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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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— Que o Pai do Senhor Jesus Cristo nos dê do saber o espírito;
conheçamos, assim, a esperança à qual nos chamou, como herança! (cf. Ef
1,17-18)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo:2“O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. 4O
rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já
preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e
tudo está pronto. Vinde para a festa!’
5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
10Então os
empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram,
maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
13Então o rei
disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o
fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes»
Hoje, Jesus nos mostra o rei (o
Pai), convidando —por meio de seus “servos” (os profetas), ao banquete
da aliança de seu Filho com a humanidade (a salvação). O fez primeiro
com Israel, «mas estes não quiseram vir» (Mt 22,3). Diante da negação, o
Pai não deixa de insistir: «Já preparei o banquete, (...) e tudo está
pronto. Vinde para a festa!» (v.4). Mas esse desdém, de escárnio e morte
de seus servos, suscita o envio das tropas, a morte daqueles homicidas e
a queima da “sua” cidade (cf. Mt 22,6-7): Jerusalém.
Assim, por outros “servos”, (apóstolos) —enviados a irem pelas
«encruzilhadas dos caminhos» (Mt 22,9). «Ide, pois, fazer discípulos
entre todas as nações e batizai-os...» dirá mais tarde o Senhor Jesus em
Mt 28,19— é que fomos convidados, o resto da humanidade, quer dizer,
«todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de
convidados» (Mt 22,10): A Igreja. Mesmo assim, a questão, não é somente
estar na sala do casamento pelo convite, mas tem a ver também, e muito,
com a dignidade que se tem («traje de festa» cf. v. 12). São Jerônimo
comentou ao respeito: «Os trajes da festa são preceitos do Senhor e as
obras cumpridas segundo a Lei e o Evangelho que são as vestiduras do
homem novo». Ou seja, as obras da caridade devem ser acompanhadas pela
fé.
Sabemos que a Mãe Tereza, todas as noites, saía às ruas de Calcutá a
recolher moribundos para dar-lhes, com amor, uma boa morte: limpos, bem
vestidos e, se era possível, batizados. Certa vez comentou: «Não tenho
medo de morrer, porque quando esteja diante do Pai, haverá tantos pobres
que lhe entreguei com os trajes de casamento que saberão defender-me»
Bem aventurada ela! —Aprendamos, nós, a lição.(P. Julio César RAMOS González SDB(Mendoza, Argentina)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Deus nos livre de ficarmos insensíveis à bondade de Cristo. Se
Ele imitasse o nosso modo habitual de atuar, estaríamos perdidos. Por
isso, já que nos tornámos seus discípulos, aprendamos a viver segundo o
cristianismo» (Santo Inácio de Antioquia)
«A medicina prolongou o tempo do homem, mas será que temos tempo
ou é o tempo que nos tem? A maioria, em todo o caso, não tem tempo para
Deus, precisa do seu tempo para si, para os seus "negócios"...» (Bento
XVI)
«Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os
que estão em Cristo ultrapassa toda a compreensão e toda a
representação. A Sagrada Escritura fala-nos dele por imagens: vida, luz,
paz, banquete de núpcias, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém
celeste, paraíso: aquilo que `nem os olhos viram, nem os ouvidos
escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem, Deus o preparou
para aqueles que O amam´(1 Cor 2,9)» (Catecismo da Igreja Católica, nº
1.027)
Minhas ovelhas escutam a minha voz, minha voz estão elas a escutar; eu
conheço, então, minhas ovelhas, que me seguem, comigo a caminhar! (Jo
10,27)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: 28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”.
Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque
João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele.
Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele.
Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Qual dos dois fez a vontade do pai?»
Hoje, contemplamos o pai dono de
uma vinha pedindo aos seus dois filhos: «Filho, vai trabalhar hoje na
vinha!» (Mt 21,29). Um diz que “sim” e não vai. O outro diz que “não” e
vai. Nenhum dos dois mantém a palavra dada.
Seguramente, o que diz “sim” e fica em casa não pretende enganar o seu
pai. Será apenas preguiça, não apenas “preguiça para fazer”, mas também
para refletir. O seu lema é: “O que me importa o que disse ontem?”.
O do “não”, sim que se importa com o que disse ontem. Tem remorsos pelo
desaire com seu pai. Da dor arranca a valentia de retificar. Corrige a
palavra falsa com o fato certo. “Errare, humanum est?”. Sim, mas ainda
mais humano —e mais de acordo com a verdade interior gravada em nós—
retificar. Mesmo que custe, porque significa humilhar-se, arrasar a
soberba e a vaidade. Alguma que outra vez vivemos momentos assim:
corrigir uma decisão precipitada, um juízo temerário, uma valorização
injusta… Depois um suspiro de alivio: —Obrigado, Senhor!
«Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no
Reino de Deus» (Mt 21,31). S. João Crisóstomo realça a maestria
psicológica do Senhor perante os “sumos sacerdotes”: «Não lhes atira à
cara diretamente: Porque não acreditastes em João?, Mas pelo contrario
confronta-os —o que resulta muito mais pujante— com os publicanos e as
prostitutas. Assim os recrimina com a força patente dos fatos, a malícia
de um comportamento marcado pelos respeitos humanos e pela vanglória».
