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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

As imperfeições morais são pecados?

“Pode haver imperfeições morais que não sejam pecados (nem sequer pecados leves)? 

Estará o homem obrigado a praticar, em tudo, o que há de mais perfeito?”

Antes do mais, convém delimitar devidamente o conceito de imperfeição moral. A seguir, determinaremos as relações desta com o pecado. Por fim, à guisa de conclusão, serão formuladas algumas normas de alcance prático.


1. Que é a imperfeição moral propriamente dita?
Por «imperfeição moral» em sentido estrito entende-se o ato que, embora não viole algum preceito explícito da lei de Deus, vem a ser contradição a um conselho dado direta ou indiretamente pelo Senhor a fim de facilitar a união da alma com Deus; seria a prática de um bem menor, com rejeição consciente de um bem maior.


conquista_virtudesEm outros termos: designa-se como imperfeição moral o ato de vontade pelo qual determinada pessoa, podendo escolher entre dois alvitres, honestos ambos, mas de valor desigual, opta deliberadamente pela solução que tal pessoa julga ser a menos perfeita do ponto de vista moral. — Não vêm ao caso, portanto, as pequenas faltas que escapam à deliberação do agente, por mais virtuoso que seja; ficam involuntárias e subtraídas à responsabilidade do sujeito (a menos que este deliberadamente dê ocasião remota a tais ímpetos da natureza).


Eis alguns exemplos assaz significativos:

Um jovem estudante, sequioso do bem, mas um tanto leviano, viu-se certa vez em situação penosa da sua vida; resolveu então durante nove dias consecutivos assistir à S. Missa celebrada na capela mesma de sua escola, ora antes, ora depois das aulas. Uma vez terminados esses exercícios de piedade, verificou que não lhe haviam prejudicado o cumprimento dos deveres de estado. Em consequência, surgiu-lhe espontaneamente no espírito, ávido de bem, uma perspectiva nova, que o começou a torturar: poderia continuar a participar diariamente da Missa, à semelhança de tais e tais colegas que o faziam sem negligenciar suas obrigações profissionais. Não indo à Missa, dedicava os três quartos de hora respectivos a leituras ilustrativas — leituras que ele poderia dispensar ou que, com um pouco de generosidade, procurando distribuir melhor o tempo, poderia fazer em outro período do dia. Em última análise, punha-se-lhe o dilema: «maior generosidade» ou «menor generosidade» no serviço de Deus?… «Mais perfeição» ou «menos perfeição» (sem que houvesse transgressão de algum preceito) no exercício da vida cristã?

Caso optasse, nas circunstâncias acima, pela não assistência à Missa fora dos dias de preceito, o jovem teria cometido um ato dos que chamamos acima «imperfeição moral». Não está claro que tal imperfeição seria também um pecado. Por isto interessa-nos neste artigo indagar se haveria pecado ou não no ato de recusa do jovem.


Outro exemplo: Ludovico costuma conceder a si mesmo pequemos prazeres desnecessários, como o uso de fumo, refrescos especiais, conversas demasiadamente prolongadas… Em- determinada ocasião da vida, ele percebe que a renúncia a tais concessões lhe daria mais liberdade e vigor espiritual para procurar a Deus; passa então a experimentar continuamente o chamado da graça que o convida a mudar de regime. É assim que se põe em sua alma o dilema: «bem maior» ou «bem menor» na caminhada para Deus? Dado que não se renda ao convite, cometerá uma «imperfeição moral». Será isso um pecado?


Assim exposto o conceito de «imperfeição moral», vejamos -como se relaciona com o pecado.


2. Imperfeição moral e pecado

O assunto tem sido ardorosamente estudado pelos teólogos, ficando até hoje aberta a questão. Há, sim, autores que distinguem claramente entre imperfeição moral e pecado, julgando que aquela possa ocorrer sem culpa do sujeito respectivo. Neste caso, a pessoa se deveria arrepender sinceramente de suas imperfeições, repudiando-as por serem entraves à ação da graça na alma, mas não as deveria acusar em confissão sacramental, pois, não sendo pecados, não constituiriam matéria para absolvição. A imperfeição seria um ato defeituoso, não, porém, pecaminoso. — O primeiro autor que haja sustentado esta sentença parece ser o teólogo João de Lugo, professor de Moral no Colégio Romano de 1620 a 1641 (cf. «De paenitentia», disp. III, sect I Ti” 9s)


Outros teólogos, seguindo um ensinamento mais tradicional, afirmam que toda imperfeição consciente e voluntária (como acima descrevemos) vem a ser pecado (ao menos, leve).

Na verdade, por muito estranho que isto pareça, deve-se dizer que .as duas sentenças não se excluem; antes, completam-se mutuamente, desde que se faça o que muitas vezes se deve fazer em tais casos: uma distinção. Distinguiremos, portanto, no nosso problema entre o plano teórico, abstrato, e a linha prática, dos atos concretos.


