Santo Humilde de Bisignano
Luca Antonio, seu nome de batismo, nasceu na cidade de Bisignano, província de
Cosenza, Itália, em 26 de agosto de 1582. Pertencia a uma família muito pobre e
muito cristã. Desde a mais tenra idade, o menino manifestou sua admirável
piedade. Todos os dias ia à missa, comungava, rezava e meditava a Paixão do
Senhor, tornando-se modelo de virtude para todos os que o conheciam.
Aos
dezoito anos, sentiu que sua real vocação estava na vida religiosa, mas por
vários motivos teve de esperar nove anos para poder realizar os seus santos
propósitos, levando, entretanto, uma vida ainda mais disciplinada a fim de
conseguir seus objetivos. Finalmente, aos vinte e sete anos, entrou no noviciado
dos Frades Menores de Mesuraca, tomando o nome de frei Humilde, emitindo a
profissão em 1610.
Desde jovem, tinha o dom de contínuos êxtases
contemplativos, motivo pelo qual era chamado de "o frade extático". A partir de
1613, esses dons se tornaram públicos e por isso seus superiores o submeteram a
uma longa série de provas e humilhações para certificarem-se se eles provinham,
realmente, de Deus. Mas essas provas, felizmente suportadas, só vieram aumentar
sua fama de santidade junto aos irmãos e ao povo.
Outros dons
particulares foram atribuídos a Humilde: a perscrutação dos corações, a
profecia, as intercessões em milagres e, sobretudo, a ciência infusa. Apesar de
ser analfabeto, dava respostas sobre as Sagradas Escrituras e sobre qualquer
outro tema da doutrina católica que faziam admirar insignes teólogos. A esse
propósito, Humilde foi experimentado por uma assembléia de sacerdotes seculares
e regulares, com propostas de dúvidas e objeções, às quais respondeu de maneira
muito satisfatória. Portanto, é fácil compreender a estima de que era
universalmente rodeado.
Frei Humilde gozou da confiança dos sumos
pontífices Gregório XV e Urbano VIII, que o chamaram ao Vaticano e se
beneficiaram com suas orações e conselhos. Permaneceu em Roma por muitos anos,
sendo hóspede no Convento de São Francisco, em Ripa, e, durante alguns meses, no
de Santo Isidoro. Por volta de 1628, Humilde apresentou um pedido para poder ir
como missionário aos países dos infiéis muçulmanos, porém obteve resposta
negativa dos superiores, tendo de continuar na Itália.
As orações de
Humilde eram simples, porém suas preces eram sempre dedicadas ao bem da
humanidade e à paz universal. Apesar de ser muito estimado por todos, ele se
humilhava, continuamente, perante Deus, por considerar-se um grande pecador.
Disse, certa vez, ao papa Gregório XV: "Enquanto todas as criaturas louvam e
bendizem ao Senhor, eu sou o único que o ofende". Ele faleceu no dia 26 de
novembro de 1637, na sua cidade natal, onde passou os seus últimos anos de vida.
Beatificado em 1882, foi somente em 2002 que o papa João Paulo II declarou santo
Humilde de Bisignano, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.
Santo Humilde de Bisignano, rogai por nós!
São Leonardo de Porto Maurício

Paulo Jerônimo nasceu em 1676, em Porto Maurício, atual Impéria, Itália. Filho
do capitão da marinha Domingos Casanova, ficou órfão ainda muito pequeno. Foi,
então, levado a Roma para concluir os estudos no Colégio Romano. Depois, foi
para o Retiro de São Boaventura, onde entrou para a Ordem Franciscana e vestiu o
hábito tomando o nome de frei Leonardo.
Atuou como sacerdote a maior
parte da vida em Florença. Era um empolgante pregador, principalmente quando
escolhia como tema a Paixão de Cristo. Percorreu toda a Itália exercendo esse
ministério e, com isso, escreveu muitas obras de grande valor para os pregadores
e para os fiéis. Santo Afonso de Ligório, seu contemporâneo, dizia que ele era o
maior missionário daquele século. O papa também usou para a Igreja os dons de
Leonardo, quando o enviou para uma delicada missão na ilha de Córsega. Tinha de
restabelecer a concórdia entre os cidadãos. Apesar das graves divisões entre
eles, Leonardo conseguiu um inacreditável abraço de paz.
Também é
considerado o salvador do Coliseu, ao promover pela primeira vez a liturgia da
Via-Sacra naquele local que definiu como santificado, pelos martírios dos
cristãos. Por esse motivo, a interpretação da Paixão de Cristo foi reproduzida,
no jubileu de 1750, no Coliseu, cujas ruínas eram dilapidadas e suas pedras
arrancadas para servirem em outras construções. A celebração da Via-Sacra em seu
interior tornou-se tradição e a histórica construção passou a ser preservada. A
tradição permanece, pois até hoje o próprio pontífice, toda Sexta-Feira da
Paixão, faz a Via-Sacra no Coliseu, em Roma.
Frei Leonardo era, também,
muito devoto de Nossa Senhora e queria que a Igreja assumisse o dogma da
Imaculada Conceição de Maria. Lutou muito pelas suas idéias doutrinais e
convenceu o papa Bento XIV de que era necessário convocar um concílio para
discutir o assunto e depois proclamar esse dogma.
Não viu este dia, mas
deixou uma célebre carta profética, onde previa que isso iria acontecer, como de
fato ocorreu, em 1854. Frei Leonardo morreu, em 1751, no seu querido Retiro de
São Boaventura de Palatino, Roma. Na ocasião, tal era sua fama de santidade que
o próprio papa Bento XIV foi ajoelhar-se diante de seu corpo.
Papa Pio
XI o declarou padroeiro dos sacerdotes que se consagram às missões populares no
mundo. São Leonardo de Porto Maurício é celebrado, no dia de sua morte, também
como padroeiro da sua cidade de origem, atual Impéria.
São Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós!
São Silvestre

Silvestre Guzzolini nasceu numa família de nobres, na pequena Osimo, na Itália,
em 1177. Os pais, Gislério e Branca, deram ao filho uma boa formação religiosa,
não poupando os esforços para que Silvestre seguisse a carreira como jurista.
Estudou direito na Universidades de Bolonha. Mas decidiu abandonar o
curso para estudar teologia em Pádua. Ordenou-se sacerdote em sua cidade natal,
tornando-se, em seguida, cônego da catedral.
Mais tarde, em 1227, quando
já estava com cinqüenta anos de idade, decidiu retirar-se para a vida eremítica
numa gruta perto de Frassassi. A fama de sua santidade e de sua grande
espiritualidade fez chegar outros religiosos com a mesma aspiração ascética.
Assim, uma nova comunidade monástica se formava.
Silvestre logo teve de
procurar um local maior, por causa do grande número de monges lá agrupados.
Foram, então, para uma localidade próxima chamada Montefano, onde, em 1231,
fundou a Congregação Beneditina masculina, mais tarde chamada dos monges
silvestrinos, da qual o fundador se tornou o abade.
Ele era, de fato,
uma alma contemplativa, desejosa de coerência evangélica, por isso tornou-se
eremita. Praticou uma vida monástica rigorosa e amadureceu uma profunda e forte
espiritualidade. Escolheu a Regra de são Bento porque desejava constituir uma
nova família religiosa dedicada à contemplação, mas que não abandonasse a
realidade social à sua volta.
Silveste, de fato, unia ao recolhimento o
apostolado de uma sublime paternidade espiritual e a pregação do Evangelho às
populações da região. Morreu na santidade no Ermo de Montefano, Itália, em 26 de
novembro de 1267.
Sobre sólidas bases a Congregação percorreu mais de
oito séculos de história da Igreja, ultrapassando muitas dificuldades. Na metade
do século XIX, atravessou os horizontes europeus, levando pela primeira vez a
Regra beneditina à Ásia, para a ilha de Ceilão, hoje Sri Lanka. No século XX
apareceram novas fundações nos Estados Unidos da América, na Austrália, na Índia
e, recentemente, nas Filipinas.
Em virtude desse florescimento que
continua a dar valorosos frutos apostólicos e missionários e com mosteiros nos
quatro continentes, a Congregação dos silvestrinos pôde ganhar o título de
internacional. São Silvestre, abade, é celebrado no dia de sua morte.
São Silvestre, rogai por nós!