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sábado, 15 de agosto de 2015

Assunção de Nossa Senhora - Mãe de Deus



Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus
A festa da Assunção nos convida a meditar sobre a glória inefável
da  Virgem Maria,  o Paraíso de Deus.

 Quanto mais o homem procura aprofundar-se no conhecimento de Deus, mais compreende que não conseguirá abarcá-Lo, tais as grandezas e os mistérios com os quais se depara.

O Criador, que estabelece as regras, se apraz em criar magníficas exceções. Três criaturas não podiam ser criadas em grau mais excelente, ensina-nos a Teologia. A primeira delas é Jesus Cristo, Homem-Deus: impossível ser mais perfeito, nada haveria a acrescentar. A segunda, Maria: "quase divina", é a expressão utilizada por vários teólogos para se referir à Mãe do Redentor. E, por fim, a visão beatífica, o Céu: o prêmio reservado aos justos não poderia ser melhor nem maior. É o próprio Deus que Se dá aos Bem-aventurados! 

Por que morreu a Mãe da Vida?
Em Maria Santíssima está a plenitude de graças e de perfeições possíveis a uma mera criatura. Segundo a bela expressão de Santo Antonino, "Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria". Desde toda a eternidade, o decreto divino estabelecia o singularíssimo privilégio de ser a Virgem Santíssima concebida livre da mancha original. Privilégio este próprio Àquela que geraria em seu seio o próprio Deus.
Transcorrida sua vida nesta terra, o que aconteceria com nossa Mãe?
Ela, que havia dado à luz, alimentado e protegido o Menino-Deus, e recebido em seus braços virginais o Corpo dilacerado de seu Filho e Redentor, estava prestes a exalar o último suspiro. Como poderia passar pelo transe da morte aquela Virgem Imaculada, nunca tocada pela mais leve sombra de qualquer falta?
Sem embargo, como o suave declinar do sol num magnífico entardecer, a Mãe da Vida rendia sua alma. Por que morria Maria? Tendo Ela participado de todas as dores da Paixão de Jesus, não quis deixar de passar pela morte, para em tudo imitar seu Deus e Senhor.

De que morreu Maria?
Perfeitíssima era a natureza da Virgem Maria. Com efeito, afirma Tertuliano que "se Deus empregou tanto cuidado ao formar o corpo de Adão, pela razão de seu pensamento voar até Cristo, que deveria nascer dele, quanto maior cuidado não terá tido ao formar o corpo de Maria, da qual devia nascer, não de modo remoto e mediato, mas de modo próximo e imediato, o Verbo Encarnado?" (1)
Ademais, escreveu Santo Antonino, "a nobreza do corpo aumenta e se intensifica em proporção com a maior nobreza da alma, com a qual está unido e pela qual é informado. E é racional, pois a matéria e a forma são proporcionadas uma à outra. Sendo, portanto, que a alma da Virgem foi a mais nobre, depois da do Redentor, é lógico concluir-se que também seu corpo foi o mais nobre, depois do de seu Filho" (2).
À alma santíssima de Maria, concebida sem pecado original e cheia de graça desde o primeiro instante de sua existência, correspondia, portanto, um organismo humano perfeitíssimo, sem o menor desequilíbrio.
Em conseqüência de sua virginal natureza, Nossa Senhora foi imune a qualquer doença, e jamais esteve sujeita à degenerescência do corpo causada pela idade. De que morreu, pois, a Mãe de Deus?
O termo da existência terrena de Maria deveu-se à "força do divino amor e ao veemente desejo de contemplação das coisas celestiais, que consumiam seu coração" (3). A Santíssima Virgem morreu de amor! São Francisco de Sales assim descreve esse sublime acontecimento:
"Quão ativo e poderoso (...) é o amor divino! Nada de estranho se vos digo que Nossa Senhora dele morreu, pois, levando sempre em seu coração as chagas do Filho, padecia- as sem consumir-se, mas finalmente morreu pelo ímpeto da dor. Sofria sem morrer, porém, por fim, morreu sem sofrer. "Oh, paixão de amor!
Oh, amor de paixão! Se seu Filho estava no Céu, seu coração já não estava n'Ela. Estava naquele corpo que amava tanto, ossos de seus ossos, carne de sua carne, e ao Céu voava aquela águia santa. Seu coração, sua alma, sua vida, tudo estava no Céu: por que haviam de ficar aqui na terra?
"Finalmente, após tantos voos espirituais, tantos arrebatamentos e tantos êxtases, aquele castelo santo de pureza e humildade rendeu-se ao último assalto do amor, depois de haver resistido a tantos. O amor A venceu, e consigo levou sua benditíssima alma" (4).
Essa morte de Maria, suave e bendita como um lindo entardecer, a Igreja designa pelo sugestivo nome de "dormição", para significar que seu corpo não sofreu a corrupção.