A. Em teoria…

Consideremos a imperfeição moral em si mesma ou independentemente de quaisquer circunstâncias em que ela na realidade concreta ocorra.


Imperfeição, dizíamos, não é violação de um preceito do Senhor, mas apenas negligência de um conselho ou de uma norma que visa promover maior perfeição espiritual. Ora a execução de uma tal norma ou de um conselho ficará sempre facultativa; em si mesma nunca poderá constituir um dever; paralelamente, portanto, a sua violação por si só nunca equivalerá a um pecado. O conselho que impusesse obrigação, já deixaria de ser conselho para tornar-se preceito.


Donde se vê que, abstratamente considerada, a imperfeição moral não pode ser tida como pecado. Por si, ela ainda é um ato bom, ato concorde, sim, com a Lei de Deus; apenas se lamenta que tenha por objeto um bem exíguo, em vez de um bem maior, que o agente, se fosse mais generoso, poderia, sem dúvida, escolher. Contudo o «bem menor» não pode ser confundido com o «mal», como o «menos branco» não chega a ser «negro», nem o «menos quente» chega a ser «frio».


Consequentemente, dever-se-á dizer: em teoria, ou abstratamente falando, não peca o estudante que, voluntariamente, deixa de, assistir à S. Missa em dia de semana para se dedicar entrementes a leituras ilustrativas ou mesmo a práticas esportivas moralmente lícitas.

Contudo é de notar que na realidade prática não existem atos abstratos, independentes de circunstâncias concretas que inevitavelmente vão influir na qualificação moral da conduta humana.


Por isto faz-se mister voltemos agora a nossa atenção para outro aspecto da questão.


B. Na prática…

Todo ato humano (consciente e deliberado) é inspirado por determinada intenção do respectivo agente, que, assim agindo, visa atingir tal ou tal objetivo preciso.


Ora a intenção do agente é, sempre e necessàriamente, ou boa ou má, do ponto de vista moral; em outros termos, a intenção do agente, em todo e qualquer caso, está necessariamente voltada para um objetivo que, em última análise, ou é conforme à Lei de Deus ou contradiz a esta (todo homem age sempre, direta ou indiretamente, em vista do último Fim ou em vista de Deus, ensina a Ética geral).


Digamos então que alguém seja colocado diante de um conselho de perfeição espiritual… conselho que convida a fazer uma obra de maior virtude do que as que tal pessoa costuma praticar (tratar-se-ia, por exemplo, de renunciar ao fumo, a conversas supérfluas, assistir à S. Missa em dia de semana…). A pessoa assim intimada entrará em deliberação consigo mesma, a fim de proferir o seu «sim» ou o seu «não» ao convite do momento. … Se, depois de deliberar, ela puder sinceramente dizer: «É bom para mim não atender a tal conselho, pois essa omissão favorecerá o desenvolvimento normal da minha vida de amor a Deus», tal pessoa, deixando de praticar o conselho, estará realizando um ato bom, um ato de virtude; escolhendo um bem (em si mesmo) menor em vez do bem (em si mesmo) maior, tal pessoa não estará cometendo pecado; nem estará praticando um ato moralmente neutro ou indiferente, mas, sim, um ato positivamente bom, ato diretamente encaminhado para a maior união com Deus.


A esta altura, surge espontaneamente a questão: como justificar tão estranha sentença? Quais seriam os motivos pelos quais uma obra (em si mesma) menos perfeita poderia ser rejeitada em nome da própria virtude ou da maior união com Deus?


Leia também: O que é virtude?








Os moralistas costumam indicar quatro razões:

1) a obra mais perfeita entraria em conflito com outra obra que, embora mais modesta, não poderia ser prejudicada, por pertencer aos deveres de estado do sujeito. Em outros termos, o conselho contrariaria a algum preceito): por exemplo, a mãe de família que só pudesse ir à S. Missa em dia de semana, abandonando seu filhinho gravemente doente em casa, em nome da virtude mesma deveria desistir de praticar o conselho de perfeição;

2) a obra mais perfeita imporia ao nosso próximo sacrifícios que a caridade exigiria lhe fossem poupados: por exemplo, uma pessoa cega que só pudesse ir à S. Missa quando acompanhada por outrem, deveria levar em conta a situação da acompanhante; eventualmente, em nome da caridade mesma, teria que renunciar à S. Missa;
3) a obra mais perfeita exigiria do sujeito sacrifícios tais que este perderia a alegria necessária à restauração de suas forças ou à expansão normal de sua vida psíquica. Em outros termos: sendo ainda principiante na vida cristã, a pessoa não aguentaria a renúncia que a obra melhor exigiria de sua parte. Tal é o caso de quem ainda precisa de suas horas de recreio (conversas, leituras, divertimentos lícitos…), porque o silêncio prolongado e o isolamento seriam mais prejudiciais do que benéficos à sua saúde mental; 



4) a preocupação de seguir as obras de conselho provocaria obsessão e perturbações nervosas que entravariam a vida espiritual do sujeito. É o que se pode dar com pessoas tendentes aos escrúpulos às quais indiscriminadamente se quisesse incutir a prática do mais perfeito (facilmente perderiam o senso do equilíbrio).


