Santa Catarina (Vegri) da Bolonha
Catarina Vegri nasceu no dia 08 de setembro de 1413, na cidade de
Bolonha, Itália. Seu pai era o estimado juiz João de Vegri e trabalhava
para a corte local, bem situado socialmente, dispunha de razoável
conforto para a família. Quando a menina completou nove anos de idade, a
família se transferiu para Ferrara, porque seu pai tinha sido convocado
pelo duque Nicolau III, que estava construindo seu ducado, composto
pelas cidades de Ferrara, Modena e Reggio. E ela foi nomeada dama de
companhia de Margarida, filha de Nicolau.
Dessa forma Catarina vivia na florescente corte, cercada pela nata de
artistas e intelectuais. Aprendia música, pintura, dança e as
tradicionais matérias acadêmicas, com os renomados da época, mas
demonstrava vontade e determinação de se tornar religiosa. E foi o que
fez quando toda essa opulência terminou, com a morte prematura de seu
pai. Catarina tinha então treze anos e teve de voltar para Bolonha, com
sua mãe Benvinda Manolini, que se casara outra vez.
Após um ano de luto ela ingressou na Ordem terceira de São Francisco, em
Bolonha, onde permaneceu por cinco anos, vividos sob intensos conflitos
interiores e angustias pessoais. Amadurecendo a idéia de se tornar uma
clarissa, em 1432, retornou para Ferrara para ingressar na Ordem de
Santa Clara, onde trabalhou incessantemente fiel às Regras fazendo todos
os tipos de serviços. Lavou pratos, cuidou da horta, da portaria,
ensinou catecismo, escreveu novas orações e compôs novos cantos, até
finalmente ser eleita abadessa, para administrar o convento que se
tornou famoso e muito procurado. Tudo indicava que era necessário fundar
mais um, e Catarina, como abadessa que era, o construiu em Bolonha,
inaugurando-o em 1456. Nele ela viu ingressar sua mãe, que de novo se
encontrava viúva.
Contam os registros e a tradição que Catarina possuía vários dons
especiais. Enriquecidos pelo trabalho árduo e sofrimento pessoal,
traduziram-se através de visões contemplativas e fatos prodigiosos,
inclusive por graças, que operou em vida. De suas contemplações, a mais
conhecida foi a primeira, que lhe possibilitou presenciar o juízo final e
que a marcou por toda a vida. Outra bastante divulgada foi a que
ocorreu na noite de Natal de 1456. Catarina ficou orando a noite toda e,
no fim da madrugada, lhe apareceu Nossa Senhora com o Menino Jesus no
colo, que depois passou para os seus braços.
Quanto aos prodígios, um foi presenciado por todo o convento. Certo dia
uma noviça feriu-se trabalhando na horta, decepando um dedo do próprio
pé com a pá que manuseava. Então, Catarina apanhou o dedo amputado,
colocou no lugar, rezou com a noviça e o dedo voltou a se unir à pele.
São célebres também as graças pelas conversões que ela conseguiu.
A fama de sua santidade se propagou ainda em vida entre os fiéis. Mas
logo depois de sua morte no dia 09 de março de 1463, passou a ser
chamada de santa por todos, pelos prodígios e graças que logo ocorreram
no local de sua sepultura. Tanto que dezoito dias depois, seu corpo foi
exumado, para ser transladado e aí se constatou que ele estava
incorrupto, maleável e exalando um doce perfume.
Desde então, ela não foi mais sepultada, foi colocada sentada numa
cadeira, na capela ao lado do altar mor da igreja do convento Corpus
Domini, em Bolonha. E assim permanece até hoje, sem se deteriorar,
apesar dos vários séculos transcorridos. O culto à Santa Catarina Vegri
ou da Bolonha foi autorizado em 1712 pelo papa Clemente XI e o dia de
sua morte escolhido para sua veneração litúrgica.
Santa Catarina da Bolonha, rogai por nós!
Santa Francisca Romana
Francisca Romana tem uma importância muito grande na história da
Igreja, por ser considerada exemplo de mulher cristã a ser seguido por
jovens, noivas, esposas, mães, viúvas e religiosas, pelo modelo que foi.
Francisca Bussa de Buxis de Leoni nasceu em 1384, em uma nobre e
tradicional família romana cristã e, desde jovem, manifestou a vocação
para uma vida de piedade e penitência. Queria ser uma religiosa, mas seu
pai prometeu-a em casamento ao jovem Lourenço Ponciano, também
cortejado por ser nobre e muito rico. Contudo, era um bom cristão e os
dois se completaram, social e espiritualmente. Tiveram filhos, cumpriam
suas obrigações matrimoniais com sobriedade e serenidade, respeitando
todos os preceitos católicos de caridade e benevolência. Dedicavam tanto
tempo aos pobres e doentes que sua rica casa acabou se transformando em
asilo, ambulatório, hospital e albergue, para os necessitados e
abandonados.
O casal teve seis filhos que deveriam ser apenas fontes de felicidade
para os pais, porém acabaram por se tornar a origem de muita dor e
sacrifício. Numa sucessão de acontecimentos Francisca viu morrer três de
seus filhos. Roma, naquela época, atravessou períodos terríveis de sua
história, sendo flagelada por duas guerras, revoluções, epidemias, fome e
miséria. Francisca ainda assistiu outro dos filhos ser feito refém,
enquanto o marido se tornava prisioneiro, depois de ferido na guerra.
Mesmo assim, continuou sua obra de caridade junto aos necessitados,
vendendo quase tudo que tinha para mantê-la. Foi justamente nesse
período que recebeu o título de "Mãe de Roma".