Inseridos na cena, provavelmente sentiremos a falta de um terceiro
filho, dado às meias tintas, em cujo comportamento nos seria mais fácil
reconhecer e pedir desculpa, envergonhados. Inventamo-lo com autorização
de Senhor e ouvimo-lo responder ao pai, com voz apagada: `Pode ser que
sim pode ser que não…” E há quem diga ter ouvido no final “o mais
provável é que, talvez, quem sabe…”.(Dr.
Josef
ARQUER
(Berlin, Alemanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Nada há de tão fácil que a nossa tibieza não nos o apresente difícil e pesado» (s. João Crisostomo)
«Nesta transformação do não´emsim´, nesta incerção
da vomtade da criatura na vontade do Pai, Ele transforma a humanidade e
redime-nos. E convida-nos a entrar neste seu movimento: sair do nosso não´e entrar nosim´ do Filho» (Bento XVI)
«Deus é o Senhor soberano dos seus planos. Mas, para a realização
dos mesmos, serve-Se também do concurso das criaturas. Isto não é um
sinal de fraqueza, mas da grandeza e bondade de Deus onipotente (...)»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 306)
Vinde abrir o nosso coração, Senhor; ó Senhor, abri o nosso coração, e,
então, do vosso filho a palavra, poderemos acolher com muito amor!
(cf. At 16,14b)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos:1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa.
6Saindo outra
vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e
lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’.
8Quando chegou a
tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e
paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’
9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em
seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam
receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata.
11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.
13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Ou estás com inveja porque estou sendo bom?»
Hoje o evangelista continua
fazendo a descrição do Reino de Deus conforme ao que Jesus ensina, tal
como tem sido proclamado durante estes domingos de verão nas nossas
assembleias eucarísticas.
No fundo o relato de hoje, a vinha, imagem profética do povo de Israel
no Antigo Testamento, e agora o novo povo de Deus que nasce do lado
aberto do Senhor na cruz. A questão: a filiação a este povo, que vem
dada por uma chamada pessoal feita a cada um: «Não fostes vós que me
escolhestes, mas eu vos escolhi» (Jo 15,16), e pela vontade do Pai do
céu, de fazer extensiva esta chamada a todos os homens, movido por sua
vontade generosa de salvação.
Ressalta, nesta parábola a protesta dos trabalhadores da primeira hora. É
a imagem paralela do irmão grande da parábola do filho pródigo. Os que
vivem o seu trabalho pelo Reino de Deus (o trabalho na vinha) como uma
carga pesada «suportamos o peso do dia e o calor ardente» (Mt 20,12) e
não como um privilégio que Deus lhes dispensa; não trabalham desde a
alegria filial, senão com o mal humor dos serventes.
Para eles a fé é coisa que ata e escraviza e, caladamente, têm inveja
dos que “vivem a vida”, já que concebem a consciência cristã como um
freio e não como umas asas que dão vôo divino à vida humana. Pensam que é
melhor permanecer desocupados espiritualmente, antes que viver à luz da
palavra de Deus. Sentem que a salvação lhe é devida e, são zelosos de
ela. Contrasta notavelmente seu espírito mesquinho com a generosidade do
Pai, que «o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao
conhecimento da verdade» (1Tim 2,4), e por isso chama à sua vinha, «O
Senhor é bom para com todos, e sua misericórdia se estende a todas as
suas obras» (Sal 144,9). - Rev. D. Jaume GONZÁLEZ i Padrós(Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Corramos, prossigamos, estamos a caminho; que a feliz certeza
das coisas passadas não nos torne menos diligentes por aquelas que ainda
não alcançámosuma estratégia» (Santo Agostinho)
«O diálogo é o nosso método, não por astúcia, mas por fidelidade
Àquele que não se cansa de passar sempre de novo pelas praças dos
homens, até à undécima hora, para propor o seu convite amoroso»
(Francisco)
« O amor dos pobres é incompatível com o amor imoderado das
riquezas ou com o uso egoísta das mesmas» (Catecismo da Igreja Católica,
nº 2.445)
Eu vos dou este novo Mandamento, nova ordem, agora, vos dou; que,
também, vos ameis uns aos outros como eu vos amei, diz o Senhor. (cf. Jo
13,34)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”
22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como
o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse
vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que
possuía, para que pagasse a dívida.
26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida.
28Ao
sair dali, aquele empregado encontrou um de seus companheiros que lhe
devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo:
‘Paga o que me deves’.
29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.
31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo.
32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’
34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida.
35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?»
Hoje, no Evangelho, Pedro consulta
Jesus sobre um tema muito concreto que continua guardando no coração de
muitas pessoas: pergunta pelo limite do perdão. A resposta é que esse
limite não existe: «Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes
sete vezes» (Mt 18,22). Para explicar esta realidade, Jesus utiliza uma
parábola. A pergunta do rei centra o tema da parábola: «Não devias tu
também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?»
