A ofensiva das críticas, calúnias e detração contra os milagres de Lourdes favoreceu o aparecimento de um órgão que tinha como encargo constatar, com todo rigor científico, a autenticidade e a natureza dos milagres acontecidos em Massabielle.
Era a Comissão Médica de Lourdes, criada por Dom Laurence, Bispo diocesano de Tarbes-Lourdes, em 28 de julho de 1858.
Anualmente, milhares de pessoas deixam suas casas e seguem até o
Santuário, erguido em honra a Nossa Senhora para pedir graças, a cura de
uma doença ou agradecer por ter conseguido superar uma enfermidade. Muitos
acreditam que se operou um milagre em suas vidas, mas para a Igreja
reconhecer que realmente houve a "assinatura de Deus" nesta cura, existe
um longo e minuncioso processo.
Tudo
começa no Escritório de Constatações Médicas, um organismo criado em
1880 que tem como principal objetivo, avaliar todos os casos que se
apresentam como uma cura milagrosa. Dr.
Thales Gouveia Limeira é médico hematologista e professor da
Universidade Federal do Espírito Santo. Ele é um dos muitos médicos
espalhados pelo mundo inscritos no escritório de Lourdes e que recebe
informações sobre os casos que são apresentados e que estão sendo
avaliados. Ele
explica que se uma pessoa vai à Lourdes e "acha que obteve a cura de
uma doença, ela se apresenta e relata o que aconteceu. Muitas vezes essa
cura é uma coisa que não há como investigar como por exemplo: a cura de
uma dor de cabeça tomando água da fonte de Lourdes".
"Todos
os médicos que estão em Lourdes são convidados, independente de sua
convicção religiosa. A única coisa que se pede é que sejam honestos e
atestem o que realmente viram. A pessoa fica à disposição e pode ser
examinada, pode-se medir a pressão e fazer o exame de olho de fundo e ao
final, o médico deve escrever o que realmente presenciou", explica Dr.
Thales. Passada
esta primeira avaliação é necessário observar se a doença não apresenta
uma recaída, ou seja, a cura tem que ser estável. Se os médicos
decidirem pela continuação do processo, ele fica arquivado pelo período
de um ano. Durante
este tempo, a pessoa tida como "curada", fica sob a observação de um
médico designado pela comissão. Caberá a este especialista colher
testemunhas e solicitar ao investigado, a realização ou não de novos
exames para constatar se de fato, a cura é definitiva.
Calcula-se
que anualmente cerca de três milhões de pessoas vão a Lourdes em
peregrinação. Desde o início das aparições em 1858, 300 milhões de
peregrinos foram até o Santuário sendo 20 milhões de doentes que
passaram pelos nove hospitais especializados na cidade. No entanto, até
agora, apenas 67 curas foram reconhecidas pela Igreja como milagrosas,
embora duas mil tenham sido reconhecidas pelos médicos. Pode-se dizer
que a cada dois anos, acontece um milagre em Lourdes.
Os milagres reconhecidos são:
Acesse: http://www.arautos.org/especial/24116/os-milagres-de-lourdes.html
Santa Bernardete Soubirous
Na vida apagada e silenciosa de um
convento, Santa Bernadete ratifica com sua santidade a veracidade das
aparições de Lourdes, local tão prodigioso em curas de corpos. Mas, de
Nossa Senhora devemos esperar também, e com maior razão, a cura das
almas.
É universal a fama do Santuário de Lourdes, local onde Nossa Senhora apareceu por 18 vezes a Santa Bernadete Soubirous, em 1854, e que se tornou nos anos sucessivos um dos maiores centros de peregrinações
do mundo. Sobre o intenso amor que a piedosa vidente nutriu para com a
Mãe de Deus ao longo de sua vida, escreve o Pe. Trochu:
"Eu A levo no coração!"
A devoção à Santíssima Virgem tinha de ser particularmente terna e filial. Maria, seu ideal vivo, ocupava em seu coração um lugar muito próximo a Nossa Senhora, declarou sua enfermeira, Irmã Marta. "Era preciso ouvi-la quando pronunciava a Ave-Maria. Que acento de piedade, especialmente quando pronunciava as palavras ‘pobres pecadores'! E quando dizia ‘Minha Mãe celestial', nada mais podia acrescentar."
Alguém se atreveu a perguntar-lhe se a lembrança da aparição se tinha apagado em sua memória. "Apagado? - exclamou em tom de censura. Oh! não, jamais!". E levando a mão direita sobre sua fronte, dizia: "Está aqui". "Deveria nos fazer - lhe sugeriu uma companheira - uma descrição de como era a Virgem, posto que a senhora sabe como era Ela". "Não poderia nem saberia fazê-lo - foi a única resposta que deu. Eu para mim não necessito, pois A levo no coração".
