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sábado, 19 de agosto de 2023

Santo do Dia - 19 de agosto

Santo Ezequiel Moreno y Diaz

 Ezequiel Moreno y Diaz nasceu no dia 9 de abril de 1848, em Alfaro Terazona, Espanha. Seus pais, honrados e piedosos, deram aos cinco filhos uma educação cristã. Ezequiel percebeu, desde criança, o chamado de Deus à vida religiosa e missionária.

Seguindo o exemplo do seu irmão mais velho, Eustáquio, em 1864 vestiu o hábito religioso no Convento dos agostinianos recoletos de Monteagudo, em Navarra. Tomou o nome de frei Ezequiel de Nossa Senhora do Rosário quando emitiu os votos solenes em 1866. Três anos depois, foi enviado para as Ilhas Filipinas, onde permaneceu por 15 anos, ganhando notoriedade pela integridade do seu apostolado missionário.

Em 1885, Ezequiel Moreno foi nomeado superior do Convento de Monteagudo, retornando para a Espanha. Após três anos, quando terminou o seu mandato, os irmãos da Colômbia pediram ajuda à Espanha e ele se ofereceu como voluntário. Nomeado superior da expedição de sete missionários, em 1888, partiu da Espanha em direção à América.

Antes de tudo, restabeleceu a observância das Regras religiosas nas comunidades da Ordem. Depois, trabalhou para a reativação das missões de Los Llanos de Casanare, exercida, anteriormente, pelos agostinianos recoletos.

Com cartas exaltando a necessidade e o valor das missões, despertava o entusiasmo do governo e das autoridades eclesiásticas, além de estimular o ânimo dos religiosos.

Ezequiel Moreno foi consagrado bispo de Pinara e vigário apostólico de Casanare em 1894. Pretendia acabar ali os seus dias, porém Deus o tinha destinado para uma tarefa mais árdua e delicada. Um ano depois, foi nomeado bispo de Pasto. O novo ministério foi seu verdadeiro calvário, sendo submetido a humilhações, menosprezo, calúnias, perseguições. Chegou, em algumas circunstâncias, a experimentar momentos de abandono por parte dos seus irmãos do clero.

Assim, para pôr um fim às polêmicas existentes, em 1898 foi para Roma apresentar sua renúncia ao papa Leão XIII, que não aceitou. Teve, então,  de retornar à sua sede episcopal, onde, além dos novos ataques pessoais, esperavam-no as aflições da sangrenta guerra civil que se desencadeara.

Adoeceu em 1905, passando por um rápido e sofrido final, acometido por  um câncer agressivo no nariz, depois de duas operações sem êxito feitas  na Espanha. Morreu no dia 19 de agosto de 1906, na sua cela do Convento de Monteagudo, sendo sepultado na igreja de Nossa Senhora do Caminho, deste mesmo convento.

A fama de sua santidade difundiu-se entre os cristãos, sobretudo nos da Colômbia. Muitas curas, especialmente de câncer, foram atribuídas à sua  intercessão, sendo beatificado em 1975. O anúncio de sua canonização foi feito pelo papa João Paulo II em 1992, na cidade de São Domingos, quando apresentou santo Ezequiel Moreno y Diaz ao mundo como exemplo de missionário e pastor, na festa do V Centenário da Evangelização da América. 


Santo Ezequiel Moreno y Diaz, rogai por nós!


São João Eudes 

João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601, na pequena vila de Ré, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e Marta, que tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente religioso.

Inicialmente, estudou no Colégio Real de Dumont, em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela rezar, deixando as brincadeiras para o segundo plano. Na adolescência, por sua grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se sacerdote.

Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde ingressou no Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos, centrados no amor a Cristo, e de sua especial devoção a Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Promoveu o culto litúrgico do Sagrado Coração. Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia.

Nesta última, quando, em 1627, ocorreu a epidemia da peste, João percorreu quase todas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira, que de sua pele até a peste tinha medo: "Desta carcaça até a peste tem medo", dizia. Mas temia pela  integridade daqueles que viviam à sua volta, que, ao seu contato, poderiam ser contagiados.

Por isso não entrava em casa e, à noite, dormia dentro de um velho barril abandonado ao lado do paiol. Inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, no qual as elites dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé, João Eudes, sabendo interpretar esses sinais dos tempos, fundou, em 1641, a Congregação de Jesus e Maria com um grupo de sacerdotes de Caen que se uniram a ele. A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir, por meio dessas missões, a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

Seguindo esse pensamento, também fundou a Congregação Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, para atender às jovens que de desviavam pelos caminhos da vida e às crianças abandonadas. A Ordem deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor.

Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões populares, num ritmo de trabalho simplesmente espantoso. As regiões atingidas pelo esforço dos seus missionários foram aquelas que mais resistiram ao vendaval antirreligioso da Revolução Francesa.

Coube a João Eudes a glória de ter sido o precursor do culto da devoção  dos sagrados corações de Jesus e de Maria. Para isso, ele próprio compôs missas e ofícios, festejando, pela primeira vez, com um culto litúrgico do Coração de Maria em 1648, e do Coração de Jesus em 1672. Hoje, essas venerações fazem parte do calendário da Igreja.

Morreu em Caen, norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado pelo papa Pio XII em 1925. A festa de são João Eudes comemora-se no dia de sua morte.


São João Eudes, rogai por nós!


São Ludovico (Luiz de Anjou)

Ludovico de Anjou, embora de ascendência francesa, nasceu na Itália, provavelmente na Sardenha, em 1274. Era o mais velho entre os 14 irmãos. Sua mãe era Maria, sobrinha de santa Isabel da Hungria e irmã de três príncipes que também chegaram a ser reis e santos: Estêvão, Ladislau e Henrique. Seu pai era Carlos II de Anjou, rei de Nápoles, Sicília, Jerusalém e Hungria, e filho do papa Inocêncio II. Ludovico também era sobrinho-neto de são Luiz IX, rei da França.

Em 1284, começou a crise da Casa Real de Anjou, na Itália meridional. O pai de Ludovico tornou-se prisioneiro dos reis de Aragão da Espanha, e sua liberdade foi concedida, depois de três anos, mediante troca de reféns. O rei espanhol Afonso III exigiu que esses fossem os três sucessores diretos do rei Carlos II: Ludovico, Roberto e Raimundo.

Eles foram muito maltratados e Ludovico em especial, pois era o mais velho e tinha 13 anos de idade. Tratado com aspereza e crueldade, pagando pelo rancor que o rei de Aragão nutria pela política do papa e do rei de Anjou. Motivo que o levou a quebrar todos os acordos firmados antes da troca dos reféns: o cativeiro dos príncipes durou sete anos.

Ludovico aceitou a longa prisão com abnegação e paciência, pois já estava acostumado com a vida de penitência. Desde pequeno, ele não dormia na sua cama real, preferindo o chão duro e frio. Assim, aquele período no cárcere só cristalizou a santidade do jovem príncipe. Era tratado cruelmente e deixado junto com os leprosos, os quais cuidava com zelo e carinho. Não temia o contágio, que seria motivo de felicidade,  pois poderia sofrer um pouco e imitar o sofrimento de Cristo.

Esse seu período de cativeiro foi acompanhado pelos frades da Ordem de São Francisco, principalmente pelo frei Jacques Deuze, depois eleito papa. Foi ele que presenciou e registrou as curas prodigiosas feitas por intercessão de Ludovico. Também acompanhou o jovem príncipe quando ele adoeceu gravemente, testemunhando a sua milagrosa cura e a decisão de tornar-se um simples frade franciscano.

Finalmente, a paz voltou entre as famílias reais de Aragão e Anjou. Em janeiro de 1296, os três príncipes foram libertados. Assim que chegaram a Nápoles, Ludovico renunciou ao trono real em favor de seu irmão Roberto.

Ingressou na vida religiosa no Convento de Ara Coeli, dos franciscanos, em Roma. Em maio do mesmo ano, voltou para Nápoles, onde recebeu as sagradas ordens. Mas foi chamado pelo papa Celestino V, que o queria bispo da diocese de Toulouse, na França, que estava vaga. Ludovico, devendo obediência, aceitou.

Porém, sendo um frade franciscano, dispensou a luxuosa residência episcopal, preferindo a pobreza dos conventos da irmandade. Todavia, muito enfraquecido, pegou tuberculose. Apesar disso, foi a Roma assistir  à canonização de Luiz IX, rei da França, seu tio-avô. A fadiga da viagem agravou a doença e ele acabou morrendo, no dia 19 de agosto de 1297, aos 23 anos de idade.

O bispo Ludovico de Toulouse foi proclamado santo em 1317 pelo papa João XXII, frei Jacques Douze, que presenciou sua penitência e suas curas milagrosas durante o cativeiro. As famílias da realeza de Anjou e de Aragão, unidas, presenciaram a cerimônia. 

 

São Ludovico, rogai por nós!

 


quinta-feira, 1 de julho de 2021

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS)

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS)

ULTRAJES PÚBLICOS A NOSSO SENHOR

Que afortunada surpresa a dos infelizes que na volta dum caminho se encontravam de repente com Jesus, lá na Palestina! Que imensa consolação para esses privilegiados de Jerusalém, de Naím, de Betânia, dirigir e derramar com plena liberdade, naquele instante propício, as suas  súplicas e lágrimas sobre o Coração de Jesus!

Também nós, nesta hora bendita, somos do número desses felizes privilegiados… Aqui Vos encontramos Jesus de Nazaré e do Tabernáculo. Reparai em nós: Vivemos em vossa procura, para nos confortarmos um instante, à sombra deliciosa do vosso Sacrário… E viemos também para defender a vossa causa. Um bramido de raiva e blasfêmia advertiu-nos de que os vossos inimigos jurados não Vos dão tréguas em Vos arrancar às almas e à sociedade. Se haveis de sofrer, agonizar e morrer, ó Jesus, eis aqui um pequeno rebanho que quer ser ferido ao lado e por causa do Pastor.

Vós o dissestes, com a alma trasbordando de amargura, à vossa serva Margarida Maria: “Quero repartir a minha agonia; tenha necessidade de corações vítimas”. Disponha de nós, Senhor. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós todos Vos amamos.

(BREVE PAUSA)

Correi, Senhor, o véu que nos oculta o Santo dos Santos: o vosso Divino Coração… Permiti aos vossos filhos meditar durante esta HORA SANTA os sofrimentos que Vos causam os ultrajes dos homens, e a dor que provais no ódio daqueles que o vosso Sangue remiu! Acendei a vossa luz nas nossas almas, e deixai-nos, seguir-Vos passo a passo nesta incruenta Rua Dolorosa, que começa nas sombras de Getsemani, para acabar no último dia do mundo…

Não obstante a nossa indignidade, permiti aos vossos confidentes e consoladores participarem do cálice dos vossos opróbrios e agonia… Dai-nos, ó amável prisioneiro, um só privilégio: de Vos amarmos na ignomínia da vossa Paixão de nos unirmos, durante esta HORA SANTA, à vossa agonia, de Vos consolarmos até a morte, no Getsemani perpétuo do vosso Coração sacramentado… e expirar sobre ele em íntima comunhão de reparação e de amor.

(Peçamos luz e amor para contemplar Jesus Cristo no misterioso sacrifício da Eucaristia).

