Nota:
A Infalibilidade Papal : "Infalibilidade é o poder que o Papa tem de proclamar solenemente,
verdades de fé e moral, em nome da Igreja. O Papa não inventa um dogma,
ele declara solenemente como verdade de fé aquilo que a Igreja
(hierarquia e povo de Deus) já acredita, mas não tinha sido ainda
necessário definir"
É matéria extremamente complexa, mas nos parece que a Igreja (hierarquia e povo de Deus) já tem o abordo como um crime gravíssimo, um pecado que implica em excomunhão automática.
Além do aspecto doutrinário da Igreja Católica Apostólica Romana sobre sobre o caráter de crime e pecado extremamente grave - não podemos olvidar que a decisão de Sua Santidade, Papa Francisco, será usada - e, infelizmente, na maior parte das vezes com êxito - por todos os que defendem a legalização do aborto.
Nos parece algo que deve ser cuidadosamente esclarecido e quem sabe, modificado.
Fica difícil, mesmo impossível, aos que defendem o direito que seres humanos, inocentes e indefesos, tem de viver, exercer uma defesa eficaz e válida, se os adversários brandirão contra nós a decisão papal.
Deve se ter presente que os VALORES da IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA, os VALORES de DEUS, SÃO VALORES PERENES, ETERNOS, por isso não estão sujeitos a modificações por costumes modernizadores, nem conceitos politicamente corretos.
Que DEUS ilumine Sua Santidade o Papa Francisco!
Editores do Blog Catolicismo Brasil
Ao
mudar o discurso sobre a prática do aborto, o papa devolveu o assunto ao centro
das discussões. Francisco,
em carta pastoral divulgada para o Jubileu da
Misericórdia, surpreendeu o mundo com posição não só inédita, mas também
inimaginável. No
período de duração do evento - 13 de dezembro de 2015 a
20 de novembro de 2016 - os padres ficam autorizados a perdoar as
mulheres que interromperam a gravidez e as pessoas que as ajudaram no ato
extremo.
Vale lembrar que não se trata de qualquer remissão. O aborto está na restrita lista dos crimes que a Igreja considera mais graves. A excomunhão é automática. Só o pontífice ou um bispo pode devolver o condenado ao convívio da comunidade católica. Com a decisão, Sua Santidade mira com novos olhos realidade que não cabe mais debaixo do tapete. O mesmo ocorreu em relação aos homossexuais e ao acolhimento de homens e mulheres que refizeram a vida com novas núpcias.
Vale lembrar que não se trata de qualquer remissão. O aborto está na restrita lista dos crimes que a Igreja considera mais graves. A excomunhão é automática. Só o pontífice ou um bispo pode devolver o condenado ao convívio da comunidade católica. Com a decisão, Sua Santidade mira com novos olhos realidade que não cabe mais debaixo do tapete. O mesmo ocorreu em relação aos homossexuais e ao acolhimento de homens e mulheres que refizeram a vida com novas núpcias.
Ora, se uma das mais conservadoras instituições do mundo aceita rever princípios milenares, incentiva outros setores a lhe seguir o exemplo. É o caso do Brasil. Aqui, a criminalização do aborto se tornou problema de saúde pública. Estima-se que sejam realizados entre 750 mil e 1,5 milhão de procedimentos inseguros por ano - a maior parte sem as condições de higiene necessárias e o acompanhamento profissional adequado. Resultado: o risco de morrer aumenta em até 350 vezes.
Não se deve ao acaso ou à má sorte o fato de o aborto ser a quarta causa de mortes maternas no país. Se considerar hemorragias e infecções puerperais, ocupará posição de destaque em outros rankings. A cegueira ou a acomodação de manter a zona de conforto cobra preço alto da sociedade. Além da perda de vidas e da incapacitação para o trabalho, sobrecarrega-se o já precário equipamento hospitalar e se aumentam os encargos da combalida Previdência.
Acredita em Papai Noel ou Branca de Neve quem supõe que a lei é capaz de impedir a interrupção da gravidez. Ou que o medo da excomunhão sirva de freio. Os números comprovam que quem quer encontra meios de atingir o objetivo. A mudança do Código Penal, de 1940, é exigência da contemporaneidade. A própria Igreja reconhece a necessidade de ler o tempo com olhos da contemporaneidade.
Não se trata de apologia ao aborto. Trata-se, isso sim, de sintonia com a realidade. A legalização, ao abrir as portas da rede pública de saúde para os necessários procedimentos médicos, acaba com o próspero mercado que rouba vidas ou inutiliza para o trabalho. É, repita-se, questão de saúde pública. Passou da hora de fazer de conta que tudo está bem como está. Não está.
Fonte: Correio
Braziliense - Editorial
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