Santo Alberto
Alberto nasceu no ano 1150 em Parma, na Itália, no seio da rica e
nobre família Avogrado, dos condes Sabbioneta. Ainda muito jovem,
resolveu deixar a vida mundana da Corte, ingressando no Convento dos
Cônegos de Santo Agostinho de Mortara, em Pavia. Em pouco tempo, foi
eleito prior pelos companheiros e, em 1184, foi nomeado bispo de Bobbio,
cargo que recusou porque não se achava preparado e à altura da função.
Porém essa não era a opinião do papa Clemente III, que nesse mesmo ano o
encarregou de assumir o bispado de Vercelli. Assim, Alberto não teve
como recusar. Assumiu a missão com tanta vontade de fazer um bom
ministério que ficou na função por vinte anos, levando o povo local a
uma vida de penitência, oração e caridade. Era sempre tão conciliador e
justo na intermediação de causas que o imperador Frederico Barbaroxa
solicitou seus préstimos para solucionar uma disputa entre Parma e
Piacenza, em 1194. Com sua intervenção junto à Sé, em Roma, a desavença
chegou ao fim rapidamente.
Passados mais alguns anos de trabalho, em 1205 Alberto foi nomeado
patriarca de Jerusalém, cargo que também só aceitou por insistência do
papa Inocêncio III. O argumento usado pelo papa foi definitivo: a
Palestina sofria uma pressão fortíssima por parte dos muçulmanos e era
preciso ter entre os católicos alguém com carisma e disciplina de "mão
forte", pois havia o risco do desaparecimento do cristianismo naquela
região.
Alberto não fugiu da responsabilidade, mas como Jerusalém estava sob
domínio dos árabes sarracenos, foi para lá em 1206, fixando residência
na cidade de Acra. Foi necessário pouco tempo para que ele reconduzisse
as ovelhas desgarradas ao rebanho, ganhando o respeito tanto dos
cristãos como dos árabes muçulmanos.
Ele foi o patriarca da Palestina durante oito anos. E durante esse
período reuniu todos os eremitas de Monte Carmelo, redigindo ele mesmo
as Regras para a comunidade. Morreu assassinado pelo professor e prior
do Hospital do Espírito Santo, ao qual ele havia primeiro advertido e
depois afastado, por suas atrocidades. Quando Alberto conduzia uma
procissão, o malfeitor investiu contra ele com um punhal, matando-o na
frente de todos os fiéis. Era o dia 14 de setembro de 1214.
Na última mudança no calendário litúrgico feita pela Igreja, o dia 25 de
setembro foi escolhido para a celebração do mártir santo Alberto,
patriarca de Jerusalém.
Santo Alberto, rogai por nós!
Santa Aurélia e Santa Neomísia
Aurélia nasceu na Ásia Menor, no Oriente e era muito unida à sua
irmã Neomisia. Elas costumavam procurar pobres e doentes pelas ruas para
fazer-lhes caridade. E assim fizeram durante toda a adolescência,
mantendo-se muito piedosas e fervorosas cristãs. Aurélia sempre dizia à
irmã que, ao atingirem a idade suficiente, iriam visitar todos os
lugares sagrados da Palestina, em uma longa peregrinação.
De fato, Aurélia e Neomísia foram para a Terra Santa e viram onde Jesus
nasceu e viveu. Depois, fizeram todo o trajeto percorrido por ele até o
monte Calvário, onde foi crucificado e morreu para salvar-nos. Aurélia,
envolvida pela religiosidade da região e com o sentimento da fé
reforçado, decidiu continuar a peregrinação até Roma. Assim, visitaria o
célebre santuário da cristandade do Ocidente, sempre acompanhada pela
irmã.
Elas não sabiam que os sarracenos muçulmanos estavam invadindo várias
regiões italianas e que, avançando, já tinham atacado e devastado a
Calábria e a Lucânia. Quando chegaram a Roma, as duas foram
surpreendidas, na via Latina, por um grupo de invasores, que as
identificaram como cristãs. Ambas foram agredidas e chicoteadas até
quase à morte. Mas um fortíssimo temporal dispersou os perseguidores,
que abandonaram o local. Por isso as duas foram libertadas e puderam
seguir com sua viagem.
Mas, estando muito feridas, resolveram estabelecer-se na pequena
Macerata, situada aos pés de uma colina muito perto da cidade de Anagni.
Lá, elas retomaram a vida de caridade, oração e penitência, sempre
auxiliando e socorrendo os pobres, velhos e doentes. Aurélia também
tinha os dons da cura e da profecia. Assim, a fama de santidade das duas
irmãs cristãs difundiu-se entre a população. Diz a tradição que Aurélia
salvou os fiéis da paróquia daquela diocese. Foi num domingo de chuva,
ela correu para avisar o padre que parasse a missa, pois iria cair um
raio sobre a igreja. O padre, inspirado pelo Espírito Santo, ouviu seu
conselho e os fiéis já estavam a salvo quando o incidente aconteceu.
Aurélia e a irmã adoeceram e morreram no mesmo dia, 25 de setembro, de
um ano não registrado. Os seus corpos foram sepultados na igreja de
Macerata. Mais tarde, o bispo daquela diocese, aproveitando a visita do
papa Leão IX à cidade, preparou uma cerimônia solene para trasladar as
relíquias das duas irmãs para a catedral de Anagni. Outra festa foi
preparada quando a reconstrução da catedral terminou. Então, as
relíquias de Aurélia e Neomísia foram colocadas na cripta de são Magno,
logo abaixo do altar dedicado a ele.
O culto a santa Aurélia é um dos mais propagados e antigos da tradição
romana. Ao longo dos séculos, Aurélia deu nome a gerações inteiras de
cristãs, que passaram a festejar a santa de seu onomástico como
protetora pessoal. De modo que a festa de santa Aurélia, no dia 25 de
setembro, foi introduzida no calendário litúrgico da Igreja pela própria
diocese de Anagni. O único texto que registrou esta tradição faz parte
do Cod. Chigiano C.VIII. 235, escrito no início do século XIV. Somente
em 1903 o culto obteve a confirmação canônica. Assim, as urnas contendo
as relíquias das irmãs são expostas aos devotos e peregrinos durante a
celebração litúrgica. Contudo há um fato curioso que ocorre nesta
tradição desde o seu início. É que a maioria dos devotos só lembra que é
o dia da festa de santa Aurélia, e apenas a ela agradecem pela
intercessão nas graças alcançadas.
Santa Aurélia e Santa Neomísia, rogai por nós!
São Cléofas ou Alfeu
Seu nome, Cléofas, no hebraico antigo, pode ser também Alfeu. A
partir daí, temos as informações dos historiadores que pesquisaram as
origens dos santos. Segundo eles, a vida de são Cléofas esteve sempre
muito ligada à de Jesus Cristo. Primeiro, porque se interpreta que
Cléofas seja o pai de Tiago, o Menor; de José; de Simão e de Judas
Tadeu, que são primos do Senhor. Maria, mãe de todos eles, no evangelho
do apóstolo João, é chamada de esposa de Cléofas e irmã da Mãe
Santíssima. E que também fosse irmão de são José, pai adotivo de Jesus.
Sendo assim, confirma-se o parentesco. Cléofas, na verdade, era tio de
Jesus Cristo.
A segunda graça conseguida por Cléofas, além do parentesco com Jesus,
foi ter visto o Cristo ressuscitado. Quando voltava para Emaús, depois
das celebrações pascais, na companhia de mais dois discípulos,
encontraram, na estrada, um homem, a quem ofereceram hospitalidade.
Cléofas e os discípulos estavam frustrados, assim como os outros
apóstolos, naquela hora de provação: "Nós esperávamos que fosse ele quem
iria redimir Israel, mas..."
Foi então que o desconhecido fez penetrar a luz da Boa-Nova,
explicando-lhes as Escrituras e aceitando o convite para ficar, pois a
noite estava por cair. Só no momento em que o estranho homem repartiu o
pão que os alimentaria perceberam que se tratava de Jesus ressuscitado,
pois o gesto foi idêntico ao da última ceia.
Cléofas foi perseguido por seus conterrâneos por causa de sua fé
inabalável no Messias ressuscitado. Segundo são Jerônimo, o grande
doutor da Igreja, o martírio de são Cléofas aconteceu pelas mãos dos
judeus, que o detestavam por sua inconveniente pregação cristã.