Cheia de graça e cheia de glória
Quanto durou a permanência do puríssimo corpo de Maria no sepulcro?
Não o sabemos. Mas, segundo a tradição, muito pouco tempo esteve a alma separada de seu corpo. E, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, afirma o Papa Pio XII: "Por um privilégio inteiramente singular, Ela venceu o pecado com sua Conceição Imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até o fim dos tempos" .
Assim, resplandecente de glória, a alma santíssima de Nossa Senhora reassumiu seu virginal corpo, tornando-o completamente espiritualizado, luminoso, sutil, ágil e impassível.
E Maria - que quer dizer "Senhora de Luz" - elevou-se em corpo e alma ao Céu, enquanto as incontáveis legiões das milícias angélicas exclamavam maravilhadas ao contemplar sua Soberana cruzando os umbrais eternos: "Quem é esta que surge triunfante como a aurora esplendorosa, bela como a lua, refulgente e invencível como o sol que sobe no firmamento e terrível como um exército em ordem de batalha?" (5).
E ouviu-se uma grande voz que dizia: "Eis aqui o tabernáculo de Deus" (Ap 21, 3). A Filha bem-amada do Pai, a Mãe virginal do Verbo, a Esposa puríssima do Espírito Santo foi coroada, então, pelas Três Divinas Pessoas para reinar no universo, pelos séculos dos séculos, "à direita do Rei" (Sl 44, 10).

O dogma
A verdade desta glorificação única e completa da Santíssima Virgem foi definida solenemente como dogma de Fé pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, com estas belas palavras:
"Depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a luz do Espírito de verdade, para a glória de Deus onipotente que à Virgem Maria concedeu sua especial benevolência, para a honra de seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória de sua Augusta Mãe e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados Apóstolos São Pedro e São Paulo e com a Nossa, pronunciamos, declaramos e definimos que: A Imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial". (Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2004, n. 32, p. 18 à 20)

Ascensão de Nosso Senhor e Assunção de Maria
É comum haver certa confusão de conceitos a respeito da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Assunção de Nossa Senhora. O famoso teólogo Fr. Antonio Royo Marin elucida a questão:
Não é exata, portanto, a distinção que estabelecem alguns entre a Ascensão do Senhor e a Assunção de Maria, como se a primeira se distinguisse da segunda pelo fato de ter sido feita por sua própria virtude ou poder, enquanto a Assunção de Maria necessitava do concurso ou ajuda dos Anjos. Não é isso. A diferença está em que Cristo teria podido ascender ao Céu por seu próprio poder ainda antes de sua morte e gloriosa ressurreição, enquanto que Maria não poderia fazê-lo - salvo um milagre - antes de sua própria ressurreição.

Porém, uma vez realizada esta, a Assunção se verificou utilizando sua própria agilidade gloriosa, sem a necessidade do auxílio dos Anjos e sem milagre algum ("La Virgen María", pp. 213-214).

Hoje, solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação. Assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950 através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial.”

Antes, esta celebração, tanto para a Igreja do Oriente como para o Ocidente, chamava-se “Dormição”, porque foi sonho de amor. Até que se chegou ao de “Assunção de Nossa Senhora ao Céu”, isto significa que o Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe, principalmente alcançados em meio às aceitações e oferecimentos das dores.

Maria contava com 50 anos quando Jesus subiu ao Céu. Tinha sofrido muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho e, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua morte.

É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos.

Esta a fé universal na Igreja desde tempos remotíssimos. A Virgem Maria ressuscitou, como Jesus, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado. Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada no palácio real da glória.

Não subiu ao Céu, como fez Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e privilégio, que Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Santo do dia - 15 de agosto

São Tarcísio

Tarcísio foi um mártir da Igreja dos primeiros séculos, vítima da perseguição do imperador Valeriano, em Roma. A Igreja de Roma contava, então, com 50 sacerdotes, sete diáconos e mais ou menos 50 mil fiéis no centro da cidade imperial. Ele era um dos integrantes dessa comunidade cristã romana, quase toda dizimada pela fúria sangrenta daquele imperador.

Tarcísio era acólito do papa Xisto II, ou seja, era coroinha na igreja, servindo ao altar nos serviços secundários, acompanhando o santo papa na celebração eucarística.

