Blog Brasil Católico Total NO TWITTER

Blog Brasil Católico Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

Você é o Visitante nº desde 3 janeiro 2014

Flag Counter

Seguidores = VOCÊS são um dos motivos para continuarmos nosso humilde trabalho de Evangelização

domingo, 16 de junho de 2019

A Santíssima Trindade

É o mistério central da fé e da vida cristã. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.


 

1. A revelação do Deus uno e trino
“O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Compêndio, 44). Toda a vida de Jesus é revelação de Deus Uno e Trino: na anunciação, no nascimento, no episódio de sua perda e encontro no Templo quando tinha doze anos, em sua morte e ressurreição, Jesus se revela como Filho de Deus de uma forma nova com relação à filiação conhecida por Israel. No início de sua vida pública, também no momento de seu batismo, o próprio Pai testemunha ao mundo que Cristo é o Filho Amado (cf. Mt 3, 13-17 e par.) e o Espírito desce sobre Ele em forma de pomba. A esta primeira revelação explícita da Trindade corresponde à manifestação paralela na Transfiguração, que introduz o mistério Pascal (cf. Mt 17, 1- 5 e par.). Finalmente, ao despedir-se de seus discípulos, Jesus os envia a batizar em nome das três Pessoas divinas, para que seja comunicada a todo o mundo a vida eterna do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28, 19).

No Antigo Testamento, Deus havia revelado sua unicidade e seu amor para com o povo eleito: Javé era como um Pai. Mas depois de haver falado muitas vezes por meio dos profetas, Deus falou por meio de seu Filho (cf. Hb 1, 1-2), revelando que Javé não é apenas como um Pai, mas que é Pai (cf. Compêndio, 46). Jesus se dirige a Ele em sua oração com o termo aramaico Abba, usado pelos meninos israelitas para se dirigirem ao próprio pai (cf. Mc 14, 36), e distingue sempre sua filiação daquela dos discípulos. Isto é tão chocante que se pode dizer que a verdadeira razão da crucificação é justamente o chamar-se a si mesmo Filho de Deus em sentido único. Trata-se de uma revelação definitiva e imediata [1], porque Deus se revela com sua Palavra: não podemos esperar outra revelação, porquanto Cristo é Deus (cf., por ex., Jo 20, 17) que se nos dá, inserindo-nos na vida que emana do regaço de seu Pai.

Em Cristo, Deus abre e entrega sua intimidade, que seria inacessível ao homem pelas próprias forças somente [2]. Esta mesma revelação é um ato de amor, porque o Deus pessoal do Antigo Testamento abre livremente seu coração e o Unigênito do Pai sai ao nosso encontro, para fazer-se uma só coisa conosco e levar-nos de volta ao Pai (cf. Jo 1, 18). Trata-se de algo que a filosofia não podia adivinhar, pois, fundamentalmente, só se pode conhecer mediante a fé.

2. Deus em sua vida íntima
Deus não só possui uma vida íntima, mas Deus é – identifica-se – com sua vida íntima, uma vida caracterizada por eternas relações vitais de conhecimento e de amor, que nos levam a expressar o mistério da divindade em termos de processões.
 
De fato, os nomes revelados das três Pessoas divinas exigem que se pense em Deus como o proceder eterno do Filho do Pai e, na mútua relação – também eterna – do Amor que “sai do Pai" (Jo 15, 26) e “toma do Filho" (Jo 16,14), que é o Espírito Santo. A Revelação nos fala, assim, de duas processões em Deus: a geração do Verbo (cf. Jo 17.6) e a processão do Espírito Santo. Com a característica peculiar de que ambas são relações imanentes, porque estão em Deus: mais, são o próprio Deus, uma vez que Deus é Pessoal; quando falamos de processão, pensamos ordinariamente em algo que sai de outro e implica mudança e movimento. Posto que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus Uno e Trino (cf. Gn 1, 26-27), a melhor analogia com as processões divinas pode ser encontrada no espírito humano, em que o conhecimento que temos de nós mesmos não sai para fora: o conceito (a ideia) que fazemos de nós mesmos é distinta de nós mesmos, mas não está fora de nós. O mesmo podemos dizer do amor que temos para conosco.

De forma parecida, em Deus, o Filho procede do Pai e é sua Imagem, analogamente como o conceito é imagem da realidade conhecida. Só que esta imagem em Deus é tão perfeita que é o próprio Deus, com toda sua infinidade, sua eternidade, sua onipotência: o Filho é uma só coisa com o Pai, o mesmo Algo, essa é a única e indivisa natureza divina, ainda que sendo outro Alguém. O Símbolo Niceno-Constantinopolitano o expressa com a fórmula “Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro". O fato é que o Pai gera o Filho, doando-se a Ele, entregando-Lhe Sua substância e Sua natureza; não em parte como acontece com a geração humana, mas perfeita e infinitamente.

O mesmo pode ser dito acerca do Espírito Santo, que procede como o Amor do Pai e do Filho. Procede de ambos, porque é o dom eterno e incriado que o Pai entrega ao Filho, gerando-o, e que o Filho devolve ao Pai como resposta a Seu Amor. Este dom é dom de si, porque o Pai gera o Filho comunicando-lhe total e perfeitamente seu próprio Ser mediante seu Espírito. A terceira Pessoa é, portanto, o Amor mútuo entre o Pai e o Filho [3]. O nome técnico desta segunda processão é expiração. Seguindo a analogia do conhecimento e do amor, pode-se dizer que o Espírito age como a vontade que se move em direção ao Bem conhecido.

Estas duas processões chamam-se imanentes, e se diferenciam radicalmente da criação, que é transeunte, no sentido de que é algo que Deus realiza fora de si. Ao serem processões, dão conta da distinção em Deus, enquanto que, ao serem imanentes, dão razão da unidade. Por isso, o mistério do Deus Uno e Trino não pode ser reduzido a uma unidade sem distinções, como se as três Pessoas fossem apenas três máscaras; ou a três seres sem unidade perfeita, como se se tratasse de três deuses distintos, ainda que juntos.

As duas processões são o fundamento das distintas relações que em Deus se identificam com as Pessoas divinas: o ser Pai, o ser Filho e o ser expirado por Eles. De fato, como não é possível ser pai e ser filho da mesma pessoa, no mesmo sentido, assim, não é possível ser, ao mesmo tempo, a Pessoa que procede pela expiração e as duas Pessoas das quais procede. Convém esclarecer que, no mundo criado, as relações são acidentes, no sentido de que suas relações não se identificam com seu ser, ainda que o caracterizem profundamente, como no caso da filiação. Em Deus, posto que nas processões é doada toda a substância divina, as relações são eternas e se identificam com a própria substância.

Estas três relações eternas não só caracterizam, mas também se identificam com as três Pessoas divinas, posto que pensar no Pai significa pensar no Filho; e pensar no Espírito Santo, significa pensar naqueles em relação aos quais Ele é Espírito. Assim, as três Pessoas divinas são três Alguém, mas um único Deus. Não como se dá entre os homens que participam da mesma natureza humana, sem esgotá-la. As três Pessoas são cada uma toda a Divindade, identificando-se com a única Natureza de Deus [4]: as Pessoas são Uma na Outra. Por isso, Jesus disse a Felipe que quem O viu, viu o Pai (cf. Jo 14, 6), posto que Ele e o Pai são uma só coisa (cf. Jo 10, 30 e 17, 21). Esta dinâmica, que se chama tecnicamente pericoresis ou circumincessão (dois termos que fazem referência a um movimento dinâmico em que um se intercambia com o outro como em uma dança em círculo), ajuda a perceber que o mistério de Deus Uno e Trino é o mistério do Amor: “Ele mesmo é uma eterna comunicação de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e nos destinou a participar n'Ele" (Catecismo, 221).

3. Nossa vida em Deus

Sendo Deus eterna comunicação de Amor, é compreensível que esse Amor se extravase fora d'Ele em seu agir. Toda a ação de Deus na história é obra conjunta das três Pessoas, posto que se distinguem somente no interior de Deus. Não obstante, cada uma imprime nas ações divinas ad extra sua característica pessoal [5]. Usando uma imagem, poder-se-ia dizer que a ação divina é sempre única, como o dom que nós poderíamos receber da parte de uma família amiga, que é fruto de um só ato; mas, para quem conhece as pessoas que constituem a família, é possível reconhecer a mão ou a intervenção de cada uma, pela marca pessoal deixada por cada uma no único presente.

Este reconhecimento é possível porque conhecemos as Pessoas divinas naquilo que as distingue pessoalmente, mediante suas missões, quando Deus Pai enviou, juntamente o Filho e o Espírito Santo, na história (cf. Jo 3, 16-17 e 14-26), para que se fizessem presentes entre os homens: “são, principalmente, as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo as que manifestam as propriedades das Pessoas divinas" (Catecismo, 258). Eles são como as duas mãos do Pai [6] que abraçam os homens de todos os tempos, para levá-los ao seio do Pai. Se Deus está presente em todos os seres enquanto princípio do que existe, com as missões o Filho e o Espírito Santo se fazem presentes de forma nova [7]. A própria Cruz de Cristo manifesta ao homem de todos os tempos o eterno dom que Deus faz de Si mesmo, revelando em sua morte a íntima dinâmica de seu Amor que une as três Pessoas.

Isto significa que o sentido último da realidade, aquilo que todo homem deseja, o que foi buscado pelos filósofos e pelas religiões de todos os tempos, é o mistério do Pai que gera o Filho, no Amor, que é o Espírito Santo. Na Trindade se encontra, assim, o modelo originário da família humana [8] e sua vida íntima é a aspiração verdadeira de todo amor humano. Deus quer que todos os homens constituam uma só família, isto é, uma só coisa com Ele mesmo, sendo filhos no Filho. Cada pessoa foi criada à imagem e semelhança da Trindade (cf. Gn 1, 27) e está feita para existir em comunhão com os demais homens, e, sobretudo, com o Pai celestial. Aqui se encontra o fundamento último do valor da vida de cada pessoa humana, independentemente de suas capacidades ou de suas riquezas.

Mas o acesso ao Pai só se pode encontrar em Cristo, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo14, 6): mediante a graça, os homens podem chegar a ser um só corpo místico na comunhão da Igreja. Através da contemplação da vida de Cristo e através dos sacramentos, temos acesso à própria vida íntima de Deus. Pelo Batismo, somos enxertados na dinâmica de Amor da família das três Pessoas divinas. Por isso, na vida cristã, trata-se de descobrir que, a partir da existência ordinária, das múltiplas relações que estabelecemos, e de nossa vida familiar, que teve seu modelo perfeito na Sagrada Família de Nazaré, podemos chegar a Deus: “Procura o convívio com as três Pessoas, com Deus Pai, com Deus Filho, com Deus Espírito Santo. E para chegares à Trindade Santíssima, passa por Maria" [9]. Deste modo, pode-se descobrir o sentido da história, como caminho da trindade à Trindade, aprendendo com a “trindade da terra" – Jesus, Maria e José – a levantar o olhar para a Trindade do Céu.

Giulio Maspero
Bibliografia básica
Catecismo da Igreja Católica, 232-267.
Compendio do Catecismo da Igreja Católica, 44-49.

Opus Dei  - Obra de Deus

Santo do dia - 16 de junho

São Francisco Régis

O santo de hoje nasceu no ano de 1597 numa aldeia francesa. Muito cedo recebeu a graça de ser despertado para o chamado a santidade. Quando Francisco foi estudar no colégio dos Jesuítas, formou um grupo de rapazes dispostos a viverem o Evangelho. Ao entrar para a Companhia de Jesus, que fazia um lindo trabalho missionário, conseguiu ele ser exemplar em todas as etapas de sua formação que desembocou no exercício do ministério sacerdotal. Como padre priorizou a assistência aos doentes atingidos por uma peste crescente e desejou evangelizar as terras da América, Índia – coisa que não aconteceu – já que foi enviado para uma região desassistida da França.

Francisco Régis buscava evangelizar as aldeias durante o inverno e, no verão as cidades, nestes lugares colocava todo o seu zelo nos púlpitos, confessionários e nos atendimentos aos doentes. Aconteceu que, impelido pelo Espírito da Caridade, fez inúmeras obras sociais visando as crianças abandonadas e os jovens, isto perdurou até completar 45 anos, quando pôde dizer: “Que felicidade poder morrer, pois vejo Jesus e Maria vindo ao meu encontro para me conduzir à terra dos eleitos”.



São Francisco Régis, rogai por nós!

