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domingo, 4 de outubro de 2009

Oração de São Francisco

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO


Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que
eu leve a união
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado
compreender que ser compreendido
amar que ser amado

Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a V
IDA ETERNA !

Paz e Bem!

***********

Obrigado Senhor

Obrigado Senhor pelos meus braços perfeitos
Quando há tantos mutilados.
Pelos meus olhos perfeitos...Quando há tantos cegos.
Pela minha voz que canta...Quando tantas emudecem.
Pelas minhas mãos que trabalham...Quando tantas mendigam.
É maravilhoso Senhor!
Ter um lar para voltar...Quando há tantos que não tem onde ir.
Sorrir...quando há tantos que choram.
Amar...quando há tantos que odeiam.
Sonhar...quando há tantos que se revolvem em pesadelos.
Viver... quando há tantos que morrem antes de nascer.
É maravilhoso Senhor, ter tão pouco a pedir e tanto para agradecer...
Obrigado Senhor!!

São Francisco das Chagas - Santuário de Canindé

São Francisco das Chagas

São Francisco das Chagas

Francisco nasceu em Assis, na Itália, em 1182, filho de Pedro e Pica Bernadone, ricos comerciantes.

Os pais eram ricos, mas trabalhadores, mas Francisco não gostava de trabalhar, adorava "curtir" e gastar o dinheiro do pai. O pai queria que fosse um nobre. Com 24 anos, renunciou toda a riqueza para desposar a "senhora pobreza" devolveu tudo o que era de seu pai, saiu sem até a roupa do corpo.

No início de sua conversão viveu como eremita, ficava junto à natureza, cantando louvores a Deus, muitos o consideravam louco, pois conheciam sua vida antiga, e aquela mudança radical não era compreendida. Francisco nem se importava, queria mais Deus, sentir mais, sua vida foi mudando cada dia mais.

Santuário de São Francisco das Chagas Canindé-CE


Na região onde Francisco vivia existiam diversas igrejinhas abandonadas e em ruínas. Certo dia estava rezando em uma dessas igrejas, que era dedicada a São Damião. Francisco rezava fervorosamente diante de um grande crucifixo, quando, tocado pela graça de Deus, ouviu uma voz que vinha da imagem de Cristo crucificado : "- Francisco, vai e restaura a minha casa. Vês que ela está em ruínas". Diante de tal ordem, ficou muito feliz e logo começou, sozinho a restaurar aquela igrejinha. Na sua imensa humildade não entendeu que Cristo o mandara restaurar a igreja católica, não aquela igrejinha, Jesus o chamava a ser santo, exemplo para muitos.

Parte em missão de paz e bem, seguindo na perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente, era feliz sendo pobre, quando via alguém mais pobre que ele, sentia-se pecador e não digno da graça de Deus. Dizia que a alegria perfeita existe quando o servo de Deus é humilhado e maltratado, pois assim imitando a Cristo, se desligaria das coisas do mundo e se uniria a Deus. Vivia sempre feliz e sorridente, passava fome e muita necessidade, faltava tudo, menos alegria e amor, foi assim que reuniu muitos irmãos que renunciaram suas vidas para seguir Jesus. Viviam todos da providência de Deus, não tinham posses, viviam a castidade e a obediência à igreja de Cristo.

Na última etapa de sua vida, recebeu no monte Alverne os estigmas de Cristo em 1224.

Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de santa Maria Maior, se encontra rodeado pelos seus filhos espirituais, e para eles e ao mundo recita o cântico das criaturas. "Altíssimo, onipotente e bom senhor, a ti, Altíssimo, são devidos, só a ti, Altíssimo, são devidos, e homem algum é digno de pronunciar teu nome".

Morreu deitado e cantando, muito feliz por ter sido sempre fiel à sua esposa a "Senhora pobreza" em 3 de outubro de 1226, o Santo da alegria e do bom humor, tinha 44 anos quando encontrou alegremente a irmã morte".