(Mt 18,33).
O perdão é um dom, uma graça que procede do amor e da misericórdia de
Deus. Para Jesus, o perdão não tem limites, sempre e quando o
arrependimento seja sincero e veraz. Mas exige abrir o coração à
conversão, quer dizer, obrar com os outros segundo os critérios de Deus.
O pecado grave afasta-nos de Deus (cf. Catecismo da Igreja Católica n.
1470). O veiculo ordinário para receber o perdão desse pecado grave da
parte de Deus é o sacramento da penitência, e o ato do penitente que o
coroa é a sua satisfação. As obras próprias que manifestam essa
satisfação são o signo do compromisso pessoal —que o cristão assumiu
perante Deus— de começar uma existência nova, reparando, na medida do
possível, os danos causados ao próximo.
Não pode haver perdão do pecado sem algum tipo de satisfação, cujo fim
é: 1. Evitar deslizar-se a outros pecados mais graves; 2. Recusar o
pecado (pois as penas satisfatórias são como o feno e tornam o penitente
mais cauto e vigilante); 3. Tirar com os atos virtuosos os maus hábitos
contraídos pelo mau viver; 4. Assemelhar-nos a Cristo.
Como explicou S. Tomás de Aquino, o homem é devedor perante Deus, tanto
pelos benefícios recebidos, como pelos pecados cometidos. Pelos
primeiros deve tributar-lhe adoração e ação de graças; e pelo segundo,
satisfação. O homem da parábola não esteve disposto a realizar o
segundo, pelo que se tornou incapaz de receber o perdão. -Rev. P.
Anastasio
URQUIZA Fernández MCIU(Monterrey, México)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O perdão atesta que no mundo está presente o amor mais forte que o pecado» (São João Paulo II)
«Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do
perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e
ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa» (Francisco)
«(…) É aí, de facto, «no fundo do coração», que tudo se ata e
desata. Não está no nosso poder deixar de sentir e esquecer a ofensa;
mas o coração que se entrega ao Espírito Santo muda a ferida em
compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 2.843)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 21Jesus
começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer
muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e
que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia.
22Então
Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não
permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”
23Jesus,
porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, Satanás! Tu és
para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas
sim as coisas dos homens!”
24Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 25Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.
26De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? 27Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me»
Hoje, consideramos que ver Jesus e
segui-Lo significa ter uma obediência madura que nos permite escutar e
responder. E isso é possível apenas na pessoa que está verdadeiramente
libertada dos desejos infantis do ego e das paixões: «Se alguém quer vir
após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me» (Mt 16,24).
Ouvir e responder ao chamado de Deus em nosso dia a dia significa que
possuímos a capacidade de nos esquecermos e servir aos outros. Só o amor
torna possível tal risco (cf. Hb 5,8-9).
O sábio Buda diz que «Para viver uma vida pura e desinteressada, deve-se
contar nada como seu em meio à abundância». Um exemplo concreto é a
vida familiar onde os pais se dedicaram completamente e generosamente
para o bem dos filhos, talvez até ao ponto de se esquecerem de si
mesmos. Eles escolhem fazer isso para que seus filhos estejam bem
preparados para um futuro melhor. Assim, a família será uma e unida.
Temos inúmeros modelos inspiradores de professores, médicos, assistentes
sociais, pessoas consagradas e santos. O Papa Francisco nos inspira a
"ver" Jesus em nosso dia a dia, porque «embora a vida de uma pessoa
esteja em uma terra cheia de espinhos e ervas daninhas, sempre há espaço
para que a boa semente possa crescer. Você tem que confiar em Deus!»
Um grão de trigo só pode ser vivificante uma vez que cai no chão e morre
(cf. João 12:24). Isso também é verdade em Jesus que, ao morrer,
mostrará todo o seu amor ao dar sua vida. Assim, o exemplo do grão de
trigo é a vida de Jesus e de todo discípulo que deseja servir,
testemunhar e ter vida nele: «quem perder sua vida por causa de mim a
encontrará» (Mt 16,25). Amém! - Fr.
Vimal
MSUSAI
(Ranchi, Jharkhand, India)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Aquele que não se nega a si próprio não pode aproximar-se
d'Aquele que está acima dele. Mas, se nos abandonarmos a nós próprios,
onde iremos para lá do nosso ser?» (S. Gregório Magno)
«Não se trata de uma cruz ornamental, nem de uma cruz ideológica,
mas da cruz da vida, da cruz do próprio dever, da cruz do sacrifício
pelo próximo com amor. Quando assumimos esta atitude, estas cruzes,
perdemos sempre algo. Trata-se de um perder para ganhar» (Francisco)
«Pela sua obediência amorosa ao Pai, `até a morte de cruz´ (Flp
2, 8), Jesus cumpriu a missão expiatória do Servo sofredor, que
justifica as multidões, tomando sobre Si o peso das suas faltas´ (Is
53,11)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 623)
- Eu confio em nosso Senhor, com fé, esperança e amor; eu espero em sua palavra, hosana, ó Senhor, vem, me salva! (cf. Sl 129,5)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Depois da multiplicação dos pães,22Jesus
mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente,
para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho.
