São João e São Paulo
João
e Paulo eram nobres, de família enraizada no poder do Império Romano e
viveram no século IV. Possuíam uma casa no Monte Célio, dentro da cidade
de Roma, tudo indicando que essa seria a cidade de suas origens.
Ambos
ocupavam cargos importantes no governo de Constâncio, filho do
imperador Constantino. Como bons cristãos, usavam a fortuna e a
influência que possuíam para beneficiar os pobres da cidade. Por esse
motivo tornaram-se conhecidos dos marginalizados, abandonados e
desvalidos.
Tal fama, no entanto, acabou por prejudicá-los, pois,
quando assumiu o imperador Juliano, apóstata convicto e ferrenho, os
dois tiveram de abandonar a vida pública por pressão do monarca. Mas o
que o imperador queria mesmo é que João e Paulo, abandonassem a fé
cristã e adorassem os deuses romanos. Afinal, dois cristãos tão
populares como eles certamente eram exemplos a serem seguidos pelos
habitantes em geral.
Juliano fez tudo o que pôde para conseguir
seu intento, só não esperava encontrar tanta coragem e perseverança. O
imperador tentou atraí-los novamente para altos postos da corte, mas os
irmãos recusaram. Diante das investidas de Juliano, venderam todas as
propriedades que tinham e repartiram o dinheiro com os pobres. O fato
causou a ira de Juliano e eles acabaram sendo presos e processados.
Todavia
o imperador deu-lhes mais uma semana para que renunciassem à fé. Quando
o prazo venceu, deu mais dez dias e de nada adiantou. Tentou obrigá-los
a adorar uma estátua de Júpiter, o que somente possibilitou que
fizessem um eloqüente discurso a favor do seguimento de Jesus. Como não
se dobraram de maneira alguma, foram, finalmente, decapitados.
Segundo
consta nos registros da Igreja, João e Paulo foram secretamente
sepultados na casa do Monte Célio, na noite do dia 26 de junho de 362.
Eles foram os primeiros mártires da perseguição decretada por Juliano, o
Apóstata. Esses dados tão precisos estavam pintados nas paredes das
ruínas da residência quando, anos mais tarde, as relíquias dos dois
mártires foram localizadas, durante o governo do papa Dâmaso.
Esse
pontífice mandou erguer uma igreja no local, dedicada a são João e a
são Paulo, que foram mais do que irmãos de sangue. Foram também irmãos
de alma e de fé no testemunho de Cristo. Mais tarde, o papa Leão Magno
levantou em honra dos dois uma basílica e, no Vaticano, um mosteiro.
São João e São Paulo, rogai por nós!
São José Maria Robles Hurtado

A
condição da Igreja no México foi muito difícil desde que entrou em
vigor, em 5 de fevereiro de 1917, a nova Constituição anticlerical e
anti-religiosa, depois do longo período de ditadura que a antecedeu.
O
clero católico foi objeto de perseguições, ora mais ora menos intensas,
com muitos religiosos, leigos e sacerdotes sendo brutalmente
assassinados, exclusivamente por serem cristãos. Diga-se, mesmo, que não
existia processo, o julgamento era instantâneo e a sentença sumária.
Dentre
esses mártires encontramos padre José Maria Robles Hurtado. Ele nasceu
em Mascota, Jalisco, na diocese de Tepic, no dia 3 de maio de 1888. Foi
pároco de Tecolotlán, em Jalisco, onde difundia a fervorosa devoção ao
Sagrado Coração de Jesus. Tamanho era seu entusiasmo que escrevia
pequenas orações e poesias, que distribuía entre os fiéis para
enriquecer ainda mais o culto e louvar o Senhor.
Amado e querido
pelo seu rebanho, constituído de camponeses pobres e muito carentes.
Para melhor atendê-los, fundou a Congregação das "Irmãs do Coração de
Jesus Sacramentado".
Porém, no mês consagrado ao culto do Sagrado
Coração de Jesus, em junho de 1927, a horrenda perseguição atingiu a
sua paróquia em Tecolotlán, e ele foi levado e encarcerado.