Durante o período das perseguições, os cristãos eram presos, processados e condenados a morrer pelo martírio. Nas prisões, eles desejavam receber o conforto final da Eucaristia, mas era impossível para um sacerdote entrar. Numa das tentativas, dois diáconos, Felicíssimo e Agapito, foram identificados como cristãos e brutalmente sacrificados. O papa Xisto II queria levar o Pão sagrado a mais um grupo de mártires que esperavam a execução, mas não sabia como.

Foi quando Tarcísio pediu ao santo papa que o deixasse tentar, pois não entregaria as hóstias a nenhum pagão. Ele tinha 12 anos de idade. Comovido, o papa Xisto II abençoou-o e deu-lhe uma caixinha de prata com as hóstias. Mas Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia. No caminho, foi identificado e, como se recusou a dizer e entregar o que portava, foi abatido e apedrejado até morrer. Depois de morto, foi revistado e nada acharam do sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacumbas, onde foi sepultado.

Essas informações são as únicas existentes sobre o pequeno acólito Tarcísio. Foi o papa Dâmaso quem mandou colocar na sua sepultura uma inscrição com a data de sua morte: 15 de agosto de 257.

Tarcísio foi, primeiramente, sepultado junto com o papa Stefano nas catacumbas de Calisto, em Roma. No ano 767, o papa Paulo I determinou que seu corpo fosse transferido para o Vaticano, para a basílica de São Silvestre, e colocado ao lado dos outros mártires. Em 1596 seu corpo foi transferido e colocado definitivamente embaixo do altar principal daquela mesma basílica.

A basílica de São Silvestre é a mais solene do Vaticano. Nela, todos os papas iniciam e terminam seus pontificados. Sem dúvida, o lugar mais apropriado para o comovente protetor da Eucaristia: o mártir e acólito Tarcísio. Ele foi declarado Padroeiro dos Coroinhas ou Acólitos, que servem ao altar e ajudam na celebração eucarística.


São Tarcísio, rogai por nós!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Santo do dia - 14 de agosto

São Maximiliano Maria Kolbe


Maximiliano Maria Kolbe nasceu no dia 8 de janeiro de 1894, na Polônia, e foi batizado com o nome de Raimundo. Sua família era pobre, de humildes operários, mas muito rica de religiosidade. Ingressou no seminário franciscano da Ordem dos Frades Menores Conventuais aos 13 anos de idade, logo demonstrando sua verdadeira vocação religiosa.

No colégio, foi um estudante brilhante e atuante. Na época, manifestou seu zelo e amor a Maria, fundando o apostolado mariano "Milícia da Imaculada". Concluiu os estudos em Roma, onde foi ordenado sacerdote, em 1918, e tomou o nome de Maximiliano Maria. Retornando para sua pátria, lecionou no Seminário franciscano de Cracóvia.

O carisma do apostolado de padre Kolbe foi marcado pelo amor infinito a Maria e pela palavra: imprensa e falada. A partir de 1922, com poucos recursos financeiros, instalou uma tipografia católica, onde editou uma revista mariana, um diário semanal, uma revista mariana infantil e uma revista em latim para sacerdotes. Os números das tiragens dessas edições eram surpreendentes. Mas ele precisava de algo mais, por isso instalou uma emissora de rádio católica. Chegou a estender suas atividades apostólicas até o Japão. O seu objetivo era conquistar o mundo inteiro para Cristo por meio de Maria Imaculada.

Mas teve de voltar para a Polônia e cuidar da direção do seminário e da formação dos novos religiosos quando a Segunda Guerra Mundial estava começando. Em 1939, as tropas nazistas tomaram a Polônia. Padre Kolbe foi preso duas vezes. A última e definitiva foi em fevereiro de 1941, quando foi enviado para o campo de concentração de Auschwitz.

Em agosto de 1941, quando um prisioneiro fugiu do campo, como punição foram sorteados e condenados à morte outros dez prisioneiros. Um deles, Francisco Gajowniczek, começou a chorar e, em alta voz, declarou que tinha mulher e filhos. Padre Kolbe, o prisioneiro n. 16.670, solicitou ao comandante para ir em seu lugar e ele concordou.

Todos os dez, despidos, ficaram numa pequena, úmida e escura cela dos subterrâneos, para morrer de fome e sede. Depois de duas semanas, sobreviviam ainda três com padre Kolbe. Então, foram mortos com uma injeção venenosa, para desocupar o lugar. Era o dia 14 de agosto de 1941.

Foi beatificado em 1971 e canonizado pelo papa João Paulo II em 1982. O dia 14 de agosto foi incluído no calendário litúrgico da Igreja para celebrar são Maximiliano Maria Kolbe, a quem o papa chamou de "padroeiro do nosso difícil século XX". Na cerimônia de canonização, estava presente o sobrevivente Francisco Gajowniczek, dando testemunho do heroísmo daquele que se ofereceu para morrer no seu lugar. 


 São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!
 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Santo do dia - 13 de agosto

São Ponciano e Santo Hipólito


Para o mundo profano, este dia representa um instante negativo, mas os cristãos sabem que não é verdade. Tanto que este dia lembra um momento histórico muito positivo para o cristianismo, protagonizado pelo gesto humilde e solidário de Ponciano e Hipólito, papa e sacerdote, que viveram em Roma no século III.

Tudo começou sob o governo do imperador Alexandre Severo, que, condescendente, aceitou a diversidade religiosa, não perseguiu os cristãos e permitiu que a Igreja se reorganizasse. Durante essa trégua externa, a batalha foi travada internamente, no meio do clero católico, ocasionando a primeira ruptura na Igreja de Roma, que contrapôs ao legítimo pontífice um antipapa, no caso o próprio Hipólito.

Hipólito era um sacerdote culto, austero, pouco tolerante e indulgente, sempre enxergando, ou mesmo temendo, que cada reforma pudesse violar a verdadeira doutrina cristã. Por esse extremado cuidado, acusou de heresia o papa são Zeferino e o diácono Calisto. Seu ímpeto de guardião culminou quando este último foi eleito papa em 217. Hipólito rebelou-se e acabou sendo indevidamente eleito papa pelos bispos seus partidários.

Esse cisma manteve-se na Igreja até mesmo nos pontificados de Ubaldo I e Ponciano, que foi eleito em 230. Na ocasião, morrera em combate o imperador Alexandre Severo, sendo sucedido por Maximino, tirano que retomou a perseguição aos cristãos. E começou de forma singular: deparando-se com a existência de dois papas, deportou ambos, condenando-os a trabalhos forçados numa mina de pedras da Sardenha.

Ponciano foi o primeiro papa a ser deportado. Era um fato novo para a Igreja, que ele administrou com sabedoria, sagacidade e muita humildade. Para que seu rebanho não ficasse sem pastor, renunciou ao trono de Pedro, tornando-se, também, o primeiro papa da Igreja a usar este recurso extremo. Foi sucedido pelo papa Antero, de origem grega, que exerceu a função por apenas 40 dias.

Todavia seu gesto comoveu Hipólito, que percebeu o sincero zelo apostólico de Ponciano. Por isso também renunciou ao seu posto, interrompendo o prolongado cisma e reconciliando-se com a Igreja de Roma, antes de morrer, em 235, mesmo ano da morte de Ponciano.

O cristianismo só se beneficiou porque Hipólito tornou-se o mais importante filósofo cristão do final do século III. As suas obras mais conhecidas são "Teorias filosóficas", o "Livro de Daniel" e "A tradição apostólica", que aborda temas importantes, como rito, disciplina e costumes cristãos da época. Papa Ponciano, por sua vez, instituiu o canto dos salmos, a reza do "confiteor Deo" antes de morrer e o uso do "Dominus vobiscum". E o fundamental, pôs fim à heresia de Hipólito.

Os corpos desses dois mártires foram trasladados para Roma no dia 13 de agosto de 354, onde, com grande honra, foram sepultados. Santo Hipólito no cemitério da via Tiburtina, e o papa são Ponciano, nas catacumbas de são Calisto. A festa litúrgica foi mantida neste dia para a veneração de ambos. 


São Ponciano e Santo Hipólito, rogai por nós!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Santo do dia - 12 de agosto

Santa Joana Francisca de Chantal


Filha de um político bem posicionado na França, Joana recusou matrimônio com um fidalgo milionário, por ser ele protestante calvinista. Casou-se, então, com o barão de Chantal, católico fervoroso, com quem levou uma vida profundamente religiosa e feliz.

Joana nasceu em Dijon, França, em 28 de janeiro de 1572, filha de Benigno Frèmiot, presidente do parlamento de Borgonha. Após seu casamento, foi morar no castelo de Bourbillye, e sua primeira ordem na nova casa sinalizou qual seria o estilo de vida que se viveria ali. Mandou que, diariamente, fosse rezada uma missa e que todos os servidores domésticos participassem. Ocupou-se, pessoalmente, da educação religiosa dos serviçais, ajudando-os em todas as suas necessidades materiais.