"Francisco, o mundo tem saudades de ti !" Papa João Paulo II, em visita ao Monte Alverne, 1993.

4 de outubro - Santo do dia

São Francisco de Assis

Filho de comerciantes, Francisco Bernardone nasceu em Assis, na Umbria, em 1182. Nasceu em berço de ouro, pois a família tinha posses suficientes para que levasse uma vida sem preocupações. Não seguiu a profissão do pai, embora este o desejasse. Alegre, jovial, simpático, era mais chegado às festas, ostentando um ar de príncipe que encantava.

Mas mesmo dado às frivolidades dos eventos sociais, manteve em toda a juventude profunda solidariedade com os pobres. Proclamava jamais negar uma esmola, chegando a dar o próprio manto a um pedinte por não ter dinheiro no momento. Jamais se desviou da educação cristã que recebeu da mãe, mantendo-se casto.

Francisco logo percebeu não ser aquela a vida que almejava. Chegou a lutar numa guerra, mas o coração o chamava à religião. Um dia, despojou-se de todos os bens, até das roupas que usava no momento, entregando-as ao pai revoltado. Passou a dedicar-se aos doentes e aos pobres. Tinha vinte e cinco anos e seu gesto marcou o cristianismo. Foi considerado pelo papa Pio XI o maior imitador de Cristo em sua época.

A partir daí viveu na mais completa miséria, arregimentando cada vez mais seguidores. Fundou a Primeira Ordem, os conhecidos frades franciscanos, em 1209, fixando residência com seus jovens companheiros numa casa pobre e abandonada. Pregava a humildade total e absoluta e o amor aos pássaros e à natureza. Escreveu poemas lindíssimos homenageando-a, ao mesmo tempo que acolhia, sem piscar, todos os doentes e aflitos que o procuravam. Certa vez, ele rezava no monte Alverne com tanta fé que em seu corpo manifestaram-se as chagas de Cristo.

Achando-se indigno, escondeu sempre as marcas sagradas, que só foram descobertas após a sua morte. Hoje, seu exemplo muito frutificou. Fundador de diversas ordens, seus seguidores ainda são respeitados e imitados.

Franciscanos, capuchinhos, conventuais, terceiros e outros são sempre recebidos com carinho e afeto pelo povo de qualquer parte do mundo.

Morreu em 4 de outubro de 1226, com quarenta e quatro anos. Dois anos depois, o papa Gregório IX o canonizou. São Francisco de Assis viveu na pobreza, mas sua obra é de uma riqueza jamais igualada para toda a Igreja Católica e para a humanidade. O Pobrezinho de Assis, por sua vida tão exemplar na imitação de Cristo, foi declarado o santo padroeiro oficial da Itália. Numa terra tão profundamente católica como a Itália, não poderia ter sido outro o escolhido senão são Francisco de Assis, que é, sem dúvida, um dos santos mais amados por devotos do mundo inteiro.

Assim, nada mais adequado ter ele sido escolhido como o padroeiro do meio ambiente e da ecologia. Por isso que no dia de sua festa é comemorado o "Dia Universal da Anistia", o "Dia Mundial da Natureza" e o "Dia Mundial dos Animais". Mas poderia ser, mesmo, o Dia da Caridade e de tantos outros atributos. A data de sua morte foi, ao mesmo tempo, a do nascimento de uma nova consciência mundial de paz, a ser partilhada com a solidariedade total entre os seres humanos de boa vontade, numa convivência respeitosa com a natureza.

sábado, 3 de outubro de 2009

Os candidatos a santos brasileiros

Eles podem alcançar a santidade

Há 60 processos de canonização no País. Conheça as histórias de homens e mulheres com boas chances de alcançar a santidade

"O brasileiro acordou para a causa dos santos"
Irmã Célia Cadorin, referência em canonizações no Brasil

A junta médica formada por especialistas das cidades de Varginha, Belo Horizonte (MG) e São Paulo debruçou-se sobre o caso de Ana Lúcia Meirelles Leite e sentenciou: a mineira de Caxambu tinha um buraco no coração e precisava ser operada às pressas, pois havia risco de morte. Corria o ano de 1995, Ana Lúcia estava com 49 anos e os médicos sabiam que lutavam contra o tempo.

