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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Santo do dia - 25 de abril

São Marcos

O evangelho de são Marcos é o mais curto se comparado aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a paixão de Jesus quando era ainda criança.

Ele pregou quando seus apóstolos se espalhavam pelo mundo, transmitindo para o papel, principalmente, as pregações de são Pedro, embora tenha sido também assistente de são Paulo e são Barnabé, de quem era sobrinho.

Marcos, ou João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio são Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém. Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição.

Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando o jovem começou, então, a preparar o segundo evangelho. Nessa piedosa cidade, prestou serviço também a são Paulo, em sua primeira prisão. Tanto que, quando foi preso pela segunda vez, Paulo escreveu a Timóteo e pediu que este trouxesse seu colaborador, no caso, Marcos, a Roma, para ajudá-lo no apostolado.

Ele escreveu o Evangelho a pedido dos fiéis romanos e segundo os ensinamentos que possuía de são Pedro, em pessoa. O qual, além de aprová-lo, ordenou sua leitura nas igrejas.

Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no deserto". Daí ser representado com um leão aos seus pés, porque o leão, um dos animais símbolos da visão do profeta Ezequiel, faz estremecer o deserto com seus rugidos.

São Marcos na Igreja primitiva fez um lindo trabalho missionário, que não teve fim diante da prisão e morte dos amigos São Pedro e São Paulo. Por isso, evangelizou no poder do Espírito Alexandria, Egito e Chipre, lugar onde fundou comunidades. Ficou conhecido principalmente por ter sido agraciado com o carisma da inspiração e vivência comunitária, que deram origem ao Evangelho querigmático de Jesus Cristo segundo Marcos.

Levando seu Evangelho, partiu para sua missão apostólica. Diz a tradição que são Marcos, depois da morte de são Pedro e são Paulo, ainda viajou para pregar no Chipre, na Ásia Menor e no Egito, especialmente na Alexandria, onde fundou uma das igrejas que mais floresceram.

Ainda segundo a tradição, ele foi martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa. Mais tarde, as suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o ano 828.

São Marcos, rogai por nós!

domingo, 24 de abril de 2011

Domingo da Páscoa na Ressurreição

Domingo de Páscoa
O Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, é o dia em que até mesmo a mais pobre igreja se reveste com seus melhores ornamentos, é o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo. É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor e alegria que se fundem pois se referem na história ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.
São Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais". Não se pode compreender nem explicar a grandeza da Páscoa cristã sem evocar a Páscoa Judaica, que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam, como festejaram os hebreus há três mil anos. O próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena, segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida, em cuja Páscoa aconteceu na ceia e na istituição da Eucaristia.

Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus. A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial. A festa da Páscoa é, antes de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os evangelistas fizeram referência. São Paulo confirma como o historiador que se apoia, não somente em provas, mas em testemunhos.



Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d'Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz?, pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.

Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desolusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada.

A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição?, a proclamo?; creio em minha vocação e missão cristã, a vivo?; creio na ressurreição futura? , é alento para esta vida?, são perguntas que devem ser feitas.
A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: " Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele"

Evengelho do dia

EVANGELHO DO DIA

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68

DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 20,1-9.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão, ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer, pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Comentário ao Evangelho do dia feito por: São Máximo de Turim

«Eis o dia que o Senhor fez» (Sl 117, 24)

Deixemos irromper a nossa alegria, meus irmãos, hoje como ontem. Apesar de as sombras da noite terem interrompido o nosso regozijo, o dia santo não terminou [...]: a claridade que a alegria do Senhor espalha é eterna. Cristo iluminou-nos ontem; ainda hoje a Sua luz resplandece. «Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje» diz o bem-aventurado apóstolo Paulo (Heb 13, 8). Sim, para nós Cristo fez-Se dia. Para nós, Ele nasceu hoje, como o anuncia Deus Seu Pai pela voz de David: «Tu és Meu filho; Eu hoje Te gerei» (Sl 2, 7). Que significa isto? Que Ele não engendrou o Seu filho um dia, mas que Ele próprio O engendra dia e noite. [...]

