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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cristo morreu pela maneira mais cruel, a morte pela cruz.

O MISTÉRIO DA CRUZ.

"Salve a cruz, nossa única esperança.
Neste tempo de sofrimento concede gr
aça e misericórdia
aqueles que aguardam julgamen
to."

A condenação à morte pelo suplício da cruz era uma morte ignominiosa, reservada para os ladrões e assassinos. Segundo nos relata Cícero, os romanos tinham duas maneiras de eliminar os criminosos: uma nobre, a decapitação, e outra ignominiosa, que era a morte pela cruz. Portanto, Cristo morreu pela maneira mais cruel, a morte pela cruz.

No suplício da cruz o condenado, ao ser pregado na cruz, chegava ao máximo da dor, uma vez que ao ter suas mãos pregadas na cruz, cada prego lhe dava uma descarga nos nervos, que fazia com que o condenado gritasse de dor. Na cruz o condenado perdia muito sangue e, em geral morria de asfixia, após muitas horas de sofrimento e, se continuava vivo, suas pernas eram quebradas e, neste caso, a morte era instantânea por asfixia. Com efeito, na cruz, a respiração é lenta e mais curta, pois o ar penetra os pulmões, mas não consegue fluir e o condenado tem sede de ar, semelhantemente ao asmático em plena crise.

Bem, estamos rememorando esses fatos, para lhes dizer como foi cruel e dolorosa a morte de Jesus na Cruz. Entretanto, segundo os Evangelhos, Cristo ressuscitou e a cruz vazia passou a indicar para o cristão uma fonte de salvação e de ressurreição.

Diz a história que, no dia 27 de outubro do ano 312 depois de Cristo, dois exércitos se defrontam às portas de Roma. O primeiro sai dos Muros Aurelianos para posicionar-se ao longo das margens do Tibre, junto à Ponte Milvio, comandado por Marcos Aurélio Valério Massêncio. O segundo, que desceu de Trier (na Alemanha) rumo a Roma, se coloca ao longo da via Flaminia, guiado por Flávio Valério Constantino. Os dois contendores lutam pelo título de Augusto do Ocidente, um dos quatro cargos supremos, na Tetrarquia, o novo sistema de governo do Império, ideado por Diocleciano.

O sol começa a se por quando as tropas de Constantino vêem repentinamente surgir no céu um grande sinal luminoso, com uma frase chamejante: "In hoc signo vinces" "Com este sinal vencerás".

Eusébio de Cesareia, o primeiro grande historiador da Igreja recorda o acontecimento com estas palavras: "Um sinal extraordinário aparece no céu. (...) Quando o sol começava a declinar, Constantino vê com os próprios olhos, no céu, mais acima do sol, o troféu de uma cruz de luz sobre a qual estavam traçadas as palavras IN HOC SIGNO VINCES. Foi tomado por um grande estupor e, com ele, todo seu exército".

Com efeito, Constantino venceu e deu total liberdade aos cristãos, até então perseguidos pelo Império Romano. Com este fato histórico, a Cruz de Cristo, antes venerada com respeito, passou a ser símbolo de vitória, pois do lenho da cruz partiu a salvação do mundo. Daí, na exaltação da Santa Cruz e na Sexta Feira da Paixão cantar a Igreja, ao apresentar a cruz para que os fieis prestem adoração ao Cristo crucificado e morto: "Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo."

A cruz para o cristão, portanto não é símbolo de morte, mas de vida. Ela é nossa única esperança. A cruz está sempre presente na vida da Igreja, quer na celebração da Eucaristia, que no Batismo e demais sacramentos. O sinal da cruz é o indicativo de que a pessoa é cristã e nós o usamos sempre no início da Missa, com esse sinal nós somos abençoados e abençoamos em nome do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. Portanto, exaltar a cruz é exaltar a morte de Cristo e proclamar que Ele está vivo e por seu sacrifício na Cruz nos obteve a salvação.

Bendita e louvada seja a cruz bendita do Senhor, símbolo de vida e de ressurreição.


+ Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

Santo do dia - 6 de abril

São Marcelino

Marcelino foi um sábio e dedicado religioso, amigo e discípulo de Agostinho, bispo de Hipona, depois canonizado e declarado doutor da Igreja. Entretanto Marcelino acabou sendo vítima de um dos lamentáveis cismas que dividiram o cristianismo. Foram influências políticas, como o donatismo, que levaram esse honrado cristão à condenação e ao martírio.

Tudo teve início muitos anos antes, em 310. O imperador Diocleciano ordenara ao povo a entrega e queima de todos os livros sagrados. Quem obedeceu, passou a ser considerado traidor da Igreja. Naquele ano, Ceciliano foi eleito bispo de Cartago, mas teve sua eleição contestada por ter sido referendada por um grupo de bispos traidores, os mesmos que entregaram os livros sagrados.

O bispo Donato era um desses e, além disso, tinha uma posição totalmente contrária ao catolicismo ortodoxo. Ele defendia que os sacramentos só podiam ser ministrados por santos, não por pecadores, isto é, gente comum. Os seguidores do bispo Donato, portanto, tornaram-se os donatistas, e a Igreja dividiu-se.

Em Cartago, Marcelino ocupava dois cargos de grande importância: era tabelião e tribuno, funcionando, assim, como um porta-voz da população diante das autoridades do Império Romano. Era muito religioso, ligado ao bispo Agostinho, de Hipona, reconhecido realmente como homem de muita fé e dedicação à Igreja. Algumas obras escritas pelo grande teólogo bispo Agostinho partiram de consultas feitas por Marcelino. Foram os tratados "sobre a remissão dos pecados", "sobre o Espírito", e o mais importante, "sobre a Trindade", porém nenhum deles pôde ser lido por Marcelino.

Quando Marcelino se opôs ao movimento donatista, em 411, foi denunciado como cúmplice do usurpador Heracliano e condenado à morte. Apenas um ano depois da execução da pena é que o erro da justiça romana foi reconhecido pelo próprio imperador Honório. Assim, a acusação foi anulada e a Igreja passou a reverenciar são Marcelino como mártir. Sua festa litúrgica foi marcada para o dia 6 de abril, data de sua errônea execução.

São Marcelino, rogai por nós!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quinta-feira Santa

Eucaristia: Sacramento do amor

A celebração da Semana Santa encontra seu ápice no Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, a sexta-feira da paixão e morte do Senhor e a solene Vigília Pascal, no sábado à noite. Esses três dias formam uma grande celebração da páscoa memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

A liturgia da Quinta-feira Santa nos fala do amor, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do novo mandamento, a instituição do sacerdócio ministerial e a instituição da Eucaristia, em que Jesus se faz nosso alimento, dando-nos seu corpo e sangue. É a manifestação profunda do seu amor por nós, amor que foi até onde podia ir: "Como Ele amasse os seus amou-os até o fim".

A Eucaristia é o amor maior, que se exprime mediante tríplice exigência: do sacrifício, da presença e da comunhão. O amor exige sacrifício e a Eucaristia significa e realiza o sacrifício da cruz na forma de ceia pascal. Nos sinais do pão e do vinho, Jesus se oferece como Cordeiro imolado que tira o pecado do mundo: "Ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuiu a eles dizendo: isto é o meu Corpo que é dado por vós.

Fazei isto em memória de ' mim. E depois de comer, fez o mesmo com o cálice dizendo: Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22,19-20). Pão dado, sangue derramado pela redenção do mundo. Eis aí o sacrifício como exigência do amor.

O amor, além do sacrifício, exige presença. A Eucaristia é a presença real do Senhor que faz dos sacrários de nossas Igrejas centro da vida e da oração dos fiéis.

A fé cristã vê no sacrário de nossas igrejas a morada do Senhor plantada ao lado da morada dos homens, não os deixando órfãos, fazendo-lhes companhia, partilhando com eles as alegrias e as tristezas da vida, ensinando-lhes o significado da verdadeira solidariedade: "Estarei ao lado de vocês como amigo todos os momentos da vida". Eis a presença, outra exigência do amor.

