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Mostrando postagens com marcador Fonte Avelana. Mostrar todas as postagens
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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Santo do Dia - 17 de outubro

 Santo Inácio de Antioquia

Bispo e mártir (+107)

 Sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na religião cristã

"Inácio, o teóforo” (aquele que conduz a Deus, como ele mesmo gostava de ser chamado), bispo do coração ardente (Inácio — Ignatius — quer dizer precisamente “fogo”), ficou na memória dos cristãos de todos os tempos por causa das inusitadas expressões de amor dirigidas a Cristo e à Igreja, as quais se leem nas cartas escritas durante a viagem que, de Antioquia, devia levá-lo a Roma, para ser jogado às feras, sendo vítima ilustre da perseguição de Trajano.

Inácio ocupava, desde o ano 79, a sede episcopal de Antioquia — a metrópole síria, terceira em ordem de grandeza no vasto Império Romano —, e o historiador Eusébio de Cesaréia o tem na conta de sucessor imediato de são Pedro.

Informa-nos de que “Inácio foi mandado da Síria a Roma para ser lançado como alimento às feras, por causa do seu testemunho de Cristo. Realizando sua viagem pela Ásia, sob a custódia rígida de uma guarda numerosa, nas cidades onde parava, ia consolidando as igrejas com pregações e admoestações...”

De Esmirna, onde era bispo seu jovem amigo Policarpo, escreveu às igrejas de Éfeso, Magnésia e Tralli, confiando as cartas aos respectivos bispos — Onésimo, Dama e Políbio —, que haviam acorrido a fim de o encontrar para uma última saudação. 

Chegado a Trôade, Inácio escreveu outras cartas, entre as quais uma a Policarpo, para confiar-lhe seus fiéis de Antioquia, a fim de que a grei não ficasse muito tempo sem pastor: “Onde está o bispo, aí esteja a comunidade, assim como onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica”.
Esta última expressão, destinada a passar para a história, parece ter sido cunhada por ele, juntamente com a palavra “cristianismo”.

A viagem, depois da travessia de Durazo a Bríndisi, prosseguiu pela via Ápia até Roma, onde terminou seus dias no anfiteatro, devorado pelas feras, apesar de a comunidade cristã ter-se empenhado em poupar-lhe a pena capital. Mas ele desejava ardentemente o martírio: “Deixai-me ser alimento das feras, pelas quais me será dado desfrutar Deus. Eu sou o trigo de Deus: é preciso que ele seja triturado pelos dentes das feras a fim de ser considerado puro pão de Cristo”.

Chamado Teóforo – portador de Deus – Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma: “Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu sepulcro e não deixem rastro do meu corpo. Então serei verdadeiro discípulo de Cristo”.

Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: “Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível”.

Para não ser incômodo a ninguém, almejava encontrar sepultura no ventre  de alguma fera esfaimada. É provável que os fiéis tenham conseguido subtrair os restos de seu corpo martirizado até o extremo ultraje, pois desde a Antiguidade os cristãos de Antioquia veneram seu sepulcro, situado às portas da cidade, e celebram sua memória em 17 de outubro (dia adotado no novo calendário em lugar de 1º de fevereiro).

Minha oração

“Querido Inácio, pela tua valentia, soubeste doar a tua vida em favor do Evangelho, reconhecendo que seu sangue seria semente de novos cristãos, zelai pela Igreja e seus representantes, para que tenham a mesma doação e coragem sua. Amém!”

 
Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós!


São Rodolfo de Gúbio

 Bispo e monge beneditino (+1066)

Rodolfo nasceu no ano 1034, em Perugia, Itália. A sua família pertencia à nobreza local e era muito influente na Corte. Mas, motivada pelas pregações do monge Pedro Damião, decidiu abandonar os hábitos mundanos e retornar o caminho do seguimento de Cristo. Esse monge fundara um mosteiro de eremitas na vizinhança de Fonte Avelana, e a fama de sua santidade corria veloz no mundo cristão.

Com a morte do pai, Rodolfo e seu irmão Pedro abriram mão da herança em favor da mãe e de João, o irmão caçula, para ingressarem no mosteiro de Pedro Damião. Porém, algum tempo depois, mãe e irmão caçula também optaram pela vida religiosa daquela comunidade, que os acolheu após doarem toda a fortuna da família para a Igreja.

Fonte Avelana tornara-se um verdadeiro viveiro de eremitas, pois desse mosteiro saíram os grandes renovadores da Igreja. Dentre eles, os três irmãos: Rodolfo, Pedro e João, discípulos de Pedro Damião, hoje celebrado como santo e doutor da Igreja. Nessa nova comunidade religiosa, a vida era simples, voltada apenas ao trabalho, à caridade aos pobres e doentes, dedicada à penitência e à oração contemplativa. No período medieval, foi um verdadeiro oásis que surgiu para a revitalização da vida monástica, uma vez que a Igreja ocidental vivia um grande desgaste com os conflitos internos, causados pela ambição e a ganância dos bispos e sacerdotes, mais interessados nos bens mundanos do que na condução do rebanho do Senhor.

Aos 25 anos de idade, Rodolfo recebeu a ordenação sacerdotal e, mesmo a contragosto, foi consagrado bispo de Gubio, cidade próspera e rica da região. Porém era uma diocese muito problemática para a Igreja. Os bispos anteriores haviam instituído o que se chamou de "ressarcimento", isto é, os sacramentos eram condicionados a pagamentos e não aos méritos ou à vocação religiosa. Enquanto alguns sacerdotes pediam dinheiro para a absolvição dos pecados, outros queriam comissões para ordenar os sacerdotes.

Rodolfo assumiu o posto e combateu tudo com firmeza, dentro do exemplo  de fiel pastor. Vestia-se sempre com as mesmas roupas, velhas e surradas, fosse qual fosse o tempo ou a estação. Comia pouco, impondo-se um severo jejum. Dormia quase nada, mantendo-se em vigília constante, na oração e penitência. Percorria toda a diocese, e mantinha-se  incansável, sempre pronto a atender os pobres, doentes e abandonados. Tornou-se o exemplo de humildade e de caridade cristã, um verdadeiro sacerdote da Igreja. Apenas com seu comportamento ele conseguiu recolocar Gubio no verdadeiro caminho do amor a Cristo e à Virgem Santíssima.

Foram cinco anos dedicados à diocese de Gubio, durante os quais participou do Concílio Romano, em 1059, como seu bispo. Rodolfo morreu  jovem, com apenas 30 anos de idade, em 26 de junho de 1064, consumido pela fadiga e vida excessivamente austera. Entretanto a sua obra não chegou a ser interrompida, pois foi substituído por seu irmão João, que seguiu o seu exemplo de bispo benevolente com o rebanho, mas rigoroso consigo mesmo.

A figura do bispo Rodolfo tornou-se conhecida através da carta escrita por seu mestre, Pedro Damião, para comunicar sua morte ao papa Alexandre II. Nela, foi descrito como um homem de profundo espírito religioso e possuidor de grande cultura teológica e bíblica. A única pessoa a quem confiava seus escritos para serem corrigidos de possíveis distorções da doutrina católica e para a correta interpretação do Evangelho.

As relíquias de são Rodolfo, guardadas na Catedral de Gubio, foram destruídas durante as reformas executadas em 1670. Entretanto isso nada  significou para seus devotos, que continuam a comemorá-lo no dia 17 de outubro, data oficial da sua festa.



São Rodolfo de Gúbio, rogai por nós!

 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Santo do Dia - 21 de fevereiro

São Pedro Damião

 
 Pedro nasceu em Ravena, em 1007. Teve uma infância muito sofrida, ficou órfão muito cedo e foi criado de forma improvisada pelos irmãos que

eram em grande número. Mesmo assim, o irmão mais velho, Damião, acabou por se responsabilizar sozinho por seus estudos. Estudou em Ravena, Faenza e Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas atividades reformadoras. Pedro, em retribuição à seu irmão Damião, assumiu também o seu nome ao se ordenar sacerdote.

Pedro Damião, aos vinte e um anos, então na Ordem Camaldulense, por seus méritos logo tornou o superior diretor. As regras da Ordem já eram duras, mas ele as tornou mais rígidas ainda. Passou a criticar severamente conventos onde não havia pobreza e sua influência se estendeu por mosteiros da Itália e da França, entre eles Montecassino e Cluny, que passaram a seguir seus conceitos. Com seu reformismo, trabalhou incansavelmente para devolver à vida religiosa seu sentido de consagração total a Deus, na austeridade da solidão e da penitência.

Pedro Damião era um sacerdote contemplativo, de vida simples, adepto à vida monástica e desse modo singular atacava o luxo dos cardeais. Citava os apóstolos Pedro e Paulo como exemplos, pois percorreram o mundo para evangelizar, sendo magros e andando descalços, ou seja, para levar a Palavra de Deus, era necessário sobretudo se despojar dos apegos materiais. Foi desse modo que solidificou a austeridade religiosa e como viveu toda sua existência terrena.

Seu trabalho não parou aí. Havia, na época, a venda de títulos, funções e cargos da Igreja, como se fazia com os títulos feudais. A essa troca de favores se deu o nome de simonia clerical. O ato de comprar ou vender benesses espirituais, era antigo e esse nome deriva de Simão, o Mago, que procurou comprar dos Apóstolos graças espirituais. Dessa forma, cargos da Igreja acabavam ocupados por pessoas despreparadas e indignas que se rebelavam contra a disciplina exigida deles, principalmente com relação ao celibato.

A Igreja, assim dilacerada, vitimada pelas discórdias e cismas, tinha necessidade de homens cultos e austeros como padre Pedro Damião. Por isso, ele foi chamado à Santa Se para auxiliar nesses combates. Esteve ao lado de seis papas, como viajante da paz, e em particular colaborou com o cardeal Hildebrando, o grande reformador que se tornou o Papa Gregório VII.

Pedro Damião após várias peregrinações à cidade de Milão, à França e à Alemanha, se tornou cardeal e foi designado para a diocese de Óstia. Seus escritos, após a sua morte, prosseguiram doutrinando religiosos importantes. Aos poucos, a situação da Igreja foi se normalizando. Já velho, foi enviado à Ravena para recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, na cidade italiana de Faenza, quando voltava de uma missão de paz.

A fama de sua santidade em vida se cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo. Em 1828 o papa Leão XII declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja Católica de Roma.

Minha oração
“Meu Deus, peço que eu tenha o mesmo ardor que São Pedro Damião teve. Quero ser fiel e santo como ele foi a ponto de contagiar os que estão ao meu lado. Quero permanecer fiel aos ensinamentos da Igreja e orientar com sabedoria e amor os meus irmãos que estão no erro. Dá-me um espírito ardoroso como foi dado a São Damião para que eu viva e morra em santidade. Por Cristo, Senhor nosso, Amém”.


São Pedro Damião, rogai por nós!


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Santo do Dia - 17 de outubro

 Santo Inácio de Antioquia

Bispo e mártir (+107)

 Sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na religião cristã

"Inácio, o teóforo” (aquele que conduz a Deus, como ele mesmo gostava de ser chamado), bispo do coração ardente (Inácio — Ignatius — quer dizer precisamente “fogo”), ficou na memória dos cristãos de todos os tempos por causa das inusitadas expressões de amor dirigidas a Cristo e à Igreja, as quais se leem nas cartas escritas durante a viagem que, de Antioquia, devia levá-lo a Roma, para ser jogado às feras, sendo vítima ilustre da perseguição de Trajano.

Inácio ocupava, desde o ano 79, a sede episcopal de Antioquia — a metrópole síria, terceira em ordem de grandeza no vasto Império Romano —, e o historiador Eusébio de Cesaréia o tem na conta de sucessor imediato de são Pedro.

Informa-nos de que “Inácio foi mandado da Síria a Roma para ser lançado como alimento às feras, por causa do seu testemunho de Cristo. Realizando sua viagem pela Ásia, sob a custódia rígida de uma guarda numerosa, nas cidades onde parava, ia consolidando as igrejas com pregações e admoestações...”

De Esmirna, onde era bispo seu jovem amigo Policarpo, escreveu às igrejas de Éfeso, Magnésia e Tralli, confiando as cartas aos respectivos bispos — Onésimo, Dama e Políbio —, que haviam acorrido a fim de o encontrar para uma última saudação. 

Chegado a Trôade, Inácio escreveu outras cartas, entre as quais uma a Policarpo, para confiar-lhe seus fiéis de Antioquia, a fim de que a grei não ficasse muito tempo sem pastor: “Onde está o bispo, aí esteja a comunidade, assim como onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica”.
Esta última expressão, destinada a passar para a história, parece ter sido cunhada por ele, juntamente com a palavra “cristianismo”.

