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sábado, 4 de novembro de 2023

4 de novembro - Santo do Dia

São Carlos Borromeu

São Carlos Borromeu procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos


Bispo (1538-1584)

A obra de são Borromeu, um dos santos mais importantes e mais queridos da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e trabalho. Mas para fazer justiça, como ele sempre pregou, temos de acrescentar mais uma, sem dúvida a mais importante: humildade. Oriundo da nobreza, Carlos Borromeu utilizou a inteligência notável, a cultura e o acesso às altas elites de Roma para posicionar-se na frente, ao lado e até abaixo dos pobres, doentes e, principalmente, das crianças. 

Nasceu no castelo da família em Arona, próximo de Milão, em 2 de outubro de 1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de Médicis, da mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na Igreja. Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o entregou para servir a Deus, como era hábito na época. Com vocação religiosa acentuada, penitente, piedoso e caridoso como os pobres. 

Levou a sério os estudos diplomando-se em direito canônico, aos vinte e um anos de idade. Um ano depois, fundou uma Academia para estudos religiosos, com total aprovação de Roma. Sobrinho de Pio IV, aos vinte e quatro anos já era sacerdote e bispo de Milão. Na sua breve trajetória, deixou-se guiar apenas pela fé, atuando tanto na burocracia interna da Igreja quanto na evangelização, sem fazer distinção para uma ou para a outra. Talvez tenha sido o primeiro secretário de Estado no sentido moderno da expressão. Formado pela Universidade de Pávia, liderou uma reforma radical na organização administrativa da Igreja, que naquele período era alicerçada no nepotismo, abusos de influências e sintomas graves de corrupção e decadência moral. 

Para isso conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores fundadores que a Igreja já teve. Criou seminários e vários institutos de utilidade pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe proporcionou o título de "pai dos pobres". Orientou muitas Ordens e algumas que surgiram depois de sua morte o escolheram para padroeiro, dando continuidade à grandiosa obra de amparo aos mais pobres que nos deixou. Contudo tudo foi muito difícil, porque encontrou muita resistência de Ordens conservadoras. Aliás, foi até vítima de um covarde atentado enquanto rezava na capela. Mas saiu ileso e humildemente perdoou seu agressor. 

Chegou 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada e mais de cem padres pagaram com a própria vida as lágrimas que enxugaram de casa em casa. Um dos mais ativos era Carlos Borromeu. Visitava os contaminados, levando-lhes o sacramento e consolo sem limites nem precauções, num trabalho incansável que lhe consumiu as energias. Chegou a flagelar-se em procissões públicas, pedindo perdão a Deus em nome de seu povo. 

Até que um dia foi apanhado, finalmente, pela febre, que minou seu organismo lentamente. Morreu anos depois, dizendo-se feliz por ter seguido os ensinamentos de Cristo e poder encontrar-se com ele de coração puro. Tinha apenas quarenta e seis anos de idade, quando isso aconteceu no dia 4 de novembro de 1584, na sua sede episcopal, na Itália. O papa Paulo V canonizou-o em 1610 e designou a festa em homenagem à memória de são Carlos Borromeu para o dia de sua morte.

Minha oração

“ Óh, grande bispo, que, na tua sabedoria, soubeste organizar a Igreja e adequá-la ao tempo, dai a mesma sabedoria aos nossos bispos e responsáveis para que sejamos sempre atuantes na sociedade e propagadores do evangelho como grande obra de caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ”

 

São Carlos Borromeu, rogai por nós!


domingo, 10 de setembro de 2023

Santo do Dia - 10 de setembro (Protetor das almas do purgatório)

São Nicolau de Tolentino

Percorria os bairros mais pobres da cidade consolando aos aflitos, levando os sacramentos aos moribundos

A prodigiosa notícia que temos de são Nicolau de Tolentino diz que, 40 anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos. Esse milagre a ele  atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.

Apesar de ter nascido na cidade de Castelo de Santo Ângelo, no ano de 1245, foi do povoado de Tolentino que recebeu o apelido acrescentado ao seu nome. Naquela cidade, viveu grande parte da sua vida. Desde os 7 anos de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e dedicação aos pobres, aliados a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos 14 anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi ordenado sacerdote.

Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de alegria em Cristo. Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.

Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua santidade trazia, para a paróquia, fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado e respeitado por seus irmãos da Ordem.

No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor antes de completar 60 anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação, e os milagres atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias. No ano de 1446, são Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado  pelo papa Eugênio IV, cuja festa foi mantida para o dia de sua morte.

Minha oração

“São Nicolau recorro a ti pelas almas dos meus familiares, aqueles que já faleceram e estão no purgatório esperando a sua purificação. Que alcancemos, pela tua intercessão, a salvação das famílias e dos pecadores. A ti recorremos e pedimos. Amém!


São Nicolau Tolentino, rogai por nós!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Santo do Dia - 16 de fevereiro

Santa Juliana, mártir por não aceitar o casamento pagão

Virgem e mártir [285 – 304]

Intercessora
Santa Juliana é invocada na Itália por grávidas e doentes, da mesma forma a devoção se espalhou entre os fiéis de várias partes do mundo.

Pai xucro e pagão
Juliana, que se tornou cristã desde a infância, foi filha submissa e obediente aos seus pais, mesmo tendo um pai xucro, violento e pagão. Segundo o costume da época, foi prometida por seu pai a um jovem nobre chamado Evilásio, cultuador de deuses. Quando a jovem tinha 19 anos, ela impôs a condição de que só se casaria com Evilásio se ele se convertesse.

O desfecho da promessa de casamento
Conta-se que, diante da condição de Juliana para assumir o casamento, Evilásio procurou o pai de garota prometida a ele. Colocou-o a par da condição de sua filha. O pai, chamado Africano, ficou muito irritado e deu à filha duas escolhas: casar-se ou enfrentar o tribunal.
Evilásio, na qualidade de prefeito da cidade, intimou-a no tribunal para pronunciar-se a respeito de sua fé. Juliana era firme e não negou a Cristo, o que a levou à prisão.

Visita de um anjo decaído
Em sua primeira noite na prisão, quando o silêncio reinava, um anjo luminoso apareceu à jovem dizendo:
– Juliana, sacrifica-te aos deuses! Deves obedecer à vontade do prefeito e do imperador!
A jovem de 19 anos não se rendeu àquela voz. E pensava, em oração, “Deus enviaria um anjo para me pedir isso? Impossível!”. Aquilo só podia ser obra do tentador, do demônio. Orando com fervor, suplicou ao Senhor lhe desse forças para vencer o anjo decaído que a tentava. 

Consequência da fidelidade
Evilásio fez à jovem Juliana as mais belas propostas. Prometeu-lhe tudo, se, renunciando a Cristo, aceitasse casar-se com ele. Todas as propostas do então prefeito foram em vão. Juliana estava irreversível. Foi sujeitada aos tormentos, que não conseguiram convencê-la. Então, enfurecido, o frustrado noivo condenou-a para ser decapitada. E assim se fez.

Seu corpo
O corpo da santa virgem foi sepultado na Nicomédia (atual Turquia), mas, tempos depois, foi transferido para a Itália, permanecendo até hoje em Nápoles.

Devoção do Oriente ao Ocidente
Os católicos celebram a memória de Santa Juliana dia 16 de fevereiro. No Oriente, os ortodoxos honram-na dia 21 de dezembro. A ela, em Constantinopla, também ergueram uma Igreja. 

Devoção no Brasil
Em Salto Veloso (SC), município de 4756 habitantes, na Diocese de Caçador (SC), Santa Juliana é padroeira da cidade, cuja única paróquia leva o nome da santa.

Cidade brasileira
Em Minas Gerais, existe o município de Santa Juliana. Segundo informações da Prefeitura, a cidade tem esse nome em homenagem a uma de suas primeiras moradoras, que chamava-se Juliana e tinha o apelido de santa. Portanto, não há ligação entre a santa e o nome do município.

A minha oração
“Senhor Jesus, quanta coragem e firmeza na fé da jovem Juliana, que não negou suas convicções em Cristo. Dai-nos Senhor, em Nome da Sua Misericórdia, essa bravura quando formos tentados, no nosso dia a dia, pelo anjo de luz, a negar nossa confiança em Ti. Amém”.