24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar.
26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo.
27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”
28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”.
29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus.
30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”
31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”
32Assim que subiram no barco, o vento se acalmou.
33Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
- Palavra da Salvação
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!»
Hoje, a experiência de Pedro
reflexa situações que nós também experimentamos alguma vez. Quem não viu
fazer águas os seus projetos e não experimentou a tentação do desânimo
ou da desesperação? Em circunstâncias assim, devemos reavivar a fé e
dizer como o salmista: «Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia e dá-nos a
tua salvação» (Sal 85,8).
Para a mentalidade antiga, o mar era o lugar onde habitavam as feras do
mal, o reino da morte, ameaçador para o homem. Ao “caminhar sobre a
água” (cf. Mt 14,25), Jesus indica-nos que com a sua morte e
ressurreição triunfa sobre o poder do mal e da morte, que nos ameaça e
procura destroçar-nos. Nossa existência, não é também como uma frágil
embarcação, sacudida pelas ondas que atravessa o mar da vida e que
espera chegar a uma meta que tenha sentido?
Pedro creia ter uma fé clara e uma força muito consistente, mas
«começando a afundar» (Mt 14,30); Pedro havia assegurado a Jesus que
estava disposto a seguir-lo até à morrer, mas a sua debilidade o
acobardou e negou o Mestre nos feitos da Paixão. Porque Pedro afunda-se
justamente quando começa a caminhar sobre a água? Porque, em vez de
olhar a Jesus Cristo, olha ao mar e isso lhe fez perder a força e a
partir desse instante, a sua confiança no Senhor diminuiu e os pés não
lhe responderam. Mas, Jesus «estendeu a mão [e] segurou-o» (Mt 14,31) e
salvou-o.
Depois da sua ressurreição, o Senhor não permite que o seu apóstolo
afunde no remorso e na desesperação e lhe devolve a confiança com o seu
generoso perdão. A quem eu enxergo no combate da vida? Quando noto que o
peso dos meus pecados e erros me arrastam e me afundam, deixo que o bom
Jesus estenda a sua mão e me salve? - Rev. D. Joaquim MESEGUER García(Rubí, Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Outro benefício da oração é que ela faz passar o tempo tão
depressa e com tanto prazer que nem sequer nos apercebemos da sua
duração» (São João Mª Vianney)
«O Senhor está na "montanha" do Pai: podemos sempre invocá-lo» (Bento XVI)
«Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos
pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo
seu Filho» (Heb 1, 1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra
única, perfeita e insuperável do Pai. N'Ele, o Pai disse tudo. Não
haverá outra palavra além dessa (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº
65)
— Eu te louvo, ó Pai Santo, Deus do céu, Senhor da terra: os mistérios do teu Reino aos pequenos, Pai, revelas! (cf. Mt 11,25)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:44“O
Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o
encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os
seus bens e compra aquele campo.
45O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola.
47O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando
está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e
recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes. 51Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”.
52Então
Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo o mestre da Lei, que se torna
discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu
tesouro coisas novas e velhas”.
- Palavra da Salvação
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Um tesouro escondido num campo um negociante que procura pérolas preciosas»
Hoje, o Evangelho quer ajudar-nos a
olhar para dentro, a encontrar algo escondido: «O Reino dos Céus é como
um tesouro escondido num campo» (Mt 13,44). Quando falamos de tesouro
referimo-nos a algo de valor excepcional, de apreciação máxima, não a
coisas ou situações que, ainda que amadas, não deixam de ser fugazes e
bijuteria barata, como as satisfações e prazeres temporais: aquilo com
que tanta gente se extenua procurando no exterior, e com o que se
desencanta uma vez encontrado e experimentado.
O tesouro que Jesus propõe está enterrado no mais profundo da nossa
alma, no próprio núcleo da nossa alma. É o Reino de Deus. Consiste em
encontrar-nos amorosamente, de maneira misteriosa, com a Fonte da vida,
da beleza, da verdade e do bem, e em permanecer unidos à mesma Fonte até
que, cumprido o tempo da nossa peregrinação, e livres de toda a
bijuteria inútil, o Reino do céu que procuramos no nosso coração e que
cultivamos na fé e no amor, se abra como uma flor e apareça o brilho do
tesouro escondido.
Alguns, como São Paulo ou o próprio bom ladrão, encontraram-se
subitamente com o Reino de Deus ou de maneira inesperada, porque os
caminhos do senhor são infinitos, mas normalmente, para chegar a
descobrir o tesouro, há que procurá-lo intencionalmente: «O Reino dos
Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas» (Mt
13,45). Talvez este tesouro só seja encontrado por aqueles que não se
dão por satisfeitos facilmente, pelos que não se contentam com pouca
coisa, pelos idealistas, pelos aventureiros.