 Santos Julita e Ciro

 Julita vivia na cidade de Icônio, na Licaônia, atualmente Turquia. Ela era uma senhora riquíssima, da alta aristocracia e cristã, que se tornara viúva logo após ter dado à luz um menino. Ele foi batizado com o nome de Ciro, mas também atendia pelo diminutivo Ciríaco ou Quiríaco. Tinha três anos de idade quando o sanguinário imperador Diocleciano começou a perseguir, prender e matar cristãos.

Julita, levando o filhinho Ciro e algumas servidoras, fugiu para a Selêucia e, em seguida, para Tarso, mas ali acabou presa. O governador local, um cruel romano chamado Alexandre, tirou-lhe o filho dos braços e passou a usá-lo como um elemento a mais para sua tortura. Colocou-o sentado sobre seus joelhos, enquanto submetia Julita ao flagelo na frente do menino, com o intuito de que renegasse a fé em Cristo.

Como ela não obedeceu, os castigos aumentaram. Foi então que o pequenino Ciro saltou dos joelhos do governador, começou a chorar e a gritar junto com a mãe: "Também sou cristão! Também sou cristão!" Foi tamanha a ira do governador que ele, com um pontapé, empurrou Ciro violentamente, fazendo-o rolar pelos degraus do tribunal, esmigalhando-lhe, assim, o crânio.

Conta-se que Julita ficou imóvel, não reclamou, nem chorou, apenas rezou para que pudesse seguir seu pequenino Ciro no martírio e encontrá-lo, o mais rápido possível, ao lado de Deus. E foi o que aconteceu. Julita continuou sendo brutamente espancada e depois foi decapitada. Era o ano 304.

Os corpos foram recolhidos por uma de suas fiéis servidoras e sepultados num túmulo que foi mantido oculto até que as perseguições cessassem. Quando isso aconteceu, poucos anos depois, o bispo de Icônio, Teodoro, resolveu, com a ajuda de testemunhas da época e documentos legítimos, reconstruir fielmente a dramática história de Julita e Ciro. E foi assim, pleno de autenticidade, que este culto chegou aos nossos dias.

Ciro tornou-se o mais jovem mártir do cristianismo, precedido apenas dos santos mártires inocentes, exterminados pelo rei Herodes em Belém . Por isso é considerado o santo padroeiro das crianças que sofrem de maus-tratos. A festa de santa Julita e de são Ciro é celebrada pela Igreja no dia 16 de junho, em todo o mundo católico. 


Santos Julita e Ciro, rogai por nós!


sábado, 15 de junho de 2019

Oração ao Sagrado Coração de Jesus ante uma grave necessidade

Oh! Divino Jesus que dissestes:



«Pedi e recebereis; buscai e encontrareis; chamai e vos abrirá; porque todo o que pede recebe, e o que busca encontra, e a quem chama se abre».
 



Olhai-me prostrado a teus pés suplicando que me concedas uma audiência.
Tuas palavras me infundem confiança, sobre tudo agora que necessito que me faças um favor:
(Em silêncio pedindo o favor)
A quem hei de pedir, senão a Vós, cujo Coração é um manancial inesgotável de todas as graças e dons?
Onde hei de buscar senão no tesouro de vosso Coração, que contém todas as riquezas da clemência e generosidade divinas?
Onde hei de chamar senão a porta desse Coração Sagrado, através do qual Deus vem a nós, e por meio do qual vamos a Deus?


A Vós acudimos, Oh! Coração de Jesus, porque em Vós encontramos consolo, quando aflitos e perseguidos pedimos proteção;
Quando acabrunhados pelo peso de nossa cruz, buscamos ajuda; quando a angústia, a enfermidade, a pobreza ou o fracasso nos levam a buscar uma força superior as forças humanas.


Creio firmemente que podes conceder me a graça que imploro, porque Vossa Misericórdia não tem limites e confio que vosso Coração compassivo encontrará em minhas misérias, em minhas tribulações e em minhas angústias, um motivo a mais para ouvir meu pedido.
Quero que meu coração esteja cheio da confiança com que orou o centurião romano em favor de seu criado; da confiança com que oraram as irmãs de Lázaro, os leprosos, os cegos, os paralíticos que se acercavam a Vós porque sabiam que teus ouvidos e vosso Coração estavam sempre abertos para ouvir e remediar seus males.


Sem dúvida... deixo em vossas mãos meu pedido, sabendo que vós sabes as coisas melhor que eu; e que, se não me concedes esta graça que te peço, me darás em troca outra de que muito necessita minha alma; e me concederás olhar as coisas, minha situação, meus problemas, minha vida inteira, deste outro ângulo, com mais Espírito de fé.
Qualquer que seja vossa decisão, nunca deixarei de amar-vos, adorar-vos e servir-vos, Oh! bom Jesus.
Aceitai este meu ato de perfeita adoração e submissão ao que decrete vosso Coração misericordioso. Amém.



Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai...


Sacratíssimo Coração de Jesus, em Vós confio. (Três vezes). 


Santo do dia - 15 de junho

São Boaventura

Frei Boaventura era italiano, nasceu no ano de 1218, na cidade de Bagnoregio, em Viterbo, e foi batizado com o nome de João de Fidanza. O pai era um médico conceituado, mas, como narrava o próprio Boaventura, foi curado de uma grave enfermidade ainda na infância por intercessão de são Francisco.

Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano, onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura dois anos depois. Estudou filosofia e teologia na Universidade de Paris, na qual, em 1253, foi designado para ser o catedrático da matéria. Também foi contemporâneo de Tomás de Aquino, outro santo e doutor da Igreja, de quem era amigo e companheiro.

Boaventura buscou a Ordem Franciscana porque, com seu intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. Ambas nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Somente depois é que se agregaram a elas os homens de ciências e os de origem nobre. Quando frei Boaventura entrou para a Irmandade de São Francisco de Assis, ela já estava estabelecida em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e muitas outras famosas universidades européias.

Essa nova situação vivenciada pela Ordem fez com que Boaventura interviesse nas controvérsias que surgiam com as ordens seculares. Opôs-se a todos os que atacavam as ordens mendicantes, especialmente a dos franciscanos. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama projetada em todo o meio eclesiástico.

Em 1257, pela cultura, ciência e sabedoria que possuía, aliadas às virtudes cristãs, foi eleito superior-geral da Ordem pelo papa Alexandre IV. Nesse cargo, permaneceu por dezoito anos. Sua direção foi tão exemplar que acabou sendo chamado de segundo fundador e pai dos franciscanos. Ele conseguiu manter em equilíbrio a nova geração dos frades, convivendo com os de visão mais antiga, renovando as Regras, sem alterar o espírito cunhado pelo fundador. Para tanto dosou tudo com a palavra: para uns, a tranqüilizadora; para outros, a motivadora.

Alicerçado nas teses de santo Agostinho e na filosofia de Platão, escreveu onze volumes teológicos, procurando dar o fundamento racional às verdades regidas pela fé. Além disso, ele teve outros cargos e incumbências de grande dignidade. Boaventura foi nomeado cardeal pelo papa Gregório X, que, para tê-lo por perto em Roma, o fez também bispo-cardeal de Albano Laziale. Como tarefa, foi encarregado de organizar o Concílio de Lyon, em 1273.

Nesse evento, aberto em maio de 1274, seu papel foi fundamental para a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes. Mas, em seguida, frei Boaventura morreu, em 15 de julho de 1274, ali mesmo em Lyon, na França, assistido, pessoalmente, pelo papa que o queria muito bem.

Foi canonizado em 1482 e recebeu o honroso título de doutor da Igreja. A sua festa litúrgica ocorre no dia se sua passagem para a vida eterna.


São Boaventura, rogai por nós!

São Vladimir de Kiev

No final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência do Cristianismo, depois da conversão da futura santa Olga de Kiev.

Neto de Santa Olga, Vladimir era o filho mais novo de Sviatoslav de Kiev, com sua empregada Malusha. Malusha, era uma profetisa que viveu até os 100 anos de idade e fora trazida de sua caverna ao palácio para prever o futuro.

O irmão de Malusha, Dobrynya, era tutor de Vladimir e seu conselheiro mais fiel. Uma tradição hagiográfica, liga sua infância ao nome de sua avó, Olga Prekrasa, que era cristã e governava a capital durante as freqüentes campanhas militares de Esviatoslav, seu filho.

Com a morte do pai, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a governar as terras que herdara. Guerreou contra o irmão que estava em Kiev e o venceu. Subiu ao trono de Kiev em 980. No início, idólatra e animado por um zeloso ardor pelos deuses vikings, chegou a dedicar um templo ao deus do trovão e do relâmpago, Perun, onde sacrifícios humanos eram realizados.

O príncipe levava uma vida devassa. Ao retornar de uma campanha vitoriosa contra os Jatvagues (983), ele decidiu dar graças aos deuses, por meio de um sacrifício. As vítimas escolhidas foram um mercador varegue, chamado Teodoro, e seu filho João, cristãos, parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos impressionaram Vladimir.

A maneira como eles se entregaram à morte, surpreendeu o príncipe Vladimir, tocando-lhe, fortemente, a consciência. Após haver consultado seus conselheiros, ele enviou embaixadores a diversos países, para obter informações de como os povos viviam a religião. Quando os emissários, enviados à capital bizantina assistiram às diversas cerimônias que eram realizadas na Igreja de Santa Sofia, ficaram impressionados: "Nós não conseguíamos entender se estávamos no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo como aquele, nem tamanha beleza. Nós não somos capazes de definir tal magnificência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os homens e que sua cultura ultrapassa a de todos os outros países. Jamais esqueceremos o que vimos em beleza e compreendemos que, doravante, será impossível, para nós, viver na Rússia de forma diferente!"

Convencido de que a glória manifestada através das celebrações e das liturgias era o resplendor da Verdade, o príncipe Vladimir decidiu tornar-se cristão. Aceitou a Fé Cristã e mudou completamente sua atitude. A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro, ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida, chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento, suas pregações. O que mais o impressionou foi o grego que pregou o evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no templo de Sofia. Então eles disseram a Vladimir: "Se a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia, não a teria aceitado".

Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida, recebeu o sacramento do matrimonio com a princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. O Cristianismo consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa neta do imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.

Modificando completamente seu caráter, e adotando a doçura e singeleza das atitudes evangélicas, Vladimir suprimiu a pena de morte e passou a levar uma vida agradável a Deus, que fez com que seu povo passasse a defini-lo como o "Sol resplandecente". Ele substituiu os templos pagãos por Igrejas e mandou erigir um esplêndido santuário dedicado à Dormição da Mãe de Deus, exatamente no local onde foram martirizados São Teodoro e o filho, João.

Vladimir morreu em Berestovo, perto de Kiev, em 1015. Seu corpo foi desmembrado em várias partes que foram distribuídas entre numerosas fundações sagradas onde são veneradas como relíquias. Uma das maiores catedrais de Kievan é dedicada a ele.
As igrejas romanas católicas e ortodoxas orientais comemoram no dia 15 de julho a festa de São Vladimir.


São Vladimir de Kiev, rogai por nós?


Bem-aventurada Albertina Berkenbrock, primeira mártir brasileira 

Desde cedo despontava na vida de oração, no amor à família e ao próximo

A primeira mártir brasileira nasceu em Santa Catarina em 11 de abril de 1919.

Desde cedo despontava na vida de oração, no amor à família e ao próximo. Se unia ao crucificado por meio de penitências. Jovem, mas centrada no mistério da Eucaristia, tinha vida sacramental, penitencial e de oração.

Albertina cuidava do rebanho de seu pai que deu a seguinte ordem: ela devia procurar um boi que se extraviou. No caminho, encontrou um homem de apelido ‘Maneco Palhoça’, que trabalhava para a família. Ela perguntou a ele se sabia onde estaria o boi perdido. Ele indicou um lugar distante, e a surpreendeu lá, tentando estuprá-la, porém, não teve o êxito.

A jovem resistiu, pois não queria pecar. Por não conseguir nada, ele pegou-a pelo cabelo, jogou-a ao chão e cortou seu pescoço, matando-a imediatamente.

Maneco acusou outra pessoa, que foi presa imediatamente. Ele fingia que velava a menina, e ao se aproximar do corpo, o corte vertia sangue. Ele fugiu, mas foi preso e confessou o crime. Maneco deixou claro que ela não cedeu porque não queria pecar.

Tudo isso aconteceu em 15 de junho de 1931. Por causa da castidade, Albertina não cedeu. 

Bem-aventurada Albertina Berkenbrock, rogai por nós!