EVANGELHO COTIDIANO
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
25º
Domingo do Tempo Comum
Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus e os seus
discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o
soubesse, porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue
às mãos dos homens, que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar. Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».
E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Comentário do dia: São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia sobre a humildade, 5-6
«Se
alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»
Lembra-te deste provérbio: «Deus
resiste aos soberbos e dá a graça aos humildes» (Jo 4,6). Tem presente a
palavra do Senhor: «Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será
exaltado» (Mt 23,12). Se achas que tens alguma coisa boa, reconhece-a, mas sem
esquecer as tuas faltas; não te engrandeças com o bem que hoje fizeste, nem
esqueças o mal recente ou passado; se o presente é para ti motivo de glória,
lembra-te do passado e assim destruirás esse estúpido abcesso!
Se vês o teu próximo pecar, não consideres mais do que a falta cometida e pensa também no bem que ele faz ou fez; muitas vezes descobrirás que é melhor do que tu, se examinares o conjunto da tua vida e não te prenderes a coisas fragmentárias, porque Deus não examina assim o homem. Lembremo-nos disso muitas vezes, para nos preservarmos do orgulho, abaixando-nos, para sermos elevados.
Imitemos o
Senhor, que desceu do céu até ao aniquilamento total. [...] Mas, depois de tal
aniquilamento, fez resplandecer a sua glória, glorificando com Ele aqueles que
com Ele tinham sido desprezados. Tais eram, com efeito, os primeiros discípulos
que, pobres e nus, percorreram o universo sem palavras de sabedoria nem
séquitos faustosos, mas sós, errantes e sofredores, vagabundos por terra e por
mar, vergastados, apedrejados, perseguidos e, finalmente, levados à morte. Tais
são os divinos ensinamentos do nosso Pai. Imitemo-los para chegarmos também à
glória eterna, ao perfeito e verdadeiro dom de Cristo. Se vês o teu próximo pecar, não consideres mais do que a falta cometida e pensa também no bem que ele faz ou fez; muitas vezes descobrirás que é melhor do que tu, se examinares o conjunto da tua vida e não te prenderes a coisas fragmentárias, porque Deus não examina assim o homem. Lembremo-nos disso muitas vezes, para nos preservarmos do orgulho, abaixando-nos, para sermos elevados.
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