A devoção mariana encheu de certo modo toda sua vida. Tinha necessidade de meditar sobre a Virgem. Via Maria em tudo e por tudo com seu coração e entendimento. Quando rezava à Santíssima Virgem, atesta Irmã Gonzaga, parecia ainda que A estava vendo. Se alguém lhe pedia alcançasse alguma graça, imediatamente respondia que rogaria à Santíssima Virgem.
Santa Bernadete se comprazia em louvá-La, fazê-La conhecer, amá-La e servi-La. Esforçava-se em imitar suas virtudes, especialmente sua humildade e renúncia. Dedicou-se, para sua devoção, a compor acrósticos - escritos poéticos em que as letras iniciais, reunidas, formam verticalmente uma palavra ou frase - em homenagem a Nossa Senhora, e o primeiro deles tinha o nome de MARIA, a partir dos termos: mortificação, amor, regularidade, inocência, abandono.
Toda sua vida desfiou o Rosário como tinha feito em Lourdes. Esta era sua devoção preferida, disse uma superiora geral. Mais de uma vez, na enfermaria, a Irmã Gonzaga Champi alternou as Ave-Marias com ela. "Então, recorda essa freira, os olhos escuros, profundos e brilhantes de Bernadete, pareciam como se estivessem vendo Nossa Senhora". Pela noite,quando se ia dormir, recomendava a uma companheira: "Toma o Rosário e durma rezando. Farás o mesmo que fazem as crianças pequenas que adormecem dizendo ‘mamãe, mamãe'...".
As virtudes da vidente abonam a autenticidade das aparições
"Eu A levo no coração!"
A devoção à Santíssima Virgem tinha de ser particularmente terna e filial. Maria, seu ideal vivo, ocupava em seu coração um lugar muito próximo a Nossa Senhora, declarou sua enfermeira, Irmã Marta. "Era preciso ouvi-la quando pronunciava a Ave-Maria. Que acento de piedade, especialmente quando pronunciava as palavras ‘pobres pecadores'! E quando dizia ‘Minha Mãe celestial', nada mais podia acrescentar."
Alguém se atreveu a perguntar-lhe se a lembrança da aparição se tinha apagado em sua memória. "Apagado? - exclamou em tom de censura. Oh! não, jamais!". E levando a mão direita sobre sua fronte, dizia: "Está aqui". "Deveria nos fazer - lhe sugeriu uma companheira - uma descrição de como era a Virgem, posto que a senhora sabe como era Ela". "Não poderia nem saberia fazê-lo - foi a única resposta que deu. Eu para mim não necessito, pois A levo no coração".
A devoção mariana encheu de certo modo toda sua vida. Tinha necessidade de meditar sobre a Virgem. Via Maria em tudo e por tudo com seu coração e entendimento. Quando rezava à Santíssima Virgem, atesta Irmã Gonzaga, parecia ainda que A estava vendo. Se alguém lhe pedia alcançasse alguma graça, imediatamente respondia que rogaria à Santíssima Virgem.
Santa Bernadete se comprazia em louvá-La, fazê-La conhecer, amá-La e servi-La. Esforçava-se em imitar suas virtudes, especialmente sua humildade e renúncia. Dedicou-se, para sua devoção, a compor acrósticos - escritos poéticos em que as letras iniciais, reunidas, formam verticalmente uma palavra ou frase - em homenagem a Nossa Senhora, e o primeiro deles tinha o nome de MARIA, a partir dos termos: mortificação, amor, regularidade, inocência, abandono.
Toda sua vida desfiou o Rosário como tinha feito em Lourdes. Esta era sua devoção preferida, disse uma superiora geral. Mais de uma vez, na enfermaria, a Irmã Gonzaga Champi alternou as Ave-Marias com ela. "Então, recorda essa freira, os olhos escuros, profundos e brilhantes de Bernadete, pareciam como se estivessem vendo Nossa Senhora". Pela noite,quando se ia dormir, recomendava a uma companheira: "Toma o Rosário e durma rezando. Farás o mesmo que fazem as crianças pequenas que adormecem dizendo ‘mamãe, mamãe'...".
As virtudes da vidente abonam a autenticidade das aparições
Essas notas sobre Santa Bernadete
atestam sua ardente devoção a Nossa Senhora, e nos mostram como seu
filial e terno relacionamento com a Santíssima Virgem era motivo de
grande edificação para suas irmãs de hábito.