A dona de casa tinha uma doença grave conhecida como CIA, sigla para comunicação intra-atrial, que fazia o sangue venoso se misturar ao arterial, dificultava a oxigenação sanguínea e sobrecarregava o pulmão. A cirurgia foi marcada para o dia 17 de julho, na capital paulista. Um dia antes da operação, Ana Lúcia teve febre altíssima e o procedimento foi adiado em uma semana.

DE CASA da esq. para a dir. estão padre Cícero, Antoninho Marmo, Nhá Chica, irmã dulce, padre Bento e padre donizetti, todos postulantes à santificação

A partir daí, ela começou a apresentar uma melhora inexplicável. "A falta de ar e o cansaço que eu sentia e me impediam de fazer tudo diminuíram sensivelmente", lembra Ana Lúcia, que abandonou a ideia da cirurgia. Apenas em abril de 1996, por insistência do médico Ítalo Nicollielo, o primeiro a fazer seu diagnóstico, ela se submeteu a uma bateria de exames diante do mesmo corpo clínico para avaliar, novamente, a necessidade de uma intervenção. A equipe constatou o fechamento da cavidade e a cura. "Não existe explicação científica para o que aconteceu", atesta Nicollielo.

Todos os créditos para essa história com final feliz são endereçados a uma mulata analfabeta, filha de mãe escrava e pai desconhecido, que ganhou fama na Minas Gerais do século XIX por seus conselhos sábios, sua devoção a Nossa Senhora e as graças que distribuía ao povo da região. Essa mesma mulher tem grandes chances de ser a primeira santa genuinamente brasileira - Madre Paulina, canonizada em 2002, realizou suas obras no País, mas é italiana.

Nascida Francisca de Paula de Jesus, na cidade de São João Del Rey, em 1810, venerada pelos fiéis como Nhá Chica, foi a ela que Ana Lúcia recorreu suplicando pela cura. "Rezava: 'Minha Nhá Chica, me deixa viver mais um pouco", lembra. "E ela deixou." Agora, a recuperação da mineira de Caxambu, com direito a depoimento do médico Ítalo Nicollielo, será anexada ao processo de canonização de Nhá Chica, já no Vaticano. O caso está sendo considerado, pelos postulantes da causa, como o primeiro milagre da mulata que viveu em Baependi.

Nhá Chica não é a única nessa corrida rumo à santidade. Existem outros candidatos a santo espalhados pelo Brasil. Nem todos estão tão bem encaminhados quanto ela, que é serva de Deus (leia quadro à pág. 95) e já tem parecer favorável do Vaticano quanto a um milagre. Mas o aumento dos processos nos últimos anos mostra que uma onda de canonizações nacionais se avizinha.

Não há um registro oficial de quantos processos de reconhecimento de santidade existem, já que cada uma das 258 dioceses do País se encarrega de tocar os seus. Sabe-se, porém, que, atualmente, há cerca de 60 causas em andamento. A estimativa é de irmã Célia Cadorin, 81 anos, a maior autoridade do País no assunto, responsável pela canonização de Madre Paulina, confirmada em 19 de maio de 2002, e de Frei Galvão, em 11 de maio de 2007.

A promoção de Nhá Chica, que faria companhia no mais alto dos céus a Frei Galvão, atualmente o único representante genuinamente brasileiro, começaria a fazer justiça à fé nacional. O Brasil é o maior país católico do mundo, com 145 milhões de fiéis. A Itália, por exemplo, com mais de 100 santos, tem apenas 57,7 milhões de devotos.

