EVANGELHO
COTIDIANO
"Senhor, a quem iremos? Tu
tens palavras de vida eterna". João 6, 68
2º Domingo da Quaresma
Evangelho
segundo S. Mateus 17,1-9.
Naquele
tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a
eles, a um alto monte. Transfigurou-se
diante deles: o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as suas vestes tornaram-se
brancas como a luz.
Nisto,
apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. Tomando a
palavra, Pedro disse a Jesus: «Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei
aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.»
Ainda ele
estava a falar, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e uma voz
dizia da nuvem: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado.
Escutai-o.» Ao
ouvirem isto, os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados.
Aproximando-se
deles, Jesus tocou-lhes, dizendo: «Levantai-vos e não tenhais medo.»
Erguendo
os olhos, os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém.
Enquanto
desciam do monte, Jesus ordenou-lhes: «Não conteis a ninguém o que acabastes de
ver, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.»
Comentário
do dia: São João
Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla,
doutor da Igreja
Homilias
sobre o Evangelho de Mateus, n º 56; PG 58, 549
«Não conteis a ninguém o que acabastes de ver, até
que o Filho do Homem seja ressuscitado dentre os mortos»
Jesus
Cristo conversou muito com os seus discípulos acerca dos seus sofrimentos, da
sua Paixão e morte, e predisse os males que iria suportar e a morte violenta
que um dia os faria sofrer (Mt 16,21-26). Foi por isso que, depois de lhes
dizer coisas tão duras e tão difíceis, tentou consolá-los evocando as
recompensas que lhes daria quando viesse na glória de seu Pai (v. 27). […] Quis
mostrar-lhes com antecedência, na medida em que eles eram capazes de o
compreender nesta vida, a grande majestade na qual estava para vir, impedindo
assim a perturbação e a dor que os seus apóstolos, especialmente Pedro,
poderiam sentir perante a sua morte. […]
«Jesus
tomou consigo Pedro, Tiago e João.» Porque tomou apenas esses três apóstolos?
Provavelmente porque eles excediam os outros: São Pedro por causa de seu
entusiasmo e do seu amor; São João porque era o discípulo que Jesus amava (Jo
13,23), e São Tiago, porque dissera, com seu irmão: «Podemos [beber o teu
cálice]» (Mt 20,22), e porque manteve a sua palavra (Act 12,2). […]
Porque
fez aparecer Moisés e Elias? […] Ele era constantemente acusado de violar a Lei
e de blasfemar, apropriando-Se de uma glória que não Lhe pertencia, a glória do
Pai.[…] Querendo pois mostrar que não violava a Lei e que não Se atribuía uma
glória que não Lhe pertencia, Jesus invoca a autoridade das duas testemunhas
mais irrepreensíveis: Moisés, que dera a Lei […], e Elias, que fora abrasado de
zelo pela glória e o serviço de Deus (1Rs 19,10). […] Além disso, queria
ensinar-lhes que era o senhor da vida e da morte, trazendo à sua presença um
homem que estava morto e outro que tinha sido transportado vivo numa carruagem
de fogo (2Rs 2,11). E queria revelar aos seus discípulos a glória da sua cruz,
consolar Pedro e os companheiros, que se sentiam atemorizados pela sua Paixão,
aumentar-lhes a coragem. Com efeito, Moisés e Elias falavam com Ele da glória
que haveria de receber em Jerusalém (Lc 9,31), ou seja, da sua Paixão e da sua
cruz, que os profetas sempre tinham apelidado de sua glória.
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