Blog Brasil Católico Total NO TWITTER

Blog Brasil Católico Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

Você é o Visitante nº desde 3 janeiro 2014

Flag Counter

Seguidores = VOCÊS são um dos motivos para continuarmos nosso humilde trabalho de Evangelização

Mostrando postagens com marcador Adão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adão. Mostrar todas as postagens

domingo, 19 de março de 2023

Evangelho do Dia

Evangelho Cotidiano

 "Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68 

4º  Domingo da Quaresma

Anúncio do Evangelho (Jo 4, 5-42)
 
 -  Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

— Pois eu sou a luz do mundo, quem nos diz é o Senhor; e vai ter a luz da vida quem se faz meu seguidor! (Jo 8,12)

PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

 Naquele tempo,1ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. 2Os discípulos perguntaram a Jesus: 'Mestre, quem pecou para que nascesse cego: ele ou os seus pais?' 3Jesus respondeu: 'Nem ele nem seus pais pecaram, mas isso serve para que as obras de Deus se manifestem nele. 4É necessário que nós realizemos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, em que ninguém pode trabalhar. 5Enquanto estou no mudo, eu sou a luz do mundo.' 6Dito isto, Jesus cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. 7E disse-lhe: 'Vai lavar-te na piscina de Siloé' (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando.

8Os vizinhos e os que costumavam ver o cego — pois ele era mendigo — diziam: 'Não é aquele que ficava pedindo esmola?' 9Uns diziam: 'Sim, é ele!' Outros afirmavam: 'Não é ele, mas alguém parecido com ele.' Ele, porém, dizia: 'Sou eu mesmo!'

10Então lhe perguntaram: 'Como é que se abriram os teus olhos?' 11Ele respondeu: 'Aquele homem chamado Jesus fez lama, colocou-a nos meus olhos e disse-me: 'Vai a Siloé e lava-te'. Então fui, lavei-me e comecei a ver.' 12Perguntaram-lhe: 'Onde está ele?' Respondeu: 'Não sei.'

13Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. 14Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. 15Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: 'Colocou lama sobre meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!'

16Disseram, então, alguns dos fariseus: 'Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado.' Mas outros diziam: 'Como pode um pecador fazer tais sinais?'

17E havia divergência entre eles. Perguntaram outra vez ao cego: 'E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?' Respondeu: 'É um profeta.'

18Então, os judeus não acreditaram que ele tinha sido cego e que tinha recuperado a vista.

Chamaram os pais dele 19e perguntaram-lhes: 'Este é o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que ele agora está enxergando?' 20Os seus pais disseram: 'Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego. 21Como agora está enxergando, isso não sabemos. E quem lhe abriu os olhos também não sabemos. Interrogai-o, ele é maior de idade, ele pode falar por si mesmo.' 22Os seus pais disseram isso, porque tinham medo das autoridades judaicas. De fato, os judeus já tinham combinado expulsar da comunidade quem declarasse que Jesus era o Messias.
23Foi por isso que seus pais disseram: 'É maior de idade. Interrogai-o a ele.' 24Então, os judeus chamaram de novo o homem que tinha sido cego. Disseram-lhe: 'Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador.' 25Então ele respondeu: 'Se ele é pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo.' 26Perguntaram-lhe então: 'Que é que ele te fez? Como te abriu os olhos?' 27Respondeu ele: 'Eu já vos disse, e não escutastes. Por que quereis ouvir de novo? Por acaso quereis tornar-vos discípulos dele?' 28Então insultaram-no, dizendo: 'Tu, sim, és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés. 29Nós sabemos que Deus falou a Moisés, mas esse, não sabemos de onde é.' 30Respondeu-lhes o homem: 'Espantoso! Vós não sabeis de onde ele é? No entanto, ele abriu-me os olhos! 31Sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aquele que é piedoso e que faz a sua vontade. 32Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33Se este homem não viesse de Deus, não poderia fazer nada'.

34Os fariseus disseram-lhe: 'Tu nasceste todo em pecado e estás nos ensinando?' E expulsaram-no da comunidade.

35Jesus soube que o tinham expulsado. Encontrando-o, perguntou-lhe: 'Acreditas no Filho do Homem?' 36Respondeu ele: 'Quem é, Senhor, para que eu creia nele?' 37Jesus disse: 'Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo.' Exclamou ele: 38'Eu creio, Senhor'! E prostrou-se diante de Jesus.

39Então, Jesus disse: 'Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem, vejam, e os que veem se tornem cegos.' 40Alguns fariseus, que estavam com ele, ouviram isto e lhe disseram: 'Porventura, também nós somos cegos?' 41Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: 'Nós vemos', o vosso pecado permanece.'

 — Palavra da Salvação.

Glória a vós, Senhor.

MEDITANDO O EVANGELHO

«Vai lavar-te»

Hoje, quarto domingo de Quaresma —chamado domingo “alegrai-vos”— toda a liturgia nos convida a experimentar uma alegria profunda, um grande gozo pela proximidade da Páscoa.

Jesus foi causa de uma grande alegria para aquele cego de nascimento, a quem outorgou a vista corporal e a luz espiritual. O cego acreditou e recebeu a luz de Cristo. Não assim, aqueles fariseus que se achavam na sabedoria e na luz, permaneceram cegos pela sua dureza de coração e pelo seu pecado. De fato, «Os judeus não acreditavam que ele tivesse sido cego e que tivesse começado a ver, até que chamaram os pais dele» (Jo 9,18).

Quão necessário se faz a luz de Cristo para ver a realidade na sua verdadeira dimensão! Sem a luz da fé seríamos praticamente cegos. Nós recebemos a luz de Jesus Cristo e faz falta que toda a nossa vida seja iluminada por essa luz. Mais ainda, esta luz resplandecerá na santidade da vida para que atraia a muitos que ainda a desconhecem. Tudo isso supõe conversão e crescimento na caridade. Especialmente neste tempo de Quaresma e nesta última etapa. São Leão Magno nos exorta: Mesmo que todo tempo seja bom para se exercitar na virtude da caridade, estes dias de Quaresma nos convidam a fazê-lo de uma forma mais urgente.

Somente uma coisa pode nos separar da luz e da alegria que nos dá Jesus Cristo, e esta coisa é o pecado, o querer viver longe da luz do Senhor. Desafortunadamente, muitos —as vezes, nós mesmos— entramos neste tenebroso caminho e perdemos a luz e a paz. Santo Agostinho, partindo da sua própria experiência, afirmava que não há nada mais infeliz do que a felicidade daqueles que pecam.

A Páscoa está perto e o Senhor quer comunicar-nos toda a alegria da Ressurreição. Disponhamo-nos para acolhê-la e celebrá-la. «vai lavar-te» (Jo 9,7), diz-nos Jesus... Lavemo-nos nas águas purificadoras do sacramento da Penitencia! Aí encontraremos a luz e a alegria, e realizaremos a melhor preparação para a Páscoa. - Rev. D. Joan Ant. MATEO i García (Tremp, Lleida, Espanha)

Pensamentos para o Evangelho de hoje

  • «Recebe, então, a imagem de Deus que perdeste pelas tuas más obras» (Santo Agostinho)

  • «Também nós, por causa do pecado de Adão, nascemos “cegos”. O pecado feriu a humanidade, deixando-a nas trevas da morte, mas em Cristo resplandece a novidade da vida e a meta à que somos chamados» (Bento XVI)

  • «Frequentemente, Jesus pede aos doentes que acreditem. Serve-se de sinais para curar: saliva e imposição das mãos, lodo e lavagem. Por seu lado, os doentes procuram tocar-Lhe, ‘porque saía d'Ele uma força que a todos curava’ (Lc 6, 19). Por isso, nos sacramentos, Cristo continua a “tocar-nos” para nos curar» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1504)

     

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Nossa Senhora do Ó - 18 de dezembro

Festa católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na liturgia com o nome de “Expectação do parto de Nossa Senhora”, e entre o povo com o título de “Nossa Senhora do Ó”. Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos. A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da “bendita entre as mulheres”, que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade. Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó (“Ó Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó rebento da Raiz de Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus”), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”. É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.

 

A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade brasiliense Santo Ildefonso.

Primeiro comemorava-se hoje a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de “Expectação do parto”. Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França, etc. Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.

Nossa Senhora do Ó, rogai por nós!


domingo, 26 de março de 2017

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

4º Domingo da Quaresma

Evangelho segundo S. João 9,1-41.
Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença.
Os discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem é que pecou para ele nascer cego? Ele ou os seus pais?».
Jesus respondeu-lhes: «Isso não tem nada que ver com os pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se manifestarem nele as obras de Deus. 
É preciso trabalhar, enquanto é dia, nas obras d’Aquele que Me enviou. Vai chegar a noite, em que ninguém pode trabalhar.
Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo». 
Dito isto, cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego.  Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e ficou a ver.  Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que antes o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar sentado a pedir esmola?».
Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu».
Perguntaram-lhe então: «Como foi que se abriram os teus olhos?».
Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez um pouco de lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: ‘Vai lavar-te à piscina de Siloé’. Eu fui, lavei-me e comecei a ver».
Perguntaram-lhe ainda: «Onde está Ele?». O homem respondeu: «Não sei».
Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. 
Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo».  Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles.   Perguntaram então novamente ao cego: «Tu que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um profeta». 
Os judeus não quiseram acreditar que ele tinha sido cego e começara a ver. Chamaram então os pais  dele e perguntaram-lhes: «É este o vosso filho? É verdade que nasceu cego? Como é que ele agora vê?».
Os pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego;
mas não sabemos como é que ele agora vê, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Ele já tem idade para responder; perguntai-lho vós».

Foi por medo que eles deram esta resposta, porque os judeus tinham decidido expulsar da sinagoga quem reconhecesse que Jesus era o Messias.  Por isso é que disseram: «Ele já tem idade para responder; perguntai-lho vós».
Os judeus chamaram outra vez o que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é pecador».  Ele respondeu: «Se é pecador, não sei. O que sei é que eu era cego e agora vejo».
Perguntaram-lhe então: «Que te fez Ele? Como te abriu os olhos?».
O homem replicou: «Já vos disse e não destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo novamente? Também quereis fazer-vos seus discípulos?».
Então insultaram-no e disseram-lhe: «Tu é que és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés.
Nós sabemos que Deus falou a Moisés; mas este, nem sabemos de onde é».

O homem respondeu-lhes: «Isto é realmente estranho: não sabeis de onde Ele é, mas a verdade é que Ele me deu a vista.
Ora, nós sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aqueles que O adoram e fazem a sua vontade.
Nunca se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença.
Se Ele não viesse de Deus, nada podia fazer».

Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no.
Jesus soube que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do homem?».
Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?».
Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo».
O homem prostrou-se diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor».
Então Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um juízo: os que não veem ficarão a ver; os que veem ficarão cegos».
Alguns fariseus que estavam com Ele, ouvindo isto, perguntaram-Lhe: «Nós também somos cegos?».
Respondeu-lhes Jesus: «Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas como agora dizeis: ‘Nós vemos’, o vosso pecado permanece».

Comentário do dia:  Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as Heresias
«Ele é a imagem do Deus invisível [...]; nele tudo foi criado [...]; tudo foi criado por Ele e para Ele» (Col 1,15-16)

Quando se tratou do cego de nascença, não foi só por uma palavra, mas por uma ação, que o Senhor lhe concedeu a vista. Ele não agiu assim sem razão nem por acaso, mas para que conhecêssemos a mão de Deus que, no princípio tinha modelado o homem. Por isso, quando os discípulos Lhe perguntaram de quem era a culpa de aquele homem ser cego, dele mesmo ou de seus pais, o Senhor declarou: «Isso não tem nada que ver com os pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se manifestarem nele as obras de Deus». Estas «obras de Deus» são, primeiro que tudo, a criação do homem, que a Escritura descreve como uma ação: «E Deus tomou um pouco de argila e modelou o homem» (Gn 2,7). Foi por isso que o Senhor cuspiu no chão, fez lama e ungiu os olhos do cego: para mostrar de que modo se tinha realizado a moldagem inicial e, para aqueles que eram capazes de compreender, manifestar a mão de Deus, que tinha esculpido o homem a partir da argila. [...]

E porque, nesta carne modelada em Adão, o homem tinha caído na transgressão e precisava do banho do novo nascimento (Tt 3,5), o Senhor disse ao cego, após ter-lhe untado os olhos com a lama: «Vai lavar-te à piscina de Siloé». Concedia-lhe assim, ao mesmo tempo, a remodelagem e a regeneração operada pelo banho. Desta forma, depois de se ter lavado, «ele ficou a ver», a fim de reconhecer Aquele que o tinha remodelado e de aprender quem era o Senhor que lhe tinha dado a vida. [...]

Assim, Aquele que, no princípio, tinha modelado Adão, e a quem o Pai tinha dito: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança» (Gn 1,26), esse mesmo manifestou-Se aos homens no fim dos tempos e remodelou os olhos deste descendente de Adão.       

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Abra-se à Misericórdia!

Meditação sobre a Misericórdia

Para ler e meditar após rezar o Terço da Misericórdia

Jesus pediu a santa Faustina Kowalska que rezássemos o Terço da Misericórdia as 15h, diante do Sacrário, e, em seguida fizéssemos uma meditação sobre a sua Paixão. Jesus lhe pediu: As três horas da tarde, implora a Minha Misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que me encontrei no momento da agonia…(Diário n. 1320).


Eu costumo fazer esta meditação:
Compadeço-me, Senhor Jesus, de Tua agonia mortal no Horto das Oliveiras naquela Quinta-feira santa, e naquele abandono terrível que sentiu na carne até diante do Pai, ao assumir todos os nossos pecados diante da Justiça Divina. O peso desta culpa sobre Ti foi tão grande, que o Senhor sentiu uma tristeza mortal. Compadeço-me do Sangue que o Senhor derramou ali nesta agonia, vislumbrando todo sofrimento que enfrentaria. 

Compadeço-me da consolação do Teu anjo da Guarda. O Senhor humanamente precisou dele, e também lhe agradeço pelo meu Anjo protetor.

E logo Judas chegou com os soldados para prendê-lo. Foste vendido pelo preço de um escravo: trinta moedas de prata. Um bando de criminosos veio prender o Inocente, o Santo dos Santos. 

Compadeço-me, Senhor, do beijo amargo de Judas. O amaste tanto e foste traído exatamente no dia em que mais nos amaste deixando para nós a Tua Presença na Eucaristia, para sempre. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, os amastes até o fim” (Jo 13,1).
O Senhor já sabia – “Um de vós que come comigo, vai me trair” (Mc 14,18). O mal se paga com o bem, nos ensinaste isso no Monte das Oliveiras, e viveste isso no monte do Horto. Ali o Senhor pagava pelos nossos pecados à Justiça Divina. Satanás cobrava-lhe uma culpa e uma pena que não devias, por isso, nos libertastes cumprindo por nós toda Justiça. O Senhor não lhe devia nada, então, como foi cobrado de uma pena que não devia, pagou assim toda a nossa culpa. Assim o Pai enganou a Satanás, como ele tinha enganado a Adão. O inimigo foi vencido no mesmo campo de batalha. Satanás acorrentou Adão, mas o Senhor acorrentou Satanás, como disse S. Agostinho.

