São Pedro Nolasco
No século XII, uma família francesa teve a graça de ter como filho o
pequeno Pedro Nolasco que, desde jovem, já dava sinais de sensibilidade
com o sofrimento alheio. Foi crescendo, formando-se, entrou em seus
estudos humanísticos e, ao término deles, numa vida de oração,
penitência e caridade ativa, São Pedro Nolasco sempre buscou viver
aquilo que está na Palavra de Deus.
Desde pequeno, um homem centrado no essencial, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo; um homem devoto da Santíssima Virgem. No período de São Pedro Nolasco, muitos cristãos eram presos, feitos
escravos por povos não-cristãos. Eles não só viviam uma outra religião –
ou religião nenhuma –, como atrapalhavam os cristãos.
São Pedro Nolasco, tendo terminado os estudos humanísticos e ficando
órfão, herdou uma grande herança. Ao ir para a Espanha, deparou-se com
aquele sofrimento moral e também físico de muitos cristãos que foram
presos e feitos escravos. Então, deu toda a sua herança para o resgate
de 300 deles. Mais do que um ato de caridade, ali já estava nascendo uma
nova ordem; um carisma estava surgindo para corresponder àquela
necessidade da Igreja e dos cristãos. Mais tarde, fez o voto de
castidade, de pobreza e obediência; foi quando nasceu a ordem dedicada à
Santíssima Virgem das Mercês para resgatar os escravos, ir ao encontro
daqueles filhos de Deus que estavam sofrendo incompreensões e
perseguições.
Em 1256, ele partiu para a glória sabendo que ele, seus filhos
espirituais e sua ordem – que foi abençoada pela Igreja e reconhecida
pelo rei – já tinham resgatado muitos cristãos da escravidão.
Peçamos a intercessão deste santo para que estejamos atentos à vontade de Deus e ao que Ele quer fazer através de nós.
São Pedro Nolasco, rogai por nós!
São Valério de Ravena
Recordamos hoje dois santos bispos com o mesmo nome, Valério. O
primeiro, morreu cinco séculos antes, na sua sede episcopal em Treviri,
na Alemanha, e pode ser lido na outra página. O segundo, faleceu no dia
15 de março de 810 e foi o bispo de Ravena, em Roma, na Itália.
Este Valério, bispo de Ravena, que faleceu em março, passou a ser
comemorado no dia 29 de janeiro, por ser confundido com o primeiro que
faleceu neste dia, o qual já tinha um culto cristalizado entre os
peregrinos e devotos. O erro partiu de um copista do Vaticano, em 1286,
que acreditou se tratasse de um santo só. Excluiu a festa de março e
manteve no calendário da Igreja a data da comemoração mais antiga, e
assim ficou.
Valério de Ravena, também sofreu fortes perseguições políticas dentro do
próprio clero. Mas o pior foi que para agradar o imperador Carlos
Magno, que não simpatizava com ele, o bispo foi vítima de uma sórdida
intriga política. No dia 8 de abril de 808, dia de Palmas, dois nobres
condes paladinos chegaram cedo na cúria, conversaram com Valério que os
acolheu e deu hospedagem. Participaram de todas as celebrações
pertinentes à data e depois de almoçarem com o bispo, partiram
agradecidos.
Depois, em troca de favores da corte, estes nobres mandaram uma carta ao
papa Leão III, informando que durante a refeição, daquele dia, o bispo
Valério, havia proferido palavras tão impróprias, que não poderiam ser
repetidas nem por escrito. Mais tarde quando surgiram outras
divergências políticas, o papa Leão III escreveu numa carta à Carlos
Magno, que ele mesmo contestava a santidade do bispo e lhe contou sobre
os dois condes.
Outras fontes históricas da Santa Sé, entretanto, comprovaram que o
arcebispo de Ravena era um pastor zeloso e batalhador pela causa do bem
da doutrina cristã, especialmente na luta contra a heresia ariana.
Valério administrou a diocese de Ravena entre 788 e 810. O arcebispo
Simeão trasladou suas relíquias para a catedral, em 1222, concedendo
uma indulgência especial à basílica de santo Apolinário, por
"reverências ao bem-aventurado Valério".
São Valério de Ravena, rogai por nós!
São Valério de Treviri
Nesta data as homenagens da Igreja estão voltadas para dois santos
com o mesmo nome, Valério e ambos bispos, mas viveram em séculos bem
distantes. O primeiro a ser canonizado, foi o da diocese de Treviri. O
segundo foi o de Ravena, que pode ser encontrado na outra página.
Uma tradição muito antiga nos conta que o bispo de Treviri, chamado
Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e
enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não
ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes.
Entretanto, Valério realmente foi o bispo de Treviri e prestou um
relevante trabalho de evangelização para a Igreja de Roma. Primeiro
auxiliando Eucario, que foi o primeiro bispo desta diocese e depois
colaborando com Materno, seu contemporâneo; os quais foram incluídos no
Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha.
Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro
milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até
então, encontramos o seguinte, sobre Valério: "converteu multidões de
pagãos e operou milagres singelos e expressivos". Talvez o mais
significativo, tenha sido quando Valério, trouxe de volta a vida do
companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal. Depois,
o outro companheiro de missão, que já havia falecido, Eucario, o teria
avisado em sonho que no dia 29 de janeiro ele seria recebido no Reino de
Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do século
IV.
A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos procuravam
a sua sepultura para agradecer ou pedir a sua intercessão. O culto se
intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério,
principalmente entre os povos de língua germânica. Muitas cidades o
elegeram como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de
prata, se encontram na basílica de São Matias, na cidade de Treviri,
atualmente chamada de Tries, na Alemanha. A festa litúrgica ocorre no
dia de sua morte.
São Valério de Treviri, rogai por nós!