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sábado, 11 de novembro de 2023

Santo do Dia - 11 de novembro

São Martinho de Tours


Bispo (316-397)

São Martinho Tours, tornou-se intercessor e modelo de apostolado para todos nós

Bastou o episódio do manto dividido em dois para abrigar contra o frio um mendigo encontrado à noite, quando estava de ronda, para torná-lo popular no decurso dos séculos. A vida de Martinho é constelada de gestos generosos.

O Grandioso Gesto com o Manto
Seu gesto do manto ocorreu em torno do ano 335. Como membro da guarda imperial, o jovem soldado era muito requisitado para as rondas noturnas. Em uma delas, durante o inverno, Martinho deparou-se, a cavalo, com um mendigo seminu. Movido de compaixão, tirou seu manto, cortou-o em duas partes e deu a metade ao pobre. 

São Martinho de Tours teve compaixão pelo próximo

O Sacramento do Batismo
Na noite seguinte, Jesus apareceu-lhe em sonho, usando a metade do manto, dizendo aos anjos: “Este aqui é Martinho, o soldado romano não batizado: ele me cobriu com seu manto”. O sonho impressionou muito o jovem soldado que, na festa da Páscoa seguinte, foi batizado. Recebeu o Sacramento por volta dos 20 anos.

Testemunho de sua Fé


Nascido na província romana da Panônia, o pai, militar, o encaminhou à mesma carreira em Pavia, para onde fora destinado. Martinho foi logo promovido ao grau de circitor, isto é, de ronda noturna, e foi durante este serviço que dividiu seu manto com o pobre friorento.

Recebeu o batismo na Páscoa de 339 e continuou a vida militar até os 40 anos. Depois da dispensa foi para Poitiers encontrar-se com o bispo Hilário, que o acolheu em sua diocese, ordenando-o exorcista e hospedando-o em uma vila um pouco distante, onde Martinho levou vida monacal, logo rodeado de discípulos.

Surgiu assim o primeiro mosteiro da Europa, em Ligugé. Realizava-se assim sua grande aspiração, expressa na juventude e contrariada pelo pai, obstinadamente pagão. Mas em Ligugé permaneceu apenas dez anos.

O bispo de Tours havia morrido, e os fiéis logo pensaram em Martinho. Não foi fácil convencê-lo; para vencer sua resistência, tiveram de recorrer a um estratagema: um certo Rusticus convidou-o a sua casa, para visitar a mulher enferma e tocá-la com as mãos. Martinho não pôde subtrair-se a um ato de caridade e foi. Mas no caminho um grupo de cristãos raptou-o e levou-o a Tours, onde a população o aclamou bispo. Isso também aconteceu a Ambrósio em Milão e a Agostinho em Hipona.

Martinho foi consagrado bispo em 4 de julho de 371. E foi um pastor zeloso e ativo, sobretudo um grande missionário, porque não se limitou a guiar seu rebanho e a servir de árbitro entre os cidadãos e as autoridades romanas. Percorreu os campos e as vilas e preparou seus sacerdotes para a missão, fundando em Mormutier o primeiro centro de formação missionária da Gália.

Ao findar o outono de 397, estava em visita pastoral em uma paróquia rural quando sentiu avizinhar-se a última hora. Estendeu-se sobre uma rude mesa recoberta de cinzas e em oração esperou a morte, que chegou em 8 de novembro. No dia 11 de fevereiro realizaram-se as exéquias em Tours, onde foi colocado em uma simples tumba. Contra esta se enfureceram os huguenotes que, em 25 de maio de 1562, queimaram os restos mortais do grande bispo.

 Papa Emérito sobre São Martinho de Tours
Sobre ele, disse o Papa Emérito no Angelus em 11 de novembro de 2007: 

“Queridos irmãos e irmãs, o gesto caritativo de São Martinho inscreve-se na mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a deixar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de Deus, Sacramentum caritatis. É a lógica da partilha, com a qual se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. Ajude-nos, São Martinho, a compreender que só através de um compromisso comum de partilha é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, de construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade. Isso pode acontecer se prevalecer um modelo mundial de autêntica solidariedade, capaz de garantir a todos os habitantes do planeta o alimento, as curas médicas necessárias, mas também o trabalho e os recursos energéticos, assim como os bens culturais, o saber científico e tecnológico.”

Minha oração

“São Martinho, que cobristes Jesus com teu manto no pobre abandonado, que também possamos imitar-te com nossa vida, cuidando dos menos favorecidos. Ensinai-nos a olhar os pobres e encontrar neles o rosto de Cristo, amar esses irmãos como Jesus nos ensinou. Amém.”

 Oração a São Martinho de Tours:

Glorioso São Martinho, nosso amigo e protetor, que ao dividir vosso manto com o mendigo que padecia de frio na neve encontrastes o próprio Senhor Jesus, ajudai-nos a saber partilhar o que temos com os mais empobrecidos que encontramos em nosso caminho, principalmente as crianças mais abandonadas, reconhecendo nelas a imagem de nosso divino mestre. Ó bom Jesus, por intercessão de São Martinho, dai-nos os dons da caridade e do amor fraterno que nos fazem servir com desprendimento aos vossos filhos mais excluídos dessa terra. Amém


São Martinho de Tours, rogai por nós!


sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Santo do Dia - 11 de novembro

São Martinho de Tours


Bispo (316-397)

São Martinho Tours, tornou-se intercessor e modelo de apostolado para todos nós

Bastou o episódio do manto dividido em dois para abrigar contra o frio um mendigo encontrado à noite, quando estava de ronda, para torná-lo popular no decurso dos séculos. A vida de Martinho é constelada de gestos generosos.

Nascido na província romana da Panônia, o pai, militar, o encaminhou à mesma carreira em Pavia, para onde fora destinado. Martinho foi logo promovido ao grau de circitor, isto é, de ronda noturna, e foi durante este serviço que dividiu seu manto com o pobre friorento.

Recebeu o batismo na Páscoa de 339 e continuou a vida militar até os 40 anos. Depois da dispensa foi para Poitiers encontrar-se com o bispo Hilário, que o acolheu em sua diocese, ordenando-o exorcista e hospedando-o em uma vila um pouco distante, onde Martinho levou vida monacal, logo rodeado de discípulos.

Surgiu assim o primeiro mosteiro da Europa, em Ligugé. Realizava-se assim sua grande aspiração, expressa na juventude e contrariada pelo pai, obstinadamente pagão. Mas em Ligugé permaneceu apenas dez anos.

O bispo de Tours havia morrido, e os fiéis logo pensaram em Martinho. Não foi fácil convencê-lo; para vencer sua resistência, tiveram de recorrer a um estratagema: um certo Rusticus convidou-o a sua casa, para visitar a mulher enferma e tocá-la com as mãos. Martinho não pôde subtrair-se a um ato de caridade e foi. Mas no caminho um grupo de cristãos raptou-o e levou-o a Tours, onde a população o aclamou bispo. Isso também aconteceu a Ambrósio em Milão e a Agostinho em Hipona.

Martinho foi consagrado bispo em 4 de julho de 371. E foi um pastor zeloso e ativo, sobretudo um grande missionário, porque não se limitou a guiar seu rebanho e a servir de árbitro entre os cidadãos e as autoridades romanas. Percorreu os campos e as vilas e preparou seus sacerdotes para a missão, fundando em Mormutier o primeiro centro de formação missionária da Gália.

Ao findar o outono de 397, estava em visita pastoral em uma paróquia rural quando sentiu avizinhar-se a última hora. Estendeu-se sobre uma rude mesa recoberta de cinzas e em oração esperou a morte, que chegou em 8 de novembro. No dia 11 de fevereiro realizaram-se as exéquias em Tours, onde foi colocado em uma simples tumba. Contra esta se enfureceram os huguenotes que, em 25 de maio de 1562, queimaram os restos mortais do grande bispo.


São Martinho de Tours, rogai por nós!

Oração a São Martinho de Tours:

Glorioso São Martinho, nosso amigo e protetor, que ao dividir vosso manto com o mendigo que padecia de frio na neve encontrastes o próprio Senhor Jesus, ajudai-nos a saber partilhar o que temos com os mais empobrecidos que encontramos em nosso caminho, principalmente as crianças mais abandonadas, reconhecendo nelas a imagem de nosso divino mestre. Ó bom Jesus, por intercessão de São Martinho, dai-nos os dons da caridade e do amor fraterno que nos fazem servir com desprendimento aos vossos filhos mais excluídos dessa terra. Amém


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

5 de dezembro - Santo do dia

São Martinho de Dume

Oriundo da Panônia, atual Hungria, dirigiu-se ainda jovem para ao Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo. Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homônimo e compatriota, S. Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo. Foi também por essa altura que Martinho se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550, onde, com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa, se espalhara o Arianismo.
 
Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planejar e colocar em andamento seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos suas instalações como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a S. Martinho de Tours, e foi sagrada em 558. O seu abade foi elevado ao episcopado pelo Bispo de Braga já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade. Com a subida ao trono do rei Teodomiro (em 559), consumava-se o regresso dos Suevos ao Catolicismo, deixando o Arianismo. Ilustre por tão preclaras prerrogativas, passa Martinho para a Sé de Braga, em 569, quando o Catolicismo nesta região gozava já de alto esplendor, o que tornou possível o 1° Concílio de Braga, em 561, no pontificado de João III. Em 572, foi Martinho a alma do 2° Concílio de Braga. Nesta altura escreveu ele: “Com a ajuda da graça de Deus, nenhuma dúvida há sobre a unidade e retidão da fé nesta província”.

S. Martinho de Dume não esqueceu da importância e eficácia do apostolado da pena. Deixou assim várias obras sobre as virtudes monásticas, bem como matérias teológicas e canônicas, pelas quais foi depois reputado e celebrado como Doutor. Faleceu a 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dume; mas desde 1606 estão depositadas as suas relíquias na Sé de Braga. Compusera para si, em latim, o seguinte epitáfio sepulcral, em que mostra a veneração que dedicava ao santo Bispo de Tours: “Nascido na Panônia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado Bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da Missa. Tendo-te seguido, ó Patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo”.

São Martinho de Dume, rogai por nós!


São Sabas

Os bárbaros godos são conhecidos, na história, por suas guerras de conquista contra terras e nações cristãs. Pagãos, perseguiram e executaram milhares de católicos, mas não puderam impedir a conversão de várias famílias. Foi numa dessas que nasceu Sabas, no ano 439.

Nascido na Capadócia, Sabas teve uma infância difícil. A disputa dos parentes por sua herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido apesar de ser ainda uma criança. Apesar de pouca instrução, tornou-se um sábio na doutrina cristã.

Desde então, transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes. Trabalhou na conversão de seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes de tudo, um caridoso e valente.

Naquela época, havia o decreto de que cristãos, para serem poupados, deveriam comer a carne dos animais mortos aos deuses pagãos. Muitos se utilizavam da estratégia de enganar os guardas, dando de comer aos familiares carnes comuns, e não as desses sacrifícios, salvando os familiares do martírio. Mas Sabas se recusava a mentir, chegando a protestar em público contra tal prática.

Quando as perseguições se acentuaram, Sabas já gozava de muito prestígio, pois tinha fundado uma grande comunidade de monges anacoretas no vale de Cedron, na Palestina, chamada de "grande Laura". Ela começou naturalmente, com os eremitas ocupando as cavernas ao redor daquela em que vivia, isolado com os animais, e construíram um oratório. Foi assim que surgiu o que seria no futuro o Mosteiro de São Sabas.

A fama dos prodígios que alcançava através das orações e também a grande sabedoria sobre a doutrina de Cristo, que tão bem defendia, fizeram essa comunidade crescer muito.A ele se atribui o fim de uma longa e calamitosa seca. Ocupava uma posição de liderança importante dentro da sociedade e do clero. A eloqüência da sua pregação do Evangelho atraía cada vez mais os pagãos à conversão. Sabas, então, já incomodava o poder pagão como autoridade cristã.

Interferiu junto ao imperador, em Constantinopla, a favor dos mais pobres, contra os impostos. Organizou e liderou um verdadeiro e próprio exercito de monges anacoretas para dar apoio ao papa contra a heresia monofisista que agitou a Igreja do Oriente.

Morreu em 5 de dezembro de 532, na Palestina, aos noventa e três anos de idade. São Sabas está presente na relação dos grandes sacerdotes fundadores do monaquismo da Palestina. A festa em sua honra ocorre no dia de sua morte.

São Sabas, rogai por nós!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

14 de dezembro - Santo do dia

Santo Esperidião

Esperidião nasceu taumaturgo,em 270, na cidade de Trimitous, em Chipre, Grécia. De família humilde, não teve possibilidade de estudar. Casou-se e, para sustentar a família, se tornou um pastor de cabras. Teve uma filha chamada Irene, que se consagrou a Deus. Com a morte de sua esposa, decidiu seguir a vida religiosa e dedicar-se somente a Cristo.

Estudou primeiro na escola catequista da Alexandria, mas preferiu seguir a vida monástica na comunidade religiosa de santo Antônio, abade, também no Egito. Mais tarde, a Igreja o chamou para exercer o ministério episcopal, sendo consagrado bispo da sua cidade natal. Nessa função ele conservou a mesma austeridade da vida monástica, demonstrando, sempre, que essa era a de sua preferência.

Esperidião era um taumaturgo, fora agraciado com o dom da cura e da profecia. Era venerado pelos habitantes, que o consideravam, em vida, um santo. Durante as perseguições aos cristãos, foi capturado e confessou sua fé em Cristo para o próprio imperador Galileu Maximiliano. Por isso sofreu terríveis torturas, que o deixaram sem o olho esquerdo e sem o movimento da perna esquerda, pois lhe cortaram os nervos do joelho. Dessa maneira, foi enviado aos trabalhos forçados nas minas.

Quando as perseguições terminaram e a paz foi concedida à Igreja, Esperidião retornou para sua diocese. Participou do Concílio de Nicéia, no qual debateu as verdades da doutrina cristã com um ilustre filósofo pagão que a insultava, o qual, além de convencido, foi convertido à fé. Também esteve no Concílio de Sardenha, em 347, como um dos zelosos defensores do futuro santo Atanásio, bispo de Alexandria, que no final do evento conseguiu sua reabilitação junto à Igreja.

Todas essas atuações foram relatadas pelo próprio Atanásio, que foi de Esperidião um bom amigo, conforme indicam as cinco cartas de agradecimentos que escreveu a Jerônimo. Esse, agora santo e doutor da Igreja, dedicou a Esperidião um capítulo do seu livro "Homens ilustres".

Esperidião morreu alguns anos após 347, numa data incerta, em sua diocese de Trimitous, na ilha de Chipre. Se já era venerado por sua santidade em vida, a partir de então sua fama propagou-se entre os fiéis, e o tempo só a fez aumentar. No século XV, quando os árabes muçulmanos invadiram e tomaram conta de Chipre, a população abriu sua sepultura para esconder as suas relíquias. Na ocasião, o local foi impregnado por um suave cheiro de basílico, sinal evidente de sua santidade.

Hoje, suas relíquias mortais estão guardadas na igreja de Santo Esperidião, na ilha grega de Cofú. O local se tornou um santuário que recebe peregrinos e devotos do Oriente e do Ocidente. Seu culto foi confirmado pela Igreja, que indicou o dia 14 de dezembro para a festa litúrgica em lembrança à memória de santo Esperidião, bispo de Trimitous. Mas anualmente ele é homenageado com quatro procissões, em sinal de gratidão por suas intercessões na salvação da cidade e dos habitantes em várias situações de calamidades.


Santo Esperidião, rogai por nós! 


São João da Cruz


Seu nome de batismo era Juan de Yepes. Nasceu em Fontivaros, na província de Ávila, Espanha, em 1542, talvez em 24 de junho. Ainda na infância, ficou órfão de pai, Gonzalo de Yepes, descendente de uma família rica e tradicional de Toledo. Mas, devido ao casamento, foi deserdado da herança. A jovem, Catarina Alvarez, sua mãe, era de família humilde, considerada de classe "inferior". Assim, com a morte do marido, que a obrigou a trabalhar, mudou-se para Medina, com os filhos.

Naquela cidade, João tentou várias profissões. Foi ajudante num hospital, enquanto estudava gramática à noite num colégio jesuíta. Então, sua espiritualidade aflorou, levando-o a entrar na Ordem Carmelita, aos vinte e um anos. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de completar seus estudos de filosofia e teologia. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando serviço como enfermeiro.

Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos, mudando o nome. Na época, pensou em procurar uma Ordem mais austera e rígida, por achar a Ordem Carmelita muito branda. Foi então que a futura santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela também tinha carta branca dos superiores gerais para fazer o mesmo com conventos masculinos. Tamanho era seu entusiasmo que atraiu o sacerdote João da Cruz para esse trabalho. Ao invés de sair da Ordem, ele passou a trabalhar em sua reforma, recuperando os princípios e a disciplina.

