Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus
Maria, Mãe de Deus
Maria, mãe de Deus
"Ela é a mulher forte que conheceu a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio". Mt 2,13-23
"A mulher cuja função, materna se dilatou, vindo a assumir, no Calvário, dimensões universais"
Papa Paulo VI
Hoje, oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo, o
calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima, no
mistério de sua maternidade divina. Escolha acertada, porque de fato Ela
é "a Virgem mãe, Filha de seu Filho, humilde e mais sublime que toda
criatura, objeto fixado por um eterno desígnio de amor" (Dante). Ela tem
o direito de chamá-lo "Filho", e Ele, Deus onipotente, chama-a, com
toda verdade, Mãe!
Foi a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental.
Substituiu o costume pagão das dádivas (strenae) e começou a ser
celebrada em Roma, no século IV. Desde 1931 era no dia 11 de outubro,
mas com a última revisão do calendário religioso passou à data atual, a
mesma onde antes se comemorava a circuncisão de Jesus, oito dias após
ter nascido.
Num certo sentido, todo o ano litúrgico segue as pegadas desta
maternidade,começando pela solenidade da Anunciação, a 25 de Março, nove
meses antes da Natividade. Maria concebeu por obra do Espírito Santo.
Como todas as mães, trouxe no próprio seio aquele que só ela sabia que
se tratava do Filho unigênito de Deus, que nasceu na noite de Belém.
Ela assumiu para si a missão confiada por Deus. Sabendo, por conhecer as
profecias, que teria também seu próprio calvário, enquanto mãe daquele
que seria sacrificado em nome da salvação da Humanidade. Deus se fez
carne por meio de Maria. Ela é o ponto de união entre o céu e a Terra.
Contribuiu para a obtenção da plenitude dos tempos. Sem Maria, o
Evangelho seria apenas ideologia, somente "racionalismo espiritualista",
como registram alguns autores.
O próprio Jesus através do apóstolo São Lucas (6,43) nos esclarece: "Uma
árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto".
Portanto, pelo fruto se conhece a árvore. Santa Isabel, quando recebeu a
visita de Maria já coberta pelo Espírito Santo, exclamou: "Bendita és
tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre." (Lc1,42). O
Fruto do ventre de Maria é o Filho de Deus Altíssimo, Jesus Cristo,
nosso Deus e Senhor. Quem aceita Jesus, fruto de Maria, aceita a árvore
que é Maria. Maria é de Jesus e Jesus é de Maria. Ou se aceita Jesus e
Maria ou se rejeita a ambos.
Por tomar esta verdade como dogma é que a Igreja reverencia, no primeiro
dia do ano, a Mãe de Jesus. Que a contemplação deste mistério exerça
em nós a confiança inabalável na Misericórdia de Deus, para nos levar ao
caminho reto, com a certeza de seu auxílio, para abandonarmos os apegos
e vaidades do mundo, e assimilarmos a vida de Jesus Cristo, que nos
conduz à Vida Eterna. Assim, com esses objetivos entreguemos o novo ano à
proteção de Maria Santíssima que, quando se tornou Mãe de Deus, fez-se
também nossa Mãe, incumbiu-se de formar em nós a imagem de seu Divino
Filho, desde que não oponhamos de nossa parte obstáculos à sua ação
maternal.
A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz.
Ninguém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do
que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de
cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o
amor ao próximo, o Cristo. Celebrar Maria é celebrar O nosso Salvador.
Dia da Paz, dia da Mãe Santíssima. Nos tempos sofridos e sangrentos em
que vivemos, um dia de reflexão e esperança.
BEM
AVENTURADA VIRGEM MARIA, MÃE DE DEUS
Antigamente, nesta data se celebrava a Circuncisão
do Menino Jesus. Atualmente, nela se celebra a Santíssima
Virgem, que o Concílio do Éfeso (ano 431) proclamou
“Theotókos” (Mãe de Deus).
Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando
este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!
Este título traz em si um dogma que
dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de
Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito
desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo
verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
No mesmo século, século IV, já ensinava o
bispo Santo Atanásio: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era
uma natureza humana. Segundo a divina escritura, o corpo do Senhor era
um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso”. Maria é,
portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a
relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição
da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade
Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade
continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita.
Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único
Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.
No terceiro Concílio Ecumênico em 431,
foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até
pessoas de igreja como Nestório, patriarca de Constantinopla, ensinava
de maneira errada que no mistério de Cristo existiam duas pessoas: uma
divina e uma humana; mas não é isso que testemunha a Sagrada Escritura.
porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas naturezas e não duas
pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é Mãe
de Deus.
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós!