São Caio

No
livro dos papas da Igreja, encontramos registrado que o papa Caio
nasceu na Dalmácia, atual território da Bósnia, de família cristã da
nobreza romana, ligada por parentesco ao imperador Diocleciano, irmão do
padre Gabino e tio de Suzana, ambos canonizados.
Caio foi eleito
no dia 17 de dezembro de 283. Governou a Igreja durante treze anos, num
período de longa trégua nas perseguições anticristãs, que já vinham
sendo bem atenuadas. Também ocorria uma maior abertura na obtenção de
concessões para as construções de novas igrejas, bem como para as
ampliações dos cemitérios cristãos. Ele contou com a ajuda de seu irmão,
padre Gabino, e da sobrinha Suzana, que se havia consagrado a Cristo.
Antes
de ser escolhido papa, os dois irmãos sacerdotes tinham transformado em
igreja a casa em que residiam. Lá, ouviam os aflitos, pecadores;
auxiliavam os pobres e doentes; celebravam as missas, distribuíam a
eucaristia e ministravam os sacramentos do batismo e do matrimônio. Isso
porque a Igreja não tinha direito à propriedade, pois não era
reconhecida pelo Império.
O grande contratempo enfrentado pelo
papa Caio deu-se no âmbito interno do próprio clero, devido à crescente
multiplicação de heresias, criando uma grande confusão aos devotos
cristãos. A última, pela ordem cronológica, na época, foi a de "Mitra".
Esta heresia era do tipo maniqueísta, de origem asiática, pela qual Deus
assumia em si a contraposição celeste da luz e da treva. Tal heresia e
outras ele baniu por completo, criando harmonia entre os cristãos.
Conforme
antigos escritos da Igreja, apesar do parentesco com o imperador o papa
se recusou a ajudar Diocleciano, que pretendia receber a sobrinha dele
como sua futura nora Segundo se verificou nos antigos escritos, esse
teria sido o motivo da ira do soberano ao assinar o severo decreto que
mandou matar todos os cristãos, começando pelos três parentes.
Papa
Caio morreu decapitado em 22 de abril de 296. A Igreja confirmou a sua
santificação e o seu martírio, até pelo fato de Diocleciano ter
encerrado por completo as perseguições somente no ano 303.
As
suas relíquias foram depositadas primeiro no cemitério de São Calisto.
Depois, em 631, foram trasladadas para a igreja que foi erguida no local
da casa onde ele viveu, em Roma. A Igreja o reverencia com o culto
litúrgico marcado para o dia de sua morte.
São Caio, rogai por nós!
Santa Maria Egipcíaca

Nasceu
no Egito no século V, e com apenas 12 anos tomou a decisão de sair de
casa, em busca dos prazeres da vida. Providencialmente, conheceu um
grupo de cristãos peregrinos que ia para o Santo Sepulcro, e os
acompanhou, apenas movida pelo interesse no passeio. Por
três vezes quis entrar na Igreja, mas não conseguiu. E uma voz interior
lhe fez perceber o quanto ela era escrava do pecado. Ela recorreu a
Virgem Maria, representada numa imagem que ali estava, e em oração se
comprometeu a um caminho de conversão. Ingressou na Igreja e saiu de seu
sepulcro.
Com a graça do Senhor ela pôde se arrepender e se propor a um caminho de purificação.
Ela
foi levada ao deserto de Judá, onde ficou por quarenta anos, e nas
tentações recorria sempre a Virgem Maria. Perto de seu falecimento,
padre Zózimo foi passar seus últimos dias também nesse deserto e a
conheceu, levou-lhe a comunhão e ela faleceu numa sexta-feira. O padre
ao encontrar seu corpo, enterrou-a como a santa havia pedido em um
recado.
Santa Maria Egipcíaca, rogai por nós!
Santa Senhorinha
Santa Senhorinha, modelo de oração, contemplação e trabalho
Religiosa Beneditina [925 – 982]
Origens
Santa Senhorinha foi uma abadessa beneditina portuguesa, canonizada
santa pela Igreja Católica em 1130. Seu nome original era Domitilla
Ufes. Senhorinha de Basto, era filha da condessa D. Teresa Soares e do
conde D. Ufo Ufes. Senhorinha fazia parte de uma família de nobres. Logo
após a morte prematura de sua mãe, D. Ufo Ufes, seu pai passou a
chamá-la de Senhorinha, que significa “pequena senhora”.
A vida monástica
Aos quinze anos de idade, recusou-se a
casar com um nobre pretendente, ingressando pouco tempo depois na vida
monástica, sob a guarda de sua tia materna D. Godinha, que também era
abadessa no Mosteiro de São João de Vieira do Minho, da ordem de São
Bento. Quando professou seu noviciado, fez os votos e adotou o nome de Irmã Senhorinha.
Abadessa
Anos mais tarde, quando estava com seus 36 anos, após a morte da sua
tia, que também se tornou santa, Santa Senhorinha tornou-se abadessa do
Mosteiro de São João de Vieira do Minho, transferindo-se pouco depois,
com as suas religiosas, para um mosteiro em São Jorge de Basto, no
município de Cabeceiras de Basto, passando a localidade a figurar no
nome da santa portuguesa.
