Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68
4º Domingo da Páscoa
Evangelho segundo S. João 10,1-10.
«Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair.
Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.»
Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia.
Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.
Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção.
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem.
O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por: Guilherme de Saint-Thierry - monge beneditino, posteriormente cisterciense
«Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas»
Não foi somente a João, Teu discípulo bem-amado, que foi mostrada a porta aberta no Céu (Ap 4,1). Declaraste-a a todos, publicamente [...]: «Eu sou a porta: se alguém entrar por Mim, estará salvo».
Tu, portanto, és a porta [...]. Vemos a grande porta aberta no Céu, nós que estamos na terra; mas a que se nos aproveita, a nós, que não podemos subir às alturas? Paulo responde: «Aquele que desceu é precisamente O mesmo que subiu» (Ef 4,10). Aquele é quem? Aquele é o Amor. De facto, Senhor, o amor que está em nós sobe até Ti, nas alturas, porque o amor que está em Ti desceu até nós aqui na Terra. Porque nos amaste, desceste até aqui, junto de nós; amando-Te, elevar-nos-emos às alturas, até Ti.
Pois que Tu mesmo disseste: «Eu sou a porta», por Ti Te peço, abre-Te a nós, para nos mostrares, com mais evidência, de que morada és a porta. [...] A morada de que és a porta, já o dissemos, é o Céu; é onde o Pai mora, de quem nós lemos: «O Senhor tem nos céus o Seu trono» (Sl 10,4). Eis pois por que ninguém pode ir ao Pai senão por Ti (Jo 14,6), que és a porta [...]. Para Ti tendemos, pois, a Ti aspiramos. Responde, peço-Te: «Mestre, onde moras?» (Jo 1,38). E logo tu respondes: «Eu estou no Pai e o Pai está em Mim» (Jo 14,11). E noutro passo «Nesse dia, compreendereis que Eu estou no Meu Pai, e vós em Mim, e Eu em vós» (Jo 14,20). [...] A Tua morada, portanto, é o Pai, e Tu és a do Pai. Mas não será apenas assim: porque nós somos também a Tua morada, e Tu, a nossa.
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