Evangelho Cotidiano
Solenidade de Todos os Santos - Domingo
Anúncio do Evangelho - Mt 5,1-12a
— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Vinde a mim, todos vós que estais cansados e penais a carregar pesado fardo, e descanso eu vos darei, diz o Senhor. (Mt 11,28)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
«Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado»
Hoje o Senhor faz-nos um relato
dos notáveis de Israel (fariseus, mestres da Lei...). Estes vivem numa
situação superficial, não são mais que aparências: «Fazem todas as suas
ações só para serem vistos pelos outros» (Mt 23,5). E, também caem na
incoerência, «Pois eles falam e não praticam» (Mt 23,3), fazem-se
escravos da sua própria mentira ao buscar só a aprovação ou a admiração
dos homens. Disto depende a sua consistência. Por si mesmo não são mais
que patética vaidade, orgulho absurdo, vacância... Necedade.
Desde os inícios da humanidade continua sendo a tentação mais
frequente; a antiga serpente continua sussurrando ao ouvido: « no dia em
que comerdes da árvore, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus,
conhecedores do bem e do mal» (Gn 3,5). E continuamos caindo nele,
fazemo-nos chamar: “rabi”, “pai” e “guias”... E tantos outros opulentos
qualificativos. Demasiadas vezes queremos ocupar o lugar que não nos
corresponde. É a atitude farisaica.
Os discípulos de Jesus não hão de ser assim, pelo contrario: «o maior
dentre vós deve ser aquele que vos serve» (Mt 23,11). E como que temos
um único Pai, todos eles são irmãos. Como sempre, o Evangelho deixa-nos
claro que não podemos desligar a dimensão vertical (Pai) e a horizontal
(nosso) ou como explicitava no domingo passado, «amarás o Senhor, teu
Deus (...). Amarás teu próximo como a ti mesmo» (Mt 22,37.39).
Toda a liturgia da Palavra deste domingo está impregnada pela ternura y a
exigência da filiação e da fraternidade. Facilmente ressonam em nosso
coração aquelas palavras de São João: «Se alguém disser: “Amo a Deus”,
mas odeia o seu irmão, é mentiroso» (1Jo 4,20). A nova evangelização
—cada vez mais urgente— pede-nos fidelidade, confiança e sinceridade com
a vocação recebida no batismo. Se o fazemos nos iluminará «O caminho da
vida me indicarás, alegria plena à tua direita, para sempre» (Sl
16,11). (Rev. D.
Miquel
PLANAS i Buñuel
(Montornès del Vallès, Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
« Somos governantes e somos também servos: presidimos, mas sim, servimos» (Santo Agostinho)
«É necessário estar disposto a "perder-se" pelo outro em vez de o explorar, e a "servi-lo" em vez de o oprimir em proveito próprio. O "outro" - pessoa, povo ou nação - não pode ser considerado como um instrumento qualquer, mas como nosso "semelhante", uma "ajuda"» (Francisco)
«(...) Ouvistes que foi dito aos antigos... Eu, porém, digo-vos» (Mt 5, 33-34). Com esta mesma autoridade divina, desaprova certas
tradições humanas´ (Mc 7,8) dos fariseus, que
anulam a Palavra de Deus´(Mc 7,13)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 581)