Fabiano era um fazendeiro cristão nascido em Roma. Era um laico, quer dizer, não era um sacerdote, mas mesmo assim foi escolhido pelo povo e pelo clero, à ocupar a cátedra de São Pedro. Tudo aconteceu, devido a um fato ocorrido, quando a assembléia cristã estava tentando escolher o novo pastor da Igreja de Roma. Num determinado momento uma pomba, símbolo do Espírito Santo, pousou sobre sua cabeça e eles entenderam isto como um sinal de Deus. Foi eleito e ordenado: diácono, presbítero e bispo no mesmo dia, 10 de janeiro de 236. Depois de ser consagrado o vigésimo sacerdote a ocupar a Cátedra da Igreja de Roma, o então papa Fabiano se dirigiu ao túmulo de São Pedro para rezar.
Administrador nato, realizou o censo do povo de Cristo, presente na cidade de Roma. Depois dividiu a cidade em sete distritos eclesiásticos, ou paróquias, e delegou a cada uma os seus paroquianos, seu clero e suas catacumbas, como eram chamados os cemitérios. O papa Fabiano que era um quase desconhecido antes da eleição, foi muito apreciado também por suas intervenções doutrinais, especialmente nas controvérsias da Igreja da África. Sob seu pontificado de catorze anos, houve paz e desenvolvimento interno e externo da Igreja.
Segundo são Cipriano, bispo de Cartago, capital romana da África do norte, o próprio imperador Décio, admitia a sua competência e teria dito que preferia um rival no Império a um bispo como Fabiano em Roma. O soberano estava com problemas no seu governo, os domínios romanos diminuíam devido às constantes rebeliões, por isto definiu os cristãos como culpados e desencadeou uma ferrenha perseguição contra toda a Igreja.
Ocorreu um grande êxodo de cristãos de Roma, que se deslocaram para o Oriente à procura das comunidades religiosas dos desertos, um pouco mais protegidas das perseguições. Este foi o início para a vida eremita, com os "anacoretas", mais conhecidos como os padres do deserto. Entretanto, o papa Fabiano permaneceu no seu posto e não renegou a fé, sendo decapitado no dia 20 de janeiro de 250.
Assim escreveu sobre ele são Cipriano na Carta que enviou ao clero romano: "Quando era ainda incerta entre nós a notícia da morte desse homem justo, meu companheiro no episcopado.. a carta que me enviastes... por ela fiquei... a par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei, porque a integridade do seu governo foi coroada com um fim tão nobre."
Depois do seu martírio, a Cátedra de Pedro ficou desocupada por mais de um ano, até que o clero e o povo de Roma pudessem eleger um novo bispo, devido à intensa perseguição ao catolicismo.
São Fabiano, rogai por nós!
São Sebastião martirizado em 288. Até 1969 associado, no calendário litúrgico, à memória de são Fabiano, é hoje comemorado separadamente. Esse famoso mártir romano deve sua notoriedade a uma Paixão escrita no século V pelo monge Arnóbio, o Moço, que contém relatos fantasiosos, mas que exerce grande influência nas pessoas piedosas.
Eis a narração: Sebastião, oficial do exército imperial e amigo do imperador Diocleciano, servira-se de sua posição para ajudar os cristãos perseguidos e fazer prosélitos até nas fileiras do exército.
Tanto zelo acabou por indispor contra ele o imperador, que o exprobou nestes termos: “Eu te abri as portas de meu palácio e te aplainei os caminhos para um futuro promissor, enquanto tu atentaste contra minha salvação...”. Condenado à pena capital, foi amarrado a uma árvore, transformado em alvo dos arqueiros e por fim morto a golpes de maça.
Em 367, o papa Dâmaso mandou construir uma igreja sobre sua sepultura, na via Ápia. O local, ainda hoje, é objeto de concorridas peregrinações.
O santo de hoje nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à dos irmãos.
Ao
entrar para o serviço no Império como soldado, tinha muita saúde no físico, na
mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro
capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por
muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no
Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –,
porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas,
mas as três Pessoas da Santíssima Trindade.
Esse
mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta,
mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser
explícito.
São
Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como
apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos
mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria
vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E um
apóstata denunciou-o para o Império e lá estava ele, diante do imperador, que
estava muito decepcionado com ele por se sentir traído. Mas esse santo deixou
claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele
fazia para o Império era esse serviço; denunciando o paganismo e a injustiça.
São
Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o
coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram
lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um
mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por
graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo,
apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo
o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi
duramente martirizado.
São Sebastião, rogai por nós!
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