Na ordem temporal, dos inquietos e inconformados dizemos que são pessoas
ambiciosas, e no mundo do espírito, são os santos. Eles estão dispostos
a vender tudo para comprar o campo, como diz São João da Cruz: «Para
chegar a possuir tudo, não queiras possuir algo em nada» Rev. D. Enric PRAT i Jordana(Sort, Lleida, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Considerem, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na
terra, mas no céu. Portanto, o nosso pensamento deve estar sempre
orientado para onde está o nosso tesouro» (São João Mª Vianney)
«A pessoa de Jesus é o tesouro escondido, é a pérola de grande
valor. Ele é a descoberta fundamental, que pode dar um rumo decisivo à
nossa vida, enchendo-a de sentido» (Francisco)
«(…) A fé dos fiéis é a fé da Igreja recebida dos Apóstolos,
tesouro de vida que se enriquece na medida em que é partilhada»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 949)
São Pedro e São Paulo Apóstolos - Solenidade - Domingo
Anúncio do Evangelho(Mt 16,13-19)
— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
—Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir a minha Igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la. (Mt 16,18)
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.17Respondendo,
Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um
ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra
será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado
nos céus”.
— O Espírito Santo, a Verdade, de mim irá testemunhar, e vós minhas testemunhas sereis em todo lugar. (Jo 15,26b.27a)
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos: 26“Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. 27O que vos digo na escuridão dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! 28Não
tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma!
Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no
inferno! 29Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. 30Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. 31Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. 32Portanto,
todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me
declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. 33Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus.
- Palavra da Salvação
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Não tenhais medo daqueles que matam o corpo»
Hoje, depois de escolher os doze,
Jesus envia-os a pregar e os instrui. Adverte-os acerca da perseguição
que possivelmente sofrerão e aconselha-os qual deve ser a sua atitude: «
Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar
a alma! Pelo contrário, temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo
no inferno!» (Mt 10,28). O relato deste domingo desenvolve o tema da
perseguição por Cristo com um estilo que recorda a última
bem-aventurança do Sermão da Montanha (cf Mt 5,11).
O discurso de Jesus é paradoxal: por um lado diz duas vezes “não
temais”, e apresenta-nos um Pai providente que tem solicitude inclusive
pelas aves do campo; mas por outro lado, não nos diz que este Pai nos
salve as contrariedades, bem pelo contrário: se somos seus seguidores,
muito possivelmente teremos a mesma sorte que Ele e os demais profetas.
Como entender isto, então? A proteção de Deus é a sua capacidade de dar
vida à nossa pessoa (nossa alma), e proporcionar-lhe felicidade
inclusive nas tribulações e perseguições. Ele é quem pode dar-nos a
alegria do seu Reino que provem de uma vida profunda, experimentável já
agora e que é presente de vida eterna: «Todo aquele, pois, que se
declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele
diante do meu Pai que está nos céus.» (Mt 10,32).
Confiar em que Deus estará junto de nós nos momentos difíceis dá-nos
valentia para anunciar as palavras de Jesus em plena luz, e dá-nos a
energia capaz de fazer o bem, para que por meio das nossas obras a gente
possa dar glória ao Pai celeste. Ensina-nos Santo Anselmo: «Fazei tudo
por Deus e por aquela feliz e eterna vida que nosso Salvador se digna
conceder-nos no céu». -P.
Antoni
POU OSB
Monje de Montserrat
(Montserrat, Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Ele garantiu-me a sua proteção; Não é, na minha força que me
apoio. Tenho nas minhas mãos a sua palavra escrita. O que é que a sua
palavra está a dizer-me? 'Eu estou convosco todos os dias, até o fim do
mundo'» (São João Crisóstomo)
Não há missão cristã no ensino da tranquilidade! Dificuldades e
tribulações fazem parte da obra de evangelização, e nós somos chamados a
encontrar nelas a oportunidade de verificar a autenticidade da nossa
fé» (Francisco)
«O discípulo de Cristo, não somente deve guardar a fé e viver
dela, como ainda professá-la, dar firme testemunho dela e propagá-la
(…). O serviço e testemunho da fé são requeridos para a salvação (…)»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 1.816)
— O Reino do céu está perto! Convertei-vos, irmãos, é preciso! Crede todos no Evangelho! (Mc 1,15)
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 36vendo
Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e
abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus
discípulos: 37"A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”10,1Jesus
chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos
maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. 2Estes
são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e
André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu Irmão João; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. 5Jesus
enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde
moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de
compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que
não têm pastor»
Hoje, o Evangelho nos diz que o
Senhor —vendo o povo— sentia-se afligido, porque aquele povo ia
desorientado e cansado, como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9,36). O povo de
Israel sabia muito bem, melhor que nós —homens de cidade— o que era um
pastor, e a desordem que se formava quando as ovelhas estavam sozinhas
sem pastor.
Se Jesus viesse hoje, eu penso que repetiria as mesmas palavras: pois há
muitas pessoas desorientadas, procurando qual o sentido da vida.
—Senhor, qual a solução para este grande problema? Pois Jesus pede
oração, escolhe a doze apóstolos e os envia a pregar o reino de Deus.
Escolheu a doze apóstolos! Envia a esses doze homens a pregar: «‘O Reino
dos Céus está próximo’». Curai doentes, ressuscitai mortos, purificai
leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! »
(Mt 10,7-8). O que os apóstolos fizeram, e nós devemos fazer é pregar à
pessoa adorável de Jesus Cristo e a sua mensagem de paz e de amor, e
isso de uma maneira desinteressada.
Todos nós estamos convocados a isso: os sucessores dos Apóstolos —os
bispos e os outros pastores— mas também, unidos a eles, todos os fiéis.
Todos nós temos essa missão no mundo: curar à humanidade de suas
feridas, orientá-la nas suas procuras... Não somente os bispos e padres,
mas também os leigos: por exemplo, na família —em seu caráter de lar e
escola de fé; na universidade e nas escolas; nos meios de comunicação;
no mundo sanitário...;e cada cristão no seu ambiente de amizade e de
trabalho.
Ouçamos a São Francisco de Sales; que escreve:« Na mesma criação das
coisas, Deus, o Criador, mandou às plantas que cada uma desse o fruto
segundo a sua espécie. «Igualmente, os cristãos — que são plantas vivas
da Igreja— mandou-lhes a cada um deles que desse fruto de devoção
segundo a qualidade, o estado e a vocação que tivesse».Rev. D.
Joan
SERRA i Fontanet
(Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«A esperança cristã sustenta-nos para nos empenharmos plenamente
na nova evangelização e na missão universal. Exorta-nos a rezar como
Jesus nos ensinou: 'Venha a nós o Vosso reino´» (S. João Paulo II)
«Indiferença: quanto mal faz aos necessitados a indiferença humana! E pior, a indiferença dos cristãos!» (Francisco)
«A Igreja é católica: anuncia a totalidade da fé, tem à sua
disposição e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada a
todos os povos; dirige-se a todos os homens; abrange todos os tempos;
`é, por sua própria natureza, missionária´(Concilio Vaticano II)»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 868)
Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar! (Lc 4,18)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo: 9Partindo
dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de
impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto
Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de
impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei,
pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício.’ De fato,
eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores»
Hoje, Jesus fala-nos da alegria
que produz a conversão de alguém que havia afastado-se de Deus. Existem
alguns textos do Evangelho que se pode entender com erros, como por
exemplo: «Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores» (Mt 9,13), ou a
outra frase de Jesus: «haverá no céu alegria por um só pecador que se
converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de
conversão» (Lc 15,7). Parece que Deus prefere que fossemos pecadores, e
não é assim. A alegria acrescenta-se porque se trata de uma alegria
distinta, nova.
Se um jovem emigrante voltasse para casa, sua mãe o receberia com uma
grande alegria, que não lhe dão seus outros filhos que permaneceram com
ela. A mãe preferia que seu filho não tivesse que emigrar a procurar um
trabalho, mas ao voltar lhe dá uma alegria nova que não lhe dão os
outros filhos. Se um filho estiver gravemente doente e recupera a saúde,
dará aos seus pais uma alegria nova que não lhe darão seus filhos
sadios. Mas o pai preferia que seu filho não adoecesse. É o caso da
alegria que recebe o pai do filho prodigo quando ele voltar para casa.
É evidente que o Senhor quer que lhe sejamos fiel e não afastemo-nos de
Ele. Mas quando separarmos, Ele sai a buscarmos, como o Bom Pastor que
deixa as outras ovelhas no redil e sai em busca da ovelha perdida até
encontrá-la. «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas
as doentes» (Mt 9,12); Jesus Cristo, médico divino, não espera aos
doentes acudirem a Ele, mas Ele mesmo sai ao seu encontro. Como diz
Santo Agostinho, Jesus «convoca aos pecadores à paz, e aos doentes à
cura».P.
Jorge
LORING SJ
(Cádiz, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Mateus, que estava destinado a ser apóstolo e mestre dos
gentios, no seu primeiro contato com o Senhor arrastou atrás de si pelo
caminho da salvação um grupo considerável de pecadores» (São Beda o
Venerável)
«Que Maria, que é Mãe de misericórdia, coloque em nossos corações
a certeza de que somos amados por Deus; que fique perto de nós nos
momentos de dificuldade e que nos dei os sentimentos do seu Filho, para
que o nosso itinerário seja uma experiência de perdão, acolhida e
caridade» (Francisco)
«Jesus escandalizou, sobretudo, por ter identificado a sua
conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio
Deus a respeito dos mesmos (399). Chegou, até, a dar a entender que,
sentando-Se à mesa dos pecadores (400), os admitia no banquete
messiânico (401). Mas foi muito particularmente ao perdoar os pecados
que Jesus colocou as autoridades religiosas de Israel perante um dilema»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 589)
— Quem me ama realmente guardará minha palavra, e meu Pai o amará, e a ele nós viremos. (Jo 14,23)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:15Se me amais, guardareis os meus mandamentos, 16e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: 17o
Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o
vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e
estará dentro de vós. 18Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. 19Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. 20Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós.
