São Martinho de Tours
Bispo (316-397)
São Martinho Tours, tornou-se intercessor e modelo de apostolado para todos nós
Bastou o episódio do manto dividido em dois para abrigar contra o frio
um mendigo encontrado à noite, quando estava de ronda, para torná-lo
popular no decurso dos séculos. A vida de Martinho é constelada de
gestos generosos.
O Grandioso Gesto com o Manto
Seu gesto do manto ocorreu em
torno do ano 335. Como membro da guarda imperial, o jovem soldado era
muito requisitado para as rondas noturnas. Em uma delas, durante o
inverno, Martinho deparou-se, a cavalo, com um mendigo seminu. Movido de
compaixão, tirou seu manto, cortou-o em duas partes e deu a metade ao
pobre.
São Martinho de Tours teve compaixão pelo próximo
O Sacramento do Batismo
Na noite seguinte, Jesus
apareceu-lhe em sonho, usando a metade do manto, dizendo aos anjos:
“Este aqui é Martinho, o soldado romano não batizado: ele me cobriu com
seu manto”. O sonho impressionou muito o jovem soldado que, na festa da
Páscoa seguinte, foi batizado. Recebeu o Sacramento por volta dos 20
anos.
Nascido na província romana da Panônia, o pai, militar, o encaminhou à
mesma carreira em Pavia, para onde fora destinado. Martinho foi logo
promovido ao grau de circitor, isto é, de ronda noturna, e foi durante
este serviço que dividiu seu manto com o pobre friorento.
Recebeu o batismo na Páscoa de 339 e continuou a vida militar até os 40
anos. Depois da dispensa foi para Poitiers encontrar-se com o bispo
Hilário, que o acolheu em sua diocese, ordenando-o exorcista e
hospedando-o em uma vila um pouco distante, onde Martinho levou vida
monacal, logo rodeado de discípulos.
Surgiu assim o primeiro mosteiro da Europa, em Ligugé. Realizava-se
assim sua grande aspiração, expressa na juventude e contrariada pelo
pai, obstinadamente pagão. Mas em Ligugé permaneceu apenas dez anos.
O bispo de Tours havia morrido, e os fiéis logo pensaram em Martinho.
Não foi fácil convencê-lo; para vencer sua resistência, tiveram de
recorrer a um estratagema: um certo Rusticus convidou-o a sua casa, para
visitar a mulher enferma e tocá-la com as mãos. Martinho não pôde
subtrair-se a um ato de caridade e foi. Mas no caminho um grupo de
cristãos raptou-o e levou-o a Tours, onde a população o aclamou bispo.
Isso também aconteceu a Ambrósio em Milão e a Agostinho em Hipona.
Martinho foi consagrado bispo em 4 de julho de 371. E foi um pastor
zeloso e ativo, sobretudo um grande missionário, porque não se limitou a
guiar seu rebanho e a servir de árbitro entre os cidadãos e as
autoridades romanas. Percorreu os campos e as vilas e preparou seus
sacerdotes para a missão, fundando em Mormutier o primeiro centro de
formação missionária da Gália.
Ao findar o outono de 397, estava em visita pastoral em uma paróquia
rural quando sentiu avizinhar-se a última hora. Estendeu-se sobre uma
rude mesa recoberta de cinzas e em oração esperou a morte, que chegou em
8 de novembro. No dia 11 de fevereiro realizaram-se as exéquias em
Tours, onde foi colocado em uma simples tumba. Contra esta se
enfureceram os huguenotes que, em 25 de maio de 1562, queimaram os
restos mortais do grande bispo.
Papa Emérito sobre São Martinho de Tours
Sobre ele, disse o Papa Emérito no Angelus em 11 de novembro de 2007:
“Queridos irmãos e irmãs, o gesto caritativo de São Martinho inscreve-se na mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a deixar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de Deus, Sacramentum caritatis. É a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. Ajude-nos, São Martinho, a compreender que só através de um compromisso comum de partilha é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade. Isso pode acontecer se prevalecer um modelo mundial de autêntica solidariedade, capaz de garantir a todos os habitantes do planeta o alimento, as curas médicas necessárias, mas também o trabalho e os recursos energéticos, assim como os bens culturais, o saber científico e tecnológico.”
Minha oração
“São Martinho, que cobristes Jesus com teu manto no pobre abandonado, que também possamos imitar-te com nossa vida, cuidando dos menos favorecidos. Ensinai-nos a olhar os pobres e encontrar neles o rosto de Cristo, amar esses irmãos como Jesus nos ensinou. Amém.”
Oração a São Martinho de Tours:
Glorioso São Martinho, nosso amigo e protetor, que ao dividir vosso manto com o mendigo que padecia de frio na neve encontrastes o próprio Senhor Jesus, ajudai-nos a saber partilhar o que temos com os mais empobrecidos que encontramos em nosso caminho, principalmente as crianças mais abandonadas, reconhecendo nelas a imagem de nosso divino mestre. Ó bom Jesus, por intercessão de São Martinho, dai-nos os dons da caridade e do amor fraterno que nos fazem servir com desprendimento aos vossos filhos mais excluídos dessa terra. Amém
São Martinho de Tours, rogai por nós!
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