Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68
2º Domingo do Advento
Evangelho segundo S. Lucas 3,1-6.
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilena, sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto.
Começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um baptismo de penitência para remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas. Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos; os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. E toda a criatura verá a salvação de Deus.'»
Comentário ao Evangelho do dia feito por: Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
4º sermão do Advento
«No deserto uma voz clama: Preparai as vias do Senhor!» Irmãos precisamos, antes de mais nada, de refletir sobre a graça da solidão, sobre a beatitude do deserto que desde o princípio da era da salvação mereceu ser consagrada ao repouso dos santos. Claro que o deserto foi santificado para nós, pela voz do profeta, pela voz daquele que clamava no deserto, que lá pregava e praticava um batismo de penitência. Antes dele, já os maiores profetas tinham tido a solidão por amiga, como auxiliar do Espírito. Ainda assim, uma graça de santificação incomparavelmente maior ficou ligada a esse lugar quando Jesus sucedeu a João (Mt 4,1).
Por sua vez, antes de pregar aos penitentes, Jesus pensou em preparar um lugar para os receber. Foi ao deserto para consagrar uma vida nova nesse local renovado [...], não tanto para Si próprio como para aqueles que iriam viver depois d'Ele no deserto. Se, portanto, te fixaste no deserto, fica lá, para aí esperares Aquele que te salvará da pusilanimidade de espírito e da tempestade. [...] Mais maravilhosamente que a multidão que O seguiu, o Senhor saciará a tua sede, a ti que O seguiste (Mc 6,34ss.). [...]
Quando começares a achar que Ele te abandonou, será então que, não esquecendo a Sua bondade, Ele virá consolar-te e dir-te-á: «Recordo-me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado, quando me seguias no deserto» (Jr 2,2). O Senhor fará do teu deserto um paraíso de delícias; e tu proclamarás, como o profeta, que lhe foi dada a glória do Líbano, a beleza do Carmelo e do Sarião (Is 35,2). [...] Então, da tua alma saciada brotará um hino de louvor: «Dêem graças ao Senhor pelo Seu amor e pelas Suas maravilhas em favor dos homens. Pois Ele deu de beber aos que tinham sede e matou a fome aos famintos» (Sl 107,8-9).
Por sua vez, antes de pregar aos penitentes, Jesus pensou em preparar um lugar para os receber. Foi ao deserto para consagrar uma vida nova nesse local renovado [...], não tanto para Si próprio como para aqueles que iriam viver depois d'Ele no deserto. Se, portanto, te fixaste no deserto, fica lá, para aí esperares Aquele que te salvará da pusilanimidade de espírito e da tempestade. [...] Mais maravilhosamente que a multidão que O seguiu, o Senhor saciará a tua sede, a ti que O seguiste (Mc 6,34ss.). [...]
Quando começares a achar que Ele te abandonou, será então que, não esquecendo a Sua bondade, Ele virá consolar-te e dir-te-á: «Recordo-me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado, quando me seguias no deserto» (Jr 2,2). O Senhor fará do teu deserto um paraíso de delícias; e tu proclamarás, como o profeta, que lhe foi dada a glória do Líbano, a beleza do Carmelo e do Sarião (Is 35,2). [...] Então, da tua alma saciada brotará um hino de louvor: «Dêem graças ao Senhor pelo Seu amor e pelas Suas maravilhas em favor dos homens. Pois Ele deu de beber aos que tinham sede e matou a fome aos famintos» (Sl 107,8-9).
Nenhum comentário:
Postar um comentário