Sim, Cristo é nosso hoje: esplendor vivo e sem declínio, Ele não cessa de inflamar o mundo que sustém (Heb 1, 3) e este clarão eterno parece ser apenas um dia. «A Teus olhos, mil anos são como um só dia», exclama o profeta (Sl 89, 4). Sim, Cristo é este dia único, porque única é a eternidade de Deus. Ele é o nosso hoje: o passado, desaparecido, não Lhe escapa; o futuro, desconhecido, não tem segredos para Ele. Luz soberana, Ele tudo abraça, tudo conhece, está presente em todos os tempos e possui-os todos. Perante Ele, o passado não pode ruir nem o futuro esquivar-se. [...] Este hoje não é o tempo em que, segundo a carne, Ele nasceu da Virgem Maria, nem aquele em que, segundo a divindade, Ele sai da boca de Deus Seu Pai, mas sim o tempo em que ressuscitou dos mortos: «Ele ressuscitou Jesus, diz o apóstolo Paulo; conforme está escrito no salmo II: «Tu és Meu filho; Eu hoje Te gerei»» (Act 13, 33).

Na verdade, Ele é o nosso hoje quando, saído da noite densa dos infernos, incendeia os homens. Na verdade, Ele é o nosso dia, aquele que as negras conspirações dos Seus inimigos não puderam obscurecer. Nenhum dia soube melhor do que este acolher a Sua luz: a todos os mortos, Ele deu o dia e a vida. A velhice tinha atirado os homens para a morte; Ele ergueu-os no vigor do Seu hoje.

24 de abril - Santo do dia

São Fidelis de Sigmaringen

Ele nasceu numa família de nobres em 1577, na cidade de Sigmaringen, na Alemanha, e foi batizado com o nome de Marcos Reyd. Na Universidade de Friburgo, na Suíça, estudou filosofia, direito civil e canônico, onde se formou professor e advogado em 1601.

Durante alguns anos, exerceu a profissão de advogado em Colmar, na Alsácia, recebendo o apelido de "advogado dos pobres", porque não se negava a trabalhar gratuitamente aos que não tinham dinheiro para lhe pagar.
Até os trinta e quatro anos, não tinha ainda encontrado seu caminho definitivo, até que, em 1612, abandonou tudo e se tornou sacerdote. Ingressou na Ordem dos Frades Menores dos Capuchinhos de Friburgo, vestindo o hábito e tomando o nome de Fidelis. Escreveu muito, e esses numerosos registros o fizeram um dos mestres da espiritualidade franciscana.

Como era intelectual atuante, acabou assumindo missões importantes em favor da Igreja e, a mando pessoal do papa Gregório XV, foi enviado à Suíça, a fim de combater a heresia calvinista. Acusado de espionagem a serviço do imperador austríaco, os calvinistas tramaram a sua morte, que ocorreu após uma missa em Grusch, na qual pronunciara um fervoroso sermão pela disciplina e obediência dos cristãos à Santa Sé.

Em suas anotações, foi encontrado um bilhete escrito dez dias antes de sua morte, dizendo que sabia que seria assassinado, mas que morreria com alegria por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando foi ferido, por um golpe de espada, pelos inimigos, pôs-se de joelhos, perdoou os seus assassinos e, rezando, abençoou a todos antes de morrer, no dia 24 de abril de 1622.
O papa Bento XIV canonizou são Fidelis de Sigmaringen em 1724.

São Fidelis de Sigmaringen, rogai por nós!

sábado, 23 de abril de 2011

Sábado de Aleluia

Sábado de Aleluia

Para muitos, o Sábado de Aleluia é apenas um dia de faxina ou de preparação para a Páscoa. No entanto, esse dia sem liturgia tem um significado espiritual próprio. Jesus morreu por nós, e permaneceu três dias no sepulcro. Assim, também deveríamos nos dedicar com plena consciência ao teor espiritual desse dia. Isso acontece melhor em meio ao silêncio, quando nos posicionarmos quanto à verdade e à situação sepulcral de nós mesmos.