Questionada sobre as razões dessa distorção estatística, irmã Célia, que morou 20 anos em Roma, é categórica. "No Brasil ainda falta gente qualificada que entenda a importância e aceite a complexidade da burocracia da Santa Sé", diz. Ela mesma admite que, no começo da carreira como postuladora, há 26 anos, estranhava o rigor da Congregação para a Causa dos Santos, órgão do Vaticano que estabelece as regras para o processo de canonização.

Mas hoje entende. "Os santos são referências e a canonização é irrevogável", diz. "Todo cuidado é pouco quando o que se faz tem consequências eternas." O caminho, portanto, tem que ser difícil. Mas difícil não é impossível. E foi isso que a religiosa mostrou quando conseguiu canonizar Madre Paulina e Frei Galvão. "O brasileiro acordou para a causa dos santos", resume.

Não existe explicação científica para o que aconteceu com Ana Lúcia"
Ítalo Nicollielo, médico

Baependi, localidade no sul de Minas onde Nhá Chica construiu sua obra, está mais do que desperta. Embora já não participe da vida da cidade há 114 anos - ela morreu em 1895 -, as histórias da mulata milagreira continuam vivas por lá.

No município de 20 mil habitantes, onde as mortes são anunciadas pelo sistema de altofalantes instalados em duas igrejas, os mais idosos permanecem como guardiões dos casos mais interessantes da mulher que, de tão santa, chegava a levitar, garantem seus devotos. O excomerciante César Solmé, 93 anos, conta que recebeu pelo menos duas graças. Uma foi ter sobrevivido a um ataque do coração e outra foi ver o filho sair ileso de um grave acidente. "Componho sonetos e músicas para ela", afirma.

Até a canonização de Madre Paulina e, sobretudo, de Frei Galvão, o brasileiro mantinha uma distância respeitosa dos seus santos de devoção. Afinal, boa parte deles viveu uma realidade tão diferente, em um passado tão distante, que era impossível estabelecer vínculos que ultrapassassem o plano da fé, essa sim universal.

Com a canonização de Frei Galvão, as pessoas viram que um homem que teve a vida marcada pela história nacional - seu pai o matriculou na ordem franciscana temendo a perseguição dos jesuítas pelo marquês de Pombal, por exemplo - podia ser santo.

E essa aproximação também ajudou a desmistificar a figura do santificado, tido como uma pessoa perfeita. Esses dois fatores foram decisivos para a explosão que se vê nas candidaturas hoje. De repente, o pároco da cidade, a freira e até as pessoas comuns passaram a ser vistos como candidatos em potencial. E figuras que eram santificadas pelo povo, mas ignoradas pela hierarquia católica, começam a buscar seu lugar no céu.

Um dos melhores exemplos de força da fé popular vem do Ceará e tem um nome bastante conhecido. Padre Cícero ou simplesmente Padim Ciço. Ele nasceu Cícero Romão Batista, no município de Crato, em 1844, e foi político e líder religioso ao mesmo tempo. A fé em torno de sua figura é tamanha que se criou uma espécie de mitologia própria, com histórias que beiram a fantasia.

"Isso pode ser negativo", ressalva irmã Célia. Segundo ela, quando a história de um candidato a santo é aumentada na fé popular sem que haja documentação para prová-la, fica difícil dar início a um processo de canonização. "Mas sei que tem gente trabalhando no Ceará para levantar documentação do padre Cícero", revela a religiosa. "E ele é um forte candidato."

Segundo os especialistas, a lógica da santificação é simples: quanto mais postulantes, mais chances. Afinal, como disse o papa João Paulo II, o pontífice que mais canonizou santos - 482 em 26 anos de pontificado -, em sua visita ao Brasil em 1991, o Brasil não precisa só de santos, o Brasil precisa de muitos santos.