João da Cruz encarregou-se de formar os noviços, assumindo o cargo de reitor de uma casa de formação e estudos, reformando, assim, vários conventos. Reformar uma Ordem, porém, é muito mais difícil que fundá-la, e João enfrentou dificuldades e sofrimentos incríveis, para muitos, insuportáveis. Chegou a ser preso por nove meses num convento que se opunha à reforma. Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e contrariedades com prazer, o que é só compreensível aos santos. Aliás, esse foi o aspecto da personalidade de João da Cruz que mais se evidenciou no fim de sua vida.

Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-lo sair desse mundo como superior de uma Ordem ou comunidade. Terceiro, e mais surpreendente, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos seres humanos. Para ele, fazia parte de sua religiosidade mística enfrentar os sofrimentos da Paixão de Jesus, pois lhe proporcionava êxtases e visões. Seu misticismo era a inspiração para seus escritos, que foram muitos e o colocam ao lado de santa Tereza de Ávila, outra grande mística do seu tempo. Assim, foi atendido nos três pedidos.

Pouco antes de sua morte, João da Cruz teve graves dissabores por causa das incompreensões e calúnias. Foi exonerado de todos os cargos da comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono. Faleceu após uma penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas quarenta e nove anos de idade, no Convento de Ubeda, Espanha.

Deixou como legado sua volumosa obra escrita, de importante valor humanístico e teológico. E sua relevante e incansável participação como reformador da Ordem Carmelita Descalça. Foi canonizado em 1726 e teve sua festa marcada para o dia de sua morte. São João da Cruz foi proclamado doutor da Igreja em 1926, pelo papa Pio XI. Mais tarde, em 1952, foi declarado o padroeiro dos poetas espanhóis.

São João da Cruz, rogai por nós! 


São Nimatullah Kassab Al-Hardini 

O padre Nimatullah Kassab Al-Hardini nasceu em 1808, na aldeia de Hardin, situada nas montanhas ao norte do Líbano, no oeste da Ásia. Foi o quarto filho da família Kassab, que era composta de cinco meninos e duas meninas, sendo batizado com o nome de José. A família, cristã maronita fervorosa, deu sólida educação intelectual, religiosa e moral aos filhos, por isso todos seguiram a vida de religioso, exceto o primogênito e a caçula.

Durante a infância, freqüentou os mosteiros e os ermos do seu povoado. Terminados os estudos, foi viver com o avô, também padre maronita, cujo exemplo solidificou sua vocação para o sacerdócio. Na Igreja Maronita, como em todas as igrejas orientais, se conserva a tradição de os homens casados poderem tornar-se padres e continuar a ter vida conjugal, desde que seja garantido o ministério paroquial; mas uma vez diácono ou padre, não pode mais casar-se. José participava das atividades litúrgicas no mosteiro com os monges e, na paróquia, com o avô e os fiéis.

Aos vinte anos, em 1828, ingressou na Ordem Libanesa Maronita. Tomando o nome de "irmão Nimatullah", que significa "graça de Deus", fez os dois anos do noviciado do Mosteiro de Santo Antônio de Qozhaya, entregando-se com fervor à oração comunitária, ao trabalho manual e às visitas ao Cristo eucarístico.

Em 1830, recebeu o hábito monacal e fez a profissão solene dos votos, consagrando-se, totalmente, a Deus. Na ocasião, foi enviado para o Mosteiro de São Cipriano e Santa Justina para estudar filosofia e teologia, onde também trabalhava na lavoura e como encadernador de manuscritos e livros. Por causa do rigoroso estilo de vida monástica que ele impunha a si mesmo, acabou doente e teve de mudar para uma tarefa mais leve: foi trabalhar na alfaiataria.

Terminando seus estudos eclesiásticos, com grande sucesso, em 1835, foi ordenado sacerdote e nomeado diretor dos estudantes e professor, cargo que ocupou até morrer. Disciplinado, não tinha tempo ocioso; dividia seu dia entre a oração e o trabalho intelectual, manual ou religioso. Ciente da dura realidade que as famílias libanesas viviam, fundou uma escola para educar e dar formação religiosa gratuita os jovens.

Viveu duas guerras civis, uma em 1840 e a outra em 1845, durante as quais mosteiros e igrejas foram saqueados e incendiados e numerosos cristãos maronitas morreram. Era severo consigo mesmo, mas misericordioso e indulgente para com os irmãos.