Cristo desceu ao reino da morte, ao Hades, o reino das sombras. Posso imaginar como Jesus desce aos cantos tenebrosos de minha própria existência. O que excluo da vida? Quais os lugares para os quais não gosto de olhar? Onde foi que tratei de recalcar alguma coisa, empurrar algo para as câmaras escuras de minha alma? Para onde me nego a olhar? O que pretendo esconder de mim mesmo, dos outros e de Deus? Jesus propõe-se descer exatamente a esses rincões da morte e da escuridão, para mexer em tudo o que há de escuro e rançoso em mim, tudo o que há de mortiço e entorpecido, e então despertar-me para a vida.

Os ícones da Igreja oriental sempre representam a ressurreição de Jesus com Cristo subindo do reino dos mortos, trazendo consigo os mortos pela mão. No dia de Sábado de Aleluia permito que Cristo desça até o meu reino dos mortos, para que tome todos os mortos pela mão, inclusive o que há de morto em mim mesmo, e nos reconduza à luz, a fim de despertar-nos para a vida.
Cristo esteve no sepulcro. Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria situação sepulcral. O que me caberia enterrar? Que feridas em minha história de vida precisam ser enterradas de uma vez por todas? Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como armas para agredir as outras pessoas. Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem uma recriminação tácita aos que feriram em algum momento. Com isso, posso descartar minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente.

Pretendo sepultar também os sentimentos de culpa que consomem e dos quais não consigo me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para libertar-me. Quando paro de andar em círculos em torno de minha culpa, aí sim realmente posso despertar para a vida nova.

No Sábado de Aleluia desço até meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida. Cristo desceu ao sepulcro de meu medo, minha resignação, minha autocompaixão e minha morbidez, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo de minha alma. Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar acerca de meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.

Transcrito: Franciscanos

23 de abril - Santo do dia

São Jorge

A existência do popularíssimo são Jorge, por vezes, foi colocada em dúvida. Talvez porque sua história sempre tenha sido mistura entre as tradições cristãs e lendas, difundidas pelos próprios fiéis espalhados entre os quatro cantos do planeta.

Contudo encontramos na Palestina os registros oficiais de seu testemunho de fé. O seu túmulo está situado na cidade de Lida, próxima de Tel Aviv, Israel, onde foi decapitado no século IV, e é local de peregrinação desde essa época, não sendo interrompida nem mesmo durante o período das cruzadas. Ele foi escolhido como o padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha, Portugal, Lituânia e Inglaterra e um sem número de localidades no mundo todo. Até hoje, possui muitos devotos fervorosos em todos os países católicos, inclusive no Brasil.

A sua imagem de jovem guerreiro, montado no cavalo branco e enfrentando um terrível dragão, obviamente reporta às várias lendas que narram esse feito extraordinário. A maioria delas diz que uma pequena cidade era atacada periodicamente pelo animal, que habitava um lago próximo e fazia dezenas de vítimas com seu hálito de fogo. Para que a população inteira não fosse destruída pelo dragão, a cidade lhe oferecia vítimas jovens, sorteadas a cada ataque.

Certo dia, chegou a vez da filha do rei, que foi levada pelo soberano em prantos à margem do lago. De repente, apareceu o jovem guerreiro e matou o dragão, salvando a princesa. Ou melhor, não o matou, mas o transformou em dócil cordeirinho, que foi levado pela jovem numa corrente para dentro da cidade. Ali, o valoroso herói informou que vinha da Capadócia, chamava-se Jorge e acabara com o mal em nome de Jesus Cristo, levando a comunidade inteira à conversão.