21Quem acolheu os meus
mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por
meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Eu o amarei e me manifestarei a ele»
Hoje, Jesus —como já o fizera com
os seus discípulos— despede-se, pois regressa ao Pai para ser
glorificado. Parece que isto entristece os discípulos que ainda o vêm
apenas com um olhar físico, humano, que acredita, aceita e se agarra
apenas ao que vê e toca. Esta sensação dos seus seguidores, que ainda
hoje se sente em muitos cristãos, permite ao Senhor assegurar-nos que
«não vos deixarei órfãos» (Jo 14,18), pois Ele pedirá ao Pai que nos
envie «outro Paráclito» (Auxiliador, Intercessor: Jo 14,16), «o Espírito
de Verdade» (Jo 14,17); além disso, apesar de o mundo não o poder
“ver”, «vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis» (Jo 14,19).
Assim, a confiança e a compreensão destas palavras de Jesus, suscitarão
ao verdadeiro discípulo, o amor que se mostrará claramente em “possuir
os seus mandamentos” e “guardá-los” (cf. v. 21). E mais ainda: quem isto
vive, será amado de igual forma pelo Pai, e Ele —o Filho— ao seu
discípulo fiel, o amará e se lhe manifestará (cf. v. 21).
Quantas palavras de alento, confiança e promessa nos chegam este
Domingo! No meio das preocupações quotidianas —onde o nosso coração fica
oprimido pelas sombras da dúvida, do desespero e do cansaço pelas
coisas que nos parecem sem solução ou que entraram num caminho sem
saída— Jesus convida-nos a senti-lo sempre presente, a descobrirmos que
está vivo e nos ama, ao mesmo tempo que, ao que dá o passo firme de
viver os seus mandamentos, lhe garante na sua plenitude da vida nova e
ressuscitada.
Hoje, se nos manifesta vivo e presente nos ensinamentos das escrituras
que ouvimos e na Eucaristia que recebemos. —Que a tua resposta seja a da
vida nova que se entrega na vivência dos seus mandamentos, em
particular o do amor. - P.
Julio César
RAMOS González SDB
(Mendoza, Argentina)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«A vida verdadeira e autêntica é o Pai, a fonte pela qual,
através do Filho, no Espírito Santo, emanam os seus dons para todos, e
pela sua bondade também a nós, homens, nos foi prometido
verdadeiramente, os bens da vida eterna» (São Cirilo de Jerusalém)
«Ser cristão principalmente não significa, aderir a uma certa
doutrina, mas pelo contrário, vincular a nossa vida à pessoa de Jesus. O
Espírito ensina-nos a única coisa indispensável: amar como Deus ama»
(Francisco)
«Mais ainda: o que o Pai nos dá, quando a nossa oração se une à
de Jesus, é `o outro Paráclito, para ficar convosco para sempre, o
Espírito de verdade´ (Jo 14,16-17). Esta novidade da oração e das suas
condições aparece ao longo do discurso do adeus. No Espírito Santo, a
oração cristã é comunhão de amor com o Pai, não somente por Cristo, mas
também n'Ele» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2615)
— Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chega ao Pai senão por mim. (Jo 14,6).
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:1"Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E, para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.
5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”.
8Disse Felipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus
respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Felipe?
Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não
acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu
vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai, que, permanecendo em
mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em
verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu
faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim»
Hoje, a cena que contemplamos no
Evangelho põe-nos diante da intimidade que existe entre Jesus Cristo e o
Pai; mas não é só isso, também nos convida a descobrir a relação entre
Jesus e os seus discípulos. «E depois que eu tiver ido e preparado um
lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu
estiver, estejais vós também» (Jo 14,3): estas palavras de Jesus, não só
situam os discípulos numa perspectiva de futuro, como os convida a
manterem-se fieis ao seguimento que tinham empreendido. Para
compartilhar com o Senhor a vida gloriosa, hão de compartilhar também o
mesmo caminho que leva Jesus Cristo às moradas do Pai.
«Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?»
(Jo 14,5). Jesus respondeu: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecestes, conhecereis também o
meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto» (Jo 14,6-7). Jesus não
propõe um caminho simples, certamente; mas marca-nos o caminho. Ainda
mais, Ele mesmo que se faz Caminho para o Pai; Ele mesmo, com a sua
ressurreição, faz-se Caminhante para nos guiar; Ele mesmo, com o dom do
Espírito Santo nos alimenta e fortalece para não desfalecer no
peregrinar: «Não se perturbe o vosso coração» (Jo 14,1).
Neste convite que Jesus nos faz, de ir ao Pai por Ele, com Ele e Nele,
se revela o seu desejo mais íntimo e a sua mais profunda missão: «Ele
que por nós se fez homem, sendo o Filho único, quer fazer-nos seus
irmãos e, para isso, faz chegar até ao Pai verdadeiro a sua própria
humanidade, levando nela consigo a todos os da sua mesma raça» (São
Gregório de Niza).
