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terça-feira, 11 de abril de 2017

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO - . CONFESSAI-VOS BEM !!!

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO.

CONFESSAI-VOS BEM !!!

Parte I.

1. O principal motivo da perdição.

Discípulo — Padre, poderia explicar-me a razão deste título?

 

Mestre — Chamei-o assim por causa do fato seguinte:

Conta-se certa moça, tendo caído por desgraça num desses pecados que tanto envergonham na confissão, vivia triste e desconsolada. Passaram-se assim muitos meses, sem que nenhuma das companheiras da coitada descobrisse a causa de tanta aflição. Nesse ínterim, aconteceu que a sua melhor amiga, muito virtuosa e devota, morreu santamente. Uma noite, a chamam pelo nome, quando está no melhor do sono; reconhece perfeitamente a voz da amiguinha morta que vai repetindo: Confesse-se bem... se você soubesse o quanto Jesus é bom!

A moça tomou aquela voz por uma revelação do céu, criou coragem e, decidida, confessou o pecado que era a causa de tanta vergonha e de tantas lágrimas. Naquela ocasião, tamanha foi a sua comoção, tão grande o seu alívio que depois disso, contava o fato a todo o mundo, e repetia por sua vez: "Experimentem e vejam o quanto Jesus é bom".

 

D. — Muito bem! — acredito nisso plenamente, porque, já fiz mais de cem vezes a experiência de tal verdade.

M. — Pois então agradeça a Deus de todo o coração e continue a fazer boas confissões. Ai daquele que envereda, pelo caminho do sacrilégio! É essa a maior desgraça que nos pode acontecer, porque dela não teremos mais a força de nos afastar, e assim prosseguiremos, talvez até à morte, precipitando-nos no abismo da perdição eterna.

 

D. — É assim tão nefanda uma confissão mal feita?

M. — É o principal motivo, a causa capital da perdição!

 

D. — Deveras?

M. — Assim é, infelizmente! São as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno.

 

D. — Mas não há exagero nisso?

M. — Exagero nenhum, e nem sou eu quem o diz: afirmam-nos os Santos que melhor conhecem as almas e viu-o Santa Teresa em uma visão.

 

Estava a Santa rezando, quando, de repente abrem-se diante dos seus olhos uma voragem profunda, cheia de fogo e de chamas; e nesse abismo precipitam-se com abundância, como neve no inverno, as pobres almas perdidas. 

... são as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno!...

 

Assustada, a Santa levanta os olhos ao céu e:

 

 — Meu Deus, exclama, meu Deus! O que é que eu estou vendo? Quem são elas, quem são todas essas almas que se perdem? Com certeza devem ser as almas dos pobres infiéis.

 — Não, Teresa, não! Responde o Senhor. As almas que neste momento vês precipitarem-se no inferno com o meu consentimento, são, todas elas, almas de cristãos como tu.

 — Mas então devem ser almas de pessoas que não acreditavam, que não praticavam a Religião, que não freqüentavam os Sacramentos!

Não, Teresa, não! Fica sabendo que essas almas pertencem todas a cristãos batizados como tu, e, que, como tu, eram crentes e praticantes...

— Mas se assim é, naturalmente essa gente nunca se confessou, nem mesmo na hora da morte...

No entanto, são almas que se confessavam, e confessaram-se também antes de morrer...

— Por qual motivo então, ó meu Deus, são elas condenadas?

São condenadas porque se confessaram mal...

 

Vai Teresa, conta a todos esta visão e recomenda aos Bispos e Sacerdotes que nunca se cansem de pregar sobre a importância da confissão e contra as confissões mal feitas, afim de que os meus amados cristãos não transformem “o remédio em veneno; afim de que não se sirvam mal desse sacramento, que é o sacramento da misericórdia e do perdão.”

 

D. — Pobre Jesus!... São assim tão numerosas as confissões mal feitas?

M. — S. Afonso, S. Felipe Néri, S. Leonardo de Porto Maurício, afirmam unanimemente que, infelizmente, o número das confissões mal feitas é incalculável. Eles, que passaram à vida no confessionário e à cabeceira dos moribundos, sabem dizer a pura verdade. E nós que erramos, de terra em terra, pregando exercícios e missões, somos obrigados a afirmar a mesma coisa.

O célebre Padre Sarnelli, na sua obra “O mundo santificado” exclama: “Infelizmente são incalculáveis as almas que fazem confissões sacrílegas: sabem disso, em parte, os Missionários de longa experiência, e cada um de nós virá sabê-lo, com grande pasmo, no vale de Josafá. Não só nas grandes capitais, mas nas cidades menores, nas comunidades, no meio daqueles que passam por piedosos e devotos encontram-se em grande número os sacrílegos...”

 

O Padre Tranquillini, da Companhia de Jesus, tendo sido chamado à cabeceira duma senhora gravemente enferma, acode com solicitude e a confessa: mas, chegada à hora da absolvição, ele sente qualquer coisa que, como se fosse uma mão de ferro, o impede de prosseguir.