Santo Onésimo


Onésimo era o nome do escravo de um importante e rico cidadão chamado Filemon que viveu na Frígia, atual Turquia, na Ásia Menor. Filemon, sua esposa e filho, em certa ocasião ouvindo o apóstolo Paulo se converteram, tocados pela palavra de Cristo. Paulo batizou a toda a família e os dois se tornaram amigos. Este escravo, cujo nome em grego significa útil, roubou dinheiro de seu amo. Assim, temendo ser castigado resolveu fugir.

O castigo para os escravos recapturados era ter a letra "F" marcada em brasa na testa e para os ladrões era a morte. Por isto foi para Roma onde deve ter cometido alguma infração, pois foi preso e algum tempo depois libertado. No cárcere conheceu o apóstolo Paulo que mais uma vez era prisioneiro dos romanos. Ouvindo sua palavra, o escravo foi tocado pela Paixão de Cristo e se arrependeu. Procurando o apóstolo, confessou sua culpa e foi perdoado. Assim, Onésimo se converteu e recebeu o batismo do próprio Paulo, que o enviou de volta para o também amigo Filemon com uma carta.

Nela, o santo apóstolo explicou que estaria disposto a pagar em dinheiro pelo erro do escravo, caso Filemon não o perdoasse, pois estava convencido de que Onésimo estava mudado e se emendara completamente. Narrou a sua conversão e, inspirado pelo Espírito Santo escreveu: "Venho suplicar-te por Onésimo, meu filho, que eu gerei na prisão. Ele outrora não te foi de grande utilidade, mas agora será muito útil, tanto a mim como a ti. Eu envio-o a ti como se fosse o meu próprio coração....Portanto, se me consideras teu irmão na fé, recebe-o como a mim próprio". (Fm 18 e 19)

Sabedor da sinceridade e do poder que Paulo tinha para fazer pessoas se converterem à vida cristã, para dali em diante viverem na honestidade e na caridade, Filemon perdoou Onésimo. Depois, deu total apoio ao seu ex-escravo que passou a trabalhar com a palavra e também com seu próprio exemplo.

Onésimo ficou muito ligado ao apóstolo Paulo, que o enviou à cidade de Colossos como evangelizador. Depois foi consagrado bispo de Efeso, onde substituiu Timóteo. Durante sua missão episcopal, a fama de suas virtudes ultrapassou os limites de sua diocese. Segundo uma tradição antiga, na época do imperador Domiciano foi preso e levado a Roma, onde morreu apedrejado, como mártir cristão.

Embora este acontecimento não tenha total comprovação, a Igreja incluiu Santo Onésimo entre seus santos, porque são fortes os indícios de que seja realmente um mártir do cristianismo dos primeiros tempos.


Santo Onésimo, rogai por nós!


sexta-feira, 4 de novembro de 2022

4 de novembro - Santo do Dia

São Carlos Borromeu

São Carlos Borromeu procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos


Bispo (1538-1584)

A obra de são Borromeu, um dos santos mais importantes e mais queridos da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e trabalho. Mas para fazer justiça, como ele sempre pregou, temos de acrescentar mais uma, sem dúvida a mais importante: humildade. Oriundo da nobreza, Carlos Borromeu utilizou a inteligência notável, a cultura e o acesso às altas elites de Roma para posicionar-se na frente, ao lado e até abaixo dos pobres, doentes e, principalmente, das crianças. 

Nasceu no castelo da família em Arona, próximo de Milão, em 2 de outubro de 1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de Médicis, da mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na Igreja. Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o entregou para servir a Deus, como era hábito na época. Com vocação religiosa acentuada, penitente, piedoso e caridoso como os pobres. 