De fato, o que se sabe é que o soldado Jorge foi denunciado como cristão, preso, julgado e condenado à morte. Entretanto o momento do martírio também é cercado de muitas tradições. Conta a voz popular que ele foi cruelmente torturado, mas não sentiu dor. Foi então enterrado vivo, mas nada sofreu. Ainda teve de caminhar descalço sobre brasas, depois jogado e arrastado sobre elas, e mesmo assim nenhuma lesão danificou seu corpo, sendo então decapitado pelos assustados torturadores. Jorge teria levado centenas de pessoas à conversão pela resistência ao sofrimento e à morte. Até mesmo a mulher do então imperador romano.

São Jorge virou um símbolo de força e fé no enfrentamento do mal através dos tempos e principalmente nos dias atuais, onde a violência impera em todas as situações de nossas vidas. Seu rito litúrgico é oficializado pela Igreja católica e nunca esteve suspenso, como erroneamente chegou a ser divulgado nos anos 1960, quando sua celebração passou a ser facultativa. A festa acontece no dia 23 de abril, tanto no Ocidente como no Oriente.

São Jorge, rogai por nós!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O santo das multidões

Vaticano beatifica João Paulo II em tempo recorde e tenta estancar a crise da Igreja com o mais popular dos papas

Em 84 anos de vida, ele foi muitos homens em um só. O órfão que fugiu do nazismo, o operário que passou fome, o ator amador, o aluno de seminário clandestino, o intelectual profícuo, o cardeal de ideias arejadas, um dos responsáveis pelo fim das repúblicas socialistas, o católico que desceu do pedestal e se comunicou com as outras religiões, o homem que viajou o correspondente a 29 vezes a circunferência da Terra para propagar a sua fé. Também foi aquele que fechou os olhos para o escândalo dos padres pedófilos, o responsável por engavetar e retroceder os avanços conquistados pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), lufada de modernidade nos ritos católicos, a voz contrária ao homossexua­lismo, ao aborto, à camisinha, ao sexo antes do casamento... Doente e alquebrado, expôs sua finitude em praça pública e morreu como mártir. Uma das personalidades mais influentes do cenário mundial no século XX e o papa mais importante e popular da história da Igreja Católica, João Paulo II, o homem que influiu tão concretamente nos destinos econômicos e sociais da humanidade, alcança no dia 1º de maio, em cerimônia de três dias que deve reunir mais de um milhão de pessoas em Roma, a hierarquia celeste católica e se torna beato em tempo recorde. O próximo passo é a santidade.

Karol Wojtyla, 26 anos de pontificado, o primeiro papa não italiano em 455 anos, será beatificado seis anos após sua morte, em 2 de abril de 2005. É a beatificação mais rápida da história da Igreja Católica e a primeira vez que um sucessor , no ca so Bento XVI, beatifica seu antecessor. Não há dúvida de que o Vaticano tem pressa de que a figura carismática e globalizada de João Paulo II alcance a esfera celestial, afirmam vaticanistas. E essa ansiedade está relacionada com a crise do catolicismo no mundo – principalmente na Europa. O Anuário Pontifício de 2011, divulgado pelo Vaticano em fevereiro deste ano e que leva em conta a variação nos números da Igreja Católica no mundo entre 2008 e 2009, comprova essa tese. Embora a Santa Sé tenha alardeado que o rebanho aumentou em 15 milhões de seguidores nesse período, o documento revela, de maneira cristalina, o encolhimento do catolicismo no Velho Continente. No berço do catolicismo, onde se concentram 10,6% da população mundial, apenas 24% se dizem católicos, um índice baixo se comparado às Américas, por exemplo, que tem 13,6% da humanidade e incríveis 49,3 % de católicos. “Não é à toa que Bento XVI vem focando seus esforços e os da Cúria Romana no problema da fé católica na Europa”, diz Fernando Altemeyer, professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

CONTEMPORÂNEOS
Amigos em vida, Madre Teresa de Calcutá e
João Paulo II devem se tornar santos em breve