 

— Minha senhora, diz ele, talvez se tenha esquecido de alguma coisa...

— Impossível, Padre, estou me preparando há oito dias...!

 

Depois de algumas preces, tenta uma segunda vez; mas, a mesma mão o impede de novo.

 

— Desculpe, minha senhora, replica o Padre, talvez a senhora não ouse confessar algum pecado...

— O quê diz, Padre? Isso me ofende. Como pode supor que eu queira cometer um sacrilégio?

 

Torna a tentar pela terceira vez a absolvição e ainda uma vez aquela força invisível o impede de agir. Não podendo compreender qual o mistério que se escondia num fato tão extraordinário, cai de joelhos, e, chorando, suplica àquela senhora, que não se traia, que não seja a causa da própria perdição.

 

— Padre, exclama ela então, Padre, há quinze anos que eu me confesso mal! Veja, portanto, como é fácil achar-se quem se confessa mal!

 

D. — Chega, Padre, isto me faz estremecer.

M. — Antes tremer aqui do que queimar no inferno: e, falando disso, lembro-me de outro exemplo. São João Bosco, numa obra sobre a confissão diz textualmente: "Eu vos afirmo que enquanto escrevo, minha mão treme, porque eu penso no número de cristãos que vão para a perdição eterna, somente por terem escondido, ou por não terem exposto sinceramente os seus pecados na confissão"!

 

D. — O senhor disse também: por não terem exposto sinceramente os seus pecados?

M. — Certamente! Aquele que, por exemplo, confessa só os maus pensamentos, quando além disso cometeu ações ou atos impuros; aquele que confessa ter cometido tais atos sozinho, quando os cometeu com outros; aquele que esconde o número conhecido de suas faltas; aquele que, interrogado pelo confessor não diz a verdade; todos esses fazem más confissões.

 

D. — O quê é que pensam os que assim procedem?

M. — Pensam que no futuro poderão remediar, isto é, confessam-se para viver como diz São Felipe Néri, quando toda e qualquer confissão devia ser feita como se fosse a última, como se nos preparássemos para a morte.

Um dia uma mulher do povo confessou-se com um célebre Missionário: de volta do confessionário, ela passou casualmente por cima de uma laje que cobria uma sepultura. A laje, gasta pelo tempo, cedeu, e a mulher caiu lá em baixo, no meio dos ossos e dos esqueletos. Imagine o susto de todas as pessoas que acudiram; mas isso não foi nada, comparado ao terror o aos berros da coitada! Logo depois que, com muito esforço e trabalho conseguiram tirar a mulher dali, ela, que escapou ilesa, voou para o confessionário e:

— Padre, padre, até hoje eu só me tinha confessado para viver, mas agora que eu vi a morte diante do mim quero confessar-me como se eu fosse morrer – e tornou a fazer, tremendo, aquela confissão que, momentos antes, tinha feito mal.

 

D. — Ah! o pensamento da morte é terrível.

M. — É terrível sim, mas muitíssimo salutar e é pior isso que, cada vez que nos confessamos, devíamos tê-lo na mente.

 

Dentre os inúmeros fatos maravilhosos que se contam na história de D. Bosco destaca-se este: No Salesiano de Turim faziam-se os santos exercícios espirituais, e, todos os presentes, alunos e internos com a máxima seriedade, muito piedosos, rezavam com fervor e colhiam os frutos de suas preces para o bem de suas almas. Enquanto esses cumpriam o seu piedoso dever, um jovem, refratário a toda e qualquer suplica e aos mais afetuosos cuidados de D. Bosco e dos demais superiores, teimou em não se querer confessar nem mesmo naquela circunstância. Os bons Padres tinham feito todo o possível para convencê-lo, mas inutilmente. Ele repetia sempre: “Em qualquer outra ocasião, sim, mas agora não! Vou pensar nisso depois... Agora não sei tomar uma resolução”!

 

Com essa desculpa, chegou ao último dia das cerimônias; D. Bosco, então recorreu a um estratagema. Escreveu numa folha de papel estas palavras: "... e se você morresse durante a noite?!..." e escondeu-a entre o lençol e o travesseiro do rapaz. Cai à noite: todos se vão deitar, e o nosso jovem, despreocupado, também se despe, mas eis que quando vai entrar na cama encontra a tal folha. Um oh! de espanto que ele não pode conter lhe sai dos lábios; pega no papel olha-o, vira-o e revira-o e, por fim, descobrindo que há nele qualquer coisa escrita, arregala os olhos e lê: “... e se você morresse durante a noite”... D. Bosco.