Levou a sério os estudos diplomando-se em direito canônico, aos vinte e um anos de idade. Um ano depois, fundou uma Academia para estudos religiosos, com total aprovação de Roma. Sobrinho de Pio IV, aos vinte e quatro anos já era sacerdote e bispo de Milão. Na sua breve trajetória, deixou-se guiar apenas pela fé, atuando tanto na burocracia interna da Igreja quanto na evangelização, sem fazer distinção para uma ou para a outra. Talvez tenha sido o primeiro secretário de Estado no sentido moderno da expressão. Formado pela Universidade de Pávia, liderou uma reforma radical na organização administrativa da Igreja, que naquele período era alicerçada no nepotismo, abusos de influências e sintomas graves de corrupção e decadência moral. 

Para isso conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores fundadores que a Igreja já teve. Criou seminários e vários institutos de utilidade pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe proporcionou o título de "pai dos pobres". Orientou muitas Ordens e algumas que surgiram depois de sua morte o escolheram para padroeiro, dando continuidade à grandiosa obra de amparo aos mais pobres que nos deixou. Contudo tudo foi muito difícil, porque encontrou muita resistência de Ordens conservadoras. Aliás, foi até vítima de um covarde atentado enquanto rezava na capela. Mas saiu ileso e humildemente perdoou seu agressor. 

Chegou 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada e mais de cem padres pagaram com a própria vida as lágrimas que enxugaram de casa em casa. Um dos mais ativos era Carlos Borromeu. Visitava os contaminados, levando-lhes o sacramento e consolo sem limites nem precauções, num trabalho incansável que lhe consumiu as energias. Chegou a flagelar-se em procissões públicas, pedindo perdão a Deus em nome de seu povo. 

Até que um dia foi apanhado, finalmente, pela febre, que minou seu organismo lentamente. Morreu anos depois, dizendo-se feliz por ter seguido os ensinamentos de Cristo e poder encontrar-se com ele de coração puro. Tinha apenas quarenta e seis anos de idade, quando isso aconteceu no dia 4 de novembro de 1584, na sua sede episcopal, na Itália. O papa Paulo V canonizou-o em 1610 e designou a festa em homenagem à memória de são Carlos Borromeu para o dia de sua morte.


São Carlos Borromeu, rogai por nós!


sábado, 10 de setembro de 2022

Santo do Dia - 10 de setembro (Protetor das almas do purgatório)

São Nicolau de Tolentino


Percorria os bairros mais pobres da cidade consolando aos aflitos, levando os sacramentos aos moribundos

A prodigiosa notícia que temos de são Nicolau de Tolentino diz que, 40 anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos. Esse milagre a ele  atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.

Apesar de ter nascido na cidade de Castelo de Santo Ângelo, no ano de 1245, foi do povoado de Tolentino que recebeu o apelido acrescentado ao seu nome. Naquela cidade, viveu grande parte da sua vida. Desde os 7 anos de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e dedicação aos pobres, aliados a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos 14 anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi ordenado sacerdote.

Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de alegria em Cristo. Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.

Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua santidade trazia, para a paróquia, fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado e respeitado por seus irmãos da Ordem.

No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor antes de completar 60 anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação, e os milagres atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias. No ano de 1446, são Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado  pelo papa Eugênio IV, cuja festa foi mantida para o dia de sua morte.

Minha oração

“São Nicolau recorro a ti pelas almas dos meus familiares, aqueles que já faleceram e estão no purgatório esperando a sua purificação. Que alcancemos, pela tua intercessão, a salvação das famílias e dos pecadores. A ti recorremos e pedimos. Amém!


São Nicolau Tolentino, rogai por nós!


domingo, 16 de maio de 2021

Evangelho do Dia

Evangelho Cotidiano 

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Ascensão do Senhor - Domingo

 Anúncio do Evangelho (Mc 16, 15-20)

O Senhor esteja convosco.

Ele está no meio de nós.

PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos

Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15 e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.

19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus.

20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Evangelho do Dia

Evangelho Cotidiano 

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

5º Domingo do Tempo Comum

Anúncio do Evangelho (Mc 1, 29-39)
 
— O Senhor esteja convosco
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a Vós, Senhor

Naquele tempo, 29 Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. 30 A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. 31 E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.

32 À tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33 A cidade inteira se reuniu em frente da casa. 34 Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.

35 De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36 Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37 Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”. 38 Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”. 39 E andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.