A viagem, depois da travessia de Durazo a Bríndisi, prosseguiu pela via Ápia até Roma, onde terminou seus dias no anfiteatro, devorado pelas feras, apesar de a comunidade cristã ter-se empenhado em poupar-lhe a pena capital. Mas ele desejava ardentemente o martírio: “Deixai-me ser alimento das feras, pelas quais me será dado desfrutar Deus. Eu sou o trigo de Deus: é preciso que ele seja triturado pelos dentes das feras a fim de ser considerado puro pão de Cristo”.

Chamado Teóforo – portador de Deus – Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma: “Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu sepulcro e não deixem rastro do meu corpo. Então serei verdadeiro discípulo de Cristo”.

Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: “Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível”.

Para não ser incômodo a ninguém, almejava encontrar sepultura no ventre  de alguma fera esfaimada. É provável que os fiéis tenham conseguido subtrair os restos de seu corpo martirizado até o extremo ultraje, pois desde a Antiguidade os cristãos de Antioquia veneram seu sepulcro, situado às portas da cidade, e celebram sua memória em 17 de outubro (dia adotado no novo calendário em lugar de 1º de fevereiro).

Minha oração

“Querido Inácio, pela tua valentia, soubeste doar a tua vida em favor do Evangelho, reconhecendo que seu sangue seria semente de novos cristãos, zelai pela Igreja e seus representantes, para que tenham a mesma doação e coragem sua. Amém!”

 
Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós!


São Rodolfo de Gúbio

 Bispo e monge beneditino (+1066)

Rodolfo nasceu no ano 1034, em Perugia, Itália. A sua família pertencia à nobreza local e era muito influente na Corte. Mas, motivada pelas pregações do monge Pedro Damião, decidiu abandonar os hábitos mundanos e retornar o caminho do seguimento de Cristo. Esse monge fundara um mosteiro de eremitas na vizinhança de Fonte Avelana, e a fama de sua santidade corria veloz no mundo cristão.

Com a morte do pai, Rodolfo e seu irmão Pedro abriram mão da herança em favor da mãe e de João, o irmão caçula, para ingressarem no mosteiro de Pedro Damião. Porém, algum tempo depois, mãe e irmão caçula também optaram pela vida religiosa daquela comunidade, que os acolheu após doarem toda a fortuna da família para a Igreja.

Fonte Avelana tornara-se um verdadeiro viveiro de eremitas, pois desse mosteiro saíram os grandes renovadores da Igreja. Dentre eles, os três irmãos: Rodolfo, Pedro e João, discípulos de Pedro Damião, hoje celebrado como santo e doutor da Igreja. Nessa nova comunidade religiosa, a vida era simples, voltada apenas ao trabalho, à caridade aos pobres e doentes, dedicada à penitência e à oração contemplativa. No período medieval, foi um verdadeiro oásis que surgiu para a revitalização da vida monástica, uma vez que a Igreja ocidental vivia um grande desgaste com os conflitos internos, causados pela ambição e a ganância dos bispos e sacerdotes, mais interessados nos bens mundanos do que na condução do rebanho do Senhor.

Aos 25 anos de idade, Rodolfo recebeu a ordenação sacerdotal e, mesmo a contragosto, foi consagrado bispo de Gubio, cidade próspera e rica da região. Porém era uma diocese muito problemática para a Igreja. Os bispos anteriores haviam instituído o que se chamou de "ressarcimento", isto é, os sacramentos eram condicionados a pagamentos e não aos méritos ou à vocação religiosa. Enquanto alguns sacerdotes pediam dinheiro para a absolvição dos pecados, outros queriam comissões para ordenar os sacerdotes.

Rodolfo assumiu o posto e combateu tudo com firmeza, dentro do exemplo  de fiel pastor. Vestia-se sempre com as mesmas roupas, velhas e surradas, fosse qual fosse o tempo ou a estação. Comia pouco, impondo-se um severo jejum. Dormia quase nada, mantendo-se em vigília constante, na oração e penitência. Percorria toda a diocese, e mantinha-se  incansável, sempre pronto a atender os pobres, doentes e abandonados. Tornou-se o exemplo de humildade e de caridade cristã, um verdadeiro sacerdote da Igreja. Apenas com seu comportamento ele conseguiu recolocar Gubio no verdadeiro caminho do amor a Cristo e à Virgem Santíssima.

Foram cinco anos dedicados à diocese de Gubio, durante os quais participou do Concílio Romano, em 1059, como seu bispo. Rodolfo morreu  jovem, com apenas 30 anos de idade, em 26 de junho de 1064, consumido pela fadiga e vida excessivamente austera. Entretanto a sua obra não chegou a ser interrompida, pois foi substituído por seu irmão João, que seguiu o seu exemplo de bispo benevolente com o rebanho, mas rigoroso consigo mesmo.

A figura do bispo Rodolfo tornou-se conhecida através da carta escrita por seu mestre, Pedro Damião, para comunicar sua morte ao papa Alexandre II. Nela, foi descrito como um homem de profundo espírito religioso e possuidor de grande cultura teológica e bíblica. A única pessoa a quem confiava seus escritos para serem corrigidos de possíveis distorções da doutrina católica e para a correta interpretação do Evangelho.

As relíquias de são Rodolfo, guardadas na Catedral de Gubio, foram destruídas durante as reformas executadas em 1670. Entretanto isso nada  significou para seus devotos, que continuam a comemorá-lo no dia 17 de outubro, data oficial da sua festa.



São Rodolfo de Gúbio, rogai por nós!


domingo, 21 de fevereiro de 2021

Santo do Dia - 21 de fevereiro

São Pedro Damião
Pedro nasceu em Ravena, em 1007. Teve uma infância muito sofrida, ficou órfão muito cedo e foi criado de forma improvisada pelos irmãos que eram em grande número. Mesmo assim, o irmão mais velho, Damião, acabou por se responsabilizar sozinho por seus estudos. Estudou em Ravena, Faenza e Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas atividades reformadoras. Pedro, em retribuição à seu irmão Damião, assumiu também o seu nome ao se ordenar sacerdote.

Pedro Damião, aos vinte e um anos, então na Ordem Camaldulense, por seus méritos logo tornou o superior diretor. As regras da Ordem já eram duras, mas ele as tornou mais rígidas ainda. Passou a criticar severamente conventos onde não havia pobreza e sua influência se estendeu por mosteiros da Itália e da França, entre eles Montecassino e Cluny, que passaram a seguir seus conceitos. Com seu reformismo, trabalhou incansavelmente para devolver à vida religiosa seu sentido de consagração total a Deus, na austeridade da solidão e da penitência.

Pedro Damião era um sacerdote contemplativo, de vida simples, adepto à vida monástica e desse modo singular atacava o luxo dos cardeais. Citava os apóstolos Pedro e Paulo como exemplos, pois percorreram o mundo para evangelizar, sendo magros e andando descalços, ou seja, para levar a Palavra de Deus, era necessário sobretudo se despojar dos apegos materiais. Foi desse modo que solidificou a austeridade religiosa e como viveu toda sua existência terrena.

Seu trabalho não parou aí. Havia, na época, a venda de títulos, funções e cargos da Igreja, como se fazia com os títulos feudais. A essa troca de favores se deu o nome de simonia clerical. O ato de comprar ou vender benesses espirituais, era antigo e esse nome deriva de Simão, o Mago, que procurou comprar dos Apóstolos graças espirituais. Dessa forma, cargos da Igreja acabavam ocupados por pessoas despreparadas e indignas que se rebelavam contra a disciplina exigida deles, principalmente com relação ao celibato.

A Igreja, assim dilacerada, vitimada pelas discórdias e cismas, tinha necessidade de homens cultos e austeros como padre Pedro Damião. Por isso, ele foi chamado à Santa Se para auxiliar nesses combates. Esteve ao lado de seis papas, como viajante da paz, e em particular colaborou com o cardeal Hildebrando, o grande reformador que se tornou o Papa Gregório VII.

Pedro Damião após várias peregrinações à cidade de Milão, à França e à Alemanha, se tornou cardeal e foi designado para a diocese de Óstia. Seus escritos, após a sua morte, prosseguiram doutrinando religiosos importantes. Aos poucos, a situação da Igreja foi se normalizando. Já velho, foi enviado à Ravena para recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, na cidade italiana de Faenza, quando voltava de uma missão de paz.

A fama de sua santidade em vida se cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo. Em 1828 o papa Leão XII declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja Católica de Roma.


São Pedro Damião, rogai por nós!