A partir de 1845, reconhecendo o seu zelo na observância das regras monásticas, a Santa Sé o nomeou, em três ocasiões, assistente geral, o que o obrigou a residir no Mosteiro de Nossa Senhora de Tâmish, que na época era a Casa-matriz da Ordem. Mas nunca descuidou do seu trabalho de encadernador, que exercia com espírito de grande pobreza.

No inverno de 1858, pegou uma forte pneumonia, da qual não se recuperou mais. Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini faleceu em 14 de dezembro de 1858, invocando a Virgem Maria, confiando-lhe sua alma.

Viveu como homem de oração e morreu como homem de oração. Foi enterrado no mosteiro da São Cipriano de Kfifan, e seu corpo ficou incorrupto. Beatificado pelo papa João Paulo II em 1998, sendo canonizado pelo mesmo pontífice em 2004. A sua festa ocorre no dia de sua morte.

São Nimatullah Kassab Al-Hardini, rogai por nós! 


São Venâncio Fortunato


Venâncio Honório Clemente Fortunato: um nome grande, de uma grande figura da cristandade de todos os tempos. Era italiano, nasceu numa família pagã, em Treviso, no ano 530. Estudou em Ravena, importante pólo cultural da época, onde se formou em gramática e retórica e se converteu. Porém Venâncio sofria de uma doença crônica nos olhos e estava quase cego. Devoto extremado de são Martinho de Tours, rezou muito para a cura por sua intercessão. Que ocorreu depois de tocar os olhos com o óleo da lamparina que iluminava a capela dedicada ao santo. Decidiu peregrinar, louvando o milagre que Deus lhe concedera, e agradecer pela intercessão do santo junto ao seu túmulo, na Gália, hoje França.

Dessa longa peregrinação não mais retornou. No extenso percurso, exercitou um de seus dons, o da poesia, talvez o melhor. Entre camponeses analfabetos e curiosos, através dela conquistava todos os cristãos, e convertia os pagãos. As suas palavras e versos sublimes se transformavam logo em música criando um ambiente cristão, fraterno e alegre, sendo por isso muito bem acolhido por onde passava.

Ao chegar à sepultura de são Martinho em Tours, declamou o belíssimo poema que lhe dedicara pela graça obtida. Depois, seguiu para Poitiers, onde conheceu a futura santa Rategunda, rainha da França. O encontro mudou o rumo de sua vida. Por motivos políticos, ela tivera de casar-se com o rei Clotário I, pagão, pouco letrado e dado às conquistas violentas. Mais tarde, depois de tê-lo convertido, conseguiu sua autorização para seguir a vida religiosa e fundar um convento. Muito grato e respeitoso, Clotário I fez ainda mais, doou-lhe o castelo de Poitiers, que ela transformou no Convento de Santa Cruz, do qual se tornou abadessa.

Foi o estilo de vida monástico da abadessa que fez com que o poeta Venâncio Fortunato se tornasse sacerdote. Rategunda, então, entregou a direção espiritual do convento a ele, com autorização do bispo. Assim, numa Corte composta por nobres pouco instruídos, ela tomou este brilhante poeta e literato como seu particular secretário, confessor e conselheiro espiritual.

Venâncio Fortunato atingiu, ali, o seu melhor momento literário, época de intensa inspiração e produção. Escreveu diversas biografias de santos, entre eles Martinho de Tours, Germano de Paris, Hilário de Poitiers e muitos outros. Também a sua notória obra poética se perpetuou através da inclusão no breviário da missa, sob a forma de hinos e cânticos, especialmente notados na Semana Santa.

Em 600, foi eleito e consagrado bispo de Poitiers, tornando-se uma figura muito proeminente na história da Gália. Morreu em 14 de dezembro de 607, na sua diocese. Logo passou a ser cultuado pelo povo como santo. A obra que deixou nos leva a uma piedade verdadeira e terna, como a sua, testemunho de humanidade e fé numa época primitiva de barbáries. Por isso, na Catedral de Poitiers, na França, onde suas relíquias são veneradas no dia de sua morte, foi-lhe dedicado um vitral que reflete e enaltece a sua figura de humilde peregrino, laureado poeta, músico e bispo, que foi, em vida, santificada e brilhante no seguimento de Cristo.



 São Venâncio Fortunato, rogai por nós!