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NO SÁBADO SANTO honra-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida à
mansão dos mortos; depois do sinal do Glória, começa-se a honrar sua
gloriosa Ressurreição.
A noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é
especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à
meia-noite, depois mudada, infelizmente, por questões práticas(?). Ela
não pode, entretanto, começar antes do início da noite, e deve terminar
antes da aurora do domingo. – É considerada "a mãe de todas as santas
vigílias", pois nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da
Ressurreição do Senhor, a consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com
os Sacramentos da Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a
advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o
retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos
encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1) A Celebração da Luz;
2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;
3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;
4) E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de
graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que
possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Benção do Lume Novo
As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um
fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a
faísca tirada de uma pedra. Então o celebrante abençoa o fogo e o
turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo. A
pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz,
jorrou sobre nós o Espírito Santo.
O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina
apagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que
se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da
Ressurreição. Deve ser novo este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado
por ele, acaba de sair do túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos da cristandade.
Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas
lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado,
que surge de dentro da noite da morte.
A procissão com o Círio Pascal
Após a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente
introduzido no templo por um diácono que, por três vezes, ao longo do
cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a
luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias).
Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é
acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor
central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez, por fim, se
acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio
bento até toda a igreja estar iluminada.
As velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O
diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da boa nova:
anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas
mulheres.
As palavras Lumen Christi significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.
A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É
alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me
segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida" (Jo 8,12; Jo 9,5;
12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de fogo pela qual
Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao sair da
escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21). – O cristão é
aquele que, para iluminar, se deixa consumir na Luz maior, e que em sua
luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e fez Nosso
Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).
O Precônio Pascal
Ao término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele
colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão, renovamos nossa
fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para
iluminar nosso caminho. E lembramos que por vocação todo cristão é
chamado a ser também luz, como Ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do
mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as
pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos
Céus!" (Mt 5,14.16).
O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal, do latim Praeconium Pascale,
que significa Anunciação da Páscoa (vídeo acima), em que se exaltam os
benefícios da Redenção e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o
trabalho das abelhas e o material para a sua confecção, o significado da
luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a
Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo
Ambrósio e a Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da
Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na
reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer (veja letra e tradução aqui).
Arderá daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante
quarenta dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado.
Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo
ressuscitado sobe ao Céu.
Leitura das Profecias
Nos primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para
receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para a maior
instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada
Escritura apropriados ao ato. Eram as Doze Profecias, como resumo
histórico da Religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas,
oráculos messiânicos.
Atualmente são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e
duas do Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo
responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a
partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Gloria in Excelsis,
com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram
calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira
na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura do Novo
Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.
Após o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do
"Aleluia", quebrando o clima de tristeza e contrição que acompanhava
todo o tempo da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente
três vezes em tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da
sepultura e expressa o crescente júbilo pela Vitória do Salvador. Por
fim, proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus,
levando-se em consideração o ciclo anual A, B e C.
Benção da pia batismal
Terminada a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na
frente do cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve
alumiar a nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem
luminosa norteava o rumo dos israelitas no deserto.
O celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas
as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão
divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas
nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três
vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus
Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu
Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida
da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo
Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na
aspersão do povo.
Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.
Antigamente, após os ritos preparatórias, era administrado o Batismo
solene aos catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) que, durante
três anos, viviam um processo intenso de preparação para ingressar na
Igreja, com um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. Findos os
ritos preparatórios, os catecúmenos, jubilosos, eram levados ao lugar
onde haveriam de receber o Batismo. A aspersão dos fiéis que hoje em dia
o celebrante faz, avançando através da igreja, com a água acabada de
benzer, recorda esta antiga cerimônia .
Depois da benção da pia batismal, volta o préstito ao coro, cantando a
Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a
Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros
prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.
O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único
Mistério Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no
ápice do Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois
Jesus no túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo,
iniciada, porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia",
na Vigília Pascal.
A Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta
Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte
contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os
Altares e os dignatários paramentados, em grande gala. Reboam as notas
alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O
Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a
Epístola. – Essa é, na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a
celebração, por assim dizer, da Aurora da Ressurreição.
"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).
No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.
É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).
Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:
"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".
