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sábado, 24 de abril de 2010

Ação judicial nos EUA contra o Papa é ilegítima, diz Vaticano

O Vaticano qualificou, nesta sexta-feira, de ilegítima uma ação judicial aberta nos Estados Unidos contra o Papa Bento XVI e seus assessores mais próximos por um caso de abuso sexual em uma escola de meninos surdos no estado americano do Wisconsin. Um autor não identificado acionou um tribunal federal da cidade de Milwaukee, alegando ter sofrido abusos do padre Lawrence Murphy, que lecionou entre 1950 a 1974. Ele foi acusado de ter molestado cerca de 200 meninos surdos.

"A ação contra a Santa Sé e seus funcionários não tem absolutamente nenhum mérito. A maioria das queixas reformula velhas teorias já rejeitadas por cortes dos EUA," disse o advogado do Vaticano, Jeffrey Lena, em um comunicado. "Embora vítimas de abusos tenham entrado com ações judiciais legítimas, esta não é uma delas," afirmou.

A ação alega que o Papa, que antes chefiava o órgão do Vaticano encarregado de supervisionar o cumprimento dos dogmas da fé, e outras autoridades do Vaticano não tomaram medidas disciplinares contra Murphy nos anos 1990, quando dirigentes da Igreja nos EUA descobriram os abusos, informaram o Vaticano e pediram que ele fosse destituído de suas funções.

São citados como réus o Papa, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, e um antecessor, cardeal Angelo Sodano. O Vaticano diz que essa ação é parte de uma ampla campanha de ataques contra a Igreja.

Segundo um artigo publicado no jornal oficial do Vaticano, "L'Osservatore Romano", os ataques contra o Papa só confirmam a "grandeza" do Pontífice. O texto, assinado pelo escritor francês Fabrice Hadjadj, diz que os casos de pedofilia resultaram em "perseguição" e "linchamento midiático" do Catolicismo.

"Os meios de comunicação mais antipapas tornaram-se apologistas da fé. Se veem obrigados a deformar os fatos, a falsificar informações para atacá-lo e denegrir todo o clero", afirma.

Na Alemanha, um painel montado pelo governo está discutindo um plano, a ser aprovado até o fim do ano, para compensar as vítimas de abusos sexuais e impor regras que impeçam novos crimes no futuro.

Nota dos Editores do Blog: a mídia antipapa busca por todos os meios denegrir todo o clero; casos de pederastia - pedofilia é outra coisa totalmente diferente do que diz a Imprensa. Aliás para a imprensa anticatólica é melhor usar o termo PEDOFILIA - que além de passar uma imagem mais negativa para a Santa Igreja Católica Apostólica Romana também evita o uso do termo PEDERASTIA, prática homossexual, que na realidade é a a quase totalidade das ocorrência havidas e que envolveram PRÁTICAS HOMOSSEXUAIS entre padres HOMOSSEXUAIS e adolescentes - não menores impubéres, o que caractizaria a pedofilia.

Não fossem os padres envolvidos em tais atos HOMOSSEXUAIS nada teria acontecido.

Só que a grande mídia evita falar qualquer coisa negativa contra o HOMOSSEXUALISMO, não é politicamente correto apresentar fatos que gerem conceitos negativos contra os homossexuais.

A vinda do anticristo se aproxima.

Leia em I São João, 2:18, "Filhinhos, esta é a última hora.Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. "

Finalmente a JUSTIÇA começa a ser feita, mas, através de uma INJUSTIÇA

Justiça de Minas Gerais condena Google a indenizar padre ofendido no Orkut

A 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou o site de buscas Google a indenizar um padre em R$ 15 mil que foi ofendido em uma comunidade da rede de relacionamentos Orkut. O padre afirmou que um anônimo criou uma comunidade no Orkut o acusando de prática de pedofilia. "(...) o farsante, o namorado da sacristã, o pedófilo, roubo e sexo na igreja, o ladrão que tem amante", dizia o texto publicado no Google.

O Google alegou em sua defesa que não teve responsabilidade nas ofensas. Portanto, não caberia à empresa pagar indenização por danos morais. Para a empresa, "as ofensas supostamente sofridas pelo padre não foram pronunciadas pela empresa, mas tão somente por um usuário que postou as mensagens tidas como ofensivas".

A empresa disse que se limita a oferecer gratuitamente aos seus usuários um espaço na internet, onde eles podem postar o conteúdo que desejam, desde que respeitado o Termo de Uso e Políticas do site.