Quando o barão feriu-se gravemente durante uma caçada, no castelo só se rezava por sua saúde. Mas logo veio a falecer. Joana ficou viúva aos 28 anos de idade, com os filhos para criar. Dedicou-se inteiramente à educação das suas crianças, abrindo espaço em seus horários apenas para a oração e o trabalho. Nessa época, conheceu o futuro são Francisco de Sales, então bispo de Genebra. Escolheu-o para ser seu diretor espiritual e fez-se preparar para a vida de religiosa.

Passados nove anos de viuvez e depois de ter muito bem casado as filhas, deixou o futuro barão de Chantal, então um adolescente de 15 anos, com o avô Benigno no castelo de Dijon e retirou-se em um convento. No ano seguinte, em 1610, junto com Francisco de Sales, fundou a Congregação da Visitação de Santa Maria, destinada à assistência aos doentes. Nessa empreitada juntaram-se, à baronesa de Chantal, a senhora Jacqueline Fabre e a senhorita Brechard.

Joana, então, professou os votos e foi a primeira a vestir o hábito da nova Ordem. Eleita a madre superiora, acrescentou Francisca ao nome de batismo e dedicou-se exclusivamente à Obra, vivendo na sua primeira sede, em Anecy. Fundou mais 75 Casas para suas religiosas com toda a sua fortuna. Mas não sem dificuldades e sofrimentos, e sofrendo muitas perseguições em Paris, sem nunca esmorecer.

Depois de uma dura agonia motivada por uma febre que pôs fim à sua existência, morreu em Moulins no dia 13 de dezembro de 1641. Atualmente, as Irmãs da Visitação estão espalhadas em todos os continentes e celebram, no dia 12 de agosto, santa Joana Francisca de Chantal, que foi canonizada em 1767 para ser venerada como modelo de perfeição evangélica em todos os estados de vida. 


Santa Joana Francisca de Chantal, rogai por nós!



São João Berchmans


Fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria

Hoje, lembramos o jovem que viveu, durante apenas vinte e dois anos, numa total entrega e amor ao Cristo. São João Berchmans nasceu na Bélgica, em 1599, de família pobre, porém, rica na vida e nas virtudes cristãs.

Tocado pelo testemunho de paciência heróica da mãe diante da fatal enfermidade e, motivado pelo pai viúvo, o qual abraçou o Sacerdócio Católico, ele começou a estudar em um Colégio dos Jesuítas até entrar na Companhia. Ao ser encaminhado para os estudos de Filosofia e Teologia de Malines para Roma, João mostrou com a vida seu amor a Mãe de Deus lutando contra o pecado: “Antes, mil vezes morrer, do que cometer o mais leve pecado ou transgredir uma regra da Ordem”.

São João Berchmans que fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria; por isso deitou-se no chão, em sinal de humildade e recebeu os últimos Sacramentos. Testemunha-se que – com o crucifixo, o livro da Regra e o terço apertados sobre o peito – disse: “São estes os meus três tesouros, em cuja companhia quero morrer”, desta maneira é que despedido de todos, foi para a Eternidade repetindo: “Jesus! Maria!”.

São João Berchmans, rogai por nós!


 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Quem é Deus para você?

Uma vez foi feita uma pesquisa na internet para se saber qual a pergunta que as pessoas mais queriam ter a resposta. E a pergunta que ganhou foi esta: “Quem é Deus?”

A grande maioria das pessoas acreditam em Deus, pois não há como explicar a nossa beleza e existência, a perfeição do ser humano, e de todos os seres belos e encantadores como o cosmo, as estrelas, as flores, os pássaros, as crianças, e toda a ordem da natureza. Não há como explicar tudo isso sem Deus. Mas quem é Deus para você?

Há muitas falsas imagens de Deus. Para uns pode ser um “pronto-socorro” onde se corre nas horas de sofrimento. Para outros pode ser um “super mercado”, onde se pode suprir as suas necessidades materiais; ou quem sabe uma farmácia para buscar o remédio da dor. Para outros pode ser o carrasco o me espera em cada esquina para o castigar por causa de cada erro; para outros pode ser um grande relojoeiro que montou todo o mundo e o pôs a funcionar, mas o abandonou à própria sorte. Para outros pode ser um juiz severo, ou um ser desconhecido.

Alguém me disse esses dias que Deus é como o açúcar que a gente põe no café, mas que não vê, mas que se falta, fica amargo.