Alguns
dias, ou horas antes de ser morto, padre José Maria escreveu uma
poesia, na qual expressou seus últimos desejos: "Desejo amar o teu
Coração, Jesus meu, com participação total, desejo amá-lo com paixão,
desejo amá-lo até o martírio. Com minh'alma te bendigo, meu Sagrado
Coração; diga-me: aproxima-se o instante da feliz e eterna união?"
No
dia 26 de junho de 1927, o padre José Maria, exatamente pelo grande
amor à Cristo, foi amarrado numa árvore, na serra da Quila, em Jalisco,
diocese de Autlan, e mantido assim até morrer. Dessa maneira, seguiu
para a feliz e eterna união no Sagrado Coração de Jesus, coroado com seu
martírio final.
O grupo de vinte e cinco mártires mexicanos no
qual estava incluso foi beatificado, em 1992, pelo papa João Paulo II.
Mais tarde, o mesmo pontífice, no ano de 2000, canonizou todos eles. A
festa de são José Maria Robles Hurtado foi designada para o dia 26 de
junho.
São José Maria Robles Hurtado, rogai por nós!
São Josemaria Escrivá de Balaguer

Josemaría
Escrivá de Balaguer nasceu em Barbastro, Huesca, na Espanha, no dia 9
de janeiro de 1902. Os pais, José e Dolores, tiveram seis filhos, sendo
que as três meninas mais novas morreram ainda criança. O casal deu aos
filhos uma profunda educação cristã.
Em 1915, a indústria de
tecido do pai faliu e a família mudou-se para Logronho, onde havia mais
trabalho. Nessa cidade, Josemaría reconheceu sua vocação religiosa.
Intuiu que Deus desejava algo dele, depois de observar na neve algumas
pegadas dos pés descalços de um frade. Em vez de ficar tentando
descobrir o que ele lhe pedia, decidiu primeiro tornar-se sacerdote.
Ingressou no seminário de Saragoça, onde também cursou direito como
aluno voluntário. Seu pai morreu em 1924, e ele se viu como chefe de
família. No ano seguinte, recebeu a ordenação sacerdotal e foi exercer o
seu ministério numa paróquia rural e, depois, em Saragoça também.
Com
autorização do seu bispo, em 1927 foi para Madri, com o objetivo de
formar-se em direito. Um ano depois, durante um retiro espiritual, pediu
a Deus para mostrar-lhe com clareza o que precisava ser feito e, assim,
funda a Opus Dei, um caminho moderno de evangelização para a Igreja.
Desde então, trabalhava na instituição, ao mesmo tempo que continuava
exercendo o seu ministério, especialmente entre os pobres e doentes.
Além disso, estudava na Universidade de Madrid e dava aulas para manter a
família.
A missão da Opus Dei é a de promover entre os fiéis
cristãos de qualquer condição social uma vida plenamente coerente com a
fé no meio do mundo e contribuir, assim, para a evangelização de todos
os ambientes da sociedade. Ou seja, difundir a mensagem de que todos os
batizados estão chamados a procurar a santidade e a dar a conhecer o
Evangelho, tal como recordou o Concílio Vaticano II.
Quando
rebentou a Guerra Civil espanhola, e com ela a perseguição religiosa,
ele exercitou o ministério na clandestinidade, até conseguir sair de
Madri e fixar residência em Burgos. Acabada a guerra, em 1939, regressou
a Madri e obteve o doutorado em direito. Nos anos que se seguiram,
dirigiu numerosos retiros para leigos, sacerdotes e religiosos.
Em
1946, fixou residência em Roma, fazendo o doutorado em teologia pela
Universidade Lateranense. É nomeado consultor de duas congregações da
Cúria Romana, membro honorário da Academia Pontifícia de Teologia e
prelado honorário do papa. De Roma desloca-se, em numerosas ocasiões, a
diversos países da Europa, América Central e do Sul, a fim de
impulsionar o estabelecimento e a consolidação da Opus Dei nessas
regiões.