 

D. Bosco! Exclama ele; mas D. Bosco é um santo... Ele conhece o futuro... Talvez aconteça isso mesmo! E se eu morresse durante a noite? ' Mas eu não quero morrer, não: quero viver, quero viver e... Enquanto isso, para que os companheiros não reparem, ele se deita, cobre-se e cheio de coragem, tenta pegar no sono. Qual nada! Adormecer naquele estado? Com aquelas palavras que o atormentavam como se fossem espinhos agudos? É impossível! Ele vira e revira na cama, fecha os olhos com força, mas... tudo inútil; ouve sem cessar, cada vez mais vivo, cada vez mais forte, o som daquelas palavras; ele imagina, como se visse o inferno aberto e Jesus que o condena, e diz: "Pobre de mim! E se eu morresse mesmo?..." Um arrepio gelado corre-lhe pela espinha, ele sua frio...

 

— Ah, não — exclama, — eu não quero ir para o inferno, eu quero me confessar...

Invoca a proteção de Maria Auxiliadora, do seu Anjo da Guarda e depois, decidido, veste-se, sai devagarzinho, desce a escada, atravessa corredores, sobe para o quarto de D. Bosco e bate na porta.

D. Bosco, que, como bom padre o esperava, abre a porta e:

— Quem é você?... A estas horas?... O que é que você quer?  

— Oh! D. Bosco, eu quero confessar-me!

— À vontade! se você soubesse com que ansiedade eu o esperei!
 

Introduzido na antecâmara, o rapaz cai de joelhos e, depois de feita a confissão, com o perdão de Jesus volta feliz e tranqüilo para a cama. E já não tem medo! O pensamento da morte já não o assusta e ele diz: “Como estou contente! Mesmo que eu tenha que morrer que importa se eu recuperei a graça, se eu tornei a ser amigo de Jesus”! Adormece serenamente e sonha... vê o céu aberto, os Anjos jubilosos que voam levíssimos, entoando os cânticos mais lindos, os mais belos hinos! Que rapaz de sorte!

 

M. — De sorte são todos aqueles que acreditam no grande bem da confissão e se servem dela, impedindo assim a própria perdição; enquanto que é bem diferente o caso da infeliz de quem lhe vou falar. São Leonardo de Porto Maurício, acode à cabeceira de uma moribunda, acompanhado por um frade leigo. Depois de confessada a doente, o padre sai sossegado, e, reunindo-se ao companheiro que o esperava no quarto vizinho, apronta-se para sair, quando este, muito triste e assustado lhe diz:

— "Padre Leonardo, o quê significa aquilo que eu vi?"

— O que é que você viu?

 

— Eu vi uma mão horrendamente negra que vagava pela antecâmara; e, assim que o senhor saiu ela entrou, rápida como um raio, no quarto da doente.

Diante de tal história São Leonardo volta para trás, torna a entrar no quarto e oh! que cena terrível. Aquela mão negra estrangulava aquela desgraçada que, com olhos fora das órbitas, e a língua caída, morria gritando: “Malditos sejam os sacrilégios... Malditos sejam os sacrilégios...”

 

D. — Oh, Padre, então é mesmo verdade que as confissões mal feitas são a causa principal da perdição!

M. — Por conseguinte, guerra à mentira e sinceridade absoluta na confissão.






 

 

Santo do dia - 11 de abril

Santo Estanislau
 Estanislau foi martirizado por um amigo, por não tê-lo apoiado contra os preceitos católicos, mesmo na condição de rei. Tão disciplinado era o bispo que exigia essa mesma disciplina de seu rebanho, que nem o cargo soberano do infrator o fez calar-se, pagando por isso com a própria vida.

Estanislau era polonês, nasceu na Cracóvia, em Szczepanowa, no ano 1030. Seus pais eram pobres, mas encontraram nos monges beneditinos uma forma de dar educação moral e espiritual ao filho. Assim, quando terminou os estudos básicos, Estanislau conseguiu seguir e concluir o ensino superior na Bélgica, na célebre Escola de Liège.

Voltando à sua terra natal, sua atuação como sacerdote ficou marcada e registrada pelo zelo pastoral e pelas benéficas iniciativas realizadas com caridade e inteligência. A conseqüência natural foi sua designação para o posto de bispo da Cracóvia pelo papa Alexandre II. Decisão que contou com o apoio não só do clero, como também de toda a população, inclusive do próprio rei Boleslau II.

O rei admirava Estanislau e, nos primeiros anos, apoiou-o no trabalho incansável de evangelização em toda a região, assim como na formação do clero local, o qual preparou para substituir os monges beneditinos na administração da Igreja polonesa. Mas Estanislau também apoiava o rei em suas melhores ações.

Afinal, Boleslau também foi descrito, na história, como um soberano que alargou e consolidou as fronteiras do seu jovem país, além de ter valorizado grandemente as terras de sua pátria, com a reforma fundiária que implantou, acompanhada de mudanças políticas e econômicas muito favoráveis ao povo. Entretanto o rei apaixonou-se por uma bela matrona, Cristina, que era casada com Miecislau, outro nome polonês histórico.

Apesar dos conselhos de Estanislau e de sua exigência de que os preceitos católicos do casamento fossem respeitados, Boleslau não se conformou em ficar sem sua amada. Simplesmente, mandou raptá-la. O bispo ameaçou excomungá-lo, mas o rei não recuou. Estanislau cumpriu a ameaça e Boleslau, enfurecido, ordenou a execução do religioso, comandando em pessoa a invasão da igreja de São Miguel, na Cracóvia, onde Estanislau celebrava uma missa.

Porém os guardas, impedidos por uma força misteriosa, não conseguiram se aproximar do bispo, tendo o rei de assassiná-lo com as próprias mãos. Estanislau foi trucidado no dia 11 de abril de 1079. Imediatamente, passou a ver venerado pelo povo polonês, sendo canonizado em 1253. Seu culto, até hoje, é muito difundido na Europa e na América.


Santo Estanislau, rogai por nós!

Santa Gema Galgani
 Ao nascer, em 12 de março de 1878, na pequena Camigliano, perto de Luca, na Itália, Gema recebeu esse nome, que em italiano significa jóia, por ser a primeira menina dos cinco filhos do casal Galgani, que foi abençoado com um total de oito filhos. A família, muito rica e nobre, era também profundamente religiosa, passando os preceitos do cristianismo aos filhos desde a tenra idade.
Gema Galgani teve uma infância feliz, cercada de atenção pela mãe, que lhe ensinava as orações e o catecismo com alegria, incutindo o amor a Jesus na pequena. Ela aprendeu tão bem que não se cansava de recitá-las e pedia constantemente à mãe que lhe contasse as histórias da vida de Jesus. Mas essa felicidade caseira terminou aos sete anos. Sua mãe morreu precocemente e sua ausência também logo causou o falecimento do pai. Órfã, caiu doente e só suplantou a grave enfermidade graças ao abrigo encontrado no seio de uma família de Luca, também muito católica, que a adotou e cuidou de sua formação.

Conta-se que Gema, com a tragédia da perda dos pais, apegou-se ainda mais à religião. Recebeu a primeira eucaristia antes mesmo do tempo marcado para as outras meninas e levava tão a sério os conceitos de caridade que dividia a própria merenda com os pobres. Demonstrava, sempre, vontade de tornar-se freira e tentou fazê-lo logo depois que Nossa Senhora lhe apareceu em sonho. Pediu a entrada no convento da Ordem das Passionistas de Corneto, mas a resposta foi negativa. Muito triste com a recusa, fez para si mesma os juramentos do serviço religioso, os votos de castidade e caridade, e fatos prodigiosos começaram a ocorrer em sua vida.

Quando rezava, Gema era constantemente vista rodeada de uma luz divina. Conversava com anjos e recebia a visita de são Gabriel, de Nossa Senhora das Dores passionista, como ela desejara ser. Logo lhe apareceram no corpo os estigmas de Cristo, que lhe trouxeram terríveis sofrimentos, mas que era tudo o que ela mais desejava.


Entretanto, fisicamente fraca, os estigmas e as penitências que se auto-infligia acabaram por consumir sua vida. Gema Galgani morreu muito doente, aos vinte e cinco anos, no Sábado Santo, dia 11 de abril de 1903.


Imediatamente, começou a devoção e veneração à "Virgem de Luca", como passou a ser conhecida. Estão registradas muitas graças operadas com a intercessão de Gema Galgani, que foi canonizada em 1940 pelo papa Pio XII, que a declarou modelo para a juventude da Igreja, autorizando sua festa litúrgica para o dia de sua morte. 

Santa Gema Galgani, rogai por nós!
 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Santo do dia - 10 de abril

Santa Madalena de Canossa

Madalena Gabriela Canossa nasceu no dia 1º de março de 1774 na cidade italiana de Verona, que pertencia à sua nobre e influente família. Seu pai faleceu quando tinha cinco anos. Sua mãe abandonou os filhos para se casar novamente. As crianças foram entregues aos cuidados de uma péssima instituição e Madalena adoeceu várias vezes. Por essas etapas dolorosas, Deus a guiou por estradas imprevisíveis.

Aos dezessete anos, desejou consagrar sua vida a Deus e por duas vezes tentou a experiência do Carmelo. Mas sentiu que não era esta a sua vida. Retornou para a família, guardando secretamente no coração a sua vocação. No palácio, aceitou a administração do vasto patrimônio familiar, surpreendendo a todos com seu talento para os negócios. Entretanto, nunca se interessou pelo matrimônio.

Os tristes acontecimentos do século, políticos, sociais e eclesiais, marcados pelas repercussões da Revolução Francesa, bem como as alternâncias dos vários imperadores estrangeiros na região italiana, deixavam os rastros na devastação e no sofrimento humano, enchendo a sua cidade de pobres e menores abandonados.

Em 1801, duas adolescentes pobres e abandonadas pediram abrigo em seu palácio. Ela não só as abrigou como recolheu muitas outras. Pressentiu que este era o caminho do espírito e descobriu no Cristo Crucificado o ponto central de sua espiritualidade e de sua missão. Abriu o palácio dos Canossa e fez dele não uma hospedaria, mas uma comunidade de religiosas, mesmo contrariando seus familiares.

Sete anos depois, superou as últimas resistências de sua família, deixando em definitivo o palácio. Madalena foi para o bairro mais pobre de Verona, para concretizar seu ideal de evangelização e de promoção humana, fundando a congregação das Filhas da Caridade, para a formação de religiosas educadoras dos pobres e necessitados. Seguindo o exemplo de Maria, a Mãe Dolorosa, ela deixou que o espírito a guiasse até os pobres de outras cidades italianas. Em poucos anos as fundações se multiplicaram, e a família religiosa cresceu a serviço de Cristo.

Madalena escreveu as Regras da Congregação das Filhas da Caridade em 1812, as quais, após dezesseis anos, foram aprovadas pelo papa Leão XII. Mas só depois de várias tentativas mal-sucedidas Madalena conseguiu dar andamento para a Congregação masculina, como havia projetado inicialmente. Foi em 1831, na cidade de Veneza, o primeiro oratório dos Filhos da Caridade para a formação cristã dos jovens e adultos.

Ela encerrou sua fecunda existência terrena numa Sexta-Feira da Paixão. Morreu em Verona, assistida pelas Filhas, no dia 10 de abril de 1835. As congregações foram para o Oriente em 1860. Atualmente, estão presentes nos cinco continentes e são chamados de irmãs e irmãos canossianos. Em 1988, o papa João Paulo II proclamou-a santa Madalena de Canossa, determinando o dia de sua morte para seu culto litúrgico. 


Santa Madalena de Canossa, rogai por nós!


São Macário da Antioquia
 Macário recebeu esse nome por causa de seu tio e padrinho de batismo: o bispo de Antioquia. Mas dele não herdou apenas o nome, como também sua religiosidade e o destino: ser líder e ocupar um posto importante na Igreja.
Macário nasceu na Armênia, no final do primeiro milênio, foi educado sob a orientação do tio-padrinho e cresceu preparando-se com esmero para tornar-se um sacerdote, o que aconteceu assim que atingiu a idade necessária. Também não causou nenhuma surpresa sua indicação para suceder o tio como bispo.

Nesse posto, Macário realizou o apostolado que depois seria a causa de sua canonização. Pregava diariamente, visitava todos os hospitais confortando os doentes e dividindo tudo o que tinha com os pobres. O que resultou disso foi a conversão constante de pagãos. Ainda nessa fase, conta a tradição que aconteceu um prodígio presenciado por muitos: Macário, quando se ajoelhava para rezar, ficava tão emocionado que levava constantemente, entre as mãos, um pano para enxugar as lágrimas.

Um leproso teria aplicado esse pano ainda úmido sobre suas feridas e se curado da terrível doença. Bastou para que, diariamente, uma multidão de doentes procurasse a casa do bispo Macário para receber sua bênção. Assim, outras graças se sucederam.

Porém a fama desagradava o humilde bispo. Ele, então, empossou um substituto para a diocese, o padre Eleutério, e buscou a solidão. Na companhia de quatro sacerdotes, viajou como penitente à Terra Santa, peregrinou aos lugares sagrados e passou a pregar. Converteu centenas de muçulmanos e com isso provocou a ira dos poderosos. Preso e torturado, foi deixado à noite pregado por enormes pregos que perfuravam seus pés e mãos, no chão de uma cela, numa espécie de crucificação. Entretanto, durante a noite, um anjo apareceu na cela e libertou Macário dos pregos. As portas da prisão se abriram sozinhas e ele ganhou a liberdade. Assim dizem os escritos da tradição cristã.
Macário ainda evangelizou e praticou curas na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália.



Foi por essa época que teria apagado um incêndio em Malines, Bélgica, ao fazer o sinal da cruz. Terminou seus dias no convento dos agostinianos de São Bavo, em Ghent, também na Bélgica, mas decidiu que morreria em sua terra natal. Mesmo gravemente doente, conseguiu fazer a viagem de volta enfrentando pelo caminho a peste, que dizimava populações. Sua história se fecha com outro fato prodigioso: comunicou aos companheiros que seria a última vítima da peste. E tudo aconteceu como ele dissera.

Depois que o bispo Macário morreu, em 10 de abril de 1012, ninguém mais perdeu a vida por causa daquele mal contagioso. Sua festa litúrgica ocorre no dia do seu trânsito, sendo considerado o padroeiro das grandes epidemias. 


São Macário da Antioquia, rogai por nós!
 

domingo, 9 de abril de 2017

Evangelho do Dia - DOMINGO DE RAMOS


EVANGELHO COTIDIANO




"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR


Evangelho segundo S. Mateus 26,14-75.27,1-66.
Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes   e disse-lhes: «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?». Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar. 

No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?».
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos’». 
 
Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado e prepararam a Páscoa. Ao cair da noite, sentou-Se à mesa com os Doze.  Enquanto comiam, declarou: «Em verdade vos digo: Um de vós há-de entregar-Me».
Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar-Lhe: «Serei eu, Senhor?».
Jesus respondeu: «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que há-de entregar-Me.
O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca d’Ele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido».

Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou: «Serei eu, Mestre?». Respondeu Jesus: «Tu o disseste».
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: «Tomai e comei: Isto é o meu corpo».
Tomou em seguida um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos,
porque este é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado pela multidão, para remissão dos pecados.
Eu vos digo que não beberei mais deste fruto da videira, até ao dia em que beberei convosco o vinho novo no reino de meu Pai». 
 
Cantaram os salmos e seguiram para o monte das Oliveiras.
Então, Jesus disse-lhes: «Todos vós, esta noite, vos escandalizareis por minha causa, como está escrito: ‘Ferirei o pastor. e dispersar-se-ão as ovelhas do rebanho’.
Mas, depois de ressuscitar, preceder-vos-ei a caminho da Galileia».

Pedro interveio, dizendo: «Ainda que todos se escandalizem por tua causa, eu não me escandalizarei».
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Esta mesma noite, antes de o galo cantar, Me negarás três vezes».
Pedro disse-lhe: «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei». E o mesmo disseram todos os discípulos.

Então, Jesus chegou com eles a uma propriedade, chamada Getsémani, e disse aos discípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou além orar».
E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se.
Disse-lhes então: «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai comigo».
E, adiantando-Se um pouco mais, caiu com o rosto por terra, enquanto orava e dizia: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice. Todavia, não se faça como Eu quero, mas como Tu queres».
 
Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Nem sequer pudestes vigiar uma hora comigo!
Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca».
De novo Se afastou, pela segunda vez, e orou, dizendo: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade».
Voltou novamente e encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados de sono.
Deixou-os e foi de novo orar, pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
Veio então ao encontro dos discípulos e disse-lhes: «Dormi agora e descansai. Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos, vamos. Aproxima-se aquele que Me vai entregar».

Ainda Jesus estava a falar, quando chegou Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo.
O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O».
Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse-Lhe: «Salve, Mestre!». E beijou-O.
Jesus respondeu- lhe: «Amigo, a que vieste?». Então avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-n’O.
 
Um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada, desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha.  Jesus disse-lhe: «Mete a tua espada na bainha, pois todos os que puxarem da espada morrerão à espada.
Pensas que não posso rogar a meu Pai que ponha já ao meu dispor mais de doze legiões de Anjos?
Mas como se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim tem de acontecer?».

Voltando-Se depois para a multidão, Jesus disse: «Viestes com espadas e varapaus para Me prender como se fosse um salteador! Eu estava todos os dias sentado no templo a ensinar e não Me prendestes...
Mas, tudo isto aconteceu para se cumprirem as Escrituras dos profetas»
. Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram.
Os que tinham prendido Jesus levaram-n’O à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos se tinham reunido. Pedro foi-O seguindo de longe, até ao palácio do sumo sacerdote. Aproximando-se, entrou e sentou-se com os guardas, para ver como acabaria tudo aquilo.  Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho falso contra Jesus para O condenarem à morte,  mas não o encontravam, embora se tivessem apresentado muitas testemunhas falsas. Por fim, apresentaram-se duas  que disseram: «Este homem afirmou: ‘Posso destruir o templo de Deus e reconstruí-lo em três dias’».
Então o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus: «Não respondes nada? Que dizes ao que depõem contra Ti?».
Mas Jesus continuava calado. Disse-Lhe o sumo sacerdote: «Eu Te conjuro pelo Deus vivo, que nos declares se és Tu o Messias, o Filho de Deus».
Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste. E Eu digo-vos: vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso, vindo sobre as nuvens do céu».
Então o sumo sacerdote rasgou as vestes, dizendo: «Blasfemou. Que necessidade temos de mais testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia.
Que vos parece?».
Eles responderam: «É réu de morte».
Cuspiram-Lhe então no rosto e deram-Lhe punhadas. Outros esbofeteavam-n’O,
dizendo: «Adivinha, Messias: quem foi que Te bateu?».
Entretanto, Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe: R «Tu também estavas com Jesus, o galileu».
Mas ele negou diante de todos, dizendo: «Não sei o que dizes».
Dirigindo-se para a porta, foi visto por outra criada que disse aos circunstantes: «Este homem estava com Jesus de Nazaré».
E, de novo, ele negou com juramento: «Não conheço tal homem».
Pouco depois, aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro: «Com certeza tu és deles, pois até a fala te denuncia».
Começou então a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço tal homem». E, imediatamente, um galo cantou. 