É verdade, sem Deus a vida fica amarga, triste, ficamos impotentes diante das dificuldades da vida. Ele pode ser visto também como a onde eletromagnética que traz a voz e a imagem de alguém, mas que a gente não vê; e se a onde não for captada pelo receptor, não gera som e imagem. Deus pode ser também comparado com a luz que vem do Sol até nós, atravessa milhões de kms para nos aquecer, iluminar, fazer germinar o grão e acontecer a fotossíntese que dá vida às vegetais.

Mas, além das alegorias, felizmente o próprio Deus veio a nós, se fez um de nós, “armou a sua tenda entre nós”, se fez homem para dizer-nos quem Ele é. Jesus nos revelou quem é Deus no seu Rosto e na sua Vida. Ele mostrou que é Deus pelos milagres. Diz a Carta aos hebreus que Ele é “o esplendor da glória de Deus e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder de sua palavra” (Hb 1,3).

São Paulo disse que “Nele habita toda a plenitude da divindade” (Cl 1,19). E São João disse que “Ele é o Verbo que está em Deus e que é Deus” (Jo 1,1). Então, Jesus, Deus, nos revela Deus. Como? No seu amor por nós, socorrendo pobres, doentes e aleijados, curando a todos que a Ele se achegavam; disposto a morrer numa cruz para que pudéssemos voltar para Deus; por sua humildade ao se fazer homem, nascido numa gruta fria, escravo, vendido por 30 moedas… Então, Ele revelou: “Deus é amor!”

Mas Ele disse também que Deus é nosso Pai. Viveu para fazer a vontade do Seu Pai. Disse a seus discípulos que “seu alimento era fazer a vontade do Pai” (Jo 4,4). Já aos doze anos fugiu dos seus pais para ficar na casa do seu Pai. Então, Ele revelou: “Deus é Pai”. Pai-nosso, de todos nós. E nos ensinou a ousadia de chama-lo de Pai.

Leia também: E os silêncios de Deus?

Jesus nos revelou também que Deus não é solitário; não; Ele é uma Família. O Pai que gera o Filho desde toda a eternidade, sem começo; e de ambos procede o Espírito Santo. É um mistério que a mente humana não pode compreender, porque tudo de Deus supera nossa compreensão. Mas, então, Deus é uma Família de amor; não três deuses, mas um só Deus existente em Três pessoas divinas; Três Infinitos que se fundem num só. O amor infinito que há em Deus une perfeitamente as Pessoas divinas. É a Unidade na Divindade, e a Divindade na Unidade.

Quando Ele enviou o Seu Anjo para dizer a Maria que ela o conceberia por obra do Espírito Santo, este disse a Sua Mãe que “para Deus nada é impossível!”. Isto quer dizer que Deus é Infinito em tudo: onisciente (sabe tudo), onipresente (está em toda parte); onipotente (pode tudo). Ele está fora do tempo e do espaço; para Ele não existe ontem e amanhã; Ele é “um instante que não passa!”, disse Karl Ranner.

socorro_de_deusMas, então, não dá para entender Deus? Não dá mesmo; porque o Oceano não cabe num copo; Sua sabedoria não cabe em nossa mente; em tudo Ele supera a nossa compreensão. Santo Agostinho disse que “Ele não pode e não deve ser compreendido, mas adorado”. Se nós o compreendêssemos ele seria um deus falso, muito pequeno, limitado, criatura e não criador. Um deus que cabe na nossa cabeça não é Deus. Ele se apresentou a Moisés como “Aquele que É”, isto quer dizer: “Aquele que existe por Si mesmo”, que não teve um criador, que não depende de ninguém para existir; é eterno, sem princípio e sem fim. De fato, Deus é inefável, incompreensível, mas é nosso Pai e é amor; fique em paz, não se  angustie por isso. Se não fosse assim, não seria Deus, mas apenas um deus.

Quanto mais tivermos dificuldade para entendê-Lo, tanto mais podemos estar certos de estar crendo no Deus verdadeiro, que não pode ser apreendido pela nossa humanidade. Caso contrário Ele não seria Deus.

Então, como devemos ter Deus em nossa vida? Como um Pai amoroso, insuperável, que nos corrige porque nos ama e que nos ouve em toda parte e a todo momento. Nossa relação com Ele só pode ser como era a relação de Jesus com Ele; Pai e Filho, num permanente colóquio de amor. Meu Pai, meu Abbá, meu paizinho!

