Viúva (332-287)
Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever: “Ela
me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o
seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 332, no seio
de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os
pobres, que visitava com frequência, levando o conforto por meio da
Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem
pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou
tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que
elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus
recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido,
que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.
Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se
tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de
amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o
filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o
espírito de insubordinação de Agostinho fizeram com que a sábia mãe
adiasse o seu batismo, com receio de que ele profanasse o sacramento.
E teria acontecido, porque Agostinho, aos 16 anos, saindo de casa para
continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica
sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava
as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do
bispo, que a consolou dizendo: "Continue a rezar, pois é impossível que
se perca um filho de tantas lágrimas".
Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas,
procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em
um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de
professor oficial de retórica.
Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também
para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque
Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse
espiritual, tinha se tornado frequentador dos envolventes sermões de
santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o
batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de
suas orações e de suas lágrimas.
Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto
de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de
agosto de 387 e ela tinha 56 anos.
O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em
1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa é
celebrada no dia de sua morte. O seu corpo, venerado durante séculos na
igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e
depositado na Igreja de Santo Agostinho.
Uma de suas frases: "Nada está longe de Deus".
Santa Mônica, rogai por nós!
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