Ter um aliado do peso de João Paulo II em uma missão como essa tem valor inestimável. Sua biografia, com pinceladas medievais, parece ter sido moldada para servir de inspiração para ovelhas desgarradas. “Um santo é a voz mais eloquente que a igreja dispõe no processo de evangelização”, afirma dom Dimas Lara Barbosa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). As beatificações, assim como a de Karol Wojtyla, cumprem uma série de funções terrenas, além das espirituais de praxe. No pontificado de João Paulo II, por exemplo, houve uma preocupação em se canonizar santos dos Estados Unidos, para impulsionar a fé naquele país. O culto e a devoção a um personagem local acende a chama da religiosidade e atrai mais fiéis.

MILAGRE
Invocando João Paulo II, a irmã francesa
Marie Simon curou-se de Parkinson

Não é por acaso, portanto, que o processo de beatificação de João Paulo II se beneficiou de uma série de facilidades. “É evidente que a causa de João Paulo II foi priorizada”, reconhece Andrea Tonielli, vaticanista italiano do jornal “La Stampa”. Um exemplo: as regras estabelecidas pela própria igreja, determinando, entre outras coisas, que uma causa de beatificação só pode começar cinco anos depois da morte do candidato a santo, foram ignoradas, por ordem do papa Bento XVI, no caso de João Paulo II. “Será a primeira vez, em mil anos, que um papa beatifica seu predecessor”, afirma Tonielli. Os críticos foram rápidos em ale rtar para possíveis problemas em um processo tão corrido. Mas especialistas logo diluíram as dúvidas. A irmã Célia Cardorin, responsável pelas causas de Frei Galvão e Madre Paulina, explica: “O que acontece é que figuras mais populares geralmente têm testemunhos de membros importantes do clero, além do apoio político de dignatários de vários países.”

DUPLA
O cardeal Joseph Ratzinger (à dir.), atual papa Bento XVI,
foi o parceiro intelectual e homem forte de João Paulo II

Faz sentido. Não são poucos os relatos de líderes políticos exaltando a figura de João Paulo II na Positio, documento sigiloso que é uma espécie de biografia do candidato, cuja função é apresentar sua fama de santo em vida e suas virtudes heroicas à Congregação para as Causas dos Santos, espécie de ministério desse assunto do Vaticano. Fama de santo é o que não faltou a esse polonês de olhos azuis profundos. Já no seu funeral, a multidão presente bradava: ‘Santo súbito!’ Sua espiritualidade transbordante, sua diplomacia inata, que conquistava milhões só com o simbólico gesto de beijar o chão de um país visitado, sua inteligência e fina ironia colocadas em segundo plano ante sua humildade missionária, sua disposição incansável em se desencastelar dos muros do Vaticano e participar do mundo como um agente transformador. Tudo isso embalados por um carisma autêntico, de efeito globalizante, tão próprio de seu tempo. João Paulo II é um santo para sua época, assim como houve outras gerações nos altares ao longo desses séculos de cristianismo (leia quadro à pág. 72), cada uma refletindo sua sociedade.

Ainda em vida, João Paulo II foi louvado, em inúmeras ocasiões, como grande liderança na arena internacional. Atribui-se a ele, por exemplo, pelo menos parte, a responsabilidade pelo fim de regimes ditatoriais de esquerda no Leste Europeu, como na sua Polônia e nas vizinhas Hungria, Tchecoslováquia, Romênia, Alemanha Oriental e, finalmente, na União Soviética. Trata-se de uma influência que ele construiu, com muito esforço, por meio de uma riquíssima produção intelectual e de viagens que misturavam religião e política. Foram 104 jornadas a 129 países, com distância total percorrida de mais de um milhão de quilômetros. Para efeito de comparação, o papa anterior que mais ti­nha viajado, Paulo VI, havia feito 12 viagens.

Só ao Brasil, João Paulo II, que ficou conhecido por aqui como João de Deus, veio em três ocasiões. A primeira, em 1980, foi a mais marcante. Ainda com o vigor de seus 58 anos e recém-eleito papa, ele arrastou multidões com a simpatia de um astro pop. “Na missa campal do Maracanã (RJ) cantou o refrão da música tema de sua visita com os fiéis”, lembra o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, representante oficial da CNBB na cerimônia de beatificação. Pouco se sabia, na época, sobre os rumos doutrinários do recém-eleito, assunto que viraria polêmica com o passar dos anos. “Apesar da imagem de conciliador e tolerante que passava para fora da igreja, internamente ele se mostraria extremamente conservador”, ressalva o padre jesuíta e teólogo João Batista Libânio.

Na visita seguinte, em 1991, esse conservadorismo já havia se escancarado. João Paulo II havia revisto boa parte das mudanças progressistas colocadas em prática a partir do Concílio Vaticano II e fazia sentir a mão pesada da tradição sobre iniciativas locais que floresceram no final da ditadura militar. A força das Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), por exemplo, formadas a partir da doutrina da Teologia da Libertação, uma interpretação à esquerda do catolicismo, se dissolveu. Pudera; Roma havia enquadrado praticamente todas as lideranças do movimento e substituído cerca de 300 cardeais e sete bispos brasileiros.

Não foi só no Brasil que as contradições do polonês se evidenciaram. Avesso ao comunismo e às ditaduras de esquerda dos quais fora vítima, enquanto apoiava o levante de trabalhadores poloneses contra o governo socialista do país, ele se alinhou à política de Ronald Reagan (1981-1989), presidente dos Estados Unidos, que dava suporte a movimentos supostamente democráticos contra governos legítimos com inclinações socialistas. “A trajetória do pontificado de João Paulo II na Europa, onde ele foi um campeão da liberdade, é completamente diferente da que escolheu seguir nas Américas”, explica o padre José Oscar Beozzo, estudioso da história da Igreja Católica na América Latina. “O preto e o branco não bastam para explicar a complexidade de seu papado.” Críticas a seu pontificado se estendem ainda ao que alguns entendem como intransigência e outros como coe­rência em assuntos como homossexualidade, sexo fora do casamento, fertilização in-vitro, aborto e uso de métodoscontraceptivos. O papa polonês foi rigorosamente contrário a todos. “Compactuar com algo que ele não acreditava para não perder fiéis seria trair a missão que Deus havia lhe confiado”, valida dom Dimas. “O compromisso dele era com a fé da Igreja e isso bastava.”

No fim, nenhuma de suas opiniões lhe custaram a continental popularidade. Iniciativas históricas, como o encontro ecumênico da “Oração pela Paz” em 1986, na cidade italiana de Assis, o sofrimento público tanto depois do atentado sofrido em 1981 quanto no fim da vida, a profunda espiritualidade, que o fazia se mortificar com jejuns rigorosos e se flagelar com uma cinta de couro garantiram uma espécie de imunidade às críticas mais pesadas. Poucos momentos sintetizaram tão bem a devoção pelo polonês quanto seu funeral, em 8 de abril de 2005. Mais de 200 lideranças políticas de todo o mundo se reuniram na Praça São Pedro para acompanhar a missa de réquiem, transmitida ao vivo para mais de um bilhão de pessoas.

Gritos de santo já eclodiam da massa de fiéis que testemunhavam a cerimônia, pedindo a canonização imediata. “Quando vi João Paulo II rezar o breviário na Catedral de Brasília, em 1991, já vi um santo rezando, e não só um papa”, lembra o Monsenhor Czeslaw Roskowski, padre polonês de 76 anos que foi aluno de Wojtyla na Polônia em 1968 e é hoje pároco da igreja São Judas Tadeu, em Brasília. O documento cabal que validou os anseios populares e testemunhos como o de Roskowski veio com a história da irmã Marie Simon, freira francesa curada da doença de Parkinson invocando o nome de João Paulo II – a primeira de muitas intervenções milagrosas do papa, que devem se multiplicar nos próximos anos.