Compadeço-me, Senhor, da Tua prisão, e dos maus tratos que sofreste nas mãos dos soldados ali no Horto, nos caminhos, na casa de Anás e Caifás, e aquela noite terrível no calabouço na casa de Caifás, depois daqueles insultos e maus tratos. Que noite pavorosa meu Senhor! Me deste a graça de um dia estar nessa cova branca que o acolheu naquela última noite. Na manhã de sexta-feira foste levado a Herodes e a Pilatos. O interrogaram por curiosidade e o desprezaram. O Rei do Céu foi desprezado pelos reis da Terra. O desprezo para contigo Jesus, foi completo. Completaste a medida do aniquilamento que esvazia a culpa de Adão. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, da Tua flagelação, preso na coluna, Tuas carnes foram rasgadas, Teu Sangue derramado, Tuas chagas abertas. Pagaste os nossos pecados da carne. Nosso corpo é Teu Templo, e no entanto, é tão profanado pela prostituição, pornografia, homossexualidade e tantas impurezas. O Rei, ao invés de ser coberto de um manto de púrpura, foi coberto por um manto de Sangue. Vendo-Te despedaçado, Senhor, imagino quão grandes são os pecados de todos nós, cometidos com nosso corpo! Sinto que ali o Senhor foi como que esmagado no moinho, como o trigo, para se tornar a farinha que daria o Pão da Eucaristia. Ali teu Sangue foi derramado, e o Senhor esmagado como as uvas no lagar, para se transformar no Vinho da Eucaristia. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, daquela dolorosa, humilhante e sangrenta coroação de espinhos! Quem pode suportar isso? Tua santa Cabeça foi perfurada por muitos espinhos para reparar os nossos muitos pecados de pensamentos, palavras, malícias, maus desejos, maledicências, provocações, invejas, ira, ciúme… Que abismo de tantos pecados é esse de toda a humanidade, Senhor?! O Rei ao invés de ser coroado com uma coroa de belos brilhantes, é coroado com uma coroa de grandes espinhos! Os soldados zombaram do Senhor, e lhe colocaram uma cana na mão, simulando um cetro de rei, e um manto púrpura. Sei que zombaram de Ti, Senhor, bateram em Sua cabeça coroada de espinhos e cuspiram em Teu Rosto santo. Pagavas assim os nossos pecados de soberba, orgulho, maus desejos, apegos desordenados, ira, inveja, maledicências, respeito humano, mentiras… Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, da Tua condenação à morte por Pilatos, em um julgamento iníquo; ele se acovardou diante das autoridades judias que Te entregaram por inveja. Pilatos sabia que eras inocente, mas foi covarde e o entregou para ser crucificado, e assim agradou o povo. Não permita Senhor, que para agradar o povo eu negue a Tua doutrina! Deus Pai soube, na Sua Sabedoria perfeita, usar da covardia de Pilatos, da inveja dos doutores da Lei e da traição de Judas, para cumprir Seu Plano misterioso de nossa Redenção. Ninguém foi obrigado a Te trair e negar, eles agiram livremente e por maldade. E o Senhor não abriu a boca, não se defendeu, foi como “uma ovelha muda levada ao matadouro”, como profetizou Isaías, para cumprir todo o plano do Pai. Obrigado, Senhor, porque bebeste este Cálice até a última gota, para que as portas do Céu se abrissem para nós! Submeteste-te a autoridade de Pilatos, e lhe revelaste a Tua divindade. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Leia também: A Divina Misericórdia
Terço da Misericórdia
Novena à Divina Misericórdia
Meditação da Paixão de Cristo
Os 25 segredos da luta espiritual que Jesus revelou a Santa Faustina

Compadeço-me, Senhor, da cruz pesada colocada em seus ombros flagelados, derrubando-o por terra. Teu cansaço era tão grande que obrigaram Simão Irineu a Te ajudar a levar a cruz. E Tu aceitaste Senhor. Vejo que eu também preciso ser ajudado quando a minha cruz pesar demais e me jogar por terra. 

Compadeço-me, Senhor, das vezes que o Senhor caiu sob o peso do lenho pesado dos nossos pecados. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, do Teu encontro doloroso com Nossa Senhora das Dores. Foi o encontro da Paixão com a Compaixão, das lágrimas com o Sangue. Aquela Espada predita por Simeão atravessou-lhe a alma por ser o Senhor um “Sinal de contradição”, um NÃO dito ao pecado, ontem, hoje e sempre! Tua Mãe guardou aquelas palavras no coração com toda atenção, esperando a sua hora. Eis que ela chegou! Que a Virgem nos acompanhe também, Senhor, nas horas amargas de nossa vida, pois Tu a deste para ser também nossa Mãe. Que Ela nos ajude a aceitar a Tua santa vontade em nossa vida, qualquer que seja. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, daquele encontro com as outras mulheres, que certamente estavam com a Tua Mãe, Maria Madalena, Maria de Cléofas e outras, que te consolaram e foram consoladas pelo Senhor. “Orem, não por mim, mas pelos teus filhos…”. Meu Senhor, que mesmo nas amarguras da dor eu saiba consolar quem me consola, que a auto piedade não tome nunca conta de meu espirito. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Assista também: A Festa da Divina Misericórdia

Compadeço-me, Senhor, daquele lenço suave de Verônica que enxugou o Teu rosto ensanguentado. Que gesto bonito e caridoso! Era tudo que aquela mulher podia fazer por Ti naquela hora. E Tu a recompensaste deixando Teu rosto divino e humano gravado no seu pano. Oh, Jesus, deixa tua Face bendita marcada em minha alma todas as vezes que eu enxugar o Teu rosto sofrido na face de um irmão! Que eu veja em cada um deles, Senhor, um verdadeiro irmão, onde Tu estás sofrendo. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, da Tua chegada ao Calvário. Ali te arrancaram as vestes já coladas em Teu corpo, e o Sangue verteu novamente em dores renovadas. E crucificaram-Te. Pregaram Tuas mãos e Teus pés, violentamente, sem piedade, e o levantaram no madeiro entre o Céu e a terra em dores indizíveis, inimagináveis, inenarráveis. O cirurgião Pierre Barbet as conheceu bem e se desconcertou… Ele estudou a Tua Paixão por vinte e cinco anos, e escreveu o livro “A Paixão de Cristo segundo cirurgião”. Enquanto gemias de dor, os soldados dividiam suas vestes e sorteavam o Teu manto. O Senhor entregou-nos tudo, morreu sem nada, nem mesmo as roupas… Por este gesto concede-nos a graça do desprendimento de tudo nesta vida. Que eu possa caminhar entre as coisas que passam abraçando somente as que não passam. Que eu me apegue somente a Ti, Senhor, esvaziando-me do resto. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, das Tuas ultimas palavras e orações por nós na cruz. Sentiste o profundo abandono de todos os pecadores que se afastam de Deus. Perdoaste os inimigos que o matavam, cumprindo o que mandou-nos: “perdoar os inimigos e orar pelos que nos perseguem”. Tu és coerente Jesus, por isso vencestes o mundo. “Quando Eu for levantado no madeiro, atrairei todos a Mim”. Sim, Senhor, atraíste todos a Ti. Por isso, toda humanidade Te respeita e nós te adoramos. Assumiste na cruz a culpa de todos nós e sentistes o abandono do pecador que foge da Justiça divina – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste!”.

Teu coração misericordioso acolheu a Dimas que te implorou estar em Teu Reino. Tua misericórdia de fato é infinita! Que graça extraordinária ele recebeu de confiar em Ti! Certamente Tua Mãe rezava pelos que eram condenados contigo. Foi o primeiro a receber o bilhete do Céu. Oh, Jesus, lembra-te de cada um de nós no Reino de Tua glória. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Depois de nos ter dado tudo, a Tua vida, Teu Sangue, Teu Amor, ainda nos destes a Tua Mãe. Certamente porque precisamos dela para chegar ao Céu, como ensinaram os santos doutores. “Filho, eis ai a tua Mãe!”. É impressionante que São João logo “a levou para a sua casa”. Eu também já a trouxe para a minha. Que Ela nos guarde, proteja e interceda por nós sem cessar diante de Ti. Sei que a Ela o Senhor nada pode negar.

