norte da Itália, em 1033, e seu pai
freqüentava as rodas da nobreza reinante. Por isso projetou para o filho
uma carreira que manteria e até aumentaria a fortuna do clã, razão pela
qual se opunha rigidamente à vontade do filho de tornar-se sacerdote.
Como Anselmo perdera a mãe muito cedo, e tinha um coração doce e manso,
como registram os escritos, fez a vontade do pai até os vinte anos.
Mas, dentro de si, a tristeza crescia. Anselmo queria dedicar-se de
corpo e alma à sua fé, contrária à vida mundana de festas em meio ao
luxo e à riqueza. Estudava com os beneditinos e sua vocação o chamava a
todo instante. Assim, um dia não agüentou mais e fugiu de casa.
Vagou pela Borgonha e pela França até chegar à Normandia, onde, então,
se entregou aos estudos religiosos, sob a orientação do monge Lanfranco.
Em pouco tempo, ordenou-se e formou-se teólogo. Tão rapidamente quanto
sua alma desejava, viu-se eleito abade do mosteiro e professor. Passou,
então, a pregar pelas redondezas e, como o cargo o permitia, a liderar a
implantação de uma grande reforma monástica.
Como seu trabalho lhe trouxe renome, passou a influenciar
intelectualmente na sua época, tanto espiritual quanto materialmente,
por meio do que escrevia. Foram tantos os escritos deixados por ele que é
considerado o fundador da ciência teológica no Ocidente.
Chegou a arcebispo-primaz da Inglaterra. Conta-se que enfrentou duras
perseguições do rei Guilherme, o Vermelho, e de Henrique I. Mas tinha a
fala tão mansa e argumentos tão pacíficos que com eles desarmava seus
inimigos e virava o jogo a seu favor.
Anselmo morreu em Canterbury, com setenta e seis anos, no dia 21 de
abril de 1109, e foi declarado "doutor da Igreja" pelo papa Clemente XI
em 1720.
Santo Anselmo, rogai por nós!
São Conrado de Parzham

João Birndorfer era o penúltimo dos dez filhos de Bartolomeu e
Gertrudes, um casal de alemães católicos de profunda fé, que nasceu na
pequena aldeia de Parzhan, em 1818, na Baixa Baviera.
Iniciou sua vida de oração, humildade e caridade quando ainda era menino
e chamava a atenção pelos longos momentos em que permanecia em
contemplação e penitência. Devemos ressaltar esses "longos momentos",
que eram, na verdade, todo o tempo em que não estava na escola ou
trabalhando com os pais nas propriedades rurais que a família possuía no
vale do Rott, em Passavia.
João tinha quatorze anos quando perdeu a mãe. Dois anos depois, ficou
órfão também de pai e resolveu entregar-se de vez à religião. Até os
trinta e um anos de idade, permaneceu trabalhando com a família nos
campos, mas, sentindo-se chamado à vida religiosa, entrou para o
mosteiro-santuário dos capuchinhos de Santa Ana em Altoetting, onde
vestiu o hábito de monge e assumiu o nome de Conrado, depois de dividir
toda a sua fortuna com os pobres. Os anos que restaram de sua vida foram
vividos trabalhando na mais completa humildade como porteiro daquele
mosteiro-santuário.
Foram quarenta e três anos de dedicação ao próximo, principalmente
quando se tratava de desamparados, mendigos, doentes, viúvas, crianças
órfãs etc. Devoto de Maria e da eucaristia, era dotado de muitos dons,
dentre os quais o que mais se destacava era o da profecia. O mosteiro de
Santa Ana recebia, anualmente, milhares de romeiros que procuravam o
santuário ali existente e todos voltavam para suas terras louvando o
conforto espiritual e a ajuda material que recebiam de Conrado.
Ele, no seu ministério de evangelização quase silencioso, provocou um
despertar de fé na região, cooperando com a obra benéfica em favor da
infância abandonada e perigosa, conhecida na época com o nome de
Liebeswerk, ganhando em vida a fama de santidade.
Morreu em 1894, após longos anos de jejum e penitências numa vida, à
primeira vista, rude, mas que era pautada na simplicidade cristã,
paciente e operosa, voltada para o amor ao próximo na figura de Jesus
Crucificado, da Virgem Santíssima e da santa eucaristia.
Aprovados os milagres atribuídos à sua intercessão, depois de sua morte,
o papa Pio XI beatificou-o em 1930 e, depois de uma rapidez insólita no
processo de canonização, em 1934 ele próprio o inscreveu no livro dos
santos. A festa litúrgica de são Conrado acontece no dia 21 de abril,
dia de sua morte.
São Conrado de Parzham, rogai por nós!
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