Já no século IV, a casa de são Cléofas tinha sido transformada em uma
igreja. A Igreja confirmou seu martírio pela fé no Cristo e inseriu no
calendário litúrgico o seu nome, no dia 25 de setembro, para ser
celebrado por todo o mundo cristão.
São Cléofas ou Alfeu, rogai por nós!
São Firmino ou Firmin
Firmino ou Firmin, como foi batizado, nasceu na Espanha, na cidade
de Pamplona, na última metade do século III. Era filho de uma família
rica, influente e bem firmada nos princípios do cristianismo. Mas foi na
França que seu trabalho de evangelização destacou-se, de tal forma que
foi considerado uma das figuras mais importantes da Igreja daquele
tempo.
Sua pregação era muito apreciada pelos fiéis. Fez tanto sucesso pelo seu
conhecimento das verdades da fé que foi eleito pelo povo seu novo
bispo. Isso aconteceu quando o sacerdote Honesto, já muito velho e
cansado, não podia mais orientar os fiéis. Firmino, então, recebeu o
sacramento da ordem e a sagração episcopal, em Toulouse, dando início ao
seu apostolado de evangelização, que pretendia acabar com as trevas do
paganismo.
Por ser um exemplo de fé e virtude, Firmino conseguiu grande fama e suas
peregrinações foram incansáveis nas cidades francesas como Age e
Auvergne, Angers, Beuvais e, finalmente, Amiens, onde conseguiu a
conversão de milhares e milhares de pagãos, que aceitaram a doutrina do
Senhor. Os casos mais incríveis foram de Arcádio e Rômulo, implacáveis
perseguidores de Firmino, os quais, diante da santidade e firmeza na fé
do bispo, por suas palavras e intercessões prodigiosas, acabaram tocados
pela graça de Deus e converteram-se a Jesus Cristo.
Era uma época em que a perseguição contra os cristãos apresentava uma
fúria implacável e violência impiedosa. Por isso Firmino despertou a ira
de seus opositores pagãos, como o governador romano Valério, que,
desejando que o povo voltasse a cultuar os deuses pagãos, mas temendo
uma revolta, pois tinham verdadeira veneração pelo bispo, mandou
prendê-lo e decapitá-lo sem julgamento oficial.
O bispo Firmino morreu no ano 290. A ele foram concedidas as honras de
"Apóstolo das Gálias", por seu trabalho como evangelizador. Seu zelo e
sua dedicação pela evangelização na atual França fizeram-no merecedor do
título que a Igreja lhe consagrou.
Seu corpo esta repousando na catedral francesa de Amiens. São Firmino é
amplamente festejado pelo povo espanhol e francês, motivo pelo qual seu
culto foi muito difundido no mundo cristão, que o comemora no dia de sua
morte.
São Firmino ou Firmin, rogai por nós!
São Sérgio

“Contemplando a Santíssima Trindade, vencer a odiosa divisão deste mundo”.
Esta frase reflete a alma contemplativa do santo de hoje, São
Sérgio, considerado o “São Bento” da Rússia cristã. Na antiga Rússia o
Cristianismo penetrou por volta do século IX, sendo Vlademiro, o
primeiro príncipe a se converter ao Cristianismo, isto em 1010.
A religião do Cristo esteve sempre na Rússia, ligada mais ao
Oriente do que a Roma. Monge Sérgio, tornou-se o grande evangelizador do
século XIV, pois através de numerosos mosteiros irradiava a cultura e a
verdadeira fé.
Após deixar o declínio da vida monástica na Rússia, Sérgio
experimentou, com seu irmão, a construção numa floresta virgem de uma
capela dedicada à Santíssima Trindade, devoção desconhecida naquele
povo.
O irmão não aguentou, mas com firmeza e santidade, o santo de
hoje atraiu a muitos até que edificaram um mosteiro em louvor a
Santíssima Trindade. Ordenado sacerdote para o melhor exercício da vocação de formar
os monges na fundamental regra da oração e do trabalho, viveu São
Sérgio: os “filhos”, a pobreza, a mansidão e total confiança na Divina
Providência.
São Sérgio escreveu tanto que é considerado o grande educador
nacional do povo russo. Faleceu com quase 80 anos de idade em 25 de
setembro de 1392 no mosteiro da Santíssima Trindade.
São Sérgio, rogai por nós!