(PAUSA)

Voz de Jesus Cristo. — Alma diletíssima: na Hóstia onde me vês, Eu vivo silencioso e mudo perpetuamente arrastado perante osCoração de Jesus modernos… Não ouves o insolente interrogatório que me fazem suportar, a Mim que sou o Poder supremo, a Verdade, e o Mestre único?… E calo por teu amor, por ti, a quem salvo, sofrendo a condenação ignominiosa dos poderosos da terra, juízes dos homens, não, porém da minha doutrina… 

Eles ambicionam uma autoridade tirânica, para a exercer contra Mim. E Eu sou perpetuamente a sua Vítima… Para eles o trono, para Mim o banco dos réus; para eles o cetro de ouro, para mim a cana de irrisão; para eles o aplauso das turbas, para Mim a corte do desprezo, e a túnica branca dos loucos; para eles o diadema e as homenagens, para Mim a coroa de espinhos, os impropérios, o esquecimento: sempre o esquecimento!
E, se talvez, em meio das suas falsas grandezas, estes poderosos da terra recordam a minha Realeza, o meu nome vai desencadear tempestades de ódio, perseguição e blasfêmia… E eis aí como sou chamado perante o juízo do mundo, do mundo que vive porque Eu o consinto!
Mas calo… Na Eucaristia sou a encarnação da misericórdia e do amor. Esta revolta contra a minha soberania… Este desconhecimento da minha  realeza soberana nas leis que regem os povos são um ultraje direto e uma blasfêmia contra Mim, que Me deixo estar, apesar de tudo, entre os homens, aniquilado, embora onipotente, no Sacramento do Altar.
Esta injúria, não é ela acaso um verdadeiro desafio ao Deus da Eucaristia, que te fala desde o seu Tabernáculo, trocado tanta vez em Pretório de Pilatos?… Aqui suporto, sem Me queixar, as afrontas dos escravos e as mofas dos vilões. Aqui ninguém Me vem buscar, senão quando os tribunais da terra decretam flagelar-Me para Me apresentarem depois ensangüentado ao furor das turbas…
O meu divino Coração sente-se consolado com as vossas reparações! Durante esta HORA SANTA o amor ardente dos meus compensa-Me das irrisões dos poderosos. Vós, ricos humildes, e pobres resignados, sois o bálsamo das minhas feridas. Desde aqui vos abençôo, amigos fidelíssimos. Falai, meus filhos! Pedi milagres ao meu amor, vós os predestinados do meu Coração. Falai, Eu sou o Rei das misericórdias infinitas.

(PAUSA)

As almas. — Senhor Jesus, a vossa alma, sensível à nossa fidelidade, oferece-nos milagres e perdão! Dignai-vos, portanto, espalhar as graças da vossa luz sobre os poderosos, os governantes, os ricos, que associados à vossa autoridade, carecem conhecer-Vos, ó Jesus na vossa Eucaristia, e proclamar que aceitam a vossa autoridade redentora, manancial de paz e salvação.
Em reparação das afrontas que padecestes diante do iníquo Herodes, e das que suportais nos palácios dos grandes da terra…

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálicos).
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas assembléias, onde se fazem as leis, e nos tribunais da justiça humana, tão sujeitos a erro…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na consciência tão versátil e tortuosa dos que presidem aos destinos das nações…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nos conselhos de tantos governantes que se levantam contra o vosso Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas sedições populares, exploradas para ultrajar a vossa doutrina…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na colisão de tantos interesses, em que os miseráveis especuladores da terra só buscam o triunfo da fortuna e do orgulho…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas conjurações diabólicas, medidas na sombra contra o vosso sacerdócio e a vossa Igreja…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na imprudente quietação de tantos cristãos na apatia e indolência de muitos que pretendem adorar-Vos e ser fiéis, sem Vos seguirem até ao Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na ambição desenfreada de grandeza e luxo, que seduz um grande número de almas infelizes. à custa do vosso Sangue redentor e da sua eterna condenação…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

Voz de Jesus. — Eu sou a santidade assim o afirmais ajoelhados diante da minha Hóstia; assim o proclama o Céu unindo-se durante esta HORA SANTA às vossas humildes adorações… Eu sou a santidade, e, todavia Barrabás foi-Me preferido… Ah! E quantas vezes esta ímpia preferência se repete por ódio, desprezo… Esquecimento!

Tal afronta abre uma ferida cruel no meu Coração: apesar disso Eu contínuo no Tabernáculo, Deus de humildade O mundo frívolo e vão que vive de soberba, não compreende Deus aniquilado, nascido num estábulo. Reparai como as almas orgulhosas passam diante do meu Altar, afadigadas, sequiosas de ostentação e ávidas da estima e dos aplausos dos homens. Passam… e preferem-Me uma honra toda impostura…

Assim vivo retirado na sombra do meu Santuário, e ergo de cá a minha voz: Aprendei de Mim que sou humilde e pobre… Sim, sou pobre, pois renunciei a todos os bens da terra para vos comprar os tesouros do Paraíso. Fiz-Me pobre e mendigo… e eis aí está porque sou desprezado pelo mundo ambicioso de ouro e do seu falaz esplendor. Que valho Eu, que nasci na pobreza de Belém, vivi na obscuridade de Nazaré, expirei na nudez do Calvário, e Me perpetuo nos aniquilamentos da Eucaristia?

Por amor Me fiz pobre, e por bem amarga e inverossímil contradição sou um pobre desprezado, a quem se prefere a miserável riqueza do mundo.

(BREVE PAUSA)

Estou coberto de feridas… Minhas mãos, que chamam e abençoam atravessadas… Meus pés trespassados… A minha fronte dilacerada… A boca lívida… escurecidos os olhos… ensangüentado o corpo… o Lado aberto… Ah! como se arrepiam os mortais à vista de um Deus derramando sangue, eles, que já desde o exílio querem as delícias dum paraíso antecipado… Quem Me reduziu a tal estado? O amor que vos consagro, e a sede, em que o mundo arde, de gozos e prazeres.

No meu santuário, onde permaneço, dou-Vos a paz e a felicidade, mas através de espinhos e de Cruz. Onde estão os meus amigos, os meus fiéis, os meus discípulos? Onde estão? Para onde foram? Abandonaram-Me para ir à cata do prazer!… Preferem-me o lodo da culpa. Barrabás o último dos homens, triunfa no mundo com os orgulhosos, libertinos, corruptores da infância, depravadores do povo, envenenadores da imprensa… Barrabás triunfa exaltado por quantos Me renegam e amaldiçoam nas leis… Políticos desleais, ambiciosos de subir para lançarem sobre Mim a ignomínia e a blasfêmia; poderosos, aclamados pelo mundo, que lhes atira flores e oferece palmas de vitória…

E Eu, Jesus, quedo-Me solitário no meu Sacrário, preso do meu Amor, abandonado dos bons, renegado dos pusilânimes, esquecido da maior parte… condenado pelos governantes indignos, flagelado pela turbas levantadas contra Mim… Amei os meu filhos até a morte… e os da minha casa preferiram-Me o pó e a lama dos caminhos.
Considerai e vede se há dor semelhante à minha dor!…

(PAUSA)

As almas. — Ó Jesus, não é o discípulo acima do seu mestre… Vós que nos destes o exemplo, quereis que Vos sigamos levando com amor a cruz que salva. Nós pedimos-Vos essa graça nesta HORA SANTA, com a abrasada caridade de Maria, Senhora das Dores; com o fervor de Margarida Maria. Sim, nós abraçamos a cruz pelo triunfo do vosso Coração na Santíssima Eucaristia. Escutai-nos, ó Jesus desde essa Hóstia; nós vimos oferecer-Vos a oração de Getsemani, que é a oração do vosso aniquilamento do Altar. Escutai-nos com a vossa doce benignidade.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a glória de ser pospostos a todos, por amor do vosso Coração dolorido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a alegria de ser confundidos por amor do vosso amargurado Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça de ser esquecidos por causadeo vosso Coração misericordiosos.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a honra imerecida de ser desprezados por amor do vosso Coração angustiado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a recompensa de sermos escarnecidos pela glória do vosso Coração ferido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a ambicionada felicidade de ser injuriado pelo triunfo do vosso Coração adorado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a incomparável gozo de ser um dia perseguidos pelo amor do vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a coroa de ser caluniados nos apostolado do vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a amável regalia de ser atraiçoados em holocausto ao vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos a honra de ser aborrecidos em união com o vosso Coração agonizante.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos o privilégio de ser condenados pelo mundo, por viver unidos ao vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça suprema de ser fiéis com sacrifício de nós mesmo até ao holocausto, em reparação fervorosa junto do vosso Coração imolado.

Oh! Sim, nós Vo-lo suplicamos: concedei-nos receber com amor a parte que nos toca nos vilipêndios e da agonia do vosso Coração Sacramentado…
Consolai-Vos. Mestre amantíssimo: cada um de nós quer dirigir-Vos uma palavra de humildade e de confiança, protestando que só Vos sois o seu único bem e toda a sua esperança!…

(BREVE PAUSA)

Que tenho eu, ó Senhor, que Vós me não tenhais dado?
Que sei eu, que Vós me não tenhais ensinado?
Que valho eu, não estando perto de Vós?
Que mereço eu, se não estou unido a Vós?
Perdoai-me os erros que contra Vós hei cometido.
Criastes-me, sem eu o merecer,
Remistes-me sem eu o pedir,
Muito fizeste, criando-me,
Muito mais, remindo-me,
Pois o sangue que derramastes,
E a acerba morte que padecestes,
Não foi pelos anjos, que Vos louvam,
Mas por mim e pelos pecadores que Vos ofendem.
Se Vos reneguei, deixai-me reconhecer-Vos;
Se Vos injuriei, deixai-me houver-Vos;
Se Vos ofendi, deixai-me Servir-Vos;
Pois a vida que se não emprega em vosso serviço, mais é morte do que vida.

(PAUSA)

Voz de Jesus.  Como todos que estais aqui comigo sois meus íntimos amigos, vou desafogar diante de vós o meu Coração amargurado. Ouvi-Me: Sofre uma pena profunda, uma ferida que o dilacera:
Israel, meu povo predileto; Israel pediu a minha condenação, exigiu a minha morte e arvorou a minha cruz.

Israel, por amor de quem flagelei o Egito, flagelou-Me a Mim! Despedacei as suas cadeias, e ele encadeou-Me a mim! Dei-lhe maná no deserto, e corou-Me de espinhos a Mim! Fiz brotar água prodigiosa da pedra, para lhe apagar a sede, e ele insultou a febre abrasadora da minha agonia! Desci do céu, fiquei em arca misteriosa com ele no deserto… tantas vezes o quis abrigar debaixo das minhas asas… e Israel deu-Me a morte.

Porque é que o meu povo continua a despojar-Me da minha realeza? Porque continua ainda a lançar sortes sobre a minha túnica, e a lançar ao vento da irrisão o meu Evangelho de caridade e consolação?

Vede como as multidões se agitam rugindo contra a minha lei… como povos inteiros, seduzidos pela soberba, rasgaram a unidade sagrada da minha doutrina e a túnica inconsútil da minha Igreja!

O meu Coração soluça dentro do peito, ao ouvir, como no átrio de Pilatos, o clamor das nações e dos Estados que Me apontam às turbas sobre este pobre altar, gritando: Não queremos que este reine sobre nós.

Ó Israel, Eu te perdôo!

(BREVE PAUSA)

O meu Vigário é perpetuamente vítima das mofas da turba insensata… Ele é o meu representante na terra… Na sua pessoa continuo eu a ser esbofeteado pelos insultadoras da minha Igreja. E estes insultos são para Mim particularmente dolorosos. Ai daquele que levanta a mão contra o Pontífice, o Ungido do meu Pai!
Detende o seu braço justiceiro… interpondo esta HORA SANTA, em união com o meu ultrajado Coração, pois quero usar de misericórdia.
Sim, para a apostasia de tantas nações: para a descrença pública de tantos Estados: para as afrontas imprudentes ao meu Vigário; para o ódio refinado e legal contra o meu sacerdócio; para a iníqua tolerância e favor dado aos modernos fariseus: para este cúmulo de pecados; para esta pobre e corte que me ferem…; com voz bem uníssona, como duma só alma, rogai piedade ao meu Coração. Invocai a minha misericórdia.

As almas.  Prisioneiro de amor. Jesus Sacramentado, que a nossa oração atravesse as grades do vosso cárcere, e chegue a Vós como incenso de adoração e desagravo, que Vos oferecemos, pelas mãos de Maria Imaculada.
(PAUSA)

Voz de Jesus. — Tudo, no meu amor pelos homens, foi consumado com a instituição da Santa Eucaristia: Tudo! Mas, ah! A ingratidão humana consumou, também para comigo, neste maravilhoso Sacramento, a obra da dor suprema.
Meus filhos, onde estáveis quando sobre o Calvário Eu era envolvido no silêncio duma solidão mais cruel do que a do sepulcro? Amigos do meu Coração, onde estáveis, quando meus olhos velados pelas lágrimas da agonia, só viam semblantes ferozes de verdugos?…  

Onde estáveis vós, então?… E quando, com o pensamento em vós, meus predestinados, tive sede de vos ver unidos à minha alma infinitamente angustiada, porque foram então meus lábios umedecidos com o fel da ausência… da covardia… do esquecimento… da tibieza, por aqueles mesmos que eu convidara para o meu banquete familiar?

Bem o sabeis: esta história não sucedeu só há vinte séculos… Contemplai-Me na Hóstia, e dizei-Me: a ingratidão não é o pão amargo e cotidiano do Deus feito alimento dos homens?… Quanto e em que vos hei contristado na minha prisão voluntária, para selardes as suas portas com o abandono em que se deixa um sepulcro vazio e destruído?…
Oh! Vinde, rodeai-Me, abraçai-vos os meus pés. Quero sentir-vos perto de Mim na agonia mística do meu Coração sacramentado.

Hora desejada, hora bendita e afortunada, esta HORA SANTA, durante a  qual o vosso Deus recupera a sua herança, o preço do seu Sangue!
Eu vos abençôo por que tive fome, e vós, deixando o vosso descanso, viestes dar-Me o pão da caridade… Considero-vos meus porque tive sede, e destes-Me a compaixão das vossas lágrimas; aperto-vos ao meu Coração desolado porque estive tristíssimo na solidão deste cárcere, e viestes fazer-Me deliciosa companhia. Em verdade, em verdade vos digo que os vossos nomes estão escritos para sempre em caracteres de fogo e sangue no mais secreto do meu Coração amante.
Descansai sobre ele, como Eu descanso agora sobre o vosso, filhos prediletos do meu amor!

A alma. — Viemos, ó Mestre, não para repousar, mas para sofrer convosco, para ter parte no vosso cálice, para reparar as culpas que Vos ofendem, e pedir a vinda do vosso Reino! Por isso, com a alma cheia da vossa graça, nós não Vos deixaremos, sem Vos confiar o único desejo dos vossos consoladores e amigos… o de Vos ver reinar, e avançar triunfante por intermédio do vosso Coração… Revelai-Vos a estes vossos humildes apóstolos, para que sintam os ardores inefáveis que só a vossa possessão e o vosso reinado podem apagar.
Cedei, pois, Jesus amantíssimo, e em meio das aflições e sobressaltos da vida.

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálico).
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas afeições caducas e enganadoras da terra…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas desilusões da amizade terrena, nas fraquezas do amor humano…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas seduções tentadoras da vaidade, nos abrolhos tão freqüentes do caminho…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas castas e legítimas alegrias dos lares que Vos adoram…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas veleidades da adulação e da fortuna enganadora…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas horas de paz da consciência, e nos momentos de remorso salutar…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas tribulações dos nossos, ao ver sofrer quem amamos…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nos desfalecimentos do coração, quando sentimos o cansaço do exílio
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas incessantes contradições, nos dias da incerteza e de amargo quebranto…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
No momento da tentação, na hora suprema do apartamento da terra e da última Comunhão…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

As almas. — Ao ver-Vos, ó Jesus, tão perto e tão benigno, longe de exclamar como o vosso apóstolo: “Afastai-Vos, Senhor, porque somos miseráveis pecadores…” queremos, ao contrário, vir ao vosso encontro encurtar a distância e apertar uma feliz intimidade entre o vosso Coração e os nossos.

(LENTO E PAUSADO)

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando os soberbos  governantes da terra blasfemarem da vossa Lei e do vosso Nome… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando as multidões, reunidas por Lúcifer e os sectários seus sequazes, assaltarem  os vossos santuários e reclamarem o vosso Sangue… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre os vitupérios e as cadeias, com que os poderosos do mundo e presumidos sábios, cujo orgulho condenastes com firmeza, ultrajarem a vossa Igreja… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando milhares de cristãos, esquecidos da vossa adorável Pessoa, Vos magoaram cruelmente com a sua ociosa indiferença, que é um frio punhal cravado no vosso peito sacrossanto… Recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando tantos, que se dizem bons e virtuosos, Vos regateiarem avaramente o seu afeto, Vos  oferecerem uma mesquinha, confidência, e Vos negarem o conforto do seu sacrifício e santidade… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando Vos oprimir a deslealdade, quando Vos amargar a tibieza das almas predestinadas, que por vocação deveriam ser inteiramente vossas e santas… então como sempre, nessa hora de desolação sem igual… recordai-Vos de que somos vossos; volvei a nós os vossos olhos tristes e suplicantes e não Vos esqueçais de que somos vossos filhos, consagrados para sempre à glória do vosso Divino Coração!…

Um Padre Nosso e Ave Maria pelas intenções íntimas dos presentes. 
 Um Padre Nosso e Ave Maria pelos agonizantes e pecadores. 
Um Padre Nosso e Ave Maria pelo triunfo universal do Sagrado Coração, especialmente pela Comunhão diária, pela HORA SANTA, e pela Entronização do Sagrado Coração nas famílias).

(PAUSA)

Vós sois, ó Jesus, o Deus escondido. Escondei-Vos na minha alma; e transformado eu noutra Hóstia humilde, fiquemos, Senhor, eternamente unidos, como na Comunhão, como nesta HORA SANTA… Vós no meu pobre coração, e eu perdido para sempre no abismo de luz do vosso Coração sacratíssimo.

Venha a nós o vosso Reino!…

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quinta-feira, 2 de julho de 2020

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS)

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS)

ULTRAJES PÚBLICOS A NOSSO SENHOR

Que afortunada surpresa a dos infelizes que na volta dum caminho se encontravam de repente com Jesus, lá na Palestina! Que imensa consolação para esses privilegiados de Jerusalém, de Naím, de Betânia, dirigir e derramar com plena liberdade, naquele instante propício, as suas  súplicas e lágrimas sobre o Coração de Jesus!

Também nós, nesta hora bendita, somos do número desses felizes privilegiados… Aqui Vos encontramos Jesus de Nazaré e do Tabernáculo. Reparai em nós: Vivemos em vossa procura, para nos confortarmos um instante, à sombra deliciosa do vosso Sacrário… E viemos também para defender a vossa causa. Um bramido de raiva e blasfêmia advertiu-nos de que os vossos inimigos jurados não Vos dão tréguas em Vos arrancar às almas e à sociedade. Se haveis de sofrer, agonizar e morrer, ó Jesus, eis aqui um pequeno rebanho que quer ser ferido ao lado e por causa do Pastor.

Vós o dissestes, com a alma trasbordando de amargura, à vossa serva Margarida Maria: “Quero repartir a minha agonia; tenha necessidade de corações vítimas”. Disponha de nós, Senhor. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós todos Vos amamos.

(BREVE PAUSA)

Correi, Senhor, o véu que nos oculta o Santo dos Santos: o vosso Divino Coração… Permiti aos vossos filhos meditar durante esta HORA SANTA os sofrimentos que Vos causam os ultrajes dos homens, e a dor que provais no ódio daqueles que o vosso Sangue remiu! Acendei a vossa luz nas nossas almas, e deixai-nos, seguir-Vos passo a passo nesta incruenta Rua Dolorosa, que começa nas sombras de Getsemani, para acabar no último dia do mundo…

Não obstante a nossa indignidade, permiti aos vossos confidentes e consoladores participarem do cálice dos vossos opróbrios e agonia… Dai-nos, ó amável prisioneiro, um só privilégio: de Vos amarmos na ignomínia da vossa Paixão de nos unirmos, durante esta HORA SANTA, à vossa agonia, de Vos consolarmos até a morte, no Getsemani perpétuo do vosso Coração sacramentado… e expirar sobre ele em íntima comunhão de reparação e de amor.

(Peçamos luz e amor para contemplar Jesus Cristo no misterioso sacrifício da Eucaristia).

(PAUSA)

Voz de Jesus Cristo. — Alma diletíssima: na Hóstia onde me vês, Eu vivo silencioso e mudo perpetuamente arrastado perante osCoração de Jesus modernos… Não ouves o insolente interrogatório que me fazem suportar, a Mim que sou o Poder supremo, a Verdade, e o Mestre único?… E calo por teu amor, por ti, a quem salvo, sofrendo a condenação ignominiosa dos poderosos da terra, juízes dos homens, não, porém da minha doutrina… 

Eles ambicionam uma autoridade tirânica, para a exercer contra Mim. E Eu sou perpetuamente a sua Vítima… Para eles o trono, para Mim o banco dos réus; para eles o cetro de ouro, para mim a cana de irrisão; para eles o aplauso das turbas, para Mim a corte do desprezo, e a túnica branca dos loucos; para eles o diadema e as homenagens, para Mim a coroa de espinhos, os impropérios, o esquecimento: sempre o esquecimento!
E, se talvez, em meio das suas falsas grandezas, estes poderosos da terra recordam a minha Realeza, o meu nome vai desencadear tempestades de ódio, perseguição e blasfêmia… E eis aí como sou chamado perante o juízo do mundo, do mundo que vive porque Eu o consinto!
Mas calo… Na Eucaristia sou a encarnação da misericórdia e do amor. Esta revolta contra a minha soberania… Este desconhecimento da minha  realeza soberana nas leis que regem os povos são um ultraje direto e uma blasfêmia contra Mim, que Me deixo estar, apesar de tudo, entre os homens, aniquilado, embora onipotente, no Sacramento do Altar.
Esta injúria, não é ela acaso um verdadeiro desafio ao Deus da Eucaristia, que te fala desde o seu Tabernáculo, trocado tanta vez em Pretório de Pilatos?… Aqui suporto, sem Me queixar, as afrontas dos escravos e as mofas dos vilões. Aqui ninguém Me vem buscar, senão quando os tribunais da terra decretam flagelar-Me para Me apresentarem depois ensangüentado ao furor das turbas…
O meu divino Coração sente-se consolado com as vossas reparações! Durante esta HORA SANTA o amor ardente dos meus compensa-Me das irrisões dos poderosos. Vós, ricos humildes, e pobres resignados, sois o bálsamo das minhas feridas. Desde aqui vos abençôo, amigos fidelíssimos. Falai, meus filhos! Pedi milagres ao meu amor, vós os predestinados do meu Coração. Falai, Eu sou o Rei das misericórdias infinitas.

(PAUSA)

As almas. — Senhor Jesus, a vossa alma, sensível à nossa fidelidade, oferece-nos milagres e perdão! Dignai-vos, portanto, espalhar as graças da vossa luz sobre os poderosos, os governantes, os ricos, que associados à vossa autoridade, carecem conhecer-Vos, ó Jesus na vossa Eucaristia, e proclamar que aceitam a vossa autoridade redentora, manancial de paz e salvação.
Em reparação das afrontas que padecestes diante do iníquo Herodes, e das que suportais nos palácios dos grandes da terra…

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálicos).
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas assembléias, onde se fazem as leis, e nos tribunais da justiça humana, tão sujeitos a erro…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na consciência tão versátil e tortuosa dos que presidem aos destinos das nações…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nos conselhos de tantos governantes que se levantam contra o vosso Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas sedições populares, exploradas para ultrajar a vossa doutrina…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na colisão de tantos interesses, em que os miseráveis especuladores da terra só buscam o triunfo da fortuna e do orgulho…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas conjurações diabólicas, medidas na sombra contra o vosso sacerdócio e a vossa Igreja…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na imprudente quietação de tantos cristãos na apatia e indolência de muitos que pretendem adorar-Vos e ser fiéis, sem Vos seguirem até ao Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na ambição desenfreada de grandeza e luxo, que seduz um grande número de almas infelizes. à custa do vosso Sangue redentor e da sua eterna condenação…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

Voz de Jesus. — Eu sou a santidade assim o afirmais ajoelhados diante da minha Hóstia; assim o proclama o Céu unindo-se durante esta HORA SANTA às vossas humildes adorações… Eu sou a santidade, e, todavia Barrabás foi-Me preferido… Ah! E quantas vezes esta ímpia preferência se repete por ódio, desprezo… Esquecimento!

Tal afronta abre uma ferida cruel no meu Coração: apesar disso Eu contínuo no Tabernáculo, Deus de humildade O mundo frívolo e vão que vive de soberba, não compreende Deus aniquilado, nascido num estábulo. Reparai como as almas orgulhosas passam diante do meu Altar, afadigadas, sequiosas de ostentação e ávidas da estima e dos aplausos dos homens. Passam… e preferem-Me uma honra toda impostura…

Assim vivo retirado na sombra do meu Santuário, e ergo de cá a minha voz: Aprendei de Mim que sou humilde e pobre… Sim, sou pobre, pois renunciei a todos os bens da terra para vos comprar os tesouros do Paraíso. Fiz-Me pobre e mendigo… e eis aí está porque sou desprezado pelo mundo ambicioso de ouro e do seu falaz esplendor. Que valho Eu, que nasci na pobreza de Belém, vivi na obscuridade de Nazaré, expirei na nudez do Calvário, e Me perpetuo nos aniquilamentos da Eucaristia?

Por amor Me fiz pobre, e por bem amarga e inverossímil contradição sou um pobre desprezado, a quem se prefere a miserável riqueza do mundo.

(BREVE PAUSA)

Estou coberto de feridas… Minhas mãos, que chamam e abençoam atravessadas… Meus pés trespassados… A minha fronte dilacerada… A boca lívida… escurecidos os olhos… ensangüentado o corpo… o Lado aberto… Ah! como se arrepiam os mortais à vista de um Deus derramando sangue, eles, que já desde o exílio querem as delícias dum paraíso antecipado… Quem Me reduziu a tal estado? O amor que vos consagro, e a sede, em que o mundo arde, de gozos e prazeres.

No meu santuário, onde permaneço, dou-Vos a paz e a felicidade, mas através de espinhos e de Cruz. Onde estão os meus amigos, os meus fiéis, os meus discípulos? Onde estão? Para onde foram? Abandonaram-Me para ir à cata do prazer!… Preferem-me o lodo da culpa. Barrabás o último dos homens, triunfa no mundo com os orgulhosos, libertinos, corruptores da infância, depravadores do povo, envenenadores da imprensa… Barrabás triunfa exaltado por quantos Me renegam e amaldiçoam nas leis… Políticos desleais, ambiciosos de subir para lançarem sobre Mim a ignomínia e a blasfêmia; poderosos, aclamados pelo mundo, que lhes atira flores e oferece palmas de vitória…

E Eu, Jesus, quedo-Me solitário no meu Sacrário, preso do meu Amor, abandonado dos bons, renegado dos pusilânimes, esquecido da maior parte… condenado pelos governantes indignos, flagelado pela turbas levantadas contra Mim… Amei os meu filhos até a morte… e os da minha casa preferiram-Me o pó e a lama dos caminhos.
Considerai e vede se há dor semelhante à minha dor!…

(PAUSA)

As almas. — Ó Jesus, não é o discípulo acima do seu mestre… Vós que nos destes o exemplo, quereis que Vos sigamos levando com amor a cruz que salva. Nós pedimos-Vos essa graça nesta HORA SANTA, com a abrasada caridade de Maria, Senhora das Dores; com o fervor de Margarida Maria. Sim, nós abraçamos a cruz pelo triunfo do vosso Coração na Santíssima Eucaristia. Escutai-nos, ó Jesus desde essa Hóstia; nós vimos oferecer-Vos a oração de Getsemani, que é a oração do vosso aniquilamento do Altar. Escutai-nos com a vossa doce benignidade.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a glória de ser pospostos a todos, por amor do vosso Coração dolorido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a alegria de ser confundidos por amor do vosso amargurado Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça de ser esquecidos por causadeo vosso Coração misericordiosos.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a honra imerecida de ser desprezados por amor do vosso Coração angustiado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a recompensa de sermos escarnecidos pela glória do vosso Coração ferido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a ambicionada felicidade de ser injuriado pelo triunfo do vosso Coração adorado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a incomparável gozo de ser um dia perseguidos pelo amor do vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a coroa de ser caluniados nos apostolado do vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a amável regalia de ser atraiçoados em holocausto ao vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos a honra de ser aborrecidos em união com o vosso Coração agonizante.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos o privilégio de ser condenados pelo mundo, por viver unidos ao vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça suprema de ser fiéis com sacrifício de nós mesmo até ao holocausto, em reparação fervorosa junto do vosso Coração imolado.

Oh! Sim, nós Vo-lo suplicamos: concedei-nos receber com amor a parte que nos toca nos vilipêndios e da agonia do vosso Coração Sacramentado…
Consolai-Vos. Mestre amantíssimo: cada um de nós quer dirigir-Vos uma palavra de humildade e de confiança, protestando que só Vos sois o seu único bem e toda a sua esperança!…

(BREVE PAUSA)

Que tenho eu, ó Senhor, que Vós me não tenhais dado?
Que sei eu, que Vós me não tenhais ensinado?
Que valho eu, não estando perto de Vós?
Que mereço eu, se não estou unido a Vós?
Perdoai-me os erros que contra Vós hei cometido.
Criastes-me, sem eu o merecer,
Remistes-me sem eu o pedir,
Muito fizeste, criando-me,
Muito mais, remindo-me,
Pois o sangue que derramastes,
E a acerba morte que padecestes,
Não foi pelos anjos, que Vos louvam,
Mas por mim e pelos pecadores que Vos ofendem.
Se Vos reneguei, deixai-me reconhecer-Vos;
Se Vos injuriei, deixai-me houver-Vos;
Se Vos ofendi, deixai-me Servir-Vos;
Pois a vida que se não emprega em vosso serviço, mais é morte do que vida.

(PAUSA)

Voz de Jesus.  Como todos que estais aqui comigo sois meus íntimos amigos, vou desafogar diante de vós o meu Coração amargurado. Ouvi-Me: Sofre uma pena profunda, uma ferida que o dilacera:
Israel, meu povo predileto; Israel pediu a minha condenação, exigiu a minha morte e arvorou a minha cruz.

Israel, por amor de quem flagelei o Egito, flagelou-Me a Mim! Despedacei as suas cadeias, e ele encadeou-Me a mim! Dei-lhe maná no deserto, e corou-Me de espinhos a Mim! Fiz brotar água prodigiosa da pedra, para lhe apagar a sede, e ele insultou a febre abrasadora da minha agonia! Desci do céu, fiquei em arca misteriosa com ele no deserto… tantas vezes o quis abrigar debaixo das minhas asas… e Israel deu-Me a morte.

Porque é que o meu povo continua a despojar-Me da minha realeza? Porque continua ainda a lançar sortes sobre a minha túnica, e a lançar ao vento da irrisão o meu Evangelho de caridade e consolação?

Vede como as multidões se agitam rugindo contra a minha lei… como povos inteiros, seduzidos pela soberba, rasgaram a unidade sagrada da minha doutrina e a túnica inconsútil da minha Igreja!

O meu Coração soluça dentro do peito, ao ouvir, como no átrio de Pilatos, o clamor das nações e dos Estados que Me apontam às turbas sobre este pobre altar, gritando: Não queremos que este reine sobre nós.

Ó Israel, Eu te perdôo!

(BREVE PAUSA)

O meu Vigário é perpetuamente vítima das mofas da turba insensata… Ele é o meu representante na terra… Na sua pessoa continuo eu a ser esbofeteado pelos insultadoras da minha Igreja. E estes insultos são para Mim particularmente dolorosos. Ai daquele que levanta a mão contra o Pontífice, o Ungido do meu Pai!
Detende o seu braço justiceiro… interpondo esta HORA SANTA, em união com o meu ultrajado Coração, pois quero usar de misericórdia.
Sim, para a apostasia de tantas nações: para a descrença pública de tantos Estados: para as afrontas imprudentes ao meu Vigário; para o ódio refinado e legal contra o meu sacerdócio; para a iníqua tolerância e favor dado aos modernos fariseus: para este cúmulo de pecados; para esta pobre e corte que me ferem…; com voz bem uníssona, como duma só alma, rogai piedade ao meu Coração. Invocai a minha misericórdia.

As almas.  Prisioneiro de amor. Jesus Sacramentado, que a nossa oração atravesse as grades do vosso cárcere, e chegue a Vós como incenso de adoração e desagravo, que Vos oferecemos, pelas mãos de Maria Imaculada.
(PAUSA)

Voz de Jesus. — Tudo, no meu amor pelos homens, foi consumado com a instituição da Santa Eucaristia: Tudo! Mas, ah! A ingratidão humana consumou, também para comigo, neste maravilhoso Sacramento, a obra da dor suprema.
Meus filhos, onde estáveis quando sobre o Calvário Eu era envolvido no silêncio duma solidão mais cruel do que a do sepulcro? Amigos do meu Coração, onde estáveis, quando meus olhos velados pelas lágrimas da agonia, só viam semblantes ferozes de verdugos?…  

Onde estáveis vós, então?… E quando, com o pensamento em vós, meus predestinados, tive sede de vos ver unidos à minha alma infinitamente angustiada, porque foram então meus lábios umedecidos com o fel da ausência… da covardia… do esquecimento… da tibieza, por aqueles mesmos que eu convidara para o meu banquete familiar?

Bem o sabeis: esta história não sucedeu só há vinte séculos… Contemplai-Me na Hóstia, e dizei-Me: a ingratidão não é o pão amargo e cotidiano do Deus feito alimento dos homens?… Quanto e em que vos hei contristado na minha prisão voluntária, para selardes as suas portas com o abandono em que se deixa um sepulcro vazio e destruído?…
Oh! Vinde, rodeai-Me, abraçai-vos os meus pés. Quero sentir-vos perto de Mim na agonia mística do meu Coração sacramentado.

Hora desejada, hora bendita e afortunada, esta HORA SANTA, durante a  qual o vosso Deus recupera a sua herança, o preço do seu Sangue!
Eu vos abençôo por que tive fome, e vós, deixando o vosso descanso, viestes dar-Me o pão da caridade… Considero-vos meus porque tive sede, e destes-Me a compaixão das vossas lágrimas; aperto-vos ao meu Coração desolado porque estive tristíssimo na solidão deste cárcere, e viestes fazer-Me deliciosa companhia. Em verdade, em verdade vos digo que os vossos nomes estão escritos para sempre em caracteres de fogo e sangue no mais secreto do meu Coração amante.
Descansai sobre ele, como Eu descanso agora sobre o vosso, filhos prediletos do meu amor!

A alma. — Viemos, ó Mestre, não para repousar, mas para sofrer convosco, para ter parte no vosso cálice, para reparar as culpas que Vos ofendem, e pedir a vinda do vosso Reino! Por isso, com a alma cheia da vossa graça, nós não Vos deixaremos, sem Vos confiar o único desejo dos vossos consoladores e amigos… o de Vos ver reinar, e avançar triunfante por intermédio do vosso Coração… Revelai-Vos a estes vossos humildes apóstolos, para que sintam os ardores inefáveis que só a vossa possessão e o vosso reinado podem apagar.
Cedei, pois, Jesus amantíssimo, e em meio das aflições e sobressaltos da vida.

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálico).
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas afeições caducas e enganadoras da terra…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas desilusões da amizade terrena, nas fraquezas do amor humano…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas seduções tentadoras da vaidade, nos abrolhos tão freqüentes do caminho…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas castas e legítimas alegrias dos lares que Vos adoram…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas veleidades da adulação e da fortuna enganadora…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas horas de paz da consciência, e nos momentos de remorso salutar…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas tribulações dos nossos, ao ver sofrer quem amamos…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nos desfalecimentos do coração, quando sentimos o cansaço do exílio
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas incessantes contradições, nos dias da incerteza e de amargo quebranto…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
No momento da tentação, na hora suprema do apartamento da terra e da última Comunhão…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

As almas. — Ao ver-Vos, ó Jesus, tão perto e tão benigno, longe de exclamar como o vosso apóstolo: “Afastai-Vos, Senhor, porque somos miseráveis pecadores…” queremos, ao contrário, vir ao vosso encontro encurtar a distância e apertar uma feliz intimidade entre o vosso Coração e os nossos.

(LENTO E PAUSADO)

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando os soberbos  governantes da terra blasfemarem da vossa Lei e do vosso Nome… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando as multidões, reunidas por Lúcifer e os sectários seus sequazes, assaltarem  os vossos santuários e reclamarem o vosso Sangue… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre os vitupérios e as cadeias, com que os poderosos do mundo e presumidos sábios, cujo orgulho condenastes com firmeza, ultrajarem a vossa Igreja… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando milhares de cristãos, esquecidos da vossa adorável Pessoa, Vos magoaram cruelmente com a sua ociosa indiferença, que é um frio punhal cravado no vosso peito sacrossanto… Recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando tantos, que se dizem bons e virtuosos, Vos regateiarem avaramente o seu afeto, Vos  oferecerem uma mesquinha, confidência, e Vos negarem o conforto do seu sacrifício e santidade… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando Vos oprimir a deslealdade, quando Vos amargar a tibieza das almas predestinadas, que por vocação deveriam ser inteiramente vossas e santas… então como sempre, nessa hora de desolação sem igual… recordai-Vos de que somos vossos; volvei a nós os vossos olhos tristes e suplicantes e não Vos esqueçais de que somos vossos filhos, consagrados para sempre à glória do vosso Divino Coração!…

Um Padre Nosso e Ave Maria pelas intenções íntimas dos presentes. 
 Um Padre Nosso e Ave Maria pelos agonizantes e pecadores. 
Um Padre Nosso e Ave Maria pelo triunfo universal do Sagrado Coração, especialmente pela Comunhão diária, pela HORA SANTA, e pela Entronização do Sagrado Coração nas famílias).

(PAUSA)

Vós sois, ó Jesus, o Deus escondido. Escondei-Vos na minha alma; e transformado eu noutra Hóstia humilde, fiquemos, Senhor, eternamente unidos, como na Comunhão, como nesta HORA SANTA… Vós no meu pobre coração, e eu perdido para sempre no abismo de luz do vosso Coração sacratíssimo.

Venha a nós o vosso Reino!…

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quinta-feira, 4 de julho de 2019

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS)

ULTRAJES PÚBLICOS A NOSSO SENHOR

Que afortunada surpresa a dos infelizes que na volta dum caminho se encontravam de repente com Jesus, lá na Palestina! Que imensa consolação para esses privilegiados de Jerusalém, de Naím, de Betânia, dirigir e derramar com plena liberdade, naquele instante propício, as suas súplicas e lágrimas sobre o Coração de Jesus!

Também nós, nesta hora bendita, somos do número desses felizes privilegiados… Aqui Vos encontramos Jesus de Nazaré e do Tabernáculo. Reparai em nós: Vivemos em vossa procura, para nos confortarmos um instante, à sombra deliciosa do vosso Sacrário… E viemos também para defender a vossa causa. Um bramido de raiva e blasfêmia advertiu-nos de que os vossos inimigos jurados não Vos dão tréguas em Vos arrancar às almas e à sociedade. Se haveis de sofrer, agonizar e morrer, ó Jesus, eis aqui um pequeno rebanho que quer ser ferido ao lado e por causa do Pastor.

Vós o dissestes, com a alma trasbordando de amargura, à vossa serva Margarida Maria: “Quero repartir a minha agonia; tenha necessidade de corações vítimas”. Disponha de nós, Senhor. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós todos Vos amamos.

(BREVE PAUSA)

Correi, Senhor, o véu que nos oculta o Santo dos Santos: o vosso Divino Coração… Permiti aos vossos filhos meditar durante esta HORA SANTA os sofrimentos que Vos causam os ultrajes dos homens, e a dor que provais no ódio daqueles que o vosso Sangue remiu! Acendei a vossa luz nas nossas almas, e deixai-nos, seguir-Vos passo a passo nesta incruenta Rua Dolorosa, que começa nas sombras de Getsemani, para acabar no último dia do mundo…

Não obstante a nossa indignidade, permiti aos vossos confidentes e consoladores participarem do cálice dos vossos opróbrios e agonia… Dai-nos, ó amável prisioneiro, um só privilégio: de Vos amarmos na ignomínia da vossa Paixão de nos unirmos, durante esta HORA SANTA, à vossa agonia, de Vos consolarmos até a morte, no Getsemani perpétuo do vosso Coração sacramentado… e expirar sobre ele em íntima comunhão de reparação e de amor.

(Peçamos luz e amor para contemplar Jesus Cristo no misterioso sacrifício da Eucaristia).

(PAUSA)

Voz de Jesus Cristo. Alma diletíssima: na Hóstia onde me vês, Eu vivo silencioso e mudo perpetuamente arrastado perante osCoração de Jesus modernos… Não ouves o insolente interrogatório que me fazem suportar, a Mim que sou o Poder supremo, a Verdade, e o Mestre único?… E calo por teu amor, por ti, a quem salvo, sofrendo a condenação ignominiosa dos poderosos da terra, juízes dos homens, não, porém da minha doutrina… 

Eles ambicionam uma autoridade tirânica, para a exercer contra Mim. E Eu sou perpetuamente a sua Vítima… Para eles o trono, para Mim o banco dos réus; para eles o cetro de ouro, para mim a cana de irrisão; para eles o aplauso das turbas, para Mim a corte do desprezo, e a túnica branca dos loucos; para eles o diadema e as homenagens, para Mim a coroa de espinhos, os impropérios, o esquecimento: sempre o esquecimento!
E, se talvez, em meio das suas falsas grandezas, estes poderosos da terra recordam a minha Realeza, o meu nome vai desencadear tempestades de ódio, perseguição e blasfêmia… E eis aí como sou chamado perante o juízo do mundo, do mundo que vive porque Eu o consinto!
Mas calo… Na Eucaristia sou a encarnação da misericórdia e do amor. Esta revolta contra a minha soberania… Este desconhecimento da minha realeza soberana nas leis que regem os povos são um ultraje direto e uma blasfêmia contra Mim, que Me deixo estar, apesar de tudo, entre os homens, aniquilado, embora onipotente, no Sacramento do Altar.
Esta injúria, não é ela acaso um verdadeiro desafio ao Deus da Eucaristia, que te fala desde o seu Tabernáculo, trocado tanta vez em Pretório de Pilatos?… Aqui suporto, sem Me queixar, as afrontas dos escravos e as mofas dos vilões. Aqui ninguém Me vem buscar, senão quando os tribunais da terra decretam flagelar-Me para Me apresentarem depois ensangüentado ao furor das turbas…
O meu divino Coração sente-se consolado com as vossas reparações! Durante esta HORA SANTA o amor ardente dos meus compensa-Me das irrisões dos poderosos. Vós, ricos humildes, e pobres resignados, sois o bálsamo das minhas feridas. Desde aqui vos abençôo, amigos fidelíssimos. Falai, meus filhos! Pedi milagres ao meu amor, vós os predestinados do meu Coração. Falai, Eu sou o Rei das misericórdias infinitas.

(PAUSA)

As almas. Senhor Jesus, a vossa alma, sensível à nossa fidelidade, oferece-nos milagres e perdão! Dignai-vos, portanto, espalhar as graças da vossa luz sobre os poderosos, os governantes, os ricos, que associados à vossa autoridade, carecem conhecer-Vos, ó Jesus na vossa Eucaristia, e proclamar que aceitam a vossa autoridade redentora, manancial de paz e salvação.
Em reparação das afrontas que padecestes diante do iníquo Herodes, e das que suportais nos palácios dos grandes da terra…

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálicos).
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas assembléias, onde se fazem as leis, e nos tribunais da justiça humana, tão sujeitos a erro…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na consciência tão versátil e tortuosa dos que presidem aos destinos das nações…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nos conselhos de tantos governantes que se levantam contra o vosso Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas sedições populares, exploradas para ultrajar a vossa doutrina…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na colisão de tantos interesses, em que os miseráveis especuladores da terra só buscam o triunfo da fortuna e do orgulho…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas conjurações diabólicas, medidas na sombra contra o vosso sacerdócio e a vossa Igreja…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na imprudente quietação de tantos cristãos na apatia e indolência de muitos que pretendem adorar-Vos e ser fiéis, sem Vos seguirem até ao Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na ambição desenfreada de grandeza e luxo, que seduz um grande número de almas infelizes. à custa do vosso Sangue redentor e da sua eterna condenação…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

Voz de Jesus. — Eu sou a santidade assim o afirmais ajoelhados diante da minha Hóstia; assim o proclama o Céu unindo-se durante esta HORA SANTA às vossas humildes adorações… Eu sou a santidade, e, todavia Barrabás foi-Me preferido… Ah! E quantas vezes esta ímpia preferência se repete por ódio, desprezo… Esquecimento!

Tal afronta abre uma ferida cruel no meu Coração: apesar disso Eu contínuo no Tabernáculo, Deus de humildade O mundo frívolo e vão que vive de soberba, não compreende Deus aniquilado, nascido num estábulo. Reparai como as almas orgulhosas passam diante do meu Altar, afadigadas, sequiosas de ostentação e ávidas da estima e dos aplausos dos homens. Passam… e preferem-Me uma honra toda impostura…

Assim vivo retirado na sombra do meu Santuário, e ergo de cá a minha voz: Aprendei de Mim que sou humilde e pobre… Sim, sou pobre, pois renunciei a todos os bens da terra para vos comprar os tesouros do Paraíso. Fiz-Me pobre e mendigo… e eis aí está porque sou desprezado pelo mundo ambicioso de ouro e do seu falaz esplendor. Que valho Eu, que nasci na pobreza de Belém, vivi na obscuridade de Nazaré, expirei na nudez do Calvário, e Me perpetuo nos aniquilamentos da Eucaristia?

Por amor Me fiz pobre, e por bem amarga e inverossímil contradição sou um pobre desprezado, a quem se prefere a miserável riqueza do mundo.

(BREVE PAUSA)

Estou coberto de feridas… Minhas mãos, que chamam e abençoam atravessadas… Meus pés trespassados… A minha fronte dilacerada… A boca lívida… escurecidos os olhos… ensangüentado o corpo… o Lado aberto… Ah! como se arrepiam os mortais à vista de um Deus derramando sangue, eles, que já desde o exílio querem as delícias dum paraíso antecipado… Quem Me reduziu a tal estado? O amor que vos consagro, e a sede, em que o mundo arde, de gozos e prazeres.

No meu santuário, onde permaneço, dou-Vos a paz e a felicidade, mas através de espinhos e de Cruz. Onde estão os meus amigos, os meus fiéis, os meus discípulos? Onde estão? Para onde foram? Abandonaram-Me para ir à cata do prazer!… Preferem-me o lodo da culpa. Barrabás o último dos homens, triunfa no mundo com os orgulhosos, libertinos, corruptores da infância, depravadores do povo, envenenadores da imprensa… Barrabás triunfa exaltado por quantos Me renegam e amaldiçoam nas leis… Políticos desleais, ambiciosos de subir para lançarem sobre Mim a ignomínia e a blasfêmia; poderosos, aclamados pelo mundo, que lhes atira flores e oferece palmas de vitória…

E Eu, Jesus, quedo-Me solitário no meu Sacrário, preso do meu Amor, abandonado dos bons, renegado dos pusilânimes, esquecido da maior parte… condenado pelos governantes indignos, flagelado pela turbas levantadas contra Mim… Amei os meu filhos até a morte… e os da minha casa preferiram-Me o pó e a lama dos caminhos.
Considerai e vede se há dor semelhante à minha dor!…

(PAUSA)

As almas. Ó Jesus, não é o discípulo acima do seu mestre… Vós que nos destes o exemplo, quereis que Vos sigamos levando com amor a cruz que salva. Nós pedimos-Vos essa graça nesta HORA SANTA, com a abrasada caridade de Maria, Senhora das Dores; com o fervor de Margarida Maria. Sim, nós abraçamos a cruz pelo triunfo do vosso Coração na Santíssima Eucaristia. Escutai-nos, ó Jesus desde essa Hóstia; nós vimos oferecer-Vos a oração de Getsemani, que é a oração do vosso aniquilamento do Altar. Escutai-nos com a vossa doce benignidade.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a glória de ser pospostos a todos, por amor do vosso Coração dolorido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a alegria de ser confundidos por amor do vosso amargurado Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça de ser esquecidos por causadeo vosso Coração misericordiosos.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a honra imerecida de ser desprezados por amor do vosso Coração angustiado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a recompensa de sermos escarnecidos pela glória do vosso Coração ferido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a ambicionada felicidade de ser injuriado pelo triunfo do vosso Coração adorado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a incomparável gozo de ser um dia perseguidos pelo amor do vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a coroa de ser caluniados nos apostolado do vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a amável regalia de ser atraiçoados em holocausto ao vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos a honra de ser aborrecidos em união com o vosso Coração agonizante.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos o privilégio de ser condenados pelo mundo, por viver unidos ao vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça suprema de ser fiéis com sacrifício de nós mesmo até ao holocausto, em reparação fervorosa junto do vosso Coração imolado.

Oh! Sim, nós Vo-lo suplicamos: concedei-nos receber com amor a parte que nos toca nos vilipêndios e da agonia do vosso Coração Sacramentado…
Consolai-Vos. Mestre amantíssimo: cada um de nós quer dirigir-Vos uma palavra de humildade e de confiança, protestando que só Vos sois o seu único bem e toda a sua esperança!…

(BREVE PAUSA)

Que tenho eu, ó Senhor, que Vós me não tenhais dado?
Que sei eu, que Vós me não tenhais ensinado?
Que valho eu, não estando perto de Vós?
Que mereço eu, se não estou unido a Vós?
Perdoai-me os erros que contra Vós hei cometido.
Criastes-me, sem eu o merecer,
Remistes-me sem eu o pedir,
Muito fizeste, criando-me,
Muito mais, remindo-me,
Pois o sangue que derramastes,
E a acerba morte que padecestes,
Não foi pelos anjos, que Vos louvam,
Mas por mim e pelos pecadores que Vos ofendem.
Se Vos reneguei, deixai-me reconhecer-Vos;
Se Vos injuriei, deixai-me houver-Vos;
Se Vos ofendi, deixai-me Servir-Vos;
Pois a vida que se não emprega em vosso serviço, mais é morte do que vida.

(PAUSA)

Voz de Jesus. Como todos que estais aqui comigo sois meus íntimos amigos, vou desafogar diante de vós o meu Coração amargurado. Ouvi-Me: Sofre uma pena profunda, uma ferida que o dilacera:
Israel, meu povo predileto; Israel pediu a minha condenação, exigiu a minha morte e arvorou a minha cruz.

Israel, por amor de quem flagelei o Egito, flagelou-Me a Mim! Despedacei as suas cadeias, e ele encadeou-Me a mim! Dei-lhe maná no deserto, e corou-Me de espinhos a Mim! Fiz brotar água prodigiosa da pedra, para lhe apagar a sede, e ele insultou a febre abrasadora da minha agonia! Desci do céu, fiquei em arca misteriosa com ele no deserto… tantas vezes o quis abrigar debaixo das minhas asas… e Israel deu-Me a morte.

Porque é que o meu povo continua a despojar-Me da minha realeza? Porque continua ainda a lançar sortes sobre a minha túnica, e a lançar ao vento da irrisão o meu Evangelho de caridade e consolação?

Vede como as multidões se agitam rugindo contra a minha lei… como povos inteiros, seduzidos pela soberba, rasgaram a unidade sagrada da minha doutrina e a túnica inconsútil da minha Igreja!

O meu Coração soluça dentro do peito, ao ouvir, como no átrio de Pilatos, o clamor das nações e dos Estados que Me apontam às turbas sobre este pobre altar, gritando: Não queremos que este reine sobre nós.

Ó Israel, Eu te perdôo!

(BREVE PAUSA)

O meu Vigário é perpetuamente vítima das mofas da turba insensata… Ele é o meu representante na terra… Na sua pessoa continuo eu a ser esbofeteado pelos insultadoras da minha Igreja. E estes insultos são para Mim particularmente dolorosos. Ai daquele que levanta a mão contra o Pontífice, o Ungido do meu Pai!
Detende o seu braço justiceiro… interpondo esta HORA SANTA, em união com o meu ultrajado Coração, pois quero usar de misericórdia.
Sim, para a apostasia de tantas nações: para a descrença pública de tantos Estados: para as afrontas imprudentes ao meu Vigário; para o ódio refinado e legal contra o meu sacerdócio; para a iníqua tolerância e favor dado aos modernos fariseus: para este cúmulo de pecados; para esta pobre e corte que me ferem…; com voz bem uníssona, como duma só alma, rogai piedade ao meu Coração. Invocai a minha misericórdia.

As almas. Prisioneiro de amor. Jesus Sacramentado, que a nossa oração atravesse as grades do vosso cárcere, e chegue a Vós como incenso de adoração e desagravo, que Vos oferecemos, pelas mãos de Maria Imaculada.
(PAUSA)

Voz de Jesus.Tudo, no meu amor pelos homens, foi consumado com a instituição da Santa Eucaristia: Tudo! Mas, ah! A ingratidão humana consumou, também para comigo, neste maravilhoso Sacramento, a obra da dor suprema.
Meus filhos, onde estáveis quando sobre o Calvário Eu era envolvido no silêncio duma solidão mais cruel do que a do sepulcro? Amigos do meu Coração, onde estáveis, quando meus olhos velados pelas lágrimas da agonia, só viam semblantes ferozes de verdugos?…  

Onde estáveis vós, então?… E quando, com o pensamento em vós, meus predestinados, tive sede de vos ver unidos à minha alma infinitamente angustiada, porque foram então meus lábios umedecidos com o fel da ausência… da covardia… do esquecimento… da tibieza, por aqueles mesmos que eu convidara para o meu banquete familiar?

Bem o sabeis: esta história não sucedeu só há vinte séculos… Contemplai-Me na Hóstia, e dizei-Me: a ingratidão não é o pão amargo e cotidiano do Deus feito alimento dos homens?… Quanto e em que vos hei contristado na minha prisão voluntária, para selardes as suas portas com o abandono em que se deixa um sepulcro vazio e destruído?…
Oh! Vinde, rodeai-Me, abraçai-vos os meus pés. Quero sentir-vos perto de Mim na agonia mística do meu Coração sacramentado.

Hora desejada, hora bendita e afortunada, esta HORA SANTA, durante a qual o vosso Deus recupera a sua herança, o preço do seu Sangue!
Eu vos abençôo por que tive fome, e vós, deixando o vosso descanso, viestes dar-Me o pão da caridade… Considero-vos meus porque tive sede, e destes-Me a compaixão das vossas lágrimas; aperto-vos ao meu Coração desolado porque estive tristíssimo na solidão deste cárcere, e viestes fazer-Me deliciosa companhia. Em verdade, em verdade vos digo que os vossos nomes estão escritos para sempre em caracteres de fogo e sangue no mais secreto do meu Coração amante.
Descansai sobre ele, como Eu descanso agora sobre o vosso, filhos prediletos do meu amor!

A alma. Viemos, ó Mestre, não para repousar, mas para sofrer convosco, para ter parte no vosso cálice, para reparar as culpas que Vos ofendem, e pedir a vinda do vosso Reino! Por isso, com a alma cheia da vossa graça, nós não Vos deixaremos, sem Vos confiar o único desejo dos vossos consoladores e amigos… o de Vos ver reinar, e avançar triunfante por intermédio do vosso Coração… Revelai-Vos a estes vossos humildes apóstolos, para que sintam os ardores inefáveis que só a vossa possessão e o vosso reinado podem apagar.
Cedei, pois, Jesus amantíssimo, e em meio das aflições e sobressaltos da vida.

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálico).
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas afeições caducas e enganadoras da terra…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas desilusões da amizade terrena, nas fraquezas do amor humano…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas seduções tentadoras da vaidade, nos abrolhos tão freqüentes do caminho…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas castas e legítimas alegrias dos lares que Vos adoram…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas veleidades da adulação e da fortuna enganadora…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas horas de paz da consciência, e nos momentos de remorso salutar…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas tribulações dos nossos, ao ver sofrer quem amamos…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nos desfalecimentos do coração, quando sentimos o cansaço do exílio
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas incessantes contradições, nos dias da incerteza e de amargo quebranto…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
No momento da tentação, na hora suprema do apartamento da terra e da última Comunhão…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

As almas. Ao ver-Vos, ó Jesus, tão perto e tão benigno, longe de exclamar como o vosso apóstolo: “Afastai-Vos, Senhor, porque somos miseráveis pecadores…” queremos, ao contrário, vir ao vosso encontro encurtar a distância e apertar uma feliz intimidade entre o vosso Coração e os nossos.