Qual o significado do Sábado de Aleluia? Onde está escrito que Jesus
desceu ao inferno e tomou das mãos do Diabo a chave da vida e da morte?
São duas perguntas que têm um mesmo contexto, o da Paixão e Ressurreição de Cristo.
O Sábado de Aleluiaé o Sábado Santo, o dia depois da
morte de Cristo. A referência é sobretudo feita à noite do Sábado Santo,
quando, na liturgia, se canta o aleluia pascoal, depois de 40 dias, a
quaresma, durante os quais o Aleluia é omitido nas celebrações. É a
celebração da Ressurreição de Cristo.
O tema da descida de cristo à "mansão dos mortos" é um dos temas da fé cristã. Está presente já numa das primeiras profissões de fé, o Símbolo dos Apóstolos.
Também Tomás de Aquino, teólogo medieval, dedicou todo um capítulo de
sua Suma Teológica (quaestio 52 della Pars 3) a este argumento. Até
mesmo Lutero incluiu essa afirmação nos seus preceitos: Como se deve crer que Cristo morreu e foi sepultado por nós, assim também é necessário crer que ele desceu à mansão dos mortos.
Na Bíblia, o texto mais importante, nesse sentido, encontra-se em 1Pedro 3,18: Também
Cristo morreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de
vos conduzir a Deus. Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual
foi também pregar aos espíritos em prisão, a saber, aos que foram
incrédulos outrora...
Esse texto evoca a profecia de Jesus, testemunhada por Mateus 12,40:
Como Jonas esteve no ventre do monstro marinho três dias e três noites,
assim ficará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra. Também Atos dos Apóstolos 2,24 diz: Mas Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias do Hades, pois não era possível que ele fosse retido em seu poder. Também Efésios 4,9: Que
significa "subiu", senão que ele também desceu às profundezas da terra?
O que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, a fim de
plenificar todas as coisas.
O sentido básico dessa expressão teológica é professar que Jesus
realmente morreu e que venceu a morte e o Demônio, que tem o poder da
morte, como escrito em Hebreus 2,14: Ele participou da mesma condição, a fim de destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo.
Há várias interpretações muito interessantes sobre esse tema. Bento
XVI, hoje, sexta feira da paixão, respondendo a perguntas de
expectadores, num programa na televisão italiana, disse que o fato de
Jesus ter descido à mansão dos mortos significa que a sua morte abrange
toda a humanidade, isto é, dela não são beneficiados apenas aqueles que
vivem a partir da época de Cristo, mas também os que nasceram antes de
Cristo.
Outra interpretação, que merece ser sublinhada, vem do teólogo Von
Balthasar. Ele diz que Cristo, descendo à mansão dos mortos, tornou-se o
último da humanidade, alcançou os últimos e os redimiu.
Qual o significado do Sábado de Aleluia? Onde está escrito que Jesus
desceu ao inferno e tomou das mãos do Diabo a chave da vida e da morte?
São duas perguntas que têm um mesmo contexto, o da Paixão e Ressurreição de Cristo.
O Sábado de Aleluiaé o Sábado Santo, o dia depois da
morte de Cristo. A referência é sobretudo feita à noite do Sábado Santo,
quando, na liturgia, se canta o aleluia pascoal, depois de 40 dias, a
quaresma, durante os quais o Aleluia é omitido nas celebrações. É a
celebração da Ressurreição de Cristo.
O tema da descida de cristo à "mansão dos mortos" é um dos temas da fé cristã. Está presente já numa das primeiras profissões de fé, o Símbolo dos Apóstolos.
Também Tomás de Aquino, teólogo medieval, dedicou todo um capítulo de
sua Suma Teológica (quaestio 52 della Pars 3) a este argumento. Até
mesmo Lutero incluiu essa afirmação nos seus preceitos: Como se deve crer que Cristo morreu e foi sepultado por nós, assim também é necessário crer que ele desceu à mansão dos mortos.
Na Bíblia, o texto mais importante, nesse sentido, encontra-se em 1Pedro 3,18: Também
Cristo morreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de
vos conduzir a Deus. Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual
foi também pregar aos espíritos em prisão, a saber, aos que foram
incrédulos outrora...