Para o juiz relator do caso, Alvimar de Ávila, "ao disponibilizar espaço em sites de relacionamento virtual, em que seus usuários podem postar qualquer tipo de mensagem, sem prévia fiscalização, com conteúdos ofensivos e injuriosos e, muitas vezes, com procedência desconhecida, (o Google) assume o risco de gerar danos" a outras pessoas.

O desembargador afirmou ainda que a comunidade provocou danos à "honra, dignidade e nome" do padre. A decisão da 12ª Câmara confirma sentença em 1ª instância, que também havia condenado a empresa.

Nota dos editores do Blog: defendemos ser indiscutível que qualquer pessoa vítima de injúria, calúnia ou difamação tenha o direito a reparação do dano sofrido com a indenização justa e também seja processada criminalmente, pois cometeu um crime.

Porém, não achamos certo que o veículo usado para veicular a notícia ultrajante seja punido - seria algo como punir os Correios por transportar uma carta ofensiva a determinada pessoa.

A internet nos dias de hoje propicia recursos que permitem com grandes possibilidade de êxito a origem da ofensa. Portanto, antes de condenar o GOOGLE que na verdade apenas oferece aos internautas, gratuitamente, um espaço sem censura prévia, caberia à Justiça identificar o IP de onde partiu a calúnia e punir - caso não identificasse o autor da difamação - o responsável por aquele IP - que também pode ser idenficiado.

Assim para fazer JUSTIÇA - punir uma difamação - foi cometida uma INJUSTIÇA haja vista a aplicação da punição a quem não tem culpa.

Santo do dia - 24 de abril

São Fidelis de Sigmaringen

Ele nasceu numa família de nobres em 1577, na cidade de Sigmaringen, na Alemanha, e foi batizado com o nome de Marcos Reyd. Na Universidade de Friburgo, na Suíça, estudou filosofia, direito civil e canônico, onde se formou professor e advogado em 1601.

Durante alguns anos, exerceu a profissão de advogado em Colmar, na Alsácia, recebendo o apelido de "advogado dos pobres", porque não se negava a trabalhar gratuitamente aos que não tinham dinheiro para lhe pagar.
Até os trinta e quatro anos, não tinha ainda encontrado seu caminho definitivo, até que, em 1612, abandonou tudo e se tornou sacerdote. Ingressou na Ordem dos Frades Menores dos Capuchinhos de Friburgo, vestindo o hábito e tomando o nome de Fidelis. Escreveu muito, e esses numerosos registros o fizeram um dos mestres da espiritualidade franciscana.

Como era intelectual atuante, acabou assumindo missões importantes em favor da Igreja e, a mando pessoal do papa Gregório XV, foi enviado à Suíça, a fim de combater a heresia calvinista. Acusado de espionagem a serviço do imperador austríaco, os calvinistas tramaram a sua morte, que ocorreu após uma missa em Grusch, na qual pronunciara um fervoroso sermão pela disciplina e obediência dos cristãos à Santa Sé.

Em suas anotações, foi encontrado um bilhete escrito dez dias antes de sua morte, dizendo que sabia que seria assassinado, mas que morreria com alegria por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando foi ferido, por um golpe de espada, pelos inimigos, pôs-se de joelhos, perdoou os seus assassinos e, rezando, abençoou a todos antes de morrer, no dia 24 de abril de 1622.
O papa Bento XIV canonizou são Fidelis de Sigmaringen em 1724.

São Fidelis de Sigmaringen

sexta-feira, 23 de abril de 2010

23 de abril - Santo do dia

São Jorge

A existência do popularíssimo são Jorge, por vezes, foi colocada em dúvida. Talvez porque sua história sempre tenha sido mistura entre as tradições cristãs e lendas, difundidas pelos próprios fiéis espalhados entre os quatro cantos do planeta.

Contudo encontramos na Palestina os registros oficiais de seu testemunho de fé. O seu túmulo está situado na cidade de Lida, próxima de Tel Aviv, Israel, onde foi decapitado no século IV, e é local de peregrinação desde essa época, não sendo interrompida nem mesmo durante o período das cruzadas. Ele foi escolhido como o padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha, Portugal, Lituânia e Inglaterra e um sem número de localidades no mundo todo. Até hoje, possui muitos devotos fervorosos em todos os países católicos, inclusive no Brasil.