A Eucaristia, presença real do Amigo no tabernáculo de nossos templos, tem sido fonte da piedade popular como demonstra o hábito da visita ao Santíssimo e da adoração na Hora Santa. Impossível crer nessa presença e não acolhê-la nas situações concretas do dia-a-dia.

Vida eucarística é vida solidária com os pobres e necessitados. Não posso esquecer a corajosa expressão de Madre Teresa de Calcutá que, com a autoridade do seu impressionante testemunho de dedicação aos mais abandonados da sociedade, dizia: "A hora santa diante da Eucaristia deve nos conduzir até a hora santa diante dos pobres. Nossa Eucaristia é incompleta se não levar-nos ao serviço dos pobres por amor."

O amor não só exige sacrifício e presença, mas exige também comunhão. Na intimidade do diálogo da última Ceia, Jesus orou com este sentimento de comunhão com o Pai e com os seus discípulos: "Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti... que eles estejam em nós" (Jo 17,20-21).

Jesus Eucarístico é o caminho que leva a esta comunhão ideal. Comer sua carne e beber seu sangue é identificar-se com Ele no modo de pensar, nos senti mentos e na conduta da vida. Todos que se identificam com Ele passam a ter a mesma identidade entre si: são chamados de irmãos seus e o são de verdade, não pelo sangue, mas pela fé. Eucaristia é vida partilhada com os irmãos. Eis a comunhão como exigência do amor.

Vida eucarística é amar como Jesus amou. Não é simplesmente amar na medida dos homens o que chamamos de filantropia. É amar na medida de Deus o que chamamos de caridade. A caridade nunca enxerga o outro na posição de inferioridade. É a capacidade de sair de si e colocar-se no lugar do outro com sentimento de compaixão, ou seja, de solidariedade com o sofrimento do outro. Caridade é ter com o outro uma relação de semelhança e reconhecer-se no lugar em que o outro se encontra...

Na morte redentora na cruz, Cristo realiza a suprema medida da caridade "dando sua vida" e amando seus inimigos no gesto do perdão: "Pai, perdoai-lhes pois eles não sabem o que fazem." A Eucaristia não deixa ficar esquecido no passado esse gesto, que é a prova maior do amor de Deus por nós. Para isso, deixa-nos o mandamento: "Façam isso em minha memória".

Caridade solidária é o gesto de descer até o necessitado para tirá-lo da sua miséria e trazê-lo de volta a sua dignidade. A Eucaristia é o gesto da caridade solidária de Deus pela humanidade. "Eu sou o Pão da vida que desceu do céu. Quem come deste Pão vencerá a morte e terá vida para sempre".

Por: Dom Eduardo Koaik - Bispo Emérito de Piracicaba

5 de abril - Santo do dia

Santa Irene

No século IV, época do imperador romano Diocleciano, considerado o mais sanguinário perseguidor dos cristãos, era proibido que as pessoas portassem ou guardassem escritos que pregassem o cristianismo. Todos os livros deviam ser entregues às autoridades para serem queimados. Irene, ainda jovem, junto com suas irmãs Ágape e Quilônia, pertenciam à uma família pagã da Tessalônica, Grécia, mas se converteram e possuíam vários livros da Sagrada Escritura, pois passaram a pregar o cristianismo.

As três irmãs foram denunciadas e em sua casa foram encontradas várias Bíblias, por isso passaram a ser perseguidas, para serem levadas ao interrogatório diante do governador da Macedônia, Dulcério. Deveriam, como os demais cristãos, submeter-se ao intenso interrogatório, para renegarem a fé em Cristo. Mas só se salvariam se idolatrassem os falsos deuses, oferecendo publicamente comida e incenso a eles, e queimando as suas Bíblias. Quando os cristãos se negavam a renunciar a sua fé, geralmente eram queimados vivos, junto com a Bíblia.

Ágape e Quilônia foram encontradas antes. Presas e interrogadas, negaram-se a adorar os falsos deuses e confirmaram sua fé. Por isso foram queimadas vivas. O Martirológio Romano as reverencia dois dias antes.