«Não te estão a dizer: 'Trabalha para encontrar o caminho, para
que chegues à verdade e à vida'; não recebeste esta ordem. Preguiçoso,
levanta-te! O mesmo caminho vem até ti para acordar-te do sonho em que
estavas adormecido. Levanta-te, pois e anda» (Santo Agostinho)
«O Senhor é o único caminho que nos conduz à verdadeira vida. A
construção de um mundo onde reinem o amor e a concórdia começa no
coração de cada homem, quando nele ganha vida a escala de valores e as
atitudes evangélicas do Senhor» (São João Paulo II)
«A fé n'Ele introduz os discípulos no conhecimento do Pai, porque
Jesus é ‘o Caminho, a Verdade e a Vida’ (Jo 14,6). A fé dá os seus
frutos no amor: guardar a sua Palavra, os seus mandamentos, permanecer
com Ele no Pai (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.614)
NO SÁBADO SANTO honra-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida à
mansão dos mortos; depois do sinal do Glória, começa-se a honrar sua
gloriosa Ressurreição.
A noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é
especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à
meia-noite, depois mudada, infelizmente, por questões práticas(?). Ela
não pode, entretanto, começar antes do início da noite, e deve terminar
antes da aurora do domingo. – É considerada "a mãe de todas as santas
vigílias", pois nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da
Ressurreição do Senhor, a consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com
os Sacramentos da Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a
advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o
retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos
encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1) A Celebração da Luz;
2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;
3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;
4) E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de
graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que
possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Benção do Lume Novo
As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um
fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a
faísca tirada de uma pedra. Então o celebrante abençoa o fogo e o
turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo. A
pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz,
jorrou sobre nós o Espírito Santo.
O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina
apagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que
se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da
Ressurreição. Deve ser novo este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado
por ele, acaba de sair do túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos da cristandade.
Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas
lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado,
que surge de dentro da noite da morte.
A procissão com o Círio Pascal
Após a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente
introduzido no templo por um diácono que, por três vezes, ao longo do
cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a
luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias).
Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é
acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor
central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez, por fim, se
acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio
bento até toda a igreja estar iluminada.
As velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O
diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da boa nova:
anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas
mulheres.
As palavras Lumen Christi significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.
A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É
alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me
segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida" (Jo 8,12; Jo 9,5;
12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de fogo pela qual
Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao sair da
escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21). – O cristão é
aquele que, para iluminar, se deixa consumir na Luz maior, e que em sua
luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e fez Nosso
Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).
O Precônio Pascal
Ao término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele
colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão, renovamos nossa
fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para
iluminar nosso caminho. E lembramos que por vocação todo cristão é
chamado a ser também luz, como Ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do
mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as
pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos
Céus!" (Mt 5,14.16).
O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal, do latim Praeconium Pascale,
que significa Anunciação da Páscoa (vídeo acima), em que se exaltam os
benefícios da Redenção e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o
trabalho das abelhas e o material para a sua confecção, o significado da
luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a
Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo
Ambrósio e a Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da
Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na
reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer (veja letra e tradução aqui).
Arderá daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante
quarenta dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado.
Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo
ressuscitado sobe ao Céu.
Leitura das Profecias
Nos primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para
receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para a maior
instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada
Escritura apropriados ao ato. Eram as Doze Profecias, como resumo
histórico da Religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas,
oráculos messiânicos.
Atualmente são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e
duas do Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo
responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a
partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Gloria in Excelsis,
com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram
calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira
na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura do Novo
Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.
Após o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do
"Aleluia", quebrando o clima de tristeza e contrição que acompanhava
todo o tempo da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente
três vezes em tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da
sepultura e expressa o crescente júbilo pela Vitória do Salvador. Por
fim, proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus,
levando-se em consideração o ciclo anual A, B e C.
Benção da pia batismal
Terminada a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na
frente do cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve
alumiar a nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem
luminosa norteava o rumo dos israelitas no deserto.
O celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas
as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão
divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas
nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três
vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus
Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu
Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida
da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo
Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na
aspersão do povo.
Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.
Antigamente, após os ritos preparatórias, era administrado o Batismo
solene aos catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) que, durante
três anos, viviam um processo intenso de preparação para ingressar na
Igreja, com um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. Findos os
ritos preparatórios, os catecúmenos, jubilosos, eram levados ao lugar
onde haveriam de receber o Batismo. A aspersão dos fiéis que hoje em dia
o celebrante faz, avançando através da igreja, com a água acabada de
benzer, recorda esta antiga cerimônia .
Depois da benção da pia batismal, volta o préstito ao coro, cantando a
Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a
Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros
prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.
O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único
Mistério Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no
ápice do Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois
Jesus no túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo,
iniciada, porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia",
na Vigília Pascal.
A Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta
Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte
contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os
Altares e os dignatários paramentados, em grande gala. Reboam as notas
alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O
Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a
Epístola. – Essa é, na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a
celebração, por assim dizer, da Aurora da Ressurreição.