Esse texto evoca a profecia de Jesus, testemunhada por Mateus 12,40:
Como Jonas esteve no ventre do monstro marinho três dias e três noites,
assim ficará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra. Também Atos dos Apóstolos 2,24 diz: Mas Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias do Hades, pois não era possível que ele fosse retido em seu poder. Também Efésios 4,9: Que
significa "subiu", senão que ele também desceu às profundezas da terra?
O que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, a fim de
plenificar todas as coisas.
O sentido básico dessa expressão teológica é professar que Jesus
realmente morreu e que venceu a morte e o Demônio, que tem o poder da
morte, como escrito em Hebreus 2,14: Ele participou da mesma condição, a fim de destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo.
Há várias interpretações muito interessantes sobre esse tema. Bento
XVI, hoje, sexta feira da paixão, respondendo a perguntas de
expectadores, num programa na televisão italiana, disse que o fato de
Jesus ter descido à mansão dos mortos significa que a sua morte abrange
toda a humanidade, isto é, dela não são beneficiados apenas aqueles que
vivem a partir da época de Cristo, mas também os que nasceram antes de
Cristo.
Outra interpretação, que merece ser sublinhada, vem do teólogo Von
Balthasar. Ele diz que Cristo, descendo à mansão dos mortos, tornou-se o
último da humanidade, alcançou os últimos e os redimiu.
NO SÁBADO SANTO honra-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida à mansão dos mortos; depois do sinal do Glória, começa-se a honrar sua gloriosa Ressurreição.
A
noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é
especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à
meia-noite, depois mudada, infelizmente, por questões práticas(?). Ela não pode, entretanto, começar antes do início da noite, e deve terminar antes da aurora do domingo. – É considerada "a mãe de todas as santas vigílias", pois
nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a
consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com os Sacramentos da
Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1) A Celebração da Luz;
2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;
3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;
4)
E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de
graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que
possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Benção do Lume Novo
As
luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro
preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca
tirada de uma pedra. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário
recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo. A pedra
representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.
O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina apagada por três dias, que
há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao
recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da Ressurreição. Deve ser novo
este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do
túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos da
cristandade. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com
muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor
Ressuscitado, que surge de dentro da noite da morte.
A procissão com o Círio Pascal
Após
a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente
introduzido no templo por um diácono que, por três vezes, ao longo do
cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias).
Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é
acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor
central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez, por fim, se
acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio
bento até toda a igreja estar iluminada.
As
velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O
diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da boa nova:
anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas
mulheres.
As palavras Lumen Christi significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.
A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida" (Jo
8,12; Jo 9,5; 12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de
fogo pela qual Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao
sair da escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21). – O
cristão é aquele que, para iluminar, se deixa consumir na Luz maior, e
que em sua luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e
fez Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).
O Precônio Pascal
Ao
término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele
colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão, renovamos nossa
fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para
iluminar nosso caminho. E lembramos que por vocação todo cristão é
chamado a ser também luz, como Ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do
mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as
pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos
Céus!" (Mt 5,14.16).
O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal, do latim Praeconium Pascale,
que significa Anunciação da Páscoa (vídeo acima), em que se exaltam os
benefícios da Redenção e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o
trabalho das abelhas e o material para a sua confecção, o significado da
luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a
Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo
Ambrósio e a Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da
Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na
reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer (veja letra e tradução aqui).
Arderá
daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante quarenta
dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado.
Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo
ressuscitado sobe ao Céu.
Leitura das Profecias
Nos
primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para
receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para a maior
instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada
Escritura apropriados ao ato. Eram as Doze Profecias, como resumo
histórico da Religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas,
oráculos messiânicos.
Atualmente
são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do
Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo
responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a
partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Gloria in Excelsis,
com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram
calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira
na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura do Novo
Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.
Após
o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do "Aleluia",
quebrando o clima de tristeza e contrição que acompanhava todo o tempo
da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente três vezes em
tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da sepultura e
expressa o crescente júbilo pela Vitória do Salvador. Por fim,
proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus,
levando-se em consideração o ciclo anual A, B e C.
Benção da pia batismal
Terminada
a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na frente do
cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve alumiar a
nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem luminosa
norteava o rumo dos israelitas no deserto.
O
celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas
as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão
divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas
nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três
vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus
Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu
Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida
da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo
Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na
aspersão do povo.
Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.
Antigamente,
após os ritos preparatórias, era administrado o Batismo solene aos
catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) que, durante três anos,
viviam um processo intenso de preparação para ingressar na Igreja, com
um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. Findos os ritos
preparatórios, os catecúmenos, jubilosos, eram levados ao lugar onde
haveriam de receber o Batismo. A aspersão dos fiéis que hoje em dia o
celebrante faz, avançando através da igreja, com a água acabada de
benzer, recorda esta antiga cerimônia .
Depois
da benção da pia batismal, volta o préstito ao coro, cantando a
Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a
Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros
prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.
O
final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério
Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do
Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois Jesus no
túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo, iniciada,
porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia", na Vigília
Pascal.
A
Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta
Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte
contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os
Altares e os dignatários paramentados, em grande gala. Reboam as notas
alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O
Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a
Epístola. – Essa é, na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a
celebração, por assim dizer, da Aurora da Ressurreição.
NO SÁBADO SANTO honra-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida à mansão dos mortos; depois do sinal do Glória, começa-se a honrar sua gloriosa Ressurreição.
A noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à meia-noite, depois mudada, infelizmente, por questões práticas(?). Ela não pode, entretanto, começar antes do início da noite, e deve terminar antes da aurora do domingo. – É considerada "a mãe de todas as santas vigílias", pois nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com os Sacramentos da Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1) A Celebração da Luz;
2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;
3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;
4) E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Benção do Lume Novo
As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca tirada de uma pedra. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo. A pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.
O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina apagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da Ressurreição. Deve ser novo este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos da cristandade. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado, que surge de dentro da noite da morte.
A procissão com o Círio Pascal
Após a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente introduzido no templo por um diácono que, por três vezes, ao longo do cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias). Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez, por fim, se acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio bento até toda a igreja estar iluminada.
As velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da boa nova: anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas mulheres.
As palavras Lumen Christi significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.
A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida" (Jo 8,12; Jo 9,5; 12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de fogo pela qual Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao sair da escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21). – O cristão é aquele que, para iluminar, se deixa consumir na Luz maior, e que em sua luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e fez Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).
O Precônio Pascal
Ao término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão, renovamos nossa fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para iluminar nosso caminho. E lembramos que por vocação todo cristão é chamado a ser também luz, como Ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus!" (Mt 5,14.16).
O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal, do latim Praeconium Pascale, que significa Anunciação da Páscoa (vídeo acima), em que se exaltam os benefícios da Redenção e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o trabalho das abelhas e o material para a sua confecção, o significado da luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo Ambrósio e a Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer (veja letra e tradução aqui).
Arderá daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante quarenta dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado. Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo ressuscitado sobe ao Céu.
Leitura das Profecias
Nos primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para a maior instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada Escritura apropriados ao ato. Eram as Doze Profecias, como resumo histórico da Religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas, oráculos messiânicos.
Atualmente são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Gloria in Excelsis, com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura do Novo Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.
Após o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do "Aleluia", quebrando o clima de tristeza e contrição que acompanhava todo o tempo da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente três vezes em tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da sepultura e expressa o crescente júbilo pela Vitória do Salvador. Por fim, proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus, levando-se em consideração o ciclo anual A, B e C.
Benção da pia batismal
Terminada a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na frente do cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve alumiar a nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem luminosa norteava o rumo dos israelitas no deserto.
O celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na aspersão do povo.
Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.
Antigamente, após os ritos preparatórias, era administrado o Batismo solene aos catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) que, durante três anos, viviam um processo intenso de preparação para ingressar na Igreja, com um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. Findos os ritos preparatórios, os catecúmenos, jubilosos, eram levados ao lugar onde haveriam de receber o Batismo. A aspersão dos fiéis que hoje em dia o celebrante faz, avançando através da igreja, com a água acabada de benzer, recorda esta antiga cerimônia .
Depois da benção da pia batismal, volta o préstito ao coro, cantando a Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.
O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois Jesus no túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo, iniciada, porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia", na Vigília Pascal.
A Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os Altares e os dignatários paramentados, em grande gala. Reboam as notas alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a Epístola. – Essa é, na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a celebração, por assim dizer, da Aurora da Ressurreição.