A diocese de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, seguiu à risca a orientação papal. Poucos casos estão tão bem documentados quanto o do padre Donizetti, que foi pároco de Tambaú, cidade de 22 mil habitantes distante 270 quilômetros da capital paulista, de 1926 a 1961. O processo pela canonização do religioso, nascido Donizetti Tavares de Lima, em Santa Rita de Cássia, Minas Gerais, foi aberto em 1982.

Ele sofreu algumas interrupções, mas foi retomado com força depois da canonização de Frei Galvão. Hoje, Tambáu respira padre Donizetti. Casas, lojas, hotéis, restaurantes e as onipresentes sorveterias locais exibem, orgulhosos, a imagem do candidato a santo, que teve seu processo encaminhado a Roma no dia 14 de setembro. "Em Tambaú, falar das graças do padre parece conversa de boteco", brinca Anderson Donizetti Ramos da Silva, 36 anos, sobre o assunto preferido da população local.

Estima-se que hoje, no Brasil, existam 2,7 milhões de Donizettis com menos de 45 anos. Na cidade, é verdade incontestável que todos foram batizados para homenagear o pároco. Há até a Missa dos Donizettis, feita anualmente no Santuário Nossa Senhora Aparecida. Donizetti Batista Prado, 53 anos, empresário da cidade, é presença garantida.

"Minha mãe tinha sofrido complicações durante a gravidez da minha irmã, nove anos mais velha do que eu", explica. Os médicos disseram que Ilda Prado, hoje com 82 anos, não poderia mais ter filhos. Mas, contrariando os prognósticos, ela engravidou. Prado veio ao mundo em 3 de janeiro, a mesma data de nascimento do pároco, que foi seu padrinho de batismo.

São tantas histórias de graças alcançadas que temos dificuldade para acompanhar os relatos", conta José Adílson Pieruzzi, 70 anos, presidente da Associação de Fiéis do Padre Donizetti.

Empresário, ele dedica seu tempo à administração da associação que reúne não só histórias, mas também fundos para a canonização do religioso. Fazer um santo, além de dar trabalho, custa caro - pelo menos R$ 90 mil. "Mas estamos em uma situação confortável", diz Pieruzzi. Segundo suas estimativas, a associação tem cerca de 400 filiados que pagam uma taxa anual de R$ 25 e se comprometem a ajudar sempre que há alguma despesa imprevista. "Estamos com R$ 57 mil em caixa", conta.

Transformar um homem em santo é um processo demorado, cansativo e meticuloso. São, pelo menos, 12 anos de dedicação para alçar uma pessoa a essa condição. E quase nunca se executa todo o trabalho de maneira contínua. Os processos sofrem interrupções das mais variadas naturezas. Às vezes, o postulador passa anos em busca de um documento.

Outras, o dinheiro de quem financia a causa - uma ordem ou congregação religiosa ou doações de devotos para a diocese - acaba. Não raro, o próprio postulador morre e o Vaticano ordena o fechamento até que alguém com competência reconhecida se disponha a assumir o processo. Um exemplo emblemático é o da canonização do beato José de Anchieta.

Foram 378 anos de trabalho marcados por interrupções que chegaram a durar mais de 100 anos. "A Igreja não tem pressa", diz irmã Célia. A Igreja também é democrática no acolhimento das candidaturas. Há crianças entre os postulantes, por exemplo. Uma delas é Antônio da Rocha Marmo, que nasceu em 1918 na capital paulista e morreu de tuberculose aos 12 anos. "Estamos esperançosos", afirma o padre Paulo Afonso Alves Sobrinho, vice-postulador do processo.

"Quando o caso não exige relatos de quem viu o candidato a santo em vida, as coisas fluem com mais tranquilidade", explica. A onda de devoção em torno de Antoninho existe desde a década de 30 - foi ela que empurrou a causa adiante. Mas só em outubro de 2007 começou o processo formal, acolhido pelo Vaticano: Antoninho já é servo de Deus. Irmã Dulce, a freira baiana visitada em duas ocasiões pelo papa João Paulo II, é outra que está bem encaminhada.