 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Santo do dia - 8 de março

São João de Ávila, o Apóstolo da Andaluzia
 
As atividades evangelizadoras de São João de Ávila revelaram um profundo saber teológico associado a uma alma acentuadamente contemplativa, havendo nele um inegável desprendimento dos bens terrenos 

No fim do século XV nascia em Almodóvar del Campo, nas cercanias de Toledo, mais um varão que seria um dos luminares no firmamento da Santa Igreja: São João de Ávila. 

Nascido a 6 de janeiro de 1500, e tendo ancestralidade judia, o pequeno João aos 14 anos foi enviado a Salamanca para estudar Direito mas, não sentindo no estudo das leis humanas o estímulo para a sua vida, abandonou os estudos e regressou à cidade natal, ali passando três anos em reflexão e penitência, sendo-lhe proveitosas as muitas horas que passava recolhido em frente ao sacrário onde era mantido o Santíssimo Sacramento.

Discernindo um chamado de Deus, decidiu-se por trilhar a via clerical, o que foi precedido de estudos apropriados feitos em Alcalá de Henares, onde foi aluno de Frei Domingo de Soto, célebre teólogo dominicano.Sua ordenação presbiteral deu-se em 1526, sendo a primeira missa celebrada por alma de seus pais, que haviam falecido pouco antes, quando ele estudava. Nesse dia vestiu e serviu a refeição a vários mendigos, tendo-se desfeito da fortuna que herdou dos ricos pais (era herdeiro único) destinando-a aos pobres. E passou a viver da caridade dos outros, de quem recebia esmolas para o sustento.


Um ano após ser ordenado dispôs-se a ser missionário na América, e assim ofereceu-se a um bispo que viajaria ao novo continente, rumo ao México. Porém foi dissuadido dessa ideia, aceitando então o encargo de evangelizar a região correspondente ao sul da península ibérica, o que o levou a ser considerado O Apóstolo da Andaluzia, região em que concentrou a maior parte de sua ação.


As atividades evangelizadoras de São João de Ávila revelaram um profundo saber teológico associado a uma alma acentuadamente contemplativa, havendo nele um inegável desprendimento dos bens terrenos. Dotado de especial memória para com as Sagradas Escrituras, dizia-se dele que se, por algum motivo, a Bíblia desaparecesse do mundo, ele a restituiria à humanidade, pois a tinha decorado... Mais importante que a lembrança das palavras era, entretanto, o conhecimento de seu conteúdo, tantas vezes utilizado para fundamentar as palavras faladas e escritas com que desenvolvia seu trabalho evangelizador.

Como exemplo de frutos de seu ardoroso apostolado cita-se a conversão de São Francisco de Bórgia (que futuramente sucederia Santo Inácio de Loyola à frente da Companhia de Jesus) e São João de Deus (que tanto beneficiaria os doentes com suas obras). Vários santos do século XVI com ele trocaram cartas, dentre os quais Santo Inácio de Loyola, São Pedro de Alcântara, São Francisco de Bórgia, Santa Teresa de Jesus.
Infelizmente muitas de suas obras perderam-se com o passar dos anos, principalmente os sermões, não sem antes darem muitos frutos. Vários dos seus escritos porém, foram cuidadosamente conservados. Autor prolífico, escreveu diversas obras ascéticas dirigidas às várias classes de pessoas. Dentre elas citam-se o Epistolário Espiritual Para Todos os Estados, O Conhecimento de Si Mesmo, Tratado Sobre o Sacerdócio, e outras. Sua ostensiva atuação como pregador incomodou alguns clérigos nos quais o sentimento de inveja brotou, os quais denunciaram São João de Ávila aos inquisidores de Sevilha. Isso fez com que ficasse encarcerado de 1531 a 1533 quando passou por um processo, no qual havia cinco denunciantes que o acusavam e 55 defensores.
Tendo partido para a Eternidade em 1569, São João de Ávila foi beatificado por Leão XIII em 1894 e canonizado por Paulo VI em 10 de maio de 1970. Pio XII, em 1946, proclamou-o patrono do clero secular espanhol. Sua inserção na lista dos Doutores da Igreja foi anunciada por Bento XVI na Jornada Mundial da Juventude em 2011.