Compadeço-me, Senhor, do vinagre que lhe deram para aplacar a dor, mas que o rejeitaste, para estar lúcido até o fim, e poder dizer conscientemente ao Pai – “Tudo está consumado!”. Tua sede física era cruel, por causa da perda de todo Teu Sangue, mas era também – como viram os Padres da Igreja – “a sede de Tua alma” pela salvação das nossas almas. És o bom Pastor que não quer perder nenhuma ovelha para o Lobo. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

Compadeço-me, Senhor, de Tua Morte, que matou a nossa morte eterna e nos abriu o Céu. Vestiste a nossa natureza para poder experimentar a morte em nossa defesa contra ela. Pelo Batismo fomos sepultados nela e ressuscitados para uma vida nova (cf. Rom 6,4 s). Obrigado, Senhor, a eternidade será insuficiente para Te agradecer tão grande amor por nós! Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós!

breviariodaconfiancaMesmo depois de morto, ainda te rasgaram o peito com a lança, e do Teu sagrado Coração perfurado saiu Sangue e Água; dai nasceu a Igreja, Tua esposa, “como Eva nasceu do lado aberto de Adão”, como nos ensinaram os santos Padres. Daí brotaram os sete Sacramentos de nossa redenção.

E Tua Mãe o recebeu destruído, em Seus braços maternos. Que dor no coração desta Mãe, que recebeu nos Seus braços o Filho de Deus humanado e destruído como jamais foi um ser humano! E ela o depôs, as pressas, no túmulo novo de José de Arimateia, esse bom amigo. E ali Ela viveu a soledade, a solidão do Sábado do silêncio, em que o Rei dormiu. Pela dolorosa Paixão de Teu Filho, Pai, tende piedade de nós! Nós te adoramos e bendizemos, Senhor Jesus, porque pela Vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Encerro essa meditação com uma frase de São Boaventura, que resume o quanto essa prática faz bem para a nossa alma:
“Se quereis progredir no amor de Deus, meditai todos os dias a Paixão do Senhor. Nada contribui tanto para a santidade das pessoas como a Paixão de Cristo”.

Medite sempre a Paixão de Jesus Cristo e abra-se a Sua MISERICÓRDIA!

Por: Prof. Felipe Aquino

http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2016/01/21/abra-se-a-misericordia/ 



 

domingo, 7 de março de 2010

Evangelho do dia

Evangelho segundo São Lucas - 3º Domingo da Quaresma

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68

Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.

Nessa ocasião, apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam. Respondeu-lhes: «Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente. E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma forma.»

Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. Disse ao encarregado da vinha: 'Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?' Mas ele respondeu: 'Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.'»

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Cipriano (c. 200-258), Bispo de Cartago e mártir
Dos benefícios da paciência, 3-5; PL 4, 624-625

Imitar a paciência de Deus

Como é grande a paciência de Deus! [...] Ele faz com que o dia nasça e com que o sol se levante tanto para os bons como para os maus (Mt 5, 45); Ele rega a terra com as chuvas e ninguém fica excluído da Sua benevolência, uma vez que a água é dada indistintamente aos justos e aos injustos. Vemo-Lo agir com igual paciência para com os culpados e para com os inocentes, os fiéis e os ímpios, aqueles que Lhe dão graças e os ingratos. Para todos eles os tempos obedecem à voz de Deus, os elementos colocam-se ao Seu serviço, os ventos sopram, manam as fontes, as colheitas aumentam de abundância, a uva amadurece, as árvores carregam-se de frutos, as florestas reverdecem e os prados cobrem-se de flores. [...] E embora Ele tenha o poder de Se vingar, prefere esperar muito tempo com paciência e aguarda e adia com bondade para que, se for possível, a malícia se esbata com o tempo e o homem [...] se volte enfim para Deus, segundo o que Ele mesmo nos diz: «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, a fim de que tenha a vida» (Ez 33, 11). E ainda: «Voltai-vos para Mim, regressai para o Senhor vosso Deus, porque Ele é misericordioso, bom, paciente e compassivo» (Jl 2, 13). [...]

Ora, Jesus diz-nos: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5, 48). Por estas palavras Ele nos indica que, sendo filhos de Deus e regenerados por um nascimento celeste, atingimos o cume da perfeição quando a paciência de Deus Pai permanece em nós e a semelhança divina, perdida pelo pecado de Adão, se manifesta a brilha nos nossos actos. Que grande glória a nossa, a de nos assemelharmos a Deus, que grande felicidade, termos essa virtude digna dos louvores divinos!