(LENTO E PAUSADO)

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando os soberbos governantes da terra blasfemarem da vossa Lei e do vosso Nome… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando as multidões, reunidas por Lúcifer e os sectários seus sequazes, assaltarem os vossos santuários e reclamarem o vosso Sangue… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre os vitupérios e as cadeias, com que os poderosos do mundo e presumidos sábios, cujo orgulho condenastes com firmeza, ultrajarem a vossa Igreja… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando milhares de cristãos, esquecidos da vossa adorável Pessoa, Vos magoaram cruelmente com a sua ociosa indiferença, que é um frio punhal cravado no vosso peito sacrossanto… Recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando tantos, que se dizem bons e virtuosos, Vos regateiarem avaramente o seu afeto, Vos oferecerem uma mesquinha, confidência, e Vos negarem o conforto do seu sacrifício e santidade… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando Vos oprimir a deslealdade, quando Vos amargar a tibieza das almas predestinadas, que por vocação deveriam ser inteiramente vossas e santas… então como sempre, nessa hora de desolação sem igual… recordai-Vos de que somos vossos; volvei a nós os vossos olhos tristes e suplicantes e não Vos esqueçais de que somos vossos filhos, consagrados para sempre à glória do vosso Divino Coração!…

Um Padre Nosso e Ave Maria pelas intenções íntimas dos presentes. 
 Um Padre Nosso e Ave Maria pelos agonizantes e pecadores. 
Um Padre Nosso e Ave Maria pelo triunfo universal do Sagrado Coração, especialmente pela Comunhão diária, pela HORA SANTA, e pela Entronização do Sagrado Coração nas famílias).

(PAUSA)

Vós sois, ó Jesus, o Deus escondido. Escondei-Vos na minha alma; e transformado eu noutra Hóstia humilde, fiquemos, Senhor, eternamente unidos, como na Comunhão, como nesta HORA SANTA… Vós no meu pobre coração, e eu perdido para sempre no abismo de luz do vosso Coração sacratíssimo.

Venha a nós o vosso Reino!…

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quarta-feira, 4 de julho de 2018

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações

HORA SANTA – MÊS de JULHO- R. P. MATÉO GRAWLEI-BOEVEY dos Sagrados Corações (PICPUS)

ULTRAJES PÚBLICOS A NOSSO SENHOR

Que afortunada surpresa a dos infelizes que na volta dum caminho se encontravam de repente com Jesus, lá na Palestina! Que imensa consolação para esses privilegiados de Jerusalém, de Naím, de Betânia, dirigir e derramar com plena liberdade, naquele instante propício, as suas súplicas e lágrimas sobre o Coração de Jesus!

Também nós, nesta hora bendita, somos do número desses felizes privilegiados… Aqui Vos encontramos Jesus de Nazaré e do Tabernáculo. Reparai em nós: Vivemos em vossa procura, para nos confortarmos um instante, à sombra deliciosa do vosso Sacrário… E viemos também para defender a vossa causa. Um bramido de raiva e blasfêmia advertiu-nos de que os vossos inimigos jurados não Vos dão tréguas em Vos arrancar às almas e à sociedade. Se haveis de sofrer, agonizar e morrer, ó Jesus, eis aqui um pequeno rebanho que quer ser ferido ao lado e por causa do Pastor.

Vós o dissestes, com a alma trasbordando de amargura, à vossa serva Margarida Maria: “Quero repartir a minha agonia; tenha necessidade de corações vítimas”. Disponha de nós, Senhor. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós amamos-Vos ardentemente. Nós todos Vos amamos.

(BREVE PAUSA)

Correi, Senhor, o véu que nos oculta o Santo dos Santos: o vosso Divino Coração… Permiti aos vossos filhos meditar durante esta HORA SANTA os sofrimentos que Vos causam os ultrajes dos homens, e a dor que provais no ódio daqueles que o vosso Sangue remiu! Acendei a vossa luz nas nossas almas, e deixai-nos, seguir-Vos passo a passo nesta incruenta Rua Dolorosa, que começa nas sombras de Getsemani, para acabar no último dia do mundo…

Não obstante a nossa indignidade, permiti aos vossos confidentes e consoladores participarem do cálice dos vossos opróbrios e agonia… Dai-nos, ó amável prisioneiro, um só privilégio: de Vos amarmos na ignomínia da vossa Paixão de nos unirmos, durante esta HORA SANTA, à vossa agonia, de Vos consolarmos até a morte, no Getsemani perpétuo do vosso Coração sacramentado… e expirar sobre ele em íntima comunhão de reparação e de amor.

(Peçamos luz e amor para contemplar Jesus Cristo no misterioso sacrifício da Eucaristia).

(PAUSA)

Voz de Jesus Cristo. Alma diletíssima: na Hóstia onde me vês, Eu vivo silencioso e mudo perpetuamente arrastado perante osCoração de Jesus modernos… Não ouves o insolente interrogatório que me fazem suportar, a Mim que sou o Poder supremo, a Verdade, e o Mestre único?… E calo por teu amor, por ti, a quem salvo, sofrendo a condenação ignominiosa dos poderosos da terra, juízes dos homens, não, porém da minha doutrina… 

Eles ambicionam uma autoridade tirânica, para a exercer contra Mim. E Eu sou perpetuamente a sua Vítima… Para eles o trono, para Mim o banco dos réus; para eles o cetro de ouro, para mim a cana de irrisão; para eles o aplauso das turbas, para Mim a corte do desprezo, e a túnica branca dos loucos; para eles o diadema e as homenagens, para Mim a coroa de espinhos, os impropérios, o esquecimento: sempre o esquecimento!
E, se talvez, em meio das suas falsas grandezas, estes poderosos da terra recordam a minha Realeza, o meu nome vai desencadear tempestades de ódio, perseguição e blasfêmia… E eis aí como sou chamado perante o juízo do mundo, do mundo que vive porque Eu o consinto!
Mas calo… Na Eucaristia sou a encarnação da misericórdia e do amor. Esta revolta contra a minha soberania… Este desconhecimento da minha realeza soberana nas leis que regem os povos são um ultraje direto e uma blasfêmia contra Mim, que Me deixo estar, apesar de tudo, entre os homens, aniquilado, embora onipotente, no Sacramento do Altar.
Esta injúria, não é ela acaso um verdadeiro desafio ao Deus da Eucaristia, que te fala desde o seu Tabernáculo, trocado tanta vez em Pretório de Pilatos?… Aqui suporto, sem Me queixar, as afrontas dos escravos e as mofas dos vilões. Aqui ninguém Me vem buscar, senão quando os tribunais da terra decretam flagelar-Me para Me apresentarem depois ensangüentado ao furor das turbas…
O meu divino Coração sente-se consolado com as vossas reparações! Durante esta HORA SANTA o amor ardente dos meus compensa-Me das irrisões dos poderosos. Vós, ricos humildes, e pobres resignados, sois o bálsamo das minhas feridas. Desde aqui vos abençôo, amigos fidelíssimos. Falai, meus filhos! Pedi milagres ao meu amor, vós os predestinados do meu Coração. Falai, Eu sou o Rei das misericórdias infinitas.

(PAUSA)

As almas. Senhor Jesus, a vossa alma, sensível à nossa fidelidade, oferece-nos milagres e perdão! Dignai-vos, portanto, espalhar as graças da vossa luz sobre os poderosos, os governantes, os ricos, que associados à vossa autoridade, carecem conhecer-Vos, ó Jesus na vossa Eucaristia, e proclamar que aceitam a vossa autoridade redentora, manancial de paz e salvação.
Em reparação das afrontas que padecestes diante do iníquo Herodes, e das que suportais nos palácios dos grandes da terra…

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálicos).
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas assembléias, onde se fazem as leis, e nos tribunais da justiça humana, tão sujeitos a erro…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na consciência tão versátil e tortuosa dos que presidem aos destinos das nações…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nos conselhos de tantos governantes que se levantam contra o vosso Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas sedições populares, exploradas para ultrajar a vossa doutrina…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na colisão de tantos interesses, em que os miseráveis especuladores da terra só buscam o triunfo da fortuna e do orgulho…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Nas conjurações diabólicas, medidas na sombra contra o vosso sacerdócio e a vossa Igreja…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na imprudente quietação de tantos cristãos na apatia e indolência de muitos que pretendem adorar-Vos e ser fiéis, sem Vos seguirem até ao Calvário…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!
Na ambição desenfreada de grandeza e luxo, que seduz um grande número de almas infelizes. à custa do vosso Sangue redentor e da sua eterna condenação…
Realizai as vossas promessas de vitória, ó Divino Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

Voz de Jesus. — Eu sou a santidade assim o afirmais ajoelhados diante da minha Hóstia; assim o proclama o Céu unindo-se durante esta HORA SANTA às vossas humildes adorações… Eu sou a santidade, e, todavia Barrabás foi-Me preferido… Ah! E quantas vezes esta ímpia preferência se repete por ódio, desprezo… Esquecimento!

Tal afronta abre uma ferida cruel no meu Coração: apesar disso Eu contínuo no Tabernáculo, Deus de humildade O mundo frívolo e vão que vive de soberba, não compreende Deus aniquilado, nascido num estábulo. Reparai como as almas orgulhosas passam diante do meu Altar, afadigadas, sequiosas de ostentação e ávidas da estima e dos aplausos dos homens. Passam… e preferem-Me uma honra toda impostura…

Assim vivo retirado na sombra do meu Santuário, e ergo de cá a minha voz: Aprendei de Mim que sou humilde e pobre… Sim, sou pobre, pois renunciei a todos os bens da terra para vos comprar os tesouros do Paraíso. Fiz-Me pobre e mendigo… e eis aí está porque sou desprezado pelo mundo ambicioso de ouro e do seu falaz esplendor. Que valho Eu, que nasci na pobreza de Belém, vivi na obscuridade de Nazaré, expirei na nudez do Calvário, e Me perpetuo nos aniquilamentos da Eucaristia?

Por amor Me fiz pobre, e por bem amarga e inverossímil contradição sou um pobre desprezado, a quem se prefere a miserável riqueza do mundo.

(BREVE PAUSA)

Estou coberto de feridas… Minhas mãos, que chamam e abençoam atravessadas… Meus pés trespassados… A minha fronte dilacerada… A boca lívida… escurecidos os olhos… ensangüentado o corpo… o Lado aberto… Ah! como se arrepiam os mortais à vista de um Deus derramando sangue, eles, que já desde o exílio querem as delícias dum paraíso antecipado… Quem Me reduziu a tal estado? O amor que vos consagro, e a sede, em que o mundo arde, de gozos e prazeres.

No meu santuário, onde permaneço, dou-Vos a paz e a felicidade, mas através de espinhos e de Cruz. Onde estão os meus amigos, os meus fiéis, os meus discípulos? Onde estão? Para onde foram? Abandonaram-Me para ir à cata do prazer!… Preferem-me o lodo da culpa. Barrabás o último dos homens, triunfa no mundo com os orgulhosos, libertinos, corruptores da infância, depravadores do povo, envenenadores da imprensa… Barrabás triunfa exaltado por quantos Me renegam e amaldiçoam nas leis… Políticos desleais, ambiciosos de subir para lançarem sobre Mim a ignomínia e a blasfêmia; poderosos, aclamados pelo mundo, que lhes atira flores e oferece palmas de vitória…

E Eu, Jesus, quedo-Me solitário no meu Sacrário, preso do meu Amor, abandonado dos bons, renegado dos pusilânimes, esquecido da maior parte… condenado pelos governantes indignos, flagelado pela turbas levantadas contra Mim… Amei os meu filhos até a morte… e os da minha casa preferiram-Me o pó e a lama dos caminhos.
Considerai e vede se há dor semelhante à minha dor!…

(PAUSA)

As almas. Ó Jesus, não é o discípulo acima do seu mestre… Vós que nos destes o exemplo, quereis que Vos sigamos levando com amor a cruz que salva. Nós pedimos-Vos essa graça nesta HORA SANTA, com a abrasada caridade de Maria, Senhora das Dores; com o fervor de Margarida Maria. Sim, nós abraçamos a cruz pelo triunfo do vosso Coração na Santíssima Eucaristia. Escutai-nos, ó Jesus desde essa Hóstia; nós vimos oferecer-Vos a oração de Getsemani, que é a oração do vosso aniquilamento do Altar. Escutai-nos com a vossa doce benignidade.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a glória de ser pospostos a todos, por amor do vosso Coração dolorido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a alegria de ser confundidos por amor do vosso amargurado Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça de ser esquecidos por causadeo vosso Coração misericordiosos.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a honra imerecida de ser desprezados por amor do vosso Coração angustiado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a recompensa de sermos escarnecidos pela glória do vosso Coração ferido.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a ambicionada felicidade de ser injuriado pelo triunfo do vosso Coração adorado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a incomparável gozo de ser um dia perseguidos pelo amor do vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a coroa de ser caluniados nos apostolado do vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a amável regalia de ser atraiçoados em holocausto ao vosso Divino Coração.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos a honra de ser aborrecidos em união com o vosso Coração agonizante.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Dai-nos o privilégio de ser condenados pelo mundo, por viver unidos ao vosso Coração Sagrado.