Por: Prof. Felipe Aquino

Santo do dia - 10 de agosto

Santa Clara de Assis

Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de uma família da nobreza italiana, muito rica, onde possuía de tudo. Porém o que a menina mais queria era seguir os ensinamentos de Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira mulher da Igreja a entusiasmar-se com o ideal franciscano. Sua família, entretanto, era contrária à sua resolução de seguir a vida religiosa, mas nada a demoveu do seu propósito.

No dia 18 de março de 1212, aos 19 anos de idade, fugiu de casa e, humilde, apresentou-se na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Ele, então, cortou-lhe o cabelo, pediu que vestisse um modesto hábito de lã e pronunciasse os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.

Depois disso, Clara, a conselho de Francisco, ingressou no Mosteiro Beneditino de São Paulo das Abadessas, para ir se familiarizando com a vida em comum. Pouco depois, foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, juntou-se a ela.

Pouco tempo depois, Francisco levou-as para o humilde Convento de São Damião, destinado à Ordem Segunda Franciscana, das monjas. Em agosto, quando ingressou Pacífica de Guelfúcio, Francisco deu às irmãs sua primeira forma de vida religiosa. Elas, primeiramente, foram chamadas de "Damianitas", depois, como Clara escolheu, de "Damas Pobres", e finalmente, como sempre serão chamadas, de "Clarissas".

Em 1216, sempre orientada por Francisco, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Mas conseguiu o "privilégio da pobreza" do papa Inocêncio III, mantendo, assim, o carisma franciscano. O testemunho de fé de Clara foi tão grande que sua mãe, Ortolana, e mais uma de suas irmãs, Beatriz, abandonaram seus ricos palácios e foram viver ao seu lado, ingressando também na nova Ordem fundada por ela.

A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi definhando. Em 1226, Francisco de Assis morreu, e Clara teve visões projetadas na parede da sua pequena cela. Lá, via Francisco e os ritos das solenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igreja. Anteriormente, tivera esse mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu, projetado, o presépio, e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, santa Clara é considerada Padroeira da Televisão e de todos os seus profissionais.

Depois da morte de são Francisco, Clara viveu mais 27 anos, dando continuidade à obra que aprendera e iniciara com ele. Outro feito de Clara ocorreu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, defendeu a cidade de Assis do ataque do exército dos turcos muçulmanos.

No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes de morrer, Clara recebeu das mãos de um enviado do papa Inocêncio IV a aguardada bula de aprovação canônica, deixando, assim, as sua "irmãs clarissas" asseguradas. Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV a proclamou santa Clara de Assis. 


Santa Clara de Assis, rogai por nós!

Santa Filomena

"Filomena era filha dos reis de um pequeno Estado da Grécia. Ela nasceu após seus pais converterem-se ao cristianismo, no dia 10 de janeiro. Foi uma bênção de Jesus, pois a rainha era estéril. No batismo, recebeu o nome de Filomena, que significa 'filha da luz da fé'. Aos 12 anos, fez os votos de virgindade e tornou-se esposa de Jesus.

Tinha 13 anos quando o imperador romano Diocleciano declarou guerra a seu pai. O rei decidiu viajar para Roma, com a esposa e a filha, e suplicar ao imperador pelo seu povo. O imperador encantou-se com a beleza da jovem e prometeu desistir da guerra se o rei lhe desse a linda filha em casamento. Os reis, com alegria, logo aceitaram, mas Filomena contestou, porque já tinha compromisso com Jesus, seu divino esposo. E ninguém conseguiu convencê-la do contrário. O imperador, humilhado, mandou prendê-la e torturá-la com chicotadas durante 37 dias. 


Nossa Senhora apareceu-lhe na prisão e revelou que dentro de três dias voltaria com seu amado Filho e a levariam para o céu. O imperador, cada vez mais cego pelo ódio, mandou flechá-la, mas as flechas voltaram e mataram os arqueiros; então ele mandou jogá-la no rio Tibre com uma âncora no pescoço, mas veio um anjo e cortou a corda. Diante disso, o tirano ordenou que ela fosse decapitada. E assim sua alma voou gloriosamente para o céu, no dia 10 de agosto, numa sexta-feira, às 3 horas da tarde, como seu divino esposo Jesus."
Este relato está no livro "Revelações", de madre Maria Luiza de Jesus, fundadora da Ordem Religiosa das Irmãs da Imaculada e de Santa Filomena.