Então, Pedro lembrou-se das palavras que Jesus dissera: «Antes de o galo cantar, tu Me negarás três vezes». E, saindo, chorou amargamente.
Ao romper da manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram em conselho contra Jesus, para Lhe darem a morte.
Depois de Lhe atarem as mãos, levaram-n’O e entregaram-n’O ao governador Pilatos.
Então Judas, que entregara Jesus, vendo que Ele tinha sido condenado, tocado pelo remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos,
dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente». Mas eles replicaram: «Que nos importa? É lá contigo».
Então arremessou as moedas para o santuário, saiu dali e foi-se enforcar.
Mas os príncipes dos sacerdotes apanharam as moedas e disseram: «Não se podem lançar no tesouro, porque são preço de sangue».
E, depois de terem deliberado, compraram com elas o Campo do Oleiro, que servia para a sepultura dos estrangeiros.
Por este motivo se tem chamado àquele campo, até ao dia de hoje, «Campo de Sangue».
Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta: «Tomaram trinta moedas de prata, preço em que foi avaliado Aquele que os filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo Campo do Oleiro, como o Senhor me tinha ordenado».
Entretanto, Jesus foi levado à presença do governador, que Lhe perguntou: «Tu és o rei dos judeus?». Jesus respondeu: «É como dizes».
 
Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
Disse-Lhe então Pilatos: «Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?».
Mas Jesus não respondeu coisa alguma, a ponto de o governador ficar muito admirado.
Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo.
Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás.
E, quando eles se reuniram, disse-lhes Pilatos: «Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?».
Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja.
Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer: «Não te prendas com a causa desse justo, pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele».
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus.
O governador tomou a palavra e perguntou-lhes: «Qual dos dois quereis que vos solte?». Eles responderam: «Barrabás».
Disse-lhes Pilatos: «E que hei-de fazer de Jesus, chamado Cristo?». Responderam todos: «Seja crucificado».
Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?». Mas eles gritavam cada vez mais: «Seja crucificado».
Pilatos, vendo que não conseguia nada e aumentava o tumulto, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: «Estou inocente do sangue deste homem. Isso é lá convosco».
E todo o povo respondeu: «O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».
Soltou-lhes então Barrabás. E, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-lh’O para ser crucificado.  Então os soldados do governador levaram Jesus para o pretório e reuniram à volta d’Ele toda a corte.  Tiraram-Lhe a roupa e envolveram-n’O num manto vermelho.
Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça e colocaram uma cana na sua mão direita. Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo: «Salve, rei dos judeus!».
Depois, cuspiam-Lhe no rosto e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça.
Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram--n’O para ser crucificado.
Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus.
Chegados a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do Calvário,
deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber.
Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte,
e ficaram ali sentados a guardá-l’O.
Por cima da sua cabeça puseram um letreiro, indicando a causa da sua condenação: «Este é Jesus, o rei dos judeus».
Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.

Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo: «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz».
Os príncipes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e os anciãos, também troçavam d’Ele, dizendo:  «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o rei de Israel, desça agora da cruz e acreditaremos. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, porque disse: ’’Eu sou Filho de Deus n’Ele.”»
Até os salteadores crucificados com Ele O insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra.
E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Eli, Eli, lemá sabactáni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias».
Um deles correu a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber.  Mas os outros disseram: «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O».
E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou.
Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se.
Abriram-se os túmulos, e muitos dos corpos de santos que tinham morrido ressuscitaram;
e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram aterrados e disseram: «Este era verdadeiramente Filho de Deus».
Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para O servirem.
 
Entre elas encontrava-se Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tinha tornado discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu sepulcro novo, que tinha mandado escavar na rocha. Depois rolou uma grande pedra para a entrada do sepulcro e retirou-se. 

Entretanto, estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas em frente do sepulcro.
No dia seguinte, isto é, depois da Preparação, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos  e disseram-lhe: «Senhor, lembrámo-nos do que aquele impostor disse quando ainda era vivo: ‘Depois de três dias ressuscitarei’.
Por isso, manda que o sepulcro seja mantido em segurança até ao terceiro dia, para que não venham os discípulos roubá-lo e dizer ao povo: ‘Ressuscitou dos mortos’. E a última impostura seria pior do que a primeira».

Pilatos respondeu: «Tendes à vossa disposição a guarda: ide e guardai-o como entenderdes».
Eles foram e guardaram o sepulcro, selando a pedra e pondo a guarda.

Comentário do dia: Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão sobre os Ramos

«Bendito o que vem em nome do Senhor»

É sob dois aspectos bem diferentes que a festa de hoje apresenta aos filhos dos homens Aquele que a nossa alma deseja (Is 26,9), «o mais belo dos filhos dos homens» (Sl 44,3). E ele atrai o nosso olhar sob esses dois aspectos; amamo-lo sob um e sob o outro, porque num e noutro Ele é o Salvador dos homens. [...]
Se considerarmos ao mesmo tempo a procissão de hoje e a Paixão, vemos Jesus, por um lado sublime e glorioso, por outro humilhado e doloroso. Porque na procissão Ele recebe honras reais, e na Paixão vemo-Lo castigado como um malfeitor. Aqui cercam-No a glória e a honra; além «não tem aparência nem beleza» (Is 53,2). Aqui temos a alegria dos homens e o orgulho do povo; além temos «a vergonha dos homens e o desprezo do povo» (Sl 21,7). Aqui aclamam-No dizendo: «Hosana ao Filho de David. Bendito seja o Rei de Israel que vem!» Além vociferam que merece a morte e escarnecem dele porque Se fez Rei de Israel. Aqui correm para Ele com palmas; além flagelam-Lhe o rosto com as mesmas palmas e batem-Lhe na cabeça com uma cana. Aqui cumulam-No de elogios; além afogam-No em injúrias. Aqui disputam-se para Lhe juncar o caminho com as vestes dos outros; além despojam-No das suas próprias vestes. Aqui recebem-No em Jerusalém como Rei justo e como Salvador; além é expulso de Jerusalém como um criminoso e um impostor. Aqui montam-No sobre um burro, rodeado de homenagens; além é pendurado da cruz, rasgado pelos chicotes, trespassado de chagas e abandonado pelos seus. [...]

Senhor Jesus, quer o teu rosto apareça glorioso quer humilhado, sempre nele vemos brilhar a sabedoria. Do teu rosto irradia o fulgor da luz eterna (Sb 7,26). Que brilhe sempre sobre nós, Senhor, a luz do teu rosto (Sl 4,7), nas tristezas como nas alegrias. [...] Tu és a alegria e a salvação de todos, quer Te vejam montado no burro, quer suspenso do madeiro da cruz. 

A importância do Domingo de Ramos

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensava que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.
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Os ramos lembram nosso batismo

Esses ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que esta é desvalorizada e espezinhada. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. E nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai. A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos do soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

Entrada “solene” de Jesus em Jerusalém

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos! O Mestre nos ensina, com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível: o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre.

Muitos pensam: “Que Messias é esse? Que libertador é esse? É um farsante! É um enganador que merece a cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado. O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei Sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses, e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”. O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvá-lo.

Fonte: Liturgia Canção Nova


 

Santo do dia - 9 de abril

Santa Maria de Cléofas


Maria de Cléofas, também chamada "de Cléopas", ou ainda "Clopas". É destas três formas que consta dos evangelhos o nome de seu marido, Cléofas Alfeu, irmão do carpinteiro José. Maria de Cléofas era, portanto, cunhada da Virgem Maria e mãe de três apóstolos: Judas Tadeu, Tiago Menor e Simão, também chamados de "irmãos do Senhor", expressão semítica que indica também os primos, segundo o historiador palestino Hegésipo.

Por sua santidade, ela uniu-se à Mãe de Deus também na dor do Calvário, merecendo ser uma das testemunhas da ressurreição de Jesus (Mc 16,1): "E passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo". O mensageiro divino anunciou às piedosas mulheres: "Por que procuram o vivo entre os mortos?"

Esse é um fato incontestável: nas Sagradas Escrituras vemos Maria de Cléofas acompanhando Jesus em toda a sua sofrida e milagrosa caminhada de pregação. Estava com Nossa Senhora aos pés da cruz e junto ao grupo das "piedosas mulheres" que acompanharam seus últimos suspiros. Estava, também, com as poucas mulheres que visitaram o túmulo de Cristo para aplicar-lhe perfumes e ungüentos, constatando o desaparecimento do corpo e presenciando, ainda, o anjo anunciar a ressurreição do Senhor.

Assim, Maria de Cléofas tornou-se uma das porta-vozes do cumprimento da profecia. Tem, portanto, o carinho e um lugar singular e especial no coração dos católicos, neste dia que a Igreja lhe reserva para a veneração litúrgica. 


Santa Maria de Cléofas, rogai por nós!


São Leopoldo Mandic
O santo de hoje foi um herói dos confessionários. Nasceu na Dalmácia (ex-Iugoslávia) no ano de 1866, dentro de uma família croata, que o formou bem para a vida com Deus e para o amor aos irmãos.

Foi discernindo sua vocação, e aos 16 anos tomou uma decisão: queria servir a Deus promovendo a reconciliação, a reunificação dos cristãos ortodoxos na Igreja Católica. E o Espírito Santo o encaminhou para entrar na vida franciscana.

Leopoldo tinha a saúde muito fragilizada e, ao mesmo tempo, aquele desejo de ir para o Oriente e promover a comunhão dos cristãos.

Ingressou na Ordem Franciscana em 1884 e em 1890 já era sacerdote. Seu pedido era insistente a seus superiores, para que o enviasse para essa missão de unificação, mas dentro do discernimento e de sua debilidade física, ele tinha que obedecer e ir de convento em convento, até que em 1909 chegou em Pádua, na Itália, no Convento de Santa Cruz.

Esse frade descobriu em cada alma o seu ‘Oriente’. E por obediência e amor, atendia-os por horas, sempre em espírito de oração e de abertura aos carismas do Espírito Santo.
Com 76 anos partiu para o Céu, e hoje intercede por nós.

São Leopoldo Mandic, rogai por nós!