A sua imagem de jovem guerreiro, montado no cavalo branco e enfrentando um terrível dragão, obviamente reporta às várias lendas que narram esse feito extraordinário. A maioria delas diz que uma pequena cidade era atacada periodicamente pelo animal, que habitava um lago próximo e fazia dezenas de vítimas com seu hálito de fogo. Para que a população inteira não fosse destruída pelo dragão, a cidade lhe oferecia vítimas jovens, sorteadas a cada ataque.

Certo dia, chegou a vez da filha do rei, que foi levada pelo soberano em prantos à margem do lago. De repente, apareceu o jovem guerreiro e matou o dragão, salvando a princesa. Ou melhor, não o matou, mas o transformou em dócil cordeirinho, que foi levado pela jovem numa corrente para dentro da cidade. Ali, o valoroso herói informou que vinha da Capadócia, chamava-se Jorge e acabara com o mal em nome de Jesus Cristo, levando a comunidade inteira à conversão.

De fato, o que se sabe é que o soldado Jorge foi denunciado como cristão, preso, julgado e condenado à morte. Entretanto o momento do martírio também é cercado de muitas tradições. Conta a voz popular que ele foi cruelmente torturado, mas não sentiu dor. Foi então enterrado vivo, mas nada sofreu. Ainda teve de caminhar descalço sobre brasas, depois jogado e arrastado sobre elas, e mesmo assim nenhuma lesão danificou seu corpo, sendo então decapitado pelos assustados torturadores. Jorge teria levado centenas de pessoas à conversão pela resistência ao sofrimento e à morte. Até mesmo a mulher do então imperador romano.

São Jorge virou um símbolo de força e fé no enfrentamento do mal através dos tempos e principalmente nos dias atuais, onde a violência impera em todas as situações de nossas vidas. Seu rito litúrgico é oficializado pela Igreja católica e nunca esteve suspenso, como erroneamente chegou a ser divulgado nos anos 1960, quando sua celebração passou a ser facultativa. A festa acontece no dia 23 de abril, tanto no Ocidente como no Oriente.

São Jorge, rogai por nós

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Papa Bento XVI promete ação da Igreja para combater denúncias de pedofilia

O Papa Bento XVI prometeu nesta quarta-feira uma reação da Igreja Católica diante da série de denúncias de abusos sexuais envolvendo religiosos. O pontífice comentou sua recente viagem a Malta e falou do encontro mantido por ele com pessoas do país que foram abusadas sexualmente por religiosos católicos.

Dividi com eles o sofrimento e, com emoção, rezei com eles assegurando a ação da Igreja - declarou o Papa, durante a audiência geral desta quarta-feira, a primeira desde a visita ao arquipélago mediterrâneo.

Na ocasião, o chefe de Estado do Vaticano expressou "consternação, vergonha e dor" por aquilo que as vítimas e suas famílias sofreram.

- O amor de Deus é maior que qualquer tempestade ou naufrágio - afirmou o Papa nesta quarta, relembrando a celebração do 1950º aniversário do naufrágio de São Paulo na região de Malta.


Nos últimos dias, o pontífice vem comparando os recentes escândalos de pedofilia que envolvem membros da Igreja Católica em diversos países ao "mau tempo que fez o barco do apóstolo de Jesus Cristo afundar em Malta".

Bento XVI pediu aos fiéis que sigam o exemplo de São Paulo, que "mesmo na violenta tempestade, manteve a confiança e esperança e soube transmiti-las a seus companheiros de viagem", e se dirigiu aos católicos malteses, que conseguiram exprimir neste momento difícil uma acolhida "verdadeiramente extraordinária".

O Papa elogiou a população de Malta por não introduzir nas leis do país o divórcio e o aborto:

- É uma comunidade forte, com uma fé ardente e sólida, que após dois mil anos ainda é fiel ao Evangelho e se esforça para comunicá-lo com os desafios contemporâneos.

Nota dos editores do Blo: vamos ficar roucos de tanto escrever que o surgimento repentino e organizado de milhares de denúncias contra padres da Santa Igreja Católica Apostólica Romana é fruto de uma ação organização buscando extorquir vultosas indenizações da Igreja Católica.

Uma pergunta: onde estavam 'guardados' essas centenas de molestados? surge a impressão de que estavam recolhidos em algum local na espera do momento certo para surgirem as centenas ou mesmo aos milhres, em diversos continentes, com a mesma acusação. Se não fosse uma ação orquestrada, organizada, o surgimento seria um caso aqui, outro ali e depois poderia até surgir casos com maior número de suspostos 'abusados'.