A religiosa que nasceu em 1914 e morreu em 1992 foi declarada venerável em janeiro deste ano. Agora basta comprovar um milagre para que ela se torne beata. "Temos duas histórias fortes que contam curas inexplicáveis", revela Oswaldo Gouveia, que coordena a divisão de Memória e Cultura das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Segundo Gouveia, os dois casos escolhidos foram pinçados de um catálogo de quatro mil graças registradas no memorial instalado na Bahia.

Como o Vaticano ainda não avaliou os casos, eles permanecem em sigilo. Mas sabe-se que uma das histórias trata de uma complicação aparentemente irreversível durante um parto. "A mãe teve hemorragia grave e estava desenganada", conta Gouveia. A mulher, então, invocou irmã Dulce e se salvou.

Manter a estrutura que um candidato a santo requer em seu quartelgeneral também não é fácil. Que o diga a pequena Tambaú. Semanalmente, a casa de padre Donizetti é visitada por uma média de três mil romeiros.

Todos disputam relíquias do padre. Quando vivo, o sacerdote não aprovava essa reverência. Pedia que quem recebesse graças invocando seu nome as atribuísse a Nossa Senhora. Até que, em 1954, um vendedor de vinhos chamado Constante Marcassa visitou o padre reclamando de fortes dores no joelho.

Com uma bênção, a dor se foi. "Como comerciante, ele viajava muito e espalhou a história", diz Francisco Donizetti Sartori, que integra a comissão histórica pela causa. Em pouco tempo, Tambaú virou um centro de romarias. No auge, em 1955, um rio de gente desaguava dos trens da linha Mogiana, inundando com 30 mil romeiros a cidade que então tinha pouco mais de 18 mil habitantes. A maioria das curas atribuídas a ele teria se dado durante essas peregrinações. São milhares de muletas, centenas de garrafas de aguardente, óculos de grau e partes do corpo humano em cera guardados na casa como testemunhos dos milagres.

Apenas duas histórias de milagres, comprovadas por centenas de documentos e análises médicas e teológicas, são necessárias para o Vaticano referendar a santidade de um candidato. Mas, normalmente, antes de o primeiro papel pousar na Cúria Romana, o povo já alçou seu santo ao altar. Caso do padre Bento Dias Pacheco, filho único de família rica que nasceu em 1819, em Itu, a 90 quilômetros da capital paulista.

Para ele, a vida se resumiu a banhar, alimentar e limpar as feridas de um grupo de párias: os leprosos. "No começo, padre Bento tinha nojo dos infectados", admite Maria Claudete Camargo, estudiosa do religioso. Mas ele superou os preconceitos e, aos poucos, tomou gosto pelo trabalho. "Essa é uma história de superação dos próprios limites", diz o padre Francisco Rossi, vice-postulador da causa do padre Bento.

Em pouco tempo, o sacerdote já abraçava e beijava os doentes, com quem dividia o mesmo teto. Apesar do contato direto, nunca contraiu a doença e morreu aos 92 anos. Seu último desejo foi ser enterrado no cemitério dos leprosos. "A gente sentia um misto de admiração e medo da história dele", diz Maria Lúcia Caselli, 76 anos, moradora de Itu desde 1938.

Em agosto de 1985 foi aberto o processo pela canonização do padre, na diocese de Jundiaí. Mas, como nos outros casos, foi só depois da canonização de Frei Galvão que a causa engrenou. "Em outubro de 2007 enviamos toda a documentação que reunimos ao Vaticano", afirma padre Rossi. Foram 27 pastas com documentos. Para muitos, tanto trabalho já deveria ter dado frutos. "Se ele fosse de alguma ordem ou congregação, as coisas talvez andassem mais rapidamente", polemiza uma admiradora. Mas paciência é fundamental em casos como esse.