Freqüentava a igreja de padres beneditinos de Santa Maria Nova e ali
reuniu as ricas amigas da corte romana para trabalharem em benefício da
sociedade. Mesmo sem vestirem hábito algum, sem emitirem votos e sem
formarem uma família religiosa, pois, viviam uma vida normal de mães e
donas de casa, mas encontrando tempo para se dedicarem à comunidade
carente. Quando o marido morreu, Francisca entregou-se de maneira
definitiva à vida religiosa, fundando com algumas dessas companheiras,
também viúvas, a Ordem das Irmãs Oblatas Olivetanas de Santa Maria Nova.
Tinha cinqüenta e seis anos quando morreu, no dia 09 de março de 1440,
depois de ser eleita superiora pelas companheiras de convento. Sua
biografia oficial registra ainda várias manifestações da graça do Senhor
em sua vida, como a presença constante e real de um anjo da guarda.
Foi proclamada Santa Francisca Romana em 1608 e considerada mística,
pela Igreja. Narram os registros que, quando morreu, foram necessários
três dias para que toda a população de Roma pudesse visitar seu caixão,
de tanto que era admirada e querida pelo povo, devotos e fiéis.
Santa Francisca Romana, rogai por nós!
São Domingos Sávio
Este jovem santo ofereceu a sua juventude por amor a Deus e Maria Santíssima
O santo de hoje viveu o lema “Antes morrer do que pecar”.
Nascido em Turim, na Itália, no ano de 1842, Domingos conheceu muito
cedo Dom Bosco e participou do Oratório – lugar de formação integral –
onde seu coração se apaixonou por Jesus e Nossa Senhora Auxiliadora.
Pequeno na estatura, mas gigante na busca de corresponder ao chamado à
santidade, foi um ícone da alegria de ser santo. Um jovem comum, que
buscava cumprir os seus deveres e amava a vida de oração.
Com a saúde fragilizada, faleceu com apenas 15 anos.
São Domingos Sávio, rogai por nós.
São Gregório de Nissa
Os registros e a tradição trazem poucos dados sobre a vida de
Gregório de Nissa, antes dele se tornar sacerdote. Mas, existe a
literatura teológica que nos dá luz sobre seus pensamentos e seu modo de
agir em relação ao cristianismo, que ele mesmo escreveu e nos deixou.
Ele nasceu na Cesarea da Capadócia, Turquia entre os anos 330 a 335.
Seus pais Basílio, apelidado de "o velho", e Amélia, tiveram dez filhos
dos quais: Gregório, Pedro, Basílio e Macrina, se tornaram santos. Sem
contar o avô, que morreu mártir e a avó, da qual a irmã herdou o nome, e
que a Igreja também venera.
Gregório estudou em Atenas, e se interessou especialmente pelos
principais autores clássicos da razão, como Platão e Aristóteles, mas
também os da fé, como Orígenes e Metódio de Olimpo. Mais tarde se casou e
foi lecionar. Ao se tornar viúvo abandonou o cargo de professor, para
se dedicar só ao Cristianismo. Sob a orientação e influência de
Gregório Nazianzeno, que também é celebrado e com quem ele convivera,
foi motivado a seguir a vida religiosa à exemplo dos seus irmãos.
Optando pela monástica, se isolou num mosteiro do qual saiu somente
quando, em 371, foi nomeado bispo de Nissa, na Capadócia.
Tornou-se um teólogo conhecido e respeitado através de seus famosos
trabalhos dogmáticos, dos quais "Grande Catequese" é considerado o
principal. Dentre suas obras importantes, encontramos também o "Livro
sobre a Virgindade", referente a Maria, Mãe de Deus. Todas escritas
durante o tempo vivido na solidão das margens do rio Íris, onde se
isolara com seu irmão Basílio, que depois se tornou bispo da Cesarea.
Amante da solidão e do estudo, foi a contragosto que assumiu a diocese
de Nissa. Sua bondade e falta de senso prático eram tão notórias, que
muitos a consideravam ingenuidade. Tanto que, nesse cargo, Gregório
viu-se acusado de desperdiçar bens da Igreja, sendo, de repente, deposto
e mandado ao exílio, no ano 376, período em que faleceu seu irmão
Basílio. Entretanto, dois anos depois, provou que tudo não passou de
uma trama dos hereges arianos, porque as acusações não foram
fundamentadas e Gregório teve sua inocência reconhecida. Aclamado pelos
fiéis e pelo povo, reassumiu a diocese.
Depois desse episódio do exílio, o conceito de Gregório de Nissa subiu
muito no mundo cristão e ele resolveu inúmeras divergências entre as
igrejas orientais, sendo o mediador de questões doutrinárias ou mesmo
administrativas. Cumpriu também missões determinadas pelo próprio
imperador. Ele teve participações decisivas nos concílios: de Antioquia e
o de Constantinopla, em 394, onde se definiu a "coluna da ortodoxia".
Colocou a paz entre as Igrejas da Arábia e da Palestina.
Há muitos pontos em comum entre Gregório de Nissa e Tomás d'Aquino se
compararmos, no trabalho de ambos, o cuidado em dar aos problemas
enfrentados, cada um à sua época, uma resposta em sintonia com os dados
da fé e as exigências da razão. Gregório de Nissa é considerado um dos
padres orientais mais expressivos do século IV. Ele morreu entre os anos
395 a 400 e sua festa se comemora no dia 09 de março.
São Gregório de Nissa, rogai por nós!