Josemaría morreu em conseqüência de uma parada cardíaca,
no dia 26 de junho de 1975, em seu quarto de trabalho e aos pés de um
quadro de Nossa Senhora, a quem lançou o seu último olhar. Todavia a
Opus Dei já estava presente nos cinco continentes, contando com mais de
sessenta mil membros de oitenta nacionalidades.
Foi Beatificado
no dia 17 de maio de 1992 e foi canonizado em 6 de outubro de 2002 pelo
papa João Paulo II na praça de São Pedro em Roma. A festa litúrgica de
São Josemaría Escrivá de Balaguer é celebrada no dia 26 de junho. O seu
corpo repousa na igreja prelatícia de Santa Maria da Paz, em Roma.
A minha oração
“Querido Escrivá, amante da oração e do estudo, dai-nos a graça
de crescer em santidade no ordinário da nossa vida, no nosso trabalho,
na família e em tudo o que fizermos. Que Deus seja o centro da nossa
história! Amém!”
São Josemaria Escrivá de Balaguer, rogai por nós!
São Sigismundo (Zygmunt) Gorazdowski

Sigismundo
Gorazdowski nasceu em 1o de novembro de 1845, em Sanok, Polônia, numa
família muito religiosa, tendo saúde frágil desde a infância.
Após
concluir o segundo grau, entrou na faculdade de direito da Universidade
de Lwow. No segundo ano de faculdade, descobriu a vocação para o
sacerdócio, interrompeu o curso de direito e entrou para o Seminário
Maior em Lwow. A sua ordenação sacerdotal foi suspensa por causa do seu
grave estado de saúde. Os seus amigos escreveram em suas memórias: "A
não admissão à ordenação sacerdotal foi para Sigismundo um golpe muito
doloroso, sofreu moral e fisicamente, mas não perdeu a confiança no
Senhor Deus". Dois anos depois, o seu estado de saúde melhorou tanto que
pôde receber o sacramento da Ordem na catedral de Lwow, no dia 25 de
julho de 1871. Seu lema: "Ser tudo para todos, para salvar pelo menos
um".
Seu trabalho pastoral foi reconhecido pelo carisma
excepcional de unir o trabalho sacerdotal com o trabalho caritativo.
Descobrindo a grande pobreza espiritual de seus fiéis e várias
dificuldades no anúncio da mensagem evangélica, elaborou e editou
"Catecismo", que teve a tiragem de mais de cinqüenta mil exemplares.
Para
os jovens, preparou e editou "Conselhos e admoestações". Valorizando
muito os sacramentos, especialmente o da eucaristia, iniciou na
arquidiocese de Lwow a prática da primeira comunhão comunitária para as
crianças. Foi também o grande propagador de lembranças da primeira
comunhão e do sacramento da crisma. Padre Sigismundo nunca excluiu
ninguém de sua ação de caridade, dedicando-se, especialmente, aos
marginalizados pela sociedade e aos doentes vítimas de cólera.
Em
1877, padre Sigismundo iniciou suas atividades sacerdotais e
beneficentes em Lwow, e como vigário assumiu o trabalho de catequista em
várias escolas, continuando, sempre, o seu trabalho de editor e
redator. Preparou e editou "Princípios e normas de boa educação" para os
pais e educadores. Publicou, também, muitos artigos, principalmente
pastorais, sociais e pedagógicos. Criou a "Sociedade Bom Pastor", para
auxiliar os sacerdotes, e fundou a Casa de Trabalho Benévolo, para os
mendigos. Como consta nos relatórios dessa Casa, "muitos pobres
abandonaram a mendicância e, recuperando a sua dignidade, voltaram à
vida decente".
O abrigo para incuráveis e convalescentes foi uma
obra de misericórdia cristã em resposta às necessidades de pessoas
sofredoras e doentes, vítimas de uma lei do governo que obrigava os
enfermos a abandonarem o hospital após seis semanas de internação,
independentemente do estado de saúde. Escreveram na época: "Quando
ninguém soube acolher os infelizes e doentes desenganados... ele pensou
em construir um abrigo aos infelizes".
