EVANGELHO COTIDIANO
"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
4º Domingo do Tempo Comum
Evangelho segundo S. Lucas 4,21-30.
Naquele tempo, Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo:
«Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?».
Jesus disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum».
E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra.
Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia.
Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã».
Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga.
Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo.
Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.
Comentário do dia: São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sobre o profeta Isaías, 5,5; p. 70, 1352
«Mas Jesus, passando pelo meio deles,
seguiu o seu caminho.»
Cristo quis atrair a Si o mundo inteiro e conduzir para Deus Pai todos
os habitantes da Terra. [...] As gentes vindas do paganismo, enriquecidas pela
fé em Cristo, beneficiaram do tesouro divino da proclamação que traz a
salvação. Por ela, tornaram-se participantes do Reino dos Céus, companheiros
dos santos e herdeiros das realidades inexprimíveis (Ef 2,19.3,6). [...] Cristo
promete a cura e o perdão dos pecados aos que têm o coração ferido, e dá a
vista aos cegos. Pois são cegos os que não reconhecem Aquele que é o verdadeiro
Deus, e o seu coração está privado da luz divina e espiritual. Mas o Pai
envia-lhes a luz do verdadeiro conhecimento de Deus. Chamados pela fé,
conheceram-No; mais ainda, foram conhecidos por Ele. Sendo filhos da noite e
das trevas, tornaram-se filhos da luz (Ef 5,8), pois o dia iluminou-os, o Sol
da Justiça ergueu-se para eles (Mal 3,20), e a estrela da manhã apareceu-lhes
em todo o seu esplendor.
E nada obsta a que apliquemos tudo o que acabamos de dizer aos filhos de Israel. Também eles, com efeito, tinham o coração ferido, eram pobres, e estavam como que prisioneiros e mergulhados nas trevas. [...] Mas Cristo veio anunciar os benefícios do seu advento em primeiro lugar aos descendentes de Israel, proclamando o ano da graça do Senhor (Lc 4,19) e o dia da recompensa.
O ano da graça é aquele em que Cristo foi crucificado por nós. Foi então que nos tornámos agradáveis a Deus Pai. E damos fruto em Cristo, como Ele mesmo nos ensinou: «Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo deitado à terra não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará fruto abundante» (Jo 12,24). E disse ainda: «Quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo, 12,32). De fato, Ele retomou a vida ao terceiro dia, depois de ter calcado com os pés o poder da morte, após o que disse aos seus discípulos: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra. Ide e fazei discípulos em todas as nações» (Mt 28,18-19).
E nada obsta a que apliquemos tudo o que acabamos de dizer aos filhos de Israel. Também eles, com efeito, tinham o coração ferido, eram pobres, e estavam como que prisioneiros e mergulhados nas trevas. [...] Mas Cristo veio anunciar os benefícios do seu advento em primeiro lugar aos descendentes de Israel, proclamando o ano da graça do Senhor (Lc 4,19) e o dia da recompensa.
O ano da graça é aquele em que Cristo foi crucificado por nós. Foi então que nos tornámos agradáveis a Deus Pai. E damos fruto em Cristo, como Ele mesmo nos ensinou: «Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo deitado à terra não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará fruto abundante» (Jo 12,24). E disse ainda: «Quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo, 12,32). De fato, Ele retomou a vida ao terceiro dia, depois de ter calcado com os pés o poder da morte, após o que disse aos seus discípulos: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra. Ide e fazei discípulos em todas as nações» (Mt 28,18-19).
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