São João de Ávila, rogai por nós!

 

São João de Deus

São João de Deus doou parte da sua vida aos cuidados com os doentes e os mais necessitados


João Cidade Duarte nasceu no dia 08 de março de 1495 em Montemor-o-novo, perto de Évora, Portugal. Seu pai era vendedor de frutas na rua. Da sua infância sabemos apenas que, João, aos oito anos, ou fugiu ou foi raptado por um viajante, que se hospedou em sua casa. Depois de vinte dias, sua mãe não resistiu e morreu. O pai acabou seus dias no convento dos franciscanos, que o acolheram.

Enquanto isso, João foi à pé para a Espanha rumo à cidade de Madrid, junto com mendigos e saltimbancos. Nos arredores de Toledo, o viajante o deixou aos cuidados de um bom homem, Francisco Majoral, administrador dos rebanhos do Conde de Oropesa, conhecido por sua caridade. Foi nessa época que ganhou o apelido de João de Deus, porque ninguém sabia direito quem era ou de onde vinha.

Por seis anos Francisco o educou como um filho, ao lado de sua pequenina filha. Dos catorze anos até os vinte e oito João trabalhou e viveu como um pastor. E quando Francisco decidiu casa-lo com sua filha, de novo ele fugiu, começando sua vida errante.

Alistou-se como soldado de Carlos V e participou da batalha de Paiva, contra Francisco I. Vitorioso, abandonou os campos de batalha e ganhou o mundo. Viajou por toda a Europa, foi para a África, trabalhou como vendedor ambulante em Gibraltar. Então, qual filho pródigo, voltou à sua cidade natal, onde ninguém o reconheceu, pois os pais já tinham falecido; novamente rumou à Espanha, onde abriu uma livraria em Granada.

Nessa cidade, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão proferido por João d'Ávila, que a Igreja também canonizou, arrependido dos seus pecados e tocado pela graça, saiu correndo da igreja, e gritou: "misericórdia, Senhor, misericórdia". Todos riram dele, mas João de Deus não se importou. Distribuiu todos os seus bens aos pobres e começou a fazer rigorosas penitências. Tomado por louco foi internado num hospital psiquiátrico, onde foi tratado desumanamente. Depois de ter experimentado todas as crueldades que aí se praticavam e orientado por João d'Ávila decidiu fundar uma casa-hospitalar, para tratar os loucos. Criou assim uma nova Ordem religiosa, a dos Irmãos Hospitaleiros.

Ao todo foram mais de oitenta casas-hospitalares fundadas, para abrigar loucos e doentes terminais. Para cuidar deles, usava um processo todo seu, sendo considerado o precursor do método psicanalítico e psicossomático, inventado quatro séculos depois por Freud e seus discípulos. João de Deus, que nunca se formou em medicina, curava os doentes mentais utilizando a fé e sua própria experiência. Partia do princípio de que curando a alma, meio caminho havia sido trilhado para curar o corpo. Ele sentia a dualidade da situação do doente, por tê-la vivenciado dessa maneira. João de Deus sentia-se pertencer ao mundo dos loucos e ao mundo dos pecadores e indignos e, por isso, se motivou a trabalhar na dignificação, reabilitação e inserção de ambas as categorias. Um modelo de empatia e convicções profundas tão em falta, que várias instituições seguiram sua orientação nesse sentido, tempos depois e ainda hoje.

Depois, João de Deus e seus discípulos passaram a atender todos os tipos de enfermos. Seu mote era: "fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos". Ele morreu no mesmo dia em que nasceu, aos cinqüenta e cinco anos, no dia 8 de março de 1550. Foi canonizado pelo Papa Leão XIII que o proclamou padroeiro dos hospitais, dos doentes e de todos aqueles que trabalham pela cura dos enfermos.

Hoje a Ordem Hospitaleira São João de Deus, é um instituto religioso, internacional, com sede em Roma, composto de homens que por amor a Deus se consagram à hospitalidade misericordiosa para com os doentes e necessitados em quarenta e cinco países dos cinco continentes. 