É interessante observar que Santa Bernadete teve uma vocação bastante similar à da Irmã Lúcia. A esta foi confiada a missão de revelar ao mundo as aparições de Fátima, e àquela, as de Lourdes. Uma vez cumprida a tarefa, Bernadete - assim como Lúcia - prestigiou as aparições de Massabielle tornando-se freira, santificando-se no convento e, posteriormente, sendo elevada à honra dos altares.
É interessante observar que Santa Bernadete teve uma vocação bastante similar à da Irmã Lúcia. A esta foi confiada a missão de revelar ao mundo as aparições de Fátima, e àquela, as de Lourdes. Uma vez cumprida a tarefa, Bernadete - assim como Lúcia - prestigiou as aparições de Massabielle tornando-se freira, santificando-se no convento e, posteriormente, sendo elevada à honra dos altares.
Embora a Igreja não determine, sob pena
de pecado, acreditar-se nas aparições de Lourdes - pois são de caráter
privado, e em matéria de fatos sobrenaturais somos obrigados apenas a
crer nos oficiais -, na realidade roça pela heresia quem as conteste.
Porque seria preciso admitir que uma santa canonizada tivesse tido tais
ilusões.
Ora, isso não se pode fazer. De maneira que a vida e as virtudes de Santa Bernadete de algum modo atestam a autenticidade das aparições de Lourdes. Aliás, elas estão também exuberantemente corroboradas pelos milagres que ali se operam, os quais constituem uma prova de que em Lourdes realmente é a graça que atua.
Durante uma das visões de Santa Bernadete, a Santíssima Virgem lhe disse: "Revolva a terra com suas mãos, que dela nascerá uma fonte". A menina, uma camponesa, não teve dificuldade em escavar o solo no local indicado por Nossa Senhora. E ali, onde ninguém supunha existir água, esta começou a brotar. Assim surgiu a fonte de Lourdes, manancial de curas e conversões miraculosas, conforme prometera a Rainha do Céu. Portanto, a santidade de vida de Bernadete atesta a sinceridade de suas visões, seu equilíbrio mental e contribui, de certa forma, para demonstrar a veracidade dos fatos milagrosos ocorridos em Lourdes.
Fora desses acontecimentos públicos, ela permaneceu silenciosa, cumprindo sua missão privada. E nisso podemos aquilatar a beleza e a riqueza extraordinárias da Igreja, em cujo universo a Providência suscita diferentes vocações. Este tem uma tarefa, aquele outra, e aquele outra. Nossa Senhora distribui a cada pessoa uma determinada missão, que ela deve cumprir inteiramente, sem se imiscuir na função para a qual não foi chamada.
Em três grandes aparições, importantes mensagens
A propósito desses breves comentários, seja-me permitido ainda fazer notar um pormenor interessante. Em Lourdes Nossa Senhora comunicou também a Santa Bernadete um segredo, que deveria chegar ao Papa Pio IX.
Ora, isso não se pode fazer. De maneira que a vida e as virtudes de Santa Bernadete de algum modo atestam a autenticidade das aparições de Lourdes. Aliás, elas estão também exuberantemente corroboradas pelos milagres que ali se operam, os quais constituem uma prova de que em Lourdes realmente é a graça que atua.
Durante uma das visões de Santa Bernadete, a Santíssima Virgem lhe disse: "Revolva a terra com suas mãos, que dela nascerá uma fonte". A menina, uma camponesa, não teve dificuldade em escavar o solo no local indicado por Nossa Senhora. E ali, onde ninguém supunha existir água, esta começou a brotar. Assim surgiu a fonte de Lourdes, manancial de curas e conversões miraculosas, conforme prometera a Rainha do Céu. Portanto, a santidade de vida de Bernadete atesta a sinceridade de suas visões, seu equilíbrio mental e contribui, de certa forma, para demonstrar a veracidade dos fatos milagrosos ocorridos em Lourdes.
Fora desses acontecimentos públicos, ela permaneceu silenciosa, cumprindo sua missão privada. E nisso podemos aquilatar a beleza e a riqueza extraordinárias da Igreja, em cujo universo a Providência suscita diferentes vocações. Este tem uma tarefa, aquele outra, e aquele outra. Nossa Senhora distribui a cada pessoa uma determinada missão, que ela deve cumprir inteiramente, sem se imiscuir na função para a qual não foi chamada.
Em três grandes aparições, importantes mensagens
A propósito desses breves comentários, seja-me permitido ainda fazer notar um pormenor interessante. Em Lourdes Nossa Senhora comunicou também a Santa Bernadete um segredo, que deveria chegar ao Papa Pio IX.
Continuar lendo, acesse: Arautos do Evangelho
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