Não se pode esquecer do
"Instituto Menino Jesus" para as mães solteiras e as crianças
abandonadas. Atuou, ainda, na Sociedade de Santa Salomé, auxiliando as
viúvas pobres com seus filhos, e também na Sociedade das Costureiras
Pobres. Foi co-fundador da Associação das Sociedades Beneficentes na
Galícia, que coordenava e dirigia todas as obras cristãs de
misericórdia.
A fundação da escola e publicação do jornal
enfrentaram grande oposição dos inimigos da Igreja, o que proporcionou
muitas aflições, sofrimentos, incompreensões e humilhações ao padre
Sigismundo, praticamente até a sua morte.
Em 17 de fevereiro de 1884,
fundou a Congregação das Irmãs de São José - Irmãs Josefinas para
dirigir as suas obras beneficentes. A Congregação das Irmãs de São José,
fiel ao carisma de seu fundador, dirige institutos educacionais,
engaja-se no trabalho catequético, serve aos doentes, sofredores e
vítimas de todo tipo de pobreza. A congregação atua na Polônia,
Alemanha, França, Itália, Ucrânia e nas missões da África e da América
do Sul.
Sigismundo Gorazdowski morreu no dia 1o de janeiro de
1920, em Lwow. Na época, dizia-se que ele era "o olho do cego, a perna
do coxo e o pai dos pobres". Seu processo de beatificação foi iniciado
em 1989. No dia 26 de junho de 2001, o santo padre João Paulo II
beatificou esse apóstolo da misericórdia divina, cuja memória é
celebrada no dia 26 de junho. No dia 23 de outubro de 2005, foi
declarado santo pelo papa Bento XVI.
São Sigismundo Gorazdowski, rogai por nós!
São Vigílio
Vigílio
nasceu em Roma e vivia com a família na belíssima região montanhosa
trentina. Ele foi consagrado bispo de Trento por Ambrósio, que era bispo
de Milão e tinha autoridade por todo o norte da Itália.
Quando
de sua consagração, o papa era Sirício, um enérgico defensor do primado
romano por toda a comunidade cristã. Vigílio já havia declarado em
diversas correspondências que "o apóstolo Pedro em pessoa sobrevive no
bispo de Roma". Mas mesmo assim o papa permitia que Ambrósio tivesse
total autonomia de poder pelo norte da Itália, pois ali a estrutura
cristã não estava muito bem consolidada. Ambrósio era o terceiro bispo
de Trento e parte importante desse território ainda não estava
evangelizada.
Vigílio engajou-se de corpo e alma, sob tutela de
Ambrósio, a combater e erradicar o paganismo de sua região. Para
auxiliá-lo, recebeu mais três sacerdotes missionários, Sisínio, Martiro e
Alessandro, todos vindos do Oriente. Assim, os trabalhos avançavam,
pois percorriam todas as localidades pregando e catequizando a
população.
Ele se tornou respeitado pelo seu estilo humilde e
servil, pelo caráter reto e justo, e por sua amizade e caridade sem
distinção. Dessa forma, Vigílio conseguiu a conversão de muitas aldeias e
cidades pagãs, fazendo, por outro lado, muitos inimigos também.
Depois
de dez anos de trabalho missionário, uma tragédia ocorreu. Uma
discórdia em Sanzeno, entre os seguidores dos antigos cultos pagãos e um
cristão que se negava a venerar Saturno, acabou colocando parte da
população contra os três missionários, auxiliares de Vigílio. Eles foram
mortos e queimados.
Mesmo diante dessa fatalidade, Vigílio não
mudou seu comportamento. Humildemente, perdoou as pessoas que cometeram
tais atrocidades e recolheu as relíquias dos mártires missionários,
enviando-as para Constantinopla e Milão. O seu lema sempre fora "vencer
sucumbindo", por isso não esmoreceu, aplicando-o durante toda a sua vida
sacerdotal.
O bispo Vigílio morreu no dia 26 de junho de 405.
Segundo uma antiga tradição sobre seu martírio, ele teria sucumbido após
ter recebido alguns coices de cavalo, no Vale Rendena. Como não foi
socorrido, agonizou até a morte.
Suas relíquias mortais estão sob a guarda da catedral da diocese de Trento, onde são veneradas no dia do seu trânsito.
São Vigílio, rogai por nós!