Abusos, sempre houve - infelizmente houve, continua havendo e vai continuar ocorrendo - mas de forma esparsa.

A prova da campanha covarde é que fazem questão de confundir PEDERASTIA - prática homossexual com PEDOFILIA - prática em que crianças impubéres são abusadas por adultos.

E as denúncias deixam bem claro que não é pedofilia e sim PEDERASTIA. A PEDERASTIA é consequência direta do homossexualismo e só existe entre homossexuais.

Os anti-Cristo destacam a suposta prática da pedofilia por ser um delito mais revoltante - por envolver crianças - do que a PEDERASTIA, além do mais falar da PEDERASTIA não é politicamente correto, afinal o correto, o bonito, é ser gay, é ser homossexual.

22 de abril - Santo do dia

São Caio

No livro dos papas da Igreja, encontramos registrado que o papa Caio nasceu na Dalmácia, atual território da Bósnia, de família cristã da nobreza romana, ligada por parentesco ao imperador Diocleciano, irmão do padre Gabino e tio de Suzana, ambos canonizados.

Caio foi eleito no dia 17 de dezembro de 283. Governou a Igreja durante treze anos, num período de longa trégua nas perseguições anticristãs, que já vinham sendo bem atenuadas. Também ocorria uma maior abertura na obtenção de concessões para as construções de novas igrejas, bem como para as ampliações dos cemitérios cristãos. Ele contou com a ajuda de seu irmão, padre Gabino, e da sobrinha Suzana, que se havia consagrado a Cristo.

Antes de ser escolhido papa, os dois irmãos sacerdotes tinham transformado em igreja a casa em que residiam. Lá, ouviam os aflitos, pecadores; auxiliavam os pobres e doentes; celebravam as missas, distribuíam a eucaristia e ministravam os sacramentos do batismo e do matrimônio. Isso porque a Igreja não tinha direito à propriedade, pois não era reconhecida pelo Império.

O grande contratempo enfrentado pelo papa Caio deu-se no âmbito interno do próprio clero, devido à crescente multiplicação de heresias, criando uma grande confusão aos devotos cristãos. A última, pela ordem cronológica, na época, foi a de "Mitra". Esta heresia era do tipo maniqueísta, de origem asiática, pela qual Deus assumia em si a contraposição celeste da luz e da treva. Tal heresia e outras ele baniu por completo, criando harmonia entre os cristãos.

Conforme antigos escritos da Igreja, apesar do parentesco com o imperador o papa se recusou a ajudar Diocleciano, que pretendia receber a sobrinha dele como sua futura nora Segundo se verificou nos antigos escritos, esse teria sido o motivo da ira do soberano ao assinar o severo decreto que mandou matar todos os cristãos, começando pelos três parentes.

Papa Caio morreu decapitado em 22 de abril de 296. A Igreja confirmou a sua santificação e o seu martírio, até pelo fato de Diocleciano ter encerrado por completo as perseguições somente no ano 303.

As suas relíquias foram depositadas primeiro no cemitério de São Calisto. Depois, em 631, foram trasladadas para a igreja que foi erguida no local da casa onde ele viveu, em Roma. A Igreja o reverencia com o culto litúrgico marcado para o dia de sua morte.

São Caio, rogai por nós !

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Santo do dia - 21 de abril

Santo Anselmo

Bispo e Doutor da Igreja

É dele a frase: “Não quero compreender para crer, mas crer para compreender, pois bem sei que sem a fé eu não compreenderia nada de nada.”

O santo de hoje é chamado de teólogo-filósofo.

Nasceu em Piamonte no ano de 1033. Seu pai era Conde e devido ao mau relacionamento com ele, saiu de casa, apenas com um burrinho e um servo.

Foi em busca da ciência, mas também se entregando aos prazeres. Era cristão, mas não de vivência.
Devido aos estudos, 'bateu' no Mosteiro de Bec e conheceu Lanfranc, um religioso e mestre beneditino. Através dessa amizade edificante, descobriu um tesouro maior: Jesus Cristo.

Nesse processo de conversão, abriu-se ao chamado à vida religiosa e entrou para a família beneditina. Seu mestre amigo foi escolhido para ser bispo em Cantuária e Anselmo ocupou o lugar do Mestre, chegando a ser também Superior. Um homem sábio, humilde, um formador para as autoridades, um pai. Um verdadeiro Abade.