Nós Vos amamos, ó Jesus! Concedei-nos a graça suprema de ser fiéis com sacrifício de nós mesmo até ao holocausto, em reparação fervorosa junto do vosso Coração imolado.

Oh! Sim, nós Vo-lo suplicamos: concedei-nos receber com amor a parte que nos toca nos vilipêndios e da agonia do vosso Coração Sacramentado…
Consolai-Vos. Mestre amantíssimo: cada um de nós quer dirigir-Vos uma palavra de humildade e de confiança, protestando que só Vos sois o seu único bem e toda a sua esperança!…

(BREVE PAUSA)

Que tenho eu, ó Senhor, que Vós me não tenhais dado?
Que sei eu, que Vós me não tenhais ensinado?
Que valho eu, não estando perto de Vós?
Que mereço eu, se não estou unido a Vós?
Perdoai-me os erros que contra Vós hei cometido.
Criastes-me, sem eu o merecer,
Remistes-me sem eu o pedir,
Muito fizeste, criando-me,
Muito mais, remindo-me,
Pois o sangue que derramastes,
E a acerba morte que padecestes,
Não foi pelos anjos, que Vos louvam,
Mas por mim e pelos pecadores que Vos ofendem.
Se Vos reneguei, deixai-me reconhecer-Vos;
Se Vos injuriei, deixai-me houver-Vos;
Se Vos ofendi, deixai-me Servir-Vos;
Pois a vida que se não emprega em vosso serviço, mais é morte do que vida.

(PAUSA)

Voz de Jesus. Como todos que estais aqui comigo sois meus íntimos amigos, vou desafogar diante de vós o meu Coração amargurado. Ouvi-Me: Sofre uma pena profunda, uma ferida que o dilacera:
Israel, meu povo predileto; Israel pediu a minha condenação, exigiu a minha morte e arvorou a minha cruz.

Israel, por amor de quem flagelei o Egito, flagelou-Me a Mim! Despedacei as suas cadeias, e ele encadeou-Me a mim! Dei-lhe maná no deserto, e corou-Me de espinhos a Mim! Fiz brotar água prodigiosa da pedra, para lhe apagar a sede, e ele insultou a febre abrasadora da minha agonia! Desci do céu, fiquei em arca misteriosa com ele no deserto… tantas vezes o quis abrigar debaixo das minhas asas… e Israel deu-Me a morte.

Porque é que o meu povo continua a despojar-Me da minha realeza? Porque continua ainda a lançar sortes sobre a minha túnica, e a lançar ao vento da irrisão o meu Evangelho de caridade e consolação?

Vede como as multidões se agitam rugindo contra a minha lei… como povos inteiros, seduzidos pela soberba, rasgaram a unidade sagrada da minha doutrina e a túnica inconsútil da minha Igreja!

O meu Coração soluça dentro do peito, ao ouvir, como no átrio de Pilatos, o clamor das nações e dos Estados que Me apontam às turbas sobre este pobre altar, gritando: Não queremos que este reine sobre nós.

Ó Israel, Eu te perdôo!

(BREVE PAUSA)

O meu Vigário é perpetuamente vítima das mofas da turba insensata… Ele é o meu representante na terra… Na sua pessoa continuo eu a ser esbofeteado pelos insultadoras da minha Igreja. E estes insultos são para Mim particularmente dolorosos. Ai daquele que levanta a mão contra o Pontífice, o Ungido do meu Pai!
Detende o seu braço justiceiro… interpondo esta HORA SANTA, em união com o meu ultrajado Coração, pois quero usar de misericórdia.
Sim, para a apostasia de tantas nações: para a descrença pública de tantos Estados: para as afrontas imprudentes ao meu Vigário; para o ódio refinado e legal contra o meu sacerdócio; para a iníqua tolerância e favor dado aos modernos fariseus: para este cúmulo de pecados; para esta pobre e corte que me ferem…; com voz bem uníssona, como duma só alma, rogai piedade ao meu Coração. Invocai a minha misericórdia.

As almas. Prisioneiro de amor. Jesus Sacramentado, que a nossa oração atravesse as grades do vosso cárcere, e chegue a Vós como incenso de adoração e desagravo, que Vos oferecemos, pelas mãos de Maria Imaculada.
(PAUSA)

Voz de Jesus.Tudo, no meu amor pelos homens, foi consumado com a instituição da Santa Eucaristia: Tudo! Mas, ah! A ingratidão humana consumou, também para comigo, neste maravilhoso Sacramento, a obra da dor suprema.
Meus filhos, onde estáveis quando sobre o Calvário Eu era envolvido no silêncio duma solidão mais cruel do que a do sepulcro? Amigos do meu Coração, onde estáveis, quando meus olhos velados pelas lágrimas da agonia, só viam semblantes ferozes de verdugos?…  

Onde estáveis vós, então?… E quando, com o pensamento em vós, meus predestinados, tive sede de vos ver unidos à minha alma infinitamente angustiada, porque foram então meus lábios umedecidos com o fel da ausência… da covardia… do esquecimento… da tibieza, por aqueles mesmos que eu convidara para o meu banquete familiar?

Bem o sabeis: esta história não sucedeu só há vinte séculos… Contemplai-Me na Hóstia, e dizei-Me: a ingratidão não é o pão amargo e cotidiano do Deus feito alimento dos homens?… Quanto e em que vos hei contristado na minha prisão voluntária, para selardes as suas portas com o abandono em que se deixa um sepulcro vazio e destruído?…
Oh! Vinde, rodeai-Me, abraçai-vos os meus pés. Quero sentir-vos perto de Mim na agonia mística do meu Coração sacramentado.

Hora desejada, hora bendita e afortunada, esta HORA SANTA, durante a qual o vosso Deus recupera a sua herança, o preço do seu Sangue!
Eu vos abençôo por que tive fome, e vós, deixando o vosso descanso, viestes dar-Me o pão da caridade… Considero-vos meus porque tive sede, e destes-Me a compaixão das vossas lágrimas; aperto-vos ao meu Coração desolado porque estive tristíssimo na solidão deste cárcere, e viestes fazer-Me deliciosa companhia. Em verdade, em verdade vos digo que os vossos nomes estão escritos para sempre em caracteres de fogo e sangue no mais secreto do meu Coração amante.
Descansai sobre ele, como Eu descanso agora sobre o vosso, filhos prediletos do meu amor!

A alma. Viemos, ó Mestre, não para repousar, mas para sofrer convosco, para ter parte no vosso cálice, para reparar as culpas que Vos ofendem, e pedir a vinda do vosso Reino! Por isso, com a alma cheia da vossa graça, nós não Vos deixaremos, sem Vos confiar o único desejo dos vossos consoladores e amigos… o de Vos ver reinar, e avançar triunfante por intermédio do vosso Coração… Revelai-Vos a estes vossos humildes apóstolos, para que sintam os ardores inefáveis que só a vossa possessão e o vosso reinado podem apagar.
Cedei, pois, Jesus amantíssimo, e em meio das aflições e sobressaltos da vida.

(Todos repetem em voz alta as palavras em itálico).
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas afeições caducas e enganadoras da terra…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas desilusões da amizade terrena, nas fraquezas do amor humano…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas seduções tentadoras da vaidade, nos abrolhos tão freqüentes do caminho…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas castas e legítimas alegrias dos lares que Vos adoram…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas veleidades da adulação e da fortuna enganadora…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas horas de paz da consciência, e nos momentos de remorso salutar…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas tribulações dos nossos, ao ver sofrer quem amamos…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nos desfalecimentos do coração, quando sentimos o cansaço do exílio
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
Nas incessantes contradições, nos dias da incerteza e de amargo quebranto…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!
No momento da tentação, na hora suprema do apartamento da terra e da última Comunhão…
Vinde!… Temos sede do vosso adorável Coração!

(PAUSA OU CÂNTICO)

As almas. Ao ver-Vos, ó Jesus, tão perto e tão benigno, longe de exclamar como o vosso apóstolo: “Afastai-Vos, Senhor, porque somos miseráveis pecadores…” queremos, ao contrário, vir ao vosso encontro encurtar a distância e apertar uma feliz intimidade entre o vosso Coração e os nossos.

(LENTO E PAUSADO)

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando os soberbos governantes da terra blasfemarem da vossa Lei e do vosso Nome… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso divino Coração!

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando as multidões, reunidas por Lúcifer e os sectários seus sequazes, assaltarem os vossos santuários e reclamarem o vosso Sangue… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre os vitupérios e as cadeias, com que os poderosos do mundo e presumidos sábios, cujo orgulho condenastes com firmeza, ultrajarem a vossa Igreja… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando milhares de cristãos, esquecidos da vossa adorável Pessoa, Vos magoaram cruelmente com a sua ociosa indiferença, que é um frio punhal cravado no vosso peito sacrossanto… Recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando tantos, que se dizem bons e virtuosos, Vos regateiarem avaramente o seu afeto, Vos oferecerem uma mesquinha, confidência, e Vos negarem o conforto do seu sacrifício e santidade… recordai-Vos de que somos vossos… de que estamos consagrados à glória do vosso Divino Coração!…

Vinde, ó Jesus, vinde repousar sobre o nosso amor, quando Vos oprimir a deslealdade, quando Vos amargar a tibieza das almas predestinadas, que por vocação deveriam ser inteiramente vossas e santas… então como sempre, nessa hora de desolação sem igual… recordai-Vos de que somos vossos; volvei a nós os vossos olhos tristes e suplicantes e não Vos esqueçais de que somos vossos filhos, consagrados para sempre à glória do vosso Divino Coração!…

Um Padre Nosso e Ave Maria pelas intenções íntimas dos presentes. 
 Um Padre Nosso e Ave Maria pelos agonizantes e pecadores. 
Um Padre Nosso e Ave Maria pelo triunfo universal do Sagrado Coração, especialmente pela Comunhão diária, pela HORA SANTA, e pela Entronização do Sagrado Coração nas famílias).

(PAUSA)

Vós sois, ó Jesus, o Deus escondido. Escondei-Vos na minha alma; e transformado eu noutra Hóstia humilde, fiquemos, Senhor, eternamente unidos, como na Comunhão, como nesta HORA SANTA… Vós no meu pobre coração, e eu perdido para sempre no abismo de luz do vosso Coração sacratíssimo.

Venha a nós o vosso Reino!…

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