Entretanto, Irene, que havia escondido grande parte dos livros cristãos em sua casa, conseguiu fugir para as montanhas, mas foi encontrada no dia do martírio das suas irmãs, levada a um prostíbulo para ser violada e, depois, presa. Lá, porém, por uma graça, ninguém a tocou. Irene foi, então, submetida a interrogatório, manteve-se firme em sua profissão de fé. Condenada pelo governador Dulcério, foi entregue aos carrascos, que lhe tiraram a roupa, expuseram-na à vergonha pública e depois também a queimaram viva.

O culto a santa Irene ainda é muito intenso no Oriente e no Ocidente, e se perpetuou até os nossos dias pelo seu exemplo de santa mártir, bem como pela tradição de seu nome, que em grego significa "paz", e é muito difundido em todo o planeta, principalmente entre os povos cristãos. A festa de santa Irene acontece em 5 de abril, dia em que recebeu a palma do martírio pela fé em Cristo, no ano 304.

Santa Irene, rogai por nós!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

4 de abril - Santo do dia

São Caetano Catanoso

Caetano nasceu em Chorio de San Lorenzo, Itália, no dia 14 de fevereiro de 1879, numa família profundamente cristã. Com a idade de 10 anos, sentindo a vocação ao sacerdócio, entrou no Seminário Arquiepiscopal de Régio. Foi ordenado sacerdote em 20 de setembro de 1902. Naquele momento, manifestou publicamente o seu desejo de ser um ministro de Cristo digno, fervoroso e incansável.

Em 1904, foi nomeado pároco de Pentidattilo, uma vila onde existia somente a pobreza, o analfabetismo e a ignorância religiosa, e as pessoas viviam no silêncio o drama da marginalização e da prepotência. Dedicou-se inteiramente à missão de pastor, compartilhando com todos as privações, as angústias, as alegrias e as dores do seu povo.

O povo identificou nele o carisma da paternidade e espontaneamente começaram a chamá-lo de "pai", o que qualificava a sua personalidade sacerdotal e pastoral. Foi apaixonado pela devoção à Sagrada Face sofredora do Senhor e abraçou a missão de defender o culto da mesma entre seu povo. Foi diretor espiritual do seminário diocesano, capelão dos hospitais reunidos e confessor em vários institutos religiosos.

Em 1934, fundou a Congregação das Irmãs Verônicas da Sagrada Face, aprovada canonicamente em 1953.

Morreu santamente em 4 de abril de 1963, em Régio Calábria, na Casa Matriz da Congregação que ele tinha fundado. Hoje, a sua vida doada produz muitos frutos. Foi proclamado santo pelo papa Bento XVI no dia 23 de outubro de 2005.

São Caetano Catanoso, rogai por nós!

4 de abril - Bem-aventurado Francisco Marto

Bem-aventurado Francisco Marto

Francisco Marto nasceu em Aljustrel, aldeia de Fátima, na diocese de Leiria-Fátima, Portugal, no dia 11 de junho de 1908. Ainda pequeno acompanhou, com sua irmã Jacinta e sua prima Lúcia, também crianças, as aparições de Fátima, onde aprendeu a conhecer e a louvar a Deus e à Virgem Maria.

Em 13 de maio de 1917, enquanto pastoreavam o rebanho, eles tiveram a graça singular de ver a Santíssima Mãe de Deus, que, por desígnio divino, veio à procura dos pequeninos privilegiados do Pai na Cova da Iria. Fala-lhes com voz e coração de mãe e convida-os a rezarem pelos pecadores e pela conversão da humanidade. Foi então que das suas mãos maternas saiu uma luz que os penetrou intimamente, sentindo-se imersos em Deus. Mais tarde, Francisco, um dos três privilegiados, exclamava: "Nós estávamos a arder naquela luz que é Deus e não nos queimávamos".

A Francisco, o que mais o impressionava e absorvia era Deus naquela luz imensa que penetrara no íntimo dos três. Só a ele, porém, Deus se dera a conhecer, tão triste, como Francisco dizia.

