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domingo, 4 de novembro de 2012

Evangelho do dia

EVANGELHO COTIDIANO

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68

31º Domingo do Tempo Comum

Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» 
 
Jesus respondeu: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor;
amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças.
O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» 
 
O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não existe outro além dele;  e amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.»
Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse:«Não estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo.

Comentário ao Evangelho do dia feito por: São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, nº 83
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração»
Li que Deus é amor (1Jo 4,16) e não que Ele é honra ou dignidade. Não é que Deus não queira ser honrado, visto que disse: «Se Eu sou Pai, onde está a honra que me é devida?» (Ml 1,6). Fala aqui como Pai. Mas, se Se mostrasse como esposo, penso que mudaria o Seu discurso para: «Se Eu sou Esposo, onde está o amor que Me é devido?» Pois já anteriormente tinha dito: «Se Eu sou Senhor, onde está o respeito por Mim?» (ib.) Ele pede pois para ser respeitado como Senhor, honrado como Pai, amado como Esposo.

Desses três sentimentos, qual é o mais valioso? O amor, sem dúvida. Pois sem amor o respeito é árduo e a honra fica sem retribuição. O temor é servil enquanto o amor não o vem validar, e uma honra que não é inspirada no amor não é uma honra, é adulação. Claro que só a Deus são devidas a honra e a glória, mas Deus só as aceita temperadas com o mel do amor.

O amor é auto-suficiente, agrada por si mesmo, é o seu próprio mérito e a sua recompensa. O amor não quer outra causa, outro fruto, senão ele próprio. O seu verdadeiro fruto é ser. Amo porque amo. Amo para amar. [...] De todos os movimentos da alma, de todos os seus sentimentos e afectos, o amor é o único que permite à criatura responder ao seu Criador, senão de igual para igual, pelo menos de semelhante para semelhante (cf Gn 1,26).

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