Por obediência à Mãe Igreja, foi substituir seu amigo, que havia falecido, no Arcebispado de Cantuária. Viveu grandes desafios lá, retornando a Piamonte, onde faleceu, com esta fama de santidade e testemunho de fidelidade e amor à Cristo e à verdade.

Santo Anselmo, rogai por nós!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Epístola da desobediência

Teólogo desafia o Papa


Em carta aberta aos bispos, teólogo questiona a fidelidade incondicional ao papa e diz que ele deixou de renovar a Igreja

Veneráveis bispos:

Joseph Ratzinger, atual papa Bento XVI, e eu éramos os mais jovens teólogos no Concílio Vaticano II (1962-1965). Agora somos os mais velhos e os únicos ainda em plena atividade. Sempre entendi meu trabalho teológico como um serviço prestado à Igreja Católica Romana. Por essa razão, por ocasião do quinto aniversário da eleição do papa Bento XVI, faço este apelo a vocês numa carta aberta. Ao fazê-lo, sou motivado por meu profundo respeito por minha Igreja, que agora se encontra envolvida na pior crise de credibilidade desde a Reforma. Queiram me desculpar pela forma de carta aberta. Infelizmente, não tenho outro meio para alcançá-los.

Minhas esperanças e as de tantos católicos de que o papa pudesse encontrar seu caminho para promover uma renovação em curso da Igreja e uma reaproximação ecumênica no espírito do Concílio Vaticano II infelizmente não se confirmaram.

Seu pontificado mais perdeu que aproveitou oportunidades. Perdeu-se a oportunidade de reaproximação com as igrejas protestantes; de uma reconciliação duradoura com os judeus - em vez disso, recolocou bispos notoriamente antissemitas e cismáticos em comunhão com a Igreja; de um diálogo com muçulmanos numa atmosfera de confiança mútua; de reconciliação com os povos indígenas colonizados da América Latina; de ajudar os povos da África permitindo o uso do controle da natalidade para combater a superpopulação e preservativos para combater a disseminação do HIV. Perdeu-se a oportunidade de fazer do espírito do Concílio Vaticano II a bússola de toda a Igreja Católica.

Este último ponto, respeitáveis bispos, é o mais sério de todos. Por diversas vezes, este papa acrescentou qualificativos aos textos conciliares e os interpretou contra o espírito dos padres do Concílio:

- Trouxe os bispos da tradicionalista Sociedade Pio X de volta à Igreja sem nenhuma precondição;

- Promove a Missa Tridentina medieval por todos os meios possíveis;

- Recusa-se a pôr em vigor a reaproximação com a Igreja Anglicana, exposta em documentos oficiais pela Comissão Internacional Anglicana-Católica Romana;

- Reforçou ativamente as forças anticonciliares na Igreja nomeando funcionários reacionários para postos-chave na Cúria, enquanto nomeava bispos reacionários por todo o mundo.

O papa Bento XVI parece cada vez mais afastado da vasta maioria dos membros da Igreja que presta cada vez menos atenção a Roma e, na melhor hipótese, se identifica somente com seu pároco ou bispo local.

Sei que muitos de vocês estão aflitos com essa situação. Em sua política anticonciliar, o papa recebe pleno apoio da Cúria Romana. A Cúria é competente para reprimir críticas no episcopado e na Igreja como um todo e para desacreditar críticos por todos os meios a sua disposição. Com a volta à pompa e ao espetáculo absorvendo a atenção da mídia, as forças reacionárias em Roma tentaram nos apresentar como uma Igreja forte chefiada por um "Vigário de Cristo" absoluto que combina os poderes legislativo, executivo e judiciário da Igreja em suas mãos apenas. Mas a política de restauração de Bento fracassou. Todos os seus aparecimentos espetaculares, viagens demonstrativas e declarações públicas não conseguiram influenciar as opiniões da maioria dos católicos em questões controversas. Isso é particularmente verdadeiro com respeito a questões de moralidade sexual. Mesmo os encontros papais com a juventude, frequentados sobretudo por grupos carismáticos conservadores, não conseguiram conter a drenagem dos que saem da Igreja nem atrair mais vocações para o sacerdócio.

Vocês em particular, como bispos, têm razões para um profundo pesar: dezenas de milhares de padres renunciaram ao ministério desde o Concílio Vaticano II, a maioria em razão da regra do celibato. Vocações para o sacerdócio, mas também para ordens religiosas, irmandades e irmandades laicas estão em queda - não só quantitativamente como qualitativamente. A resignação e a frustração estão se espalhando rapidamente tanto pelo clero como pelos leigos atuantes. Muitos sentem que foram abandonados com suas necessidades pessoais e muitos estão profundamente deprimidos com a situação da Igreja. Em muitas de suas dioceses é a mesma história: igrejas cada vez mais vazias, seminários vazios e paróquias vazias. Em muitos países, em razão da falta de padres, cada vez mais paróquias estão sendo fundidas, com frequência contra a vontade de seus membros, em "unidades pastorais" maiores em que os poucos pastores sobreviventes ficam absolutamente sobrecarregados. Isso é antes uma falsa reforma da Igreja que uma reforma de fato!

E agora, por cima dessas crises, surge um escândalo que clama ao céu - a revelação do abuso clerical de milhares de crianças e adolescentes, primeiro nos Estados Unidos, depois na Irlanda, e agora na Alemanha e outros países. E para piorar as coisas, o tratamento dado a esses casos deu lugar a uma crise de liderança sem precedente e um colapso da confiança na liderança da Igreja.

As consequências de todos esses escândalos para a reputação da Igreja Católica são desastrosas. Líderes importantes da Igreja já admitiram isso. Numerosos pastores e educadores inocentes e comprometidos estão sofrendo com o estigma da suspeita que agora se estende sobre a Igreja.

Vocês, reverendos bispos, precisam enfrentar a questão: que acontecerá com nossa Igreja e suas dioceses no futuro? Não é minha intenção esboçar um novo programa de reforma da Igreja. Isso eu já fiz muitas vezes tanto antes como depois do Concílio. Desejo apenas lhes apresentar seis propostas que estou convencido de que são apoiadas por milhões de católicos que não têm voz na atual situação.

1. Não se calem: mantendo o silêncio ante tantas ofensas graves vocês também se mancham com a culpa. Quando sentirem que certas leis, diretrizes e medidas são contraproducentes, vocês devem dizê-lo em público. Enviem a Roma não profissões de sua devoção, mas apelos em favor da reforma!

2. Comecem a reforma: muitos na Igreja e no episcopado se queixam de Roma, mas eles próprios não fazem nada. Quando pessoas não frequentam mais a igreja numa diocese, quando o público é mantido na ignorância sobre as necessidades do mundo, quando a cooperação ecumênica é reduzida ao mínimo, então a culpa não pode ser simplesmente atribuída a Roma. Quer sejam bispos, padres, leigos ou leigas - todos podem fazer algo pela renovação da Igreja dentro da própria esfera de influência, seja ela grande ou pequena. Muitas das grandes realizações que ocorreram nas paróquias individuais e na Igreja em geral devem sua origem à iniciativa de um indivíduo ou de um pequeno grupo. Como bispos, vocês deveriam apoiar essas iniciativas e, especialmente considerando a situação presente, deveriam responder às justas queixas dos fiéis.

3. Ajam de maneira colegiada: após debates acalorados e contra a persistente oposição da Cúria, o Concílio Vaticano II decretou a colegialidade do papa e dos bispos. Ele o fez no sentido dos Atos dos Apóstolos, em que Pedro não agia sozinho sem o colégio dos apóstolos. Na era pós-conciliar, porém, o papa e a Cúria ignoraram esse decreto. Dois anos apenas após o Concílio, o papa Paulo VI emitiu sua encíclica defendendo a controversa lei do celibato sem nenhuma consulta aos bispos. Desde então, a política papal e o magistério papal continuaram agindo da velha maneira não colegial. Mesmo em matérias litúrgicas, o papa governa como um autocrata sobre e contra os bispos. Ele fica feliz de se cercar deles desde que não sejam mais que figurantes no palco, sem nenhuma voz nem direito de voto. É por isso que, veneráveis bispos, vocês não deveriam agir sozinhos, mas na comunidade dos outros bispos, dos padres e dos homens e mulheres que constituem a Igreja.

4. A obediência incondicional só é devida a Deus: embora em sua consagração episcopal vocês tenham tido de fazer um juramento de obediência ao papa, sabem que a obediência incondicional não deve jamais ser prestada a nenhuma autoridade humana; ela só é devida a