A irmã Célia sabe disso. Embora não participe, oficialmente, de todos os processos que correm hoje no Brasil, ela é invariavelmente consultada por quem quer dar início a uma canonização.

Conhecida como a fazedora de santos, a religiosa é referência no meio e não se incomoda em receber a todos. Mas hoje ela mesma reconhece as dificuldades que tem para trabalhar. Com problemas de locomoção desde um acidente sofrido em 2001 - ela se movimenta com um andador -, a freira se esforça para passar tudo o que aprendeu aos futuros postuladores brasileiros.

A preocupação em criar uma onda de canonizações é tamanha que até o final do ano espera lançar uma apostila com cerca de 40 páginas detalhando, em português, o passo a passo para fazer um santo. "Com o avanço da ciência, que tem explicação para tudo, está cada vez mais difícil provar milagres e fazer santos, mas é um trabalho que vale a pena", diz.

A julgar pela quantidade de candidatos à santificação no País, não é só ela que pensa assim. Com trabalho sério dos postuladores e boa vontade do Vaticano, o Brasil está bem encaminhado. Afinal, tudo indica que nossos santos de casa fazem milagre sim. Só falta o reconhecimento formal.

3 de outubro - Santo do dia

Protomártires do Brasil

Dentro da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu. Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros.

No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral. No dia 15 de julho chegou em Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, os ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava. Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares.

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto. Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de Fortaleza. Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos.

Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos de Deus. Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi. Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de outubro. Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário. Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia. Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".

A 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa João Paulo II beatificou os 30 protomártires brasileiros, sendo 2 sacerdotes e 28 leigos beatificados.

Protomártires do Brasil, rogai por nós!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

2 de outubro - Santo do dia

Santo Anjo da Guarda

Deus, que criou todas as coisas, criou também os anjos, para que o louvem, obedeçam e atendam. Criou-os para serem eternamente felizes e para que nos ajudem e guiem, especialmente toda a sua Igreja. Entretanto uma grande parte desses anjos cometeu o grave pecado da soberba, desejando tornar-se iguais ao próprio Criador. Por isso Deus os condenou e os precipitou no inferno, onde permanecerão para todo o sempre. Esses anjos rebeldes são chamados espíritos maus, diabos ou demônios, e têm como chefe Satanás.

Os anjos que ficaram fiéis a Deus são os chamados anjos bons ou simplesmente: anjos. Dentre esses é que Deus escolhe nosso Anjo da Guarda, que é pessoal e exclusivo, cuja função é proteger-nos até o retorno da nossa alma à eternidade. Ele nos ampara e nos defende dos perigos com que os espíritos maus nos tentam, na nossa vida terrena. "Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra" (Sl 90,11-12).

Os Anjos da Guarda estão repletos de dons e privilégios especiais, com uma missão insubstituível ao longo da criação. Eles possuem a natureza angélica espiritual, que é a síntese de toda a beleza e de todas as virtudes de Deus, por isso impossível de ser representada.

Em um dos seus textos, são Francisco de Sales esclarece que a tarefa dos anjos é levar as nossas orações à bondade misericordiosa do Altíssimo e de informar-nos se elas foram atendidas. Assim sendo, as graças que recebemos nos são dadas por Deus, que é o princípio e o fim de nossa vida, através da intercessão de nosso Anjo Bom.

Deus confiou cada criatura a um Anjo da Guarda. Esta é uma verdade que está em várias páginas da Sagrada Escritura e na história das tradições da humanidade, sendo um dogma da Igreja Católica, atualmente também confirmado pelos teólogos. A devoção dos anjos é mais antiga até que a dos próprios santos, ganhando maior vigor na Idade Média, quando os monges solitários receberam a companhia dessas invisíveis criaturas, cuja presença era sentida nas suas vidas de silenciosa contemplação e íntima comunhão espiritual com Deus-Pai.