A vida de Francisco e das meninas sofre uma transformação radical; certamente não comum para suas idades. Entregam-se a uma vida espiritual intensa, em oração assídua e fervorosa, chegando a uma verdadeira comunhão com o Senhor. Caminham para uma progressiva purificação do espírito através da renúncia aos próprios gostos e até às brincadeiras inocentes de criança.

Mas os dois irmãos, Jacinta e Francisco, contraem pneumonia e são obrigados a permanecer de cama. Nessa ocasião, receberam, novamente, a visita da Virgem Maria, que avisa Jacinta que virá buscar Francisco muito em breve. Ele, não suportando os grandes sofrimentos da doença, morreu no dia 4 de abril de 1919. Tudo lhe parecia pouco para consolar Jesus, por isso morreu com um sorriso nos lábios.

Francisco tinha um profundo desejo de reparar as ofensas dos pecadores, esforçando-se por ser bom e oferecendo sacrifícios e oração. Ele foi enterrado no cemitério de Fátima e, em 1952, foi transferido para a basílica do santuário. No dia 13 de maio de 2001, dia em que se comemora o dia de Nossa Senhora de Fátima, o papa João Paulo II, em visita a Portugal, esteve no Santuário de Fátima para beatificar Francisco Marto, cuja festa determinou para o dia de sua morte. Na cerimônia estava presente irmã Lúcia de Jesus, a prima vidente, morta 13 de fevereiro de 2005.

Bem-aventurado Francisco Marto, rogai por nós!

terça-feira, 3 de abril de 2012

3 de abril - Santo do dia

São Ricardo Bachedine

Ricardo Bachedine nasceu na Inglaterra em 1197, já em meio a uma tragédia familiar: os pais, que eram nobres e ricos, de repente caíram na miséria. Logo depois, morreram e deixaram-lhe como herança muitas dívidas e um casal de irmãos. Por isso Ricardo teve de deixar os estudos com os beneditinos em Worcester e voltou para casa para ajudar a restaurar as finanças. A situação melhorou e ele voltou para os estudos, deixando as propriedades aos cuidados de um bom administrador, resguardando, assim, os irmãos de qualquer imprevisto.

Ricardo completou sua formação na Universidade de Oxford, onde foi eleito reitor. Desde então, começou sua atuação em prol da Igreja, pois eram anos de grande corrupção moral.

O povo, ignorante e supersticioso, aceitava passivamente a vida devassa dos nobres e do clero, que há muito estava afastado da disciplina monástica. Ricardo, ao contrário, vivia com austeridade e passou a lutar por uma reforma geral nos meios católicos, para com isso elevar o nível de vida do povo, tanto material quanto espiritual. Na universidade, favoreceu a aceitação dos frades franciscanos e dominicanos, que aos poucos instituíram a volta da disciplina e da humildade entre os religiosos e seus agregados.

Essa postura acabou gerando retaliações do rei Henrique III ao bispo da Cantuária, sob a orientação de quem Ricardo agia. Perseguido pelo rei, o bispo buscou exílio na França e Ricardo o acompanhou fielmente até que morresse. Foi neste período que, por insistência do bispo, ordenou-se sacerdote, apesar dos seus quarenta e cinco anos. Os seus talentos e sua dedicação foram recompensados um ano depois, quando o arcebispo da Cantuária consagrou-o bispo de Chichester. Henrique III ficou furioso, apossando-se dos bens da diocese e proibindo Ricardo de assumir seu cargo.

Mas Ricardo não se intimidou, voltou disfarçado de mendigo e, na clandestinidade, atuou durante dois anos, organizando o trabalho pastoral da diocese junto ao povo explorado. Entretanto o papa Inocêncio IV perdeu a calma e ameaçou excomungar o rei, que teve de aceitar Ricardo como bispo de Chichester. Assim, ele pôde atuar com liberdade até morrer, em Dover, no dia 3 de abril de 1253, a caminho de uma cruzada.

Ricardo foi sepultado no cemitério da catedral de Chichester e sua santidade era tanta que, nove anos depois, o papa Ubaldo IV o canonizou. Em 1276, com a presença do casal real dos ingleses e outras cabeças coroadas da Europa, o corpo de são Ricardo foi transferido para um relicário dentro do altar maior da catedral, o qual depois foi destruído pelo cismático rei Henrique VIII, em 1528. Mas suas relíquias foram secretamente levadas para várias igrejas da diocese. Somente em 1990 elas foram reunidas e voltaram para a catedral de Chichester, onde foram depositadas na urna sob o mesmo altar.

São Ricardo é festejado, tanto pelos católicos como pelos anglicanos, no dia 3 de abril, sendo venerado como padroeiro dos cavaleiros e dos cocheiros.

São Ricardo Bachedine, rogai por nós!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Santo do dia - 2 de abril

São Francisco de Paula

Tiago era um simples lavrador que extraia do campo o sustento da família. Muito católico, tinha o costume de rezar enquanto trabalhava, fazia seguidos jejuns, penitências e praticava boas obras. Sua esposa chamava-se Viena e, como ele, era boa, virtuosa e o acompanhava nos preceitos religiosos. Demoraram a ter um filho, tanto que pediram a são Francisco de Assis pela intercessão da graça de terem uma criança, cuja vida seria entregue a serviço de Deus, se essa fosse sua vontade. E foi o que aconteceu: no dia 27 de março de 1416, nasceu um menino que recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis.

Aos onze anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos de Paula, dois anos depois vestiu o hábito, mas teve de retornar para a família, pois estava com uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais, pediu para que são Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Como agradecimento pela graça concedida, a família seguiu em peregrinação para o santuário de Assis, e depois a Roma. Nessa viagem, Francisco recebeu a intuição de tornar-se um eremita. Assim, aos treze anos foi dedicar-se à oração contemplativa e à penitência nas montanhas da região.
Viveu por cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e água, dormindo no chão, tendo como travesseiro uma pedra. Foi encontrado por um caçador, que teve seu ferimento curado ao toque das mãos de Francisco, que o acolheu ao vê-lo ferido.

Depois disso, começou a receber vários discípulos desejosos de seguir seu exemplo de vida dedicada a Deus. Logo Francisco de Paula, como era chamado, estava à frente de uma grande comunidade religiosa. Fundou, primeiro, um mosteiro e com isso consolidou uma nova ordem religiosa, a que deu o nome de "Irmãos Mínimos". As Regras foram elaboradas por ele mesmo. Seu lema era: "Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo, seguida da caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem a eles.

Milhares de homens decidiram abandonar a vida do mundo e foram para o mosteiro de Francisco de Paula, por isso teve de fundar muitos outros. A fama de seus dons de cura, prodígios e profecia chegou ao Vaticano, e o papa Paulo II resolveu mandar um comissário pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas. E elas estavam, constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses dons. Ele previu a tomada de Constantinopla pelos turcos, muitos anos antes que fosse sequer cogitada, assim como a queda de Otranto e sua reconquista pelos cristãos.

Diz a tradição que os poderosos da época tinham receio de suas palavras proféticas, por isso, sempre que Francisco solicitava ajuda para suas obras de caridade, era prontamente atendido. Quando não o era, ele dizia que não deviam esquecer que Jesus dissera que depois da morte eles seriam inquiridos sobre o tipo de administração que fizeram aqui na terra, e só essa lembrança era o bastante para receber o que havia pedido para os pobres.

Depois, o papa Sixto IV mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei, Luís XI, estava muito doente e desejava preparar-se para a morte ao lado do famoso monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de morrer, restabeleceu a paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou Francisco de Paula diretor espiritual do seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França.

Francisco de Paula teve a felicidade de ver a Ordem dos Irmãos Mínimos aprovada pela Santa Sé em 1506. Ele morreu aos noventa e um anos de idade, no dia 2 de abril de 1507, na cidade francesa de Plessis-les-Tours, onde havia fundado outro mosteiro. A fama de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois, em 1519, o papa Leão X autorizou o culto de são Francisco de Paula, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

São Francisco de Paula, rogai por nós!