 São João de Deus, rogai por nós!

quinta-feira, 8 de março de 2018

Santo do dia - 8 de março

São João de Ávila, o Apóstolo da Andaluzia
 
As atividades evangelizadoras de São João de Ávila revelaram um profundo saber teológico associado a uma alma acentuadamente contemplativa, havendo nele um inegável desprendimento dos bens terrenos 

No fim do século XV nascia em Almodóvar del Campo, nas cercanias de Toledo, mais um varão que seria um dos luminares no firmamento da Santa Igreja: São João de Ávila. 

Nascido a 6 de janeiro de 1500, e tendo ancestralidade judia, o pequeno João aos 14 anos foi enviado a Salamanca para estudar Direito mas, não sentindo no estudo das leis humanas o estímulo para a sua vida, abandonou os estudos e regressou à cidade natal, ali passando três anos em reflexão e penitência, sendo-lhe proveitosas as muitas horas que passava recolhido em frente ao sacrário onde era mantido o Santíssimo Sacramento.

Discernindo um chamado de Deus, decidiu-se por trilhar a via clerical, o que foi precedido de estudos apropriados feitos em Alcalá de Henares, onde foi aluno de Frei Domingo de Soto, célebre teólogo dominicano.Sua ordenação presbiteral deu-se em 1526, sendo a primeira missa celebrada por alma de seus pais, que haviam falecido pouco antes, quando ele estudava. Nesse dia vestiu e serviu a refeição a vários mendigos, tendo-se desfeito da fortuna que herdou dos ricos pais (era herdeiro único) destinando-a aos pobres. E passou a viver da caridade dos outros, de quem recebia esmolas para o sustento.


Um ano após ser ordenado dispôs-se a ser missionário na América, e assim ofereceu-se a um bispo que viajaria ao novo continente, rumo ao México. Porém foi dissuadido dessa ideia, aceitando então o encargo de evangelizar a região correspondente ao sul da península ibérica, o que o levou a ser considerado O Apóstolo da Andaluzia, região em que concentrou a maior parte de sua ação.


As atividades evangelizadoras de São João de Ávila revelaram um profundo saber teológico associado a uma alma acentuadamente contemplativa, havendo nele um inegável desprendimento dos bens terrenos. Dotado de especial memória para com as Sagradas Escrituras, dizia-se dele que se, por algum motivo, a Bíblia desaparecesse do mundo, ele a restituiria à humanidade, pois a tinha decorado... Mais importante que a lembrança das palavras era, entretanto, o conhecimento de seu conteúdo, tantas vezes utilizado para fundamentar as palavras faladas e escritas com que desenvolvia seu trabalho evangelizador.

Como exemplo de frutos de seu ardoroso apostolado cita-se a conversão de São Francisco de Bórgia (que futuramente sucederia Santo Inácio de Loyola à frente da Companhia de Jesus) e São João de Deus (que tanto beneficiaria os doentes com suas obras). Vários santos do século XVI com ele trocaram cartas, dentre os quais Santo Inácio de Loyola, São Pedro de Alcântara, São Francisco de Bórgia, Santa Teresa de Jesus.
Infelizmente muitas de suas obras perderam-se com o passar dos anos, principalmente os sermões, não sem antes darem muitos frutos. Vários dos seus escritos porém, foram cuidadosamente conservados. Autor prolífico, escreveu diversas obras ascéticas dirigidas às várias classes de pessoas. Dentre elas citam-se o Epistolário Espiritual Para Todos os Estados, O Conhecimento de Si Mesmo, Tratado Sobre o Sacerdócio, e outras. Sua ostensiva atuação como pregador incomodou alguns clérigos nos quais o sentimento de inveja brotou, os quais denunciaram São João de Ávila aos inquisidores de Sevilha. Isso fez com que ficasse encarcerado de 1531 a 1533 quando passou por um processo, no qual havia cinco denunciantes que o acusavam e 55 defensores.
Tendo partido para a Eternidade em 1569, São João de Ávila foi beatificado por Leão XIII em 1894 e canonizado por Paulo VI em 10 de maio de 1970. Pio XII, em 1946, proclamou-o patrono do clero secular espanhol. Sua inserção na lista dos Doutores da Igreja foi anunciada por Bento XVI na Jornada Mundial da Juventude em 2011.