Todavia o Eterno Guardião, como o Anjo da Guarda também é chamado, tão solicitado e cuidado durante a infância, está totalmente esquecido no cotidiano do adulto, que, descuidando de sua exclusiva e própria companhia, não se apercebe mais de sua angélica presença. Mas este espírito puro continua vigilante, constante dos pensamentos e de todas as ações humanas.

O Anjo da Guarda é um ser mais perfeito e digno do que nós, criaturas humanas. Não podemos ignorá-lo. Devemos amá-lo, respeitá-lo e segui-lo, pois está sempre pronto a proteger-nos, animar e orientar, para cumprirmos a missão da vida terrena, trilhando o caminho de Cristo e, assim, ingressarmos na glória eterna.

A celebração especialmente dedicada aos Anjos da Guarda começou na Espanha, no final do ano 400, propagando-se por toda a Europa em poucos séculos. Antes, ela ocorria no dia 29 de setembro, junto com a do arcanjo Miguel, guardião e protetor por excelência. O dia 2 de outubro foi fixado em 1670, pelo papa Clemente X, para celebrar separadamente o nosso santo Anjo da Guarda.

E para ele a Igreja ditou uma das mais belas orações, que diz:

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina, agora e sempre. Assim seja".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Santa Teresinha do Menino Jesus

Santa Teresinha do Menino Jesus, Virgem e Doutora da Igreja

(+ Lisieux, França, 1897)

Discreta e silenciosa, durante a vida quase não chamou a atenção sobre si. Parecia uma freira comum, sem nada de excepcional. Faleceu aos 24 anos, tuberculosa, depois de passar terríveis sofrimentos. Enquanto agonizava, ouvia duas freiras comentarem entre si, do lado de fora de sua cela: "Coitada da Irmã Teresa! Ela não fez nada na vida... O que nossa Madre poderá escrever sobre ela, na circular em que dará aos outros conventos a notícia da sua morte?"

Assim viveu Santa Teresinha, desconhecida até mesmo das freiras que com ela compartilhavam a clausura do Carmelo. Somente depois de morta seus escritos e seus milagres revelariam ao mundo inteiro a verdadeira envergadura da grande Santa e Mestra da espiritualidade. A Jovem humilde carmelita que abriu, na espiritualidade católica, um caminho novo para atingir a santidade (a célebre "Pequena Via"), foi declarada pelo Papa João Paulo II Doutora da Igreja.

1º de outubro - Santo do dia


Santa Teresinha do Menino Jesus

"Não quero ser santa pela metade, escolho tudo".
A santa de hoje nasceu em Alençon (França) em 1873 e morreu no ano de 1897. Santa Teresinha não só descobriu que no coração da Igreja sua vocação era o amor, mas sabia que o seu coração - e o de todos nós - foi feito para amar. Nascida de família modesta e temente a Deus, seus pais (Luís e Célia) tiveram oito filhos antes da caçula Teresa: quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Teresinha entrou com 15 anos no Mosteiro das Carmelitas em Lisieux, com a autorização do Papa Leão XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.

Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela salvação das almas e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, esteve como criança para o pai, livre, igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e, tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou um lindo e possível caminho de santidade: infância espiritual.

O mais profundo desejo do coração de Teresinha era ter sido missionária "desde a criação do mundo até a consumação dos séculos". Sua vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia "História de uma alma" e, como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam a Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos da terra.

Morreu de tuberculose, com apenas 24 anos, no dia 30 de Outubro de 1897 dizendo suas últimas palavras: "Oh!...amo-O. Deus meu,...amo-Vos!"

Após sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos. A chuva de rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. A beatificação em 1923, a canonização em 1925 e declarada "Patrona Universal das Missões Católicas" em 1927, atos do Papa Pio XI. E a 19 de outubro de 1997, o Papa João Paulo II proclamou Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face doutora da Igreja.


Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós