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domingo, 22 de março de 2015

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

5º Domingo da Quaresma 
 
Evangelho segundo S. João 12,20-33.
 
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus».
Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus.
Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado.
Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome». 

Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-LO».
A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou».
Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa.
Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo.
E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim».
Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer. 


Comentário do dia: Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013)
"Um só Senhor", 1965 

«Se morrer dará muito fruto»
Ser cristão é, antes de mais e sempre, arrancar-se ao egoísmo que vive exclusivamente para si, para se entrar numa grande orientação inabalável de vida de uns para os outros. No fundo, todas as grandes imagens escriturais traduzem esta realidade. A imagem da Páscoa..., a imagem do Êxodo..., que começa com Abraão e que se torna numa lei fundamental, ao longo de toda a história sagrada: tudo isso é a expressão desse mesmo movimento fundamental que consiste em repudiar uma existência virada sobre si mesma.

O Senhor Jesus enunciou esta realidade da maneira mais profunda na comparação do grão de trigo, que mostra simultaneamente que essa lei essencial não só domina toda a História, como marca, desde o princípio, a criação inteira de Deus: «Em verdade vos digo, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas se ele morrer, dará muitos frutos.»

Na Sua morte e Ressurreição, Cristo cumpriu a lei do grão de trigo. Na Eucaristia, no pão de trigo, tornou-se verdadeiramente no fruto cêntuplo (Mt 13,8)de que vivemos ainda e sempre. Mas, no mistério da santa Eucaristia onde continua a ser para sempre Aquele que é verdadeira e plenamente «para nós», convida-nos a entrar, dia após dia, nessa lei que mais não é do que a expressão da essência do amor verdadeiro...: sair de si mesmo para servir os outros. O movimento fundamental do Cristianismo é, em última análise, o simples movimento do amor pelo qual nós participamos no próprio amor criador de Deus.

 

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