São João de Ávila, rogai por nós!

 

São João de Deus

São João de Deus doou parte da sua vida aos cuidados com os doentes e os mais necessitados


João Cidade Duarte nasceu no dia 08 de março de 1495 em Montemor-o-novo, perto de Évora, Portugal. Seu pai era vendedor de frutas na rua. Da sua infância sabemos apenas que, João, aos oito anos, ou fugiu ou foi raptado por um viajante, que se hospedou em sua casa. Depois de vinte dias, sua mãe não resistiu e morreu. O pai acabou seus dias no convento dos franciscanos, que o acolheram.

Enquanto isso, João foi à pé para a Espanha rumo à cidade de Madrid, junto com mendigos e saltimbancos. Nos arredores de Toledo, o viajante o deixou aos cuidados de um bom homem, Francisco Majoral, administrador dos rebanhos do Conde de Oropesa, conhecido por sua caridade. Foi nessa época que ganhou o apelido de João de Deus, porque ninguém sabia direito quem era ou de onde vinha.

Por seis anos Francisco o educou como um filho, ao lado de sua pequenina filha. Dos catorze anos até os vinte e oito João trabalhou e viveu como um pastor. E quando Francisco decidiu casa-lo com sua filha, de novo ele fugiu, começando sua vida errante.

Alistou-se como soldado de Carlos V e participou da batalha de Paiva, contra Francisco I. Vitorioso, abandonou os campos de batalha e ganhou o mundo. Viajou por toda a Europa, foi para a África, trabalhou como vendedor ambulante em Gibraltar. Então, qual filho pródigo, voltou à sua cidade natal, onde ninguém o reconheceu, pois os pais já tinham falecido; novamente rumou à Espanha, onde abriu uma livraria em Granada.

Nessa cidade, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão proferido por João d'Ávila, que a Igreja também canonizou, arrependido dos seus pecados e tocado pela graça, saiu correndo da igreja, e gritou: "misericórdia, Senhor, misericórdia". Todos riram dele, mas João de Deus não se importou. Distribuiu todos os seus bens aos pobres e começou a fazer rigorosas penitências. Tomado por louco foi internado num hospital psiquiátrico, onde foi tratado desumanamente. Depois de ter experimentado todas as crueldades que aí se praticavam e orientado por João d'Ávila decidiu fundar uma casa-hospitalar, para tratar os loucos. Criou assim uma nova Ordem religiosa, a dos Irmãos Hospitaleiros.

Ao todo foram mais de oitenta casas-hospitalares fundadas, para abrigar loucos e doentes terminais. Para cuidar deles, usava um processo todo seu, sendo considerado o precursor do método psicanalítico e psicossomático, inventado quatro séculos depois por Freud e seus discípulos. João de Deus, que nunca se formou em medicina, curava os doentes mentais utilizando a fé e sua própria experiência. Partia do princípio de que curando a alma, meio caminho havia sido trilhado para curar o corpo. Ele sentia a dualidade da situação do doente, por tê-la vivenciado dessa maneira. João de Deus sentia-se pertencer ao mundo dos loucos e ao mundo dos pecadores e indignos e, por isso, se motivou a trabalhar na dignificação, reabilitação e inserção de ambas as categorias. Um modelo de empatia e convicções profundas tão em falta, que várias instituições seguiram sua orientação nesse sentido, tempos depois e ainda hoje.

Depois, João de Deus e seus discípulos passaram a atender todos os tipos de enfermos. Seu mote era: "fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos". Ele morreu no mesmo dia em que nasceu, aos cinqüenta e cinco anos, no dia 8 de março de 1550. Foi canonizado pelo Papa Leão XIII que o proclamou padroeiro dos hospitais, dos doentes e de todos aqueles que trabalham pela cura dos enfermos.

Hoje a Ordem Hospitaleira São João de Deus, é um instituto religioso, internacional, com sede em Roma, composto de homens que por amor a Deus se consagram à hospitalidade misericordiosa para com os doentes e necessitados em quarenta e cinco países dos cinco continentes. 


 São João de Deus, rogai por nós!