Santo Afonso Rodrigues
Diante da “galeria” de santos da Companhia de Jesus, voltamos o nosso
olhar, talvez, para o mais simples e humilde dos Irmãos: Santo Afonso
Rodrigues. Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de
1532.
Pertencente a uma família cristã, teve que interromper seus
estudos no primário, pois com a morte do pai, assumiu os compromissos
com o comércio. Casou-se com Maria Soares que amou tanto quanto os dois
filhos, infelizmente todos, com o tempo, faleceram. Ao entrar em crise
espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e dirigido por um
sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso e assim,
assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. Vencendo tudo
em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e depois
do noviciado foi enviado para o colégio de formação.
No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos
prestava vários serviços, e dentre as virtudes heróicas que conquistou
na graça e querendo ser firme na fé, foi a obediência sua prova de
verdadeira humildade. Santo Afonso sabia ser simples Irmão pois aceitava
com amor toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade
de Deus.
Tinha como regra:
“Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina”.
Este santo encantador, com sua espiritualidade ajudou a muitos,
principalmente São Pedro Claver quanto ao futuro apostolado na Colômbia.
Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues, sofreu muito antes
de morrer em 31 de outubro de 16
Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!
São Quintino
As notícias sobre o apóstolo da Picardia são duvidosas. Certa é, de
qualquer maneira, sua existência e o martírio sofrido em Vermand, cidade
que hoje leva seu nome, Saint-Quintin, às margens do rio Somme.
Segundo a tradição — reconstruída várias vezes e enriquecida de
episódios lendários —, Quintino era romano, quinto filho de uma família
numerosa (fato insólito no baixo império) e cristã.
Partiu de Roma com alguns companheiros para evangelizar a Gália. Com ele
estava Luciano, também mártir e santo. Os dois dividiram entre si o
território da Picardia para evangelizar. Luciano escolheu Beauvais;
Quintino estabeleceu-se em Amiens e a partir daí difundiu a mensagem
evangélica nas regiões circunvizinhas.
Fê-lo com muito sucesso, até o momento em que o prefeito romano julgou
oportuno detê-lo e encerrá-lo na prisão, numa tentativa de fazê-lo mudar
de opinião, talvez, devolvendo-o a Roma. Mas Quintino não era do gênero
dos que se furtam a compromissos e o prefeito condenou-o à morte.
Como romano, o obstinado missionário merecia o privilégio — se tal cabe
dizer — da decapitação. Mas como cristão (e os cristãos eram acusados de
ateísmo por causa de sua recusa de adorar os deuses de Roma), teve uma
morte dolorosa, precedida de várias torturas. Tudo isso durante o
império de Diocleciano ou de Maximiano (a tradição não é clara).
A lenda se desdobra a seguir em outras particularidades. O corpo de
Quintino foi lançado a um rio em cujo fundo teria permanecido cerca de
50 anos, até que as orações de uma mulher piedosa o fizeram vir à tona,
ainda intacto. Ou, mais provavelmente — retifica outra tradição —, o
corpo de são Quintino teria sido reencontrado por um santo monge que lhe
deu digna sepultura, erigindo sobre sua tumba um mosteiro a ele
dedicado, perto de Vermand, lugar de peregrinações populares desde a
alta Idade Média.
São Quintino, rogai por nós!
São Wolfgang
No final do século I surgiu o novo contorno político dos países da
Europa. Entre os construtores desse novo mapa europeu está o bispo são
Wolfgang, também venerado como padroeiro dos lenhadores.
Nascido no ano 924, na antiga Suábia, região do sudoeste da Alemanha,
aos sete anos foi entregue à tutela de um sacerdote. Cresceu educado no
Convento beneditino de Constança. Considerado um exemplo, nos estudos e
no seguimento de Cristo, era muito devoto da eucaristia e tinha vocação
para a vida religiosa.
Saiu do colégio em 956, sem receber ordenação, para ser conselheiro do
bispo de Trèves. Cargo que associou ao de professor da escola da
diocese, onde arrebatava os alunos com sua sabedoria e empolgante
maneira de ensinar.
Com a morte do bispo em 965, decidiu retirar-se no Mosteiro beneditino
da Suíça. Três anos depois, terminado o noviciado, ordenou-se sacerdote e
foi evangelizar a Hungria. Na época, esses povos bárbaros tentavam
firmar-se como nação, mas continuavam a invadir e saquear os reinos
alemães, promovendo grandes matanças de cristãos.
Wolfgang foi bem aceito e iniciou com sucesso a cristianização dos
húngaros, organizando esses povos a se firmarem na terra como
agricultores. Assim, começou a mostrar seu valor de pregador,
pacificador e diplomata político também. Pouco tempo depois, em 972, era
nomeado bispo de Ratisbona.
Ratisbona, cidade da Baviera, cujos vales dos rios Reno e Naab ligam as
terras da Boêmia, que dependiam daquela diocese, ou seja, do bispo
Wolfgang. Lá, ele, novamente, foi mestre e discípulo, professor e
aprendiz. Mas foi, principalmente, o grande evangelizador e coordenador
político. Caminhava de paróquia em paróquia dando exemplos de
religiosidade e caridade, pregando e ensinando a irmãos, padres e
leigos.
Sua fé e dedicação ao trabalho trouxeram-lhe fama, e até o próprio duque
da Baviera confiou-lhe os filhos para educar. Foi a atitude acertada,
porque Henrique, o filho mais velho do duque, tornou-se imperador da
Baviera. Bruno, o segundo filho, foi bispo exemplar, como seu mestre. A
filha, Gisela, foi um modelo de rainha católica na história da Hungria. E
finalmente, a outra filha, Brígida, tornou-se abadessa de um mosteiro
fundado pelo bispo Wolfgang.
Mas esse não foi o único mosteiro que criou, foram vários, além dos
restaurados, das igrejas, hospitais, casas de repouso para velhos e
creches para crianças, também fundados e administrados sob sua
orientação. Sua visão evangelizadora era tão ampla que passava pelo
curso político da história. Assim, surpreendeu os poderosos da época e
até os superiores do clero quando decidiu separar da diocese de
Ratisbona as terras da Baviera, para criar uma nova, com sua sede
episcopal em Praga. Apesar das reclamações, agiu corretamente e fundou a
diocese de Praga, que em 976 teve seu primeiro bispo, Tietemaro, depois
sucedido pelo grande santo Alberto, doutor da Igreja.
Desse modo, robusteceu a missão evangelizadora e o cristianismo firmou
raízes nas terras germânicas. Em 974, devido à luta entre Henrique II da
Baviera e o imperador Oto II da Alemanha, refugiou-se num mosteiro em
Salzburg. E não perdeu tempo, erguendo, ali perto, uma igreja dedicada a
são João Batista, que depois foi aumentada, reformada e, em sua
memória, recebendo o seu nome.
Wolfgang fazia uma viagem evangelizadora pela Áustria quando adoeceu.
Morreu alguns dias depois, em Pupping, no dia 31 de outubro de 994. Foi
canonizado em 1052, pelo papa Leão IX. A festa de são Wolfgang,
celebrada no dia de sua morte, é uma das mais tradicionais da Igreja,
especialmente entre os povos cristãos de língua germânica.
São Wolfgang, rogai por nós!