Entretanto, o corpo de santa Filomena só foi encontrado nas escavações das catacumbas de Priscila, em Roma, no dia 25 de maio de 1802. A sepultura estava intacta, fato realmente raríssimo, e foi aberta na presença de autoridades civis, religiosos da Igreja e peritos leigos. Durante as escavações, ainda encontraram três placas de terracota com as seguintes inscrições: "Paz te Cum Fi Lumena", ou seja "A paz esteja contigo, Filomena". O caixão tinha os entalhes de uma palma, três flechas, uma âncora, um chicote e um lírio, indicando a forma de seu martírio e morte. Dentro dele estavam as relíquias do corpo de uma jovem e um pequeno frasco com um líquido vermelho ressequido. Os peritos verificaram que o corpo era de uma jovem com cerca de 13 anos, que tinha o crânio fraturado e que teria vivido no século IV. Assim, finalmente, foram encontradas as relíquias da jovem mártir santa Filomena, que ficaram sob os cuidados da Igreja Católica.

Essas relíquias foram transferidas para a Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Nápoles, onde muitas graças e milagres foram alcançados por intercessão da santa, bem como ocorreram em muitas outras partes do mundo cristão. O seu santuário tornou-se um centro de intensa e frequente peregrinação.

O dominicano monsenhor Mastai Ferretti, que se tornou o papa Pio IX em 1849, foi ao santuário de Santa Filomena, em Nápoles, e celebrou uma missa na igreja em agradecimento à graça e intercessão da santa, que o curou de uma doença grave. Outros pontífices declararam-se fiéis devotos de santa Filomena, entre eles o papa Leão XII, que a proclamou "a grande milagrosa do século XIX". Foi o papa Gregório XVI que a nomeou "Padroeira do Rosário Vivente" e escolheu o dia 11 de agosto para a sua festa.

Entretanto as sequências dos estudos e descobertas posteriores mostraram que a sepultura de santa Filomena havia sido utilizada, ao longo dos séculos, para abrigar outros mártires. Diante de tal conclusão, a Igreja, durante a reforma universal dos ritos litúrgicos, em 1961, suprimiu-a do calendário. Mas os reconhecimentos oficiais dos milagres por intercessão de santa Filomena, a legião de fiéis e peregrinos, a própria devoção particular de papas e muitos santos continuam dando vida a esta celebração como marca da grande e intensa manifestação de fé que o povo tem pelo Redentor.


Santa Filomena, rogai por nós!


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Santo do dia - 10 de agosto

São Lourenço - Diácono e mártir



Nem chicotes, algozes, chamas, tormentos e correntes puderam contra sua fé e amor ao Cristo

Seu martírio, diz o poeta Prudêncio, assinalou o declínio dos deuses de Roma. Sinal, portanto, de que a morte do jovem diácono Lourenço provocara na cidade uma grande impressão, a ponto dos pagãos — vendo tão serena coragem diante da tortura — começarem a se interrogar sobre a religião professada pelo heroico mártir.

Sua imagem, cingida de lenda (o relato da paixão de São Lourenço, que data de um século após sua morte, é pouco confiável) já na obra dos escritores próximos a sua época, como Prudêncio, Dâmaso e Ambrósio, está ligada à sua tortura. O mártir, posto em uma grelha sobre carvões ardentes, encontra um modo de gracejar: "Vede, deste lado já estou bem cozido; virai-me do outro". Mas a maioria dos escritores modernos julga que Lourenço tenha sido decapitado como o papa Sisto II — do qual era diácono e o havia precedido por três dias no martírio.


O papa Dâmaso, por outro lado, parece convalidar a tradição dos carvões ardentes e recorda o heroico testemunho de fé com eficaz síntese: "Verbera, carnífices, flammas, tormenta, catenas..."- açoites, carrascos, chamas, tormentos, cadeias, nada prevaleceu contra sua fidelidade a Cristo.

de Roma. Ele fora, de fato, encarregado de dirigir outros diáconos de Roma. Pode-se, pois, julgar que, na iminência da prisão, o papa o tenha encarregado de distribuir aos pobres o pouco que a Igreja possuía.
Quando o imperador Valeriano — lê-se na paixão — impôs-lhe a entrega do tesouro do qual ouvira falar, Lourenço teria reunido diante dele um grupo de mendigos: "Eis o nosso tesouro", disse-lhe, "podeis encontrá-lo por toda a parte". Foi sepultado na via

Mas ao lado desta imagem de sofrimento aceito, há outra, de modo algum lendária, referente ao diácono encarregado de distribuir aos pobres a coleta dos cristãos
Tiburtina, no Campus Veranus — Verano —,e sobre seu sepulcro foi erigida a basílica que leva seu nome, a primeira das igrejas que Roma dedicou ao seu popular mártir.

São Lourenço, rogai por nós!