Segundo o Estadão o endereço dado por Macedo à polícia é de sala vazia
Porteiro do prédio em Nova York diz à reportagem do ''Estado'' que não há ninguém no local
O bispo Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), forneceu à Polícia Civil paulista o endereço de uma suíte vazia, num prédio comercial, como sendo sua residência em Nova York, nos Estados Unidos. O Estado esteve na manhã de ontem no edifício, localizado na parte leste da Ilha de Manhattan, e conversou com o porteiro que se identificou como Willie. Perguntado sobre quem morava na suíte 509, o funcionário disse: "Ninguém, é uma sala vazia".
O bispo e nove integrantes da Universal foram alvo do inquérito policial nº 003/2009, instaurado pelo Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) a pedido do Ministério Público Estadual (MPE) para apurar crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Todos foram denunciados à Justiça e, desde segunda-feira, são réus em processo aberto na 9ª Vara Criminal de São Paulo. Macedo é apontado pelo MPE como o "chefe da quadrilha". O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) estima o patrimônio pessoal dele em US$ 2 bilhões.
Em 23 de junho, atendendo a uma solicitação do delegado Marco Antonio de Paula, diretor do Decap, a defesa de Macedo apresentou uma declaração informando que o bispo residia à "220 E. 23 r d s d i Street, Suite 509, New York, NY 10010 - Estados Unidos". O documento é assinado pelos advogados Arthur Lavigne e Fernanda Silva Telles. Ter residência fixa é um dos critérios analisados pela Justiça para decretar ou não a prisão de um réu. Também é verificado se o acusado tem antecedentes criminais e emprego fixo, por exemplo.
Quando a reportagem questionou o porteiro se o imóvel pertencia a Edir Macedo, o funcionário abriu um sorriso. "O senhor Macedo, da Igreja Universal?", perguntou Willie, mudando o idioma da conversa do inglês para o espanhol. "Aqui funciona a TV Record, mas na suíte 1.000", acrescentou ele, apontando para um quadro que trazia o nome da emissora.
A reportagem apurou que, até algum tempo atrás, funcionava na suíte 509 um escritório da Universal. Ninguém soube dizer ontem se ainda há atividade da igreja no local, indicado como residência de Macedo. No número de telefone atrelado a este endereço na lista telefônica de Nova York ninguém atendeu. No mesmo site (www.whitepages.com) consta que o imóvel pertence à Rede Record.
Do lado de fora do prédio, o Estado verificou a presença de um carro da emissora. A reportagem então voltou à portaria, onde novamente encontrou Willie, que não autorizou a subida para ver a sala 509 ou a TV Record. Mais uma vez, questionado se realmente a suíte estava vazia, o funcionário respondeu que sim, mas que não permitiria a entrada no prédio em hipótese alguma. No quadro, onde estava escrito o nome da TV Record, não havia menção à suíte 509.
O prédio número 220 abriga imóveis comerciais e residenciais. Não é luxuoso, apesar de possuir um porteiro, o que valoriza o metro quadrado em Nova York. No andar de baixo, funciona uma espécie de brechó chamado "Goodwill". A rua 23 é uma avenida, com ônibus que cruzam do leste para o oeste e uma linha de metrô a dois quarteirões da entrada do edifício.
OUTRO LADO
Procurados na tarde de ontem por telefone no escritório no Rio para tratar do assunto e das constatações do Coaf, os advogados Lavigne e Fernanda, que representam Macedo e a Universal, não retornaram os pedidos de entrevista até o fechamento da edição.
O bispo e nove integrantes da Universal foram alvo do inquérito policial nº 003/2009, instaurado pelo Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) a pedido do Ministério Público Estadual (MPE) para apurar crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Todos foram denunciados à Justiça e, desde segunda-feira, são réus em processo aberto na 9ª Vara Criminal de São Paulo. Macedo é apontado pelo MPE como o "chefe da quadrilha". O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) estima o patrimônio pessoal dele em US$ 2 bilhões.
Em 23 de junho, atendendo a uma solicitação do delegado Marco Antonio de Paula, diretor do Decap, a defesa de Macedo apresentou uma declaração informando que o bispo residia à "220 E. 23 r d s d i Street, Suite 509, New York, NY 10010 - Estados Unidos". O documento é assinado pelos advogados Arthur Lavigne e Fernanda Silva Telles. Ter residência fixa é um dos critérios analisados pela Justiça para decretar ou não a prisão de um réu. Também é verificado se o acusado tem antecedentes criminais e emprego fixo, por exemplo.
Quando a reportagem questionou o porteiro se o imóvel pertencia a Edir Macedo, o funcionário abriu um sorriso. "O senhor Macedo, da Igreja Universal?", perguntou Willie, mudando o idioma da conversa do inglês para o espanhol. "Aqui funciona a TV Record, mas na suíte 1.000", acrescentou ele, apontando para um quadro que trazia o nome da emissora.
A reportagem apurou que, até algum tempo atrás, funcionava na suíte 509 um escritório da Universal. Ninguém soube dizer ontem se ainda há atividade da igreja no local, indicado como residência de Macedo. No número de telefone atrelado a este endereço na lista telefônica de Nova York ninguém atendeu. No mesmo site (www.whitepages.com) consta que o imóvel pertence à Rede Record.
Do lado de fora do prédio, o Estado verificou a presença de um carro da emissora. A reportagem então voltou à portaria, onde novamente encontrou Willie, que não autorizou a subida para ver a sala 509 ou a TV Record. Mais uma vez, questionado se realmente a suíte estava vazia, o funcionário respondeu que sim, mas que não permitiria a entrada no prédio em hipótese alguma. No quadro, onde estava escrito o nome da TV Record, não havia menção à suíte 509.
O prédio número 220 abriga imóveis comerciais e residenciais. Não é luxuoso, apesar de possuir um porteiro, o que valoriza o metro quadrado em Nova York. No andar de baixo, funciona uma espécie de brechó chamado "Goodwill". A rua 23 é uma avenida, com ônibus que cruzam do leste para o oeste e uma linha de metrô a dois quarteirões da entrada do edifício.
OUTRO LADO
Procurados na tarde de ontem por telefone no escritório no Rio para tratar do assunto e das constatações do Coaf, os advogados Lavigne e Fernanda, que representam Macedo e a Universal, não retornaram os pedidos de entrevista até o fechamento da edição.
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