Digamos, porém, que, depois de deliberar consigo, a pessoa não possa indicar algum dos motivos acima ou, em suma, algum motivo razoável para declinar o conselho. Ao contrário, ela vê claramente que a obra aconselhada, embora mortifique a natureza, muito concorreria para desenvolver a sua caridade, sem prejuízo para o próximo, sem mesmo contraindicação alguma…


No caso, como julgaria o moralista?

Omitir a obra aconselhada equivale a uma atitude desarrazoada (frequentemente mesmo, a uma atitude inspirada por negligência ou preguiça); ora comportar-se voluntariamente de maneira desarrazoada em relação a Deus é pecado…, pecado leve ou grave conforme as consequências desse comportamento desarrazoado.


Todavia não poderia alguém dizer com plena paz de espírito: «Omito a obra aconselhada, não porque nutra más intenções, mas simplesmente porque não é obra absolutamente obrigatória»? — Replicariam os moralistas que essa neutralidade seria ilusória; na verdade serviria de cobertura «honesta» ou de pretexto para o comodismo a covardia ou o egoísmo da pessoa. Em última analise, uma das leis fundamentais de todo tipo de vida (por conseguinte, também da vida cristã) é «crescer e desenvolver-se»; a vida é dinâmica, de modo que quem consente em paralisá-la, já a está sufocando; em consequência, quem voluntariamente rejeite o bem maior para praticar o bem menor sem motivo justificado,… unicamente por covardia,… está derrogando às leis de sua vida espiritual, concorrendo para atrofiá-la — o que vem a ser um ato desarrazoado ou, mais precisamente, um mal moral, um pecado.




Quem se acostuma a sufocar a voz da consciência todas as vezes- que esta indica uma obra melhor (não, porém, de preceito), arrisca-se a extinguir por completo essa voz interior assim como a ação da graça em sua alma. É de recear que o dom de Deus, sucessivamente repelido pelo cristão comodista, já não seja concedido a este; então as concupiscências tomam vulto, as paixões explodem com facilidade,.levando a alma ao pecado grave.


Em resumo: de quanto acaba de ser exposto, dever-se-á concluir que, na prática, a omissão consciente e deliberada de atos melhores (não preceituados pelo Senhor Deus, mas apenas aconselhados) em caso algum escapa a uma das seguintes classificações: «ato moralmente bom», «ato moralmente mau ou pecaminoso».


Aliás tal conclusão não constitui senão uma faceta de um princípio estabelecido por abalizados mestres da vida espiritual: na prática, todos os atos do justo (ou da alma em estado de graça) que não sejam pecados veniais, são atos meritórios.


Impõem-se agora algumas normas complementares, que o título- abaixo apresentará.


3. Ulteriores observações

3.1 Na vida cotidiana pode acontecer que não consigamos perceber com exatidão o verdadeiro motivo de nossas ações ou omissões: prudência autêntica, construtiva, ou covardia, negligência mórbida? E com efeito, difícil discernir onde termina a genuína sabedoria e onde começa o descaso. Em casos de dúvida, a alma bem intencionada optará pelo alvitre que lhe parecer mais acertado; o Senhor Deus então levará em conta a sinceridade com que essa criatura estiver procurando alcançar a perfeição.


3.2. Justamente a dificuldade que experimentamos para avaliar devidamente o motivo de nossas omissões, leva-nos a crer que cometemos imperfeições (atos pouco generosos, covardes…) não de todo conscientes e voluntárias. Essas, na medida mesma em que são indeliberadas, ficam aquém da moralidade, não podendo ser classificadas nem como atos bons nem como atos pecaminosos.


De modo geral, verifica-se que todo homem pratica muitos atos tão espontâneos que antecedem qualquer reflexão e uso da liberdade. Por estas circunstâncias, tais atos não acarretam sanção (recompensa ou pena) sobre si; propriamente «não contam» na vida moral do indivíduo. Contudo — deve-se dizer — são atos que. Embora não constituam um mal moral em si mesmos, ao menos interrompem a caminhada para a perfeição espiritual, impedem que a vida do sujeito seja inteiramente cheia, disseminam o vazio nas jornadas da pessoa. Faz-se mister, portanto, combater a ocorrência de tais atos, a fim de que não se perca alguma parcela de tempo e seja devidamente desdobrado o potencial de perfeição latente em cada personalidade. O combate será travado na medida em que a alma procurar mais e mais controlar suas ações, vencendo a concupiscência desregrada assim como a rotina espiritual. Verdade é que nem os santos conseguiram sempre evitar todos os atos indeliberados; contudo progrediram pela senda da perfeição na medida em que os foram debelando.