Com mais um milagre reconhecido oficialmente, ele se tornará santo. Não há dúvidas de que isso acontecerá em breve. Segundo o postulador da causa, monsenhor Slawomir Oder, já foram recebidos mais de 1,5 mil relatos convincentes de milagres atribuídos ao santo padre. Entre 80 e 100 e-mails e cartas chegam diariamente ao seu escritório com histórias de graças alcançadas nos mais variados países, inclusive por não católicos que, por simpatia à figura de João Paulo II, pediram sua intercessão. Há notícias de bebês que nasceriam com má-formações, mas vieram ao mundo saudáveis, doentes cardíacos e que sofrem de câncer curados instantaneamente e casais dados como inférteis que tiveram filhos. Essas intervenções supostamente milagrosas, embaladas pela mística e o carisma desse polonês, fazem cair por terra todas as contradições e as sombras de seu pontificado. Até porque a função de um santo não é ser perfeito. O papel de um santo é ser um retrato de sua fé. E isso Karol Wojtyla tentou. Com todas as suas faces.

Transcrito da Revista ISTOÉ


Sexta-feira Santa

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

MADRUGADA DE SEXTA-FEIRA "SANTA"

Acabou o breve julgamento judaico de Jesus.

Haja vista as "provas" apresentadas pelo sumo-sacerdote e a firme atitude de Jesus de, a qualquer preço, proteger seu apóstolos e seguidores - negando-se a se defender e assumindo a responsabilidade exclusiva de todas as acusações - Jesus foi, por unanimidade, condenado à morte.

Em seguida, imediatamente ele foi conduzido à prisão judaica.

AMANHECER DE SEXTA-FEIRA

Esbirros do Sinédrio conduziram Jesus a Pôncio Pilatos, com o pedido pessoal do sumo-sacerdote para Jesus ser também condenado à morte pelos romanos, dessa vez por crime de tentativa de rebelião contra a autoridade romana.

Esta manobra do sumo-sacerdote tinha motivos óbvios, ou seja, ele não queria que o Sinédrio sujasse as mãos matando um compatriota judeu, e muito menos produzir um mártir, e sim Jesus deveria ser morto pelos romanos.

Logo após o conhecido diálogo com Pôncio Pilatos, que condenou Jesus à morte na cruz, Jesus foi imediatamente conduzido ao pátio da prisão romana para o rotineiro açoitamento que precedia a crucificação.

FINAL DA MANHÃ DE SEXTA-FEIRA

Como ocorria com todos os condenados à crucificação, Jesus foi açoitado por soldados romanos.

Entretanto, o célebre e degradante episódio que ocorreu em seguida - as humilhações, zombarias, insultos, escárnios e maus tratos a Jesus - não foi de autoria dos soldados romanos, e sim foi protagonizado por infelizes judeus, criados da corte de Pilatos, naquele momento na folga para almoço, que com aquela atitude queriam "mostrar serviço" aos seus senhores romanos.

QUASE MEIO-DIA DE SEXTA-FEIRA

Um grupo de soldados romanos, seguido por uma lamentosa procissão, conduziu Jesus ao cimo do Gólgota.

POUCO DEPOIS DO MEIO-DIA DE SEXTA-FEIRA

Jesus e mais dois sentenciados foram crucificados, sob a vista da multidão que os cercavam.

TRÊS HORAS DA TARDE DE SEXTA-FEIRA

Morreu, crucificado como um reles criminoso, o maior, o mais heróico, o mais amoroso, o mais sábio e o melhor homem que já nasceu na Terra, Jesus, o mais perfeito intérprete do Cristo da Terra, o meigo e divino Rabi da Galiléia!

Suas últimas palavras terrenas, pronunciadas quando ele agonizava e enquanto sofria dores lancinantes, bem identificaram e testemunharam a sua elevadíssima hierarquia espiritual:

- Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem!