Santo Adalberto
Adalberto nasceu em 956, na Boêmia, atual República Checa, e era descendente da nobre família dos príncipes de Slavnik. Seu nome de batismo era Woytiech, isto é, "socorro do exército". Ainda bebê, adoeceu gravemente, gerando uma promessa por parte dos pais: teria sua vida consagrada a Deus. Como recuperou a saúde, eles encaminharam seus estudos de forma que, mais tarde, se tornasse sacerdote. Foi educado pelo arcebispo Adalberto, da cidade de Magdeburgo, do qual tomou o nome, em 983, durante sua ordenação.
Nesse mesmo ano, acompanhou a agonia do bispo de Praga, Diethmar I, que morreu pouco tempo depois. Seus contemporâneos o elegeram seu sucessor e, em sinal de humildade e de penitência, entrou na cidade descalço. Assim que tomou posse, procurou reestruturar a diocese. Adalberto dedicou-se totalmente à proteção dos pobres e doentes.
Diz a tradição que ele, todos os dias, tinha à mesa, nas refeições, a companhia de doze mendigos, em homenagem aos santos apóstolos . Conta-se que, certa vez, uma mendiga pediu-lhe esmola e, como não tinha, ele lhe deu o próprio manto. Apesar desse exemplo vivo, seu rebanho insistia em viver totalmente fora dos padrões cristãos.
Desiludido, depois de seis anos ele resolveu abandonar a diocese, pedindo ao papa João XV que o afastasse do cargo. Entrou no mosteiro de São Bonifácio, onde passou cinco anos, para de novo voltar a Praga e retomar, a pedido do papa, a direção da diocese. Contudo, novamente o povo o repudiou por causa da disciplina cristã correta que queria instaurar. Novamente decepcionado, retomou, angustiado, a vida de monge.
Em obediência ao papa Gregório V, Adalberto assumiu pela terceira vez a diocese de Praga. Seu regresso foi tempestuoso. Os fiéis se revoltaram e impediram que entrasse na cidade. Seus parentes sofreram atentados, os bens foram confiscados, os castelos incendiados.
Ele, então, se refugiou na Polônia, onde, a pedido de seu amigo, duque Boleslao, seguiu com alguns sacerdotes em missão evangelizadora na Prússia, que ainda era pagã. Adalberto fixou-se na cidade de Danzig e converteu praticamente toda a população. Porém os sacerdotes pagãos, vendo acabar seu poder e influência, arquitetaram e executaram o assassinato de Adalberto e de todos os religiosos que o acompanhavam.
Ele foi morto com sete golpes de lança e depois decapitado, na cidade de Tenkiten, no dia 23 de abril de 997. Os inimigos entregaram seu corpo ao duque Boleslao mediante pagamento em ouro. Adalberto foi enterrado no convento de Gniezno. Logo o seu túmulo se tornou meta de peregrinação, com inúmeras graças acontecendo por sua intercessão. No ano 999, o papa Silvestre II canonizou o primeiro bispo eslavo de Praga, Adalberto.
Em 1039, suas relíquias foram trasladadas definitivamente para a catedral de Praga, para onde o primeiro pontífice eslavo da história cristã, Carol Wojtyla, ou papa João Paulo II, seguiu em peregrinação para as comemorações do milênio da festa de santo Adalberto.
Santo Adalberto, rogai por nós!
A
existência do popularíssimo são Jorge, por vezes, foi colocada em
dúvida. Talvez porque sua história sempre tenha sido mistura entre as
tradições cristãs e lendas, difundidas pelos próprios fiéis espalhados
entre os quatro cantos do planeta.
Contudo encontramos na
Palestina os registros oficiais de seu testemunho de fé. O seu túmulo
está situado na cidade de Lida, próxima de Tel Aviv, Israel, onde foi
decapitado no século IV, e é local de peregrinação desde essa época, não
sendo interrompida nem mesmo durante o período das cruzadas. Ele foi
escolhido como o padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha,
Portugal, Lituânia e Inglaterra e um sem número de localidades no mundo
todo. Até hoje, possui muitos devotos fervorosos em todos os países
católicos, inclusive no Brasil.
A sua imagem de jovem guerreiro,
montado no cavalo branco e enfrentando um terrível dragão, obviamente
reporta às várias lendas que narram esse feito extraordinário. A maioria
delas diz que uma pequena cidade era atacada periodicamente pelo
animal, que habitava um lago próximo e fazia dezenas de vítimas com seu
hálito de fogo. Para que a população inteira não fosse destruída pelo
dragão, a cidade lhe oferecia vítimas jovens, sorteadas a cada ataque.
Certo
dia, chegou a vez da filha do rei, que foi levada pelo soberano em
prantos à margem do lago. De repente, apareceu o jovem guerreiro e matou
o dragão, salvando a princesa. Ou melhor, não o matou, mas o
transformou em dócil cordeirinho, que foi levado pela jovem numa
corrente para dentro da cidade. Ali, o valoroso herói informou que vinha
da Capadócia, chamava-se Jorge e acabara com o mal em nome de Jesus
Cristo, levando a comunidade inteira à conversão.
De fato, o que
se sabe é que o soldado Jorge foi denunciado como cristão, preso,
julgado e condenado à morte. Entretanto o momento do martírio também é
cercado de muitas tradições. Conta a voz popular que ele foi cruelmente
torturado, mas não sentiu dor. Foi então enterrado vivo, mas nada
sofreu. Ainda teve de caminhar descalço sobre brasas, depois jogado e
arrastado sobre elas, e mesmo assim nenhuma lesão danificou seu corpo,
sendo então decapitado pelos assustados torturadores. Jorge teria levado
centenas de pessoas à conversão pela resistência ao sofrimento e à
morte. Até mesmo a mulher do então imperador romano.
Uma
história nos ajuda a compreender a sua imagem, onde normalmente o vemos
sobre um cavalo branco, com uma lança, vencendo um dragão:
“Num
lugar existia um dragão que oprimia um povo. Ora eram dados animais a
esse dragão, e ora jovens. E a filha do rei foi sorteada. Nessa hora
apareceu Jorge, cristão, que se compadeceu e foi enfrentar aquele
dragão. Fez o sinal da cruz e ao combater o dragão, venceu-o com uma
lança. Recebeu muitos bens como recompensa, o qual distribuiu aos
pobres.”
Verdade
ou não, o mais importante é o que esta história comunica: Jorge foi um
homem que, em nome de Jesus Cristo, pelo poder da Cruz, viveu o bom
combate da fé. Se compadeceu do povo porque foi um verdadeiro cristão.
Isto é o essencial.
São
Jorge virou um símbolo de força e fé no enfrentamento do mal através
dos tempos e principalmente nos dias atuais, onde a violência impera em
todas as situações de nossas vidas. Seu rito litúrgico é oficializado
pela Igreja católica e nunca esteve suspenso, como erroneamente chegou a
ser divulgado nos anos 1960, quando sua celebração passou a ser
facultativa. A festa acontece no dia 23 de abril, tanto no Ocidente como
no Oriente.
Oração
Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invencível na fé em Deus, que trazeis
em vosso rosto a esperança e confiança, abre meus caminhos. Eu andarei
vestido e armado com vossas armas para que meus inimigos tendo pés não
me alcancem, tendo mãos não peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem
pensamentos possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo
não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar,
cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Glorioso São
Jorge, em nome de Deus, estendei vosso escudo e vossas poderosas armas,
defendendo-me com vossa força e grandeza. Ajudai-me a superar todo
desânimo e a alcançar a graça que vos peço (fazer o seu pedido). Dai-me
coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta
necessidade. Amém.
Minha oração
“Poderoso guerreiro, defendei-nos do mal e da tentação, assim como
ensinai-nos a defender a nossa fé e os mais necessitados, tudo por amor a
Cristo. Amém.”
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