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domingo, 17 de agosto de 2014

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

20º Domingo do Tempo Comum

Evangelho segundo S. Mateus 15,21-28.
Naquele tempo, Jesus partiu dali e retirou-Se para os lados de Tiro e de Sídon.
Então, uma cananeia, que viera daquela região, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio.» 
 
Mas Ele não lhe respondeu nem uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-lhe com insistência: «Despacha-a, porque ela persegue-nos com os seus gritos.»
Jesus replicou: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.»
Mas a mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: «Socorre-me, Senhor.»
Ele respondeu-lhe: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros.»
Retorquiu ela: «É verdade, Senhor, mas até os cachorros comem as migalhas que caem da mesa de seus donos.» 
 
Então, Jesus respondeu-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas.» E, a partir desse instante, a filha dela achou-se curada.
Comentário do dia:  Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
«Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim»

Às vezes, Senhor, sinto-Te passar; Tu não páras, ultrapassas-me, mas eu grito por Ti como a mulher cananeia. Ousarei aproximar-me de Ti? Claro que sim, porque os cachorros expulsos da casa do dono regressam sempre e, guardando a casa, recebem o seu pão de cada dia. Expulso, aqui estou de novo; afastado, clamo; maltratado, imploro. Como os cachorros não podem viver longe dos homens, assim também a minha alma não pode viver longe do meu Deus!

Abre-me, Senhor. Que eu chegue a Ti para ser inundado pela tua luz. Tu habitas nos céus, estás escondido nas trevas, na nuvem obscura. Como diz o profeta: «Envolveste-Te numa nuvem para que as nossas orações não Te alcancem» (Lam 3,44). Estanco na terra, o coração como num atoleiro. […] As tuas estrelas já não brilham para mim, o sol obscureceu-se, a lua já não dá a sua luz. Pretendo cantar os teus feitos nos salmos, nos hinos e nos cânticos espirituais; no Evangelho, as tuas palavras e as tuas ações resplandecem de luz; os exemplos dos teus servos […], as ameaças e as promessas das tuas Escrituras de verdade impõem-se a meus olhos e batem na surdez dos meus ouvidos. Mas a minha mente endureceu; aprendi a dormir virado para o esplendor do sol; acostumei-me a já não ver o que assim se me oferece. […]

Até quando, Senhor, até quando tardarás a rasgar os teus céus, a descer para vires sacudir o meu torpor? (Sl 12,2; 63,19) Que eu deixe de ser o que sou […], que me converta e que volte, pelo menos à noite, como um cachorrinho faminto. Percorro a tua cidade, que peregrina ainda em parte neste mundo, embora a maioria dos seus habitantes tenha encontrado a sua alegria nos céus. Também eu encontrarei aí a minha casa?


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