Santa Senhorinha e a Espiritualidade de São Bento
Fidelidade e simplicidade
Muitos identificavam nela a
espiritualidade de São Bento, pois a sua vida foi marcada pela dedicação
à oração, ao trabalho e a sempre estar disposta a ouvir aqueles que se
aproximavam dela.
Páscoa
Santa Senhorinha faleceu no dia 22 de abril do ano de 982, aos
58 anos. Foi sepultada na igreja do mosteiro, próximo aos túmulos dos
santos, Santa Godinha e São Gervásio, respectivamente tia e irmão.
Devoção a Santa Senhorinha
Cidade de Basto (Portugal)
O padroeiro seria São Jorge, mas com
os vários milagres que aconteceram, devido à devoção à santa, como
quando o Bispo da cidade quis fazer o levantamento do seu túmulo e o
povo ali reunido pôde presenciar um grande milagre: um cego começou a
ver. E, entre outros milagres, estão o transformar a água em vinho,
acalmar tempestades e multiplicar farinha.
Fonte
A fonte de Senhorinha, que fica na igreja dela, é muito conhecida como
fonte de milagres, até hoje existe uma grande devoção a Santa
Senhorinha, como pelo fato de, naquela região, ainda hoje, muitos
aderirem ao nome de Santa Senhorinha.
Igreja
A Igreja é uma das mais antigas da arquidiocese de Braga,
e essa devoção milenar sempre é celebrada com uma grande festa,
mostrando também muito da fé que o povo tem na intercessão da Senhorinha
de Basto.
Minha oração
“Santa Senhorinha, tu que se
fizestes pequena e fiel às obrigações próprias da ordem religiosa,
faz-me ser fiel, pequena e obediente aos ensinamentos de Jesus para a
vida que Ele me vocaciona. Que meu coração nunca deixe de crer nos
pequenos milagres que acontecem na vida cotidiana. Faz-me ter um coração
orante e mãos trabalhadoras. Amém!”
Santa Senhorinha de Basto, rogai por nós!
São Sotero
Poucas
são as informações biográficas de Sotero. Foi papa entre 166 e 175,
período em que ser cristão era muito difícil e perigoso. Ele foi eleito o
sucessor do papa Aniceto, que morreu em 165. Nasceu na cidade de Fondi,
na Campânia, Itália, e seu pai se chamava Concórdio.
Durante o
seu pontificado, a Igreja ampliou-se bastante. Ele mesmo ordenou
inúmeros diáconos, sacerdotes e bispos; e seu pontificado foi exemplar.
Disciplinou, por meio das leis canônicas, a participação das mulheres na
Igreja, que até então não tinham seu caminho muito bem definido. Mas,
sobretudo, o papa Sotero combateu com grande valentia e coragem as
heresias que pairavam sobre a Igreja dos tempos iniciais do
cristianismo.
No seu tempo, foi extinta a heresia de Montano, que
propunha um exagerado rigor de costumes. Era uma doutrina de medo e de
pessimismo, porque o fim do mundo sempre poderia acontecer a qualquer
momento. Supondo isso, todos os cristãos deveriam viver numa santidade
irreal, renunciando ao matrimônio e buscando o sofrimento da penitência
constante, porque, segundo Montano, a Igreja não tinha faculdades para
perdoar os pecados. Essa doutrina, que também era defendida por
Tertuliano e, principalmente, Novaciano, foi condenada pela Igreja na
época do papa Sotero.
Ele defendeu a doutrina ensinada por Jesus
Cristo e que a Igreja sempre continuou praticando, ou seja, que para o
pecador verdadeiramente arrependido não existe pecado, por maior que
seja, a que não se possa conceder o perdão. Assim, desapareceu o clima
de rigor e pessimismo que tanto atormentava os cristãos, tão contrário
ao da doutrina do Evangelho, que prega o amor, o perdão, a alegria e a
esperança.
Outra característica do papa Sotero foi sua ardente
caridade para com os necessitados. Ele desejava que se vivesse como os
primeiros cristãos, citados nos textos dos apóstolos, onde "tudo era
comum entre eles" e onde "todos eram um só coração e uma só alma..."
Papa Sotero pedia esmolas para as dioceses mais ricas, para que fossem
distribuídas entre as mais pobres e esforçava-se "por tratar a todos com
palavras e obras, como um pai trata os seus filhos".
Ele foi um
eloqüente defensor dos cristãos perseguidos e deixou isso registrado na
carta que enviou especialmente para os de Corinto. Os vestígios dela
foram encontrados quando Eusébio de Cesaréia entregou a ele a eufórica
resposta de Dionísio, em agradecimento pelo conforto que o valoroso papa
levou aos corações aflitos pela morte iminente.
Provavelmente,
foi este corajoso apoio que levou ao martírio o papa Sotero, que morreu
em 20 ou 22 de abril de 175, pela perseguição do imperador Marco
Aurélio. Segundo uma antiga tradição, mantida pela Igreja, são Sotero é
homenageado no dia 22 de abril.
São Sotero, rogai por nós!