3.3. Procurando adquirir o pleno domínio sobre si, a alma justa estará enfrentando outro obstáculo para a perfeição: os atos tíbios ou «remissos». Estes são atos em que não está empenhado todo o vigor religioso da pessoa; processam-se como que na periferia da alma, deixando adormecida uma boa parte de suas energias sobrenaturais. K o que se dá, por exemplo, com quem possui dez talentos ou «dez graus de amor» a Deus, mas na realidade age como se tivesse apenas cinco talentos ou «cinco graus de amor»; e assim age porque é voluntariamente mole ou covarde… Os atos remissos ou tíbios dispõem ao pecado grave, pois deixam inexplorado o vigor sobrenatural da alma, acarretando-lhe uma espécie de atrofia espiritual (à semelhança do que se dá com quem tem dois braços, mas só se serve de um, talvez por estar engessado o outro; este outro, permanecendo inerte, tende a se atrofiar e perder). Como se compreende, a atrofia espiritual assim induzida permitirá o desenvolvimento de concupiscências e paixões, as quais cedo ou tarde sobrepujarão os bons hábitos, provocando faltas graves. 


Destas considerações se depreende a importância da luta contra a rotina ou contra todo modo de agir superficial e tíbio.


3.4. Após o que foi dito, vê-se que resposta dar à questão: está o cristão obrigado, sob pecado, a praticar sempre o que há de mais perfeito, não lhe sendo lícito optar por um ato bom menos perfeito?


A solução se reduz aos seguintes termos: o cristão está, sim, obrigado a seguir sempre o alvitre mais perfeito (em caso contrário, sufocaria a sua vida espiritual). Observe-se, porém:

pecados_e_virtudesa) não se trata do mais perfeito entendido de maneira absoluta, pois este não estaria talvez proporcionado às condições individuais e às graças que Deus distribui pessoalmente a tal sujeito. Trata-se apenas do mais perfeito proporcional às possibilidades de cada indivíduo. Assim nem todos estão obrigados a abraçar o celibato por amor a Cristo, embora este gênero de vida seja em si mais perfeito do que o estado conjugal (cf. 1 Cor 7). Há casos, sem dúvida, (e numerosos) em que o mais perfeito, para tal e tal sujeito, consiste em, contrair matrimônio; na vida matrimonial então o cristão deverá manter viva a consciência de que foi chamado a praticar a perfeição ou a ser santo;


b) para que haja obrigação de seguir o alvitre mais perfeito é necessário outrossim que a pessoa o veja como tal, isto é, tenha certeza de que é o Espírito Santo que lhe está indicando uma obra mais perfeita a realizar. Recusar arbitrariamente a inspiração do Espírito Santo percebida com clareza, dizem bons autores, não é atitude inspirada pelo amor a Deus, nem atitude que se concilie com intenção e aspirações retas; vem a ser, antes, algo de desarrazoado ou, no caso, um pecado.


3.5. Concluindo, dir-se-á de maneira geral: na prática a alma deve lembrar-se de que o seu programa de vida consiste não somente em não recair no pecado, mas em subir constantemente para Deus… e subir em ritmo acelerado; como a pedra cai com velocidade crescente na medida em que se aproxima da terra que a atrai, assim as almas devem caminhar mais e mais rapidamente para Deus, na medida em que se aproximam do Senhor e são” atraídas por Ele.


Por conseguinte, não se preocupem as almas com demasiada casuística, indagando sutilmente quais as fronteiras entre o lícito e o ilícito, onde cessa o bem e onde começa o pecado… A vida constitui algo de dinâmico; a sua lei capital é positiva: «crescer e multiplicar- se» (cf. Gên 1,28), e não meramente negativa («não se mutilar»); quem apenas pensa em não se mutilar, sem se preocupar com o desdobramento positivo e constante de suas energias, está na verdade, ocasionando o depauperamento e a extinção de sua vida. A vitalidade ou cresce ou diminui; não pode, porém, permanecer estagnada; toda estagnação é passo para a morte. Eis o que se verifica tanto no plano da vida física como no da vida espiritual cristã. Possam as almas sequiosas do bem abrir o olho para estas verdades tão importantes, mas na prática tão pouco valorizadas!


Dom Estêvão Bettencourt (OSB)


Revista Pergunte e Responderemos.Dezembro.1961.n.48


1º de dezembro - Santo do dia

Santo Elói ou Elígio


Bispo (588-660)

Santo Elígio, foi grande organizador, apóstolo cheio de zelo, sabedoria e bondade 



Bispo, escultor, modelista, marceneiro e ourives, Elói ou Elígio foi um artista e religioso completo. Nasceu na cidade de Chaptelat, perto de Limoges, em 588, na França. Seus pais, de origem franco-italiana, eram modestos camponeses cristãos com princípios rígidos de honestidade e lealdade, transmitidos com eficiência ao filho. Com sabedoria e muito sacrifício, fizeram questão que ele estudasse, pois sua única herança seria uma profissão.


Assim foi que, na juventude, Elói ingressou na escola de ourives de Limoges, a mais conceituada da Europa da época e respeitada ainda hoje. Ao se formar mestre da profissão, já era afamado pela competência, integridade e honestidade. Tinha alma de monge e de artista, fugia dos gastos com jogos e diversões. Tudo dispendia com os pobres. Levava uma vida austera e de oração meditativa, ganhando o apelido de "o Monge". Conta-se que sua fama chegou à Corte e aos ouvidos do rei Clotário II, em Paris. Ele decidiu contratar Elói para fazer um trono de ouro e lhe deu a quantidade do metal que julgava ser suficiente. Mas, com aquela quantidade, Elói fez dois tronos e entregou ambos ao rei. Admirado com a honestidade do artista, ele o convidou para ser guardião e administrador do tesouro real. Assim, foi residir na Corte, em Paris.


Elói assumiu o cargo e também o de mestre dos ourives do rei. E assim se manteve mesmo depois da morte do soberano. Quando o herdeiro real assumiu o trono, como Dagoberto II, quis manter Elói na corte como seu colaborador, pois lhe tinha grande estima. Logo o nomeou um de seus conselheiros e embaixador, devido à confiança em suas virtudes.


Elói também realizou obras de arte importantes, como o túmulo de são Martinho de Tours, o mausoléu de são Dionísio em Paris, o cálice de Cheles e outros trabalhos artísticos de cunho religioso. Além disso, e acima de tudo, Elói era um homem religioso, não lhe faltou inspiração para grandes obras beneméritas e na arte de dedicar-se ao próximo, em especial aos pobres e abandonados. O dinheiro que recebia pelos trabalhos na Corte, usava-o todo para resgatar prisioneiros de guerra, fundar e reconstruir mosteiros masculinos e femininos, igrejas e para contribuir com outras tantas obras para o bem estar espiritual e material dos mais necessitados. Em 639, o rei Dagoberto II morreu. Elói, então, ingressou para a vida religiosa.


Dois anos depois, era consagrado bispo de Noyon, na região de Flandres. Foi uma existência totalmente empenhada na campanha da evangelização e reevangelização, no norte da França, Holanda e Alemanha, onde se tornou um dos principais protagonistas e se revelou um grande e zeloso pastor a serviço da Igreja de Cristo.


Durante os últimos dezenove anos de sua vida, Elói evitou o luxo e viveu na pobreza e na piedade. Foi um incansável exemplo de humildade, caridade e mortificação. A região de sua diocese estava entregue ao paganismo e à idolatria. Com as pregações de Elói e suas visitas a todas as paróquias, o povo foi se convertendo até que, um dia, todos estavam batizados.


Morreu no dia 1º de dezembro de 660, na Holanda, durante uma missão evangelizadora. A história da sua vida e santidade se espalhou rapidamente por toda a França, Itália, Holanda e Alemanha, graças ao seu amigo bispo Aldoeno que escreveu sua biografia.


A Igreja o canonizou e autorizou o seu culto, um dos mais antigos da cristandade. A festa de santo Elói ou Elígio, padroeiro dos joalheiros e ourives, ocorre na data de sua morte. 


Entretanto ele é celebrado também como padroeiro dos cuteleiros, ferreiros, ferramenteiros, celeiros, comerciantes de cavalos, carreteiros, cocheiros, garagistas e metalúrgicos.

Santo Elói, rogai por nós!

 

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Memória ao Imaculado Coração de Maria


Esta memória ao Imaculado Coração de Maria não é nova na Igreja; tem as suas profundas raízes no Evangelho que repetidamente chama a nossa atenção para o Coração da Mãe de Deus. Por isto na Tradição Viva da Igreja encontramos confirmada pelos Santos Padres, Místicos da Idade Média, Santos, Teólogos e Papas como o nosso João Paulo II.

“Depois ele desceu com eles para Nazaré; era-lhes submisso; e a sua mãe guardava todos esses acontecimentos em seu coração”. Estes relato bíblico que se encontra no Evangelho segundo São Lucas, uni-se ao do canto de Louvor – Magnificat – a compaixão e intercessão diante do vinho que havia acabado e a presença de Maria de pé junto a Cruz, para assim nos revelar a sintonia do Imaculado Coração de Maria para com o Sagrado Coração de Jesus. Dentre os santos se destacou como apóstolo desta devoção São João Eudes, e dentre os Papas que propagaram esta devoção de se destaca Pio XII que em 1942 consagrou o mundo inteiro ao Coração Imaculado de Maria.

As aparições de Nossa Senhora em Fátima – Portugal- no ano de 1917, de tal forma espalhou a devoção ao Coração de Maria que o Cardeal local disse: “Qual é precisamente a mensagem de Fátima ? Creio que poderá resumir-se nestes termos: a manifestação do Coração Imaculado de Maria ao mundo atual, para o salvar”. Desta forma pudemos conhecer do Céu que o Pai e Jesus querem estabelecer no mundo inteiro a devoção do Imaculado Coração que encontra fundamentada na Consagração e Reparação a este Coração que no final Triunfará.


 
Imaculado Coração de Maria …sede a nossa salvação!

30 de novembro - Santo do dia

Santo André

Apóstolo (século I)

Entre os Doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo. Além de ser apontado por eles próprios como o "número dois", depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem está entre os quatro primeiros. Morava em Cafarnaum, era discípulo de João Batista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galiléia.

Foi levado por João Batista à verde planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta indicou-o e disse a célebre frase: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo.

A seguir, André levou o irmão Simão-Pedro a conhecer Jesus, afirmando: "Encontramos o Messias". Assim, tornou-se, também, o primeiro dos apóstolos a recrutar novos discípulos para o Senhor. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes: cinco pães e dois peixes.

Pouco antes da morte do Redentor, aparece o discípulo André ao lado de Filipe, como um de grande autoridade. Pois é a ele que Filipe se dirige quando certos gregos pedem para ver o Senhor, e ambos contaram a Jesus.

André participou da vida publica de Jesus, estava presente na última ceia, viu o Cristo Ressuscitado, testemunhou a Ascensão e recebeu o primeiro Pentecostes. Ajudou a sedimentar a Igreja de Cristo a partir da Palestina, mas as localidades e regiões por onde pregou não sabemos com exatidão.

Alguns historiadores citam que depois de Jerusalém foi evangelizar na Galiléia, Cítia, Etiópia, Trácia e, finalmente, na Grécia. Nessa última, formou um grande rebanho e pôde fundar a comunidade cristã de Patras, na Acaia, um dos modelos de Igreja nos primeiros tempos. Mas foi lá, também, que acabou martirizado nas mãos do inimigo, Egéas, governador e juiz romano local.

André ousou não obedecer à autoridade do governador, desafiando-o a reconhecer em Jesus um juiz acima dele. Mais ainda, clamou que os deuses pagãos não passavam de demônios. Egéas não hesitou e condenou-o à crucificação. Para espanto dos carrascos, aceitou com alegria a sentença, afirmando que, se temesse o martírio, não estaria "pregando a grandeza da cruz, onde morreu Jesus".

Ficou dois dias pregado numa cruz em forma de "X"; antes, porém, despojou-se de suas vestes e bens, doando-os aos algozes. Conta a tradição que, um pouco antes de André morrer, foi possível ver uma grande luz envolvendo-o e apagando-se a seguir. Tudo ocorreu sob o império de Nero, em 30 de novembro do ano 60, data que toda a cristandade guarda para sua festa.

O imperador Constantino trasladou, em 357, de Patos para Constantinopla, as relíquias mortais de santo André, Apóstolo. Elas foram levadas para Roma, onde permanecem até hoje, na Catedral de Amalfi, só no século XIII. Santo André, Apóstolo, é celebrado como padroeiro da Rússia e Escócia.


Santo André, rogai por nós!

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

29 de novembro - Santo do dia

São Francisco Antônio Fasani

Verdadeiro amigo do seu povo, ele foi para todos irmão e pai, eminente mestre de vida, por todos procurado como conselheiro iluminado e prudente

O santo de hoje nasceu em Lucera (Itália), a 6 de agosto de 1681, e lá morreu a 29 de novembro de 1742. Foi beatificado no dia 15 de abril de 1951 e canonizado a 13 de abril de 1986 pelo Papa João Paulo II. Fez os estudos no convento dos Frades Menores Conventuais. Sentindo o chamamento divino, ingressou no noviciado da mesma Ordem. Fez a profissão em 1696 e a 19 de setembro de 1705 recebeu a Ordenação Sacerdotal. Doutorou-se em Teologia e tornou-se exímio pregador e diretor de almas. Exerceu os cargos de Superior do convento de Lucera e de Ministro Provincial.

“Ele fez do amor, que nos foi ensinado por Cristo, o parâmetro fundamental da sua existência. O critério basilar do seu pensamento e da sua ação. O vértice supremo das suas aspirações”, afirmou o Papa João Paulo II a respeito de São Fasani.

São Fasani apresenta-se-nos de modo especial como modelo perfeito de Sacerdote e Pastor de almas. Por mais de 35 anos, no início do século XVIII, São Francisco Fasani dedicou-se, em Lucera, e também nos territórios ao redor, às mais diversificadas formas de ministério e do apostolado sacerdotal.

Verdadeiro amigo do seu povo, ele foi para todos irmão e pai, eminente mestre de vida, por todos procurado como conselheiro iluminado e prudente, guia sábio e seguro nos caminhos do Espírito, defensor dos humildes e dos pobres. Disto é testemunho o reverente e afetuoso título com que o saudaram os seus contemporâneos e que ainda hoje é familiar ao povo de Lucera: ele, outrora como hoje, é sempre para eles o “Pai Mestre”.

Como Religioso, foi um verdadeiro “ministro” no sentido franciscano, ou seja, o servo de todos os frades: caridoso e compreensivo, mas santamente exigente quanto à observância da Regra, e de modo particular em relação à prática da pobreza, dando ele mesmo incensurável exemplo de regular observância e de austeridade de vida.


São Francisco Antônio Fasani, rogai por nós!

São Saturnino – bispo e mártir  


Saturnino, bispo de Toulouse, é um dos santos mais populares na França e na Espanha, onde é considerado o protetor das corridas (não se diz, porém, se protege o toureiro, o touro ou o povo que assiste). A Paixão de Saturnino é além de tudo documento muito importante para o conhecimento da antiga Igreja da Gália. Conforme o autor da paixão, que escreveu entre 430 e 450, Saturnino fixou sua sede em Toulouse em 250, sob o consulado de Décio e Grato. Naquela época, refere o autor, na Gália existiam poucas comunidades cristãs, compostas por um exíguo número de fiéis, enquanto os templos pagãos ferviam de gente que sacrificavam aos deuses.

Saturnino que há pouco tempo tinha chegado a Toulouse, provavelmente proveniente da África (esse nome é africano) ou do Oriente, como se lê no Missal Gótico, havia já colhido os primeiros frutos da sua pregação, ganhando para fé de Cristo bom número de concidadãos. O santo bispo, para chegar a um pequeno oratório de sua propriedade, passava todas as manhãs diante do Capitólio, isto é, do principal templo pagão, dedicado a Júpiter Capitolino, onde os sacerdotes pagãos ofereciam em sacrifício ao deus pagão um touro para obter as respostas aos pedidos dos fiéis.

Ao que parece a presença de Saturnino emudecia os deuses e os sacerdotes culparam disso o bispo cristão, cuja irreverência teria irritado a susceptibilidade das divindades pagãs. Um dia o povo cercou ameaçadoramente Saturnino e lhe impôs sacrificar um touro no altar de Júpiter. O bispo recusou imolar o animal, que pouco depois seria o instrumento do seu martírio; mais ainda, os pagãos consideraram provocante ultraje à divindade o fato de Saturnino ter afirmado que não tinha medo algum dos raios de Júpiter, impotente porque inexistente. Enfurecidos, pegaram-no e amarraram-no ao pescoço do touro, aguilhoando depois o animal que fugiu enraivecido escada abaixo do Capitólio, arrastando atrás o bispo.

Saturnino, com os membros despedaçados, morreu pouco depois e seu corpo foi abandonado no meio da estrada, recolhido por duas piedosas mulheres, dando-lhe sepultura em uma fossa muito profunda. Sobre esse túmulo, um século mais tarde, santo Hilário construiu uma capela de madeira, que foi logo destruída, e por algum tempo, perdeu-se até sua lembrança. No século VI o duque Leunebaldo, reencontrando as relíquias do mártir, fez edificar no lugar a igreja dedicada a são Saturnino (em francês, Saint-Sernin-du-Taur), que em 1300 assumiu o nome atual de Nossa Senhora do Taur.


São Saturnino,  rogai por nós

terça-feira, 28 de novembro de 2017

PROTESTE CONTRA AS BLASFÊMIAS IMUNDAS DO CANAL #PORTADOSFUNDOS

Caros Amigos,


Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado:

 «PROTESTE CONTRA AS BLASFÊMIAS IMUNDAS DO CANAL #PORTADOSFUNDOS»

 no endereço

 http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=portadasblasfemias

Concordo com este abaixo-assinado e cumpro com o dever de o fazer chegar ao maior número de pessoas.

Caso você concorde, agradeço que assine o abaixo-assinado e que ajudem na sua divulgação através de um email para os seus contatos.

Obrigado,

Silvio




28 de novembro - Santo do dia

São Tiago das Marcas
Franciscano (1394-1476)



Ficou tão edificado com os diálogos que travou com os franciscanos, que resolveu entrar para a Família de São Francisco de Assis

Nasceu em Monteprandone, na província de Ascoli Piceni, região de Le Marche ou das Marcas, Itália, no ano de 1394. Seu nome de batismo era Domingos Gangali. Órfão ainda criança, foi educado pelo tio, que o conduziu sabiamente no seguimento de Cristo. Estudou em Perugia, onde se diplomou em direito civil junto com o grande João de Capistrano, agora santo.

Decidiu deixar a profissão para ingressar na Ordem dos Franciscanos, onde estudou teologia e ordenou-se sacerdote. Quando vestiu o hábito, tomou o nome de Tiago, que logo foi completado com o "das Marcas", em razão de sua origem. Foi discípulo de outro santo e seu contemporâneo da Ordem, Bernardino de Sena, que se destacava como o maior pregador daquela época, tal qual conhecemos.

Também Tiago das Marcas consagrou toda a sua vida à pregação. Percorreu toda a Itália, a Polônia, a Boêmia, a Bósnia e depois foi para a Hungria, obedecendo a uma ordem direta de Roma. Permanecia num lugar apenas o tempo suficiente para construir um mosteiro novo ou, num já existente, restabelecer a observância genuína da Regra da Ordem Franciscana.

Depois, partia em busca de novo desafio ou para cumprir uma das delicadas missões em favor da Igreja, para as quais era enviado especialmente, como fizeram os papas Eugênio IV, Nicolau V e Calisto III. Participou na incursão da cruzada de 1437 para expulsar os invasores turcos muçulmanos. Humilde e reto nos princípios de Cristo, nunca almejou galgar postos na Igreja, chegando a recusar o cargo de bispo de Milão.

Viveu em extrema penitência e oração, oferecendo seu sacrifício a Deus para o bem da humanidade sempre tão necessitada de misericórdia. Mas os severos e frequentes jejuns a que se submetia minaram seu organismo, chegando a receber o sacramento da unção dos enfermos seis vezes. Mesmo assim, chegou à idade de oitenta anos.

Faleceu em Nápoles, pedindo perdão aos irmãos franciscanos pelo mau exemplo que foi a sua vida. Era o dia 28 de novembro de 1476. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria Nova, daquela cidade. A sua biografia mostra muitos relatos dos prodígios operados por sua intercessão, tanto em vida quanto após a morte. O papa Bento XIII canonizou Tiago das Marcas em 1726 e marcou o dia de sua morte para a celebração de sua lembrança.


São Tiago das Marcas, rogai por nós!

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Santo do dia - 27 de novembro

 Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa


 Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com



 Santa Catarina Labouré

Esta devoção tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças
 
Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.

Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.

Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:
“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.

Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.

Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.

Clique abaixo para Novena a Nossa Senhora das Graças

Confira também: Novena a Nossa Senhora das Graças


  Nossa Senhora das Graças
Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.

Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.
Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.

Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.

Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.
Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.


Santa Catarina Labouré, rogai por nós!


São Virgílio

Bispo (século VIII)

Foi um dos grandes missionários irlandeses do período medieval e um dos maiores viajantes da importante ilha católica, ao lado dos santos Columbano, Quiliano e Gallo.

Nasceu na primeira década do século VIII e foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgilio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou.

Morou algum tempo no reino dos francos, quando o rei era Pepino, o Breve, que lhe pedira para organizar um centro cultural. Mas problemas políticos surgiram na região da Baviera, agregada aos seus domínios. Lá, o duque era Odilon, que pediu a Pepino para enviar Virgilio para a Abadia de São Pedro de Salzburg, atual Áustria. E logo depois Odilon nomeou Virgilio como bispo daquela diocese.

Ocorre que, na época, são Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgilio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgilio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzsburg.

Mas Virgílio era homem de fé fortalecida e de vasta cultura, dominava como poucos as ciências matemáticas, ganhando, mesmo, o apelido de "o Geômetra" em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram. Revolucionou a diocese de Salzburg com o seu testemunho e converteu aquele rebanho para a redenção de Cristo, aproveitando-se do interesse político do rei.

Em 755, um ano após a morte de são Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburg. Continuou evangelizando a Áustria de norte a sul, inclusive uma parte do norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos.

Morreu e foi sepultado na Abadia de Salzburg, Áustria, em 27 de novembro de 784, em meio à forte comoção dos fieis, que transformaram essa data a de sua tradicional festa. Séculos depois, suas relíquias foram trasladadas para a bela Catedral de Salzburg. Em 1233, foi canonizado, e o dia de sua festa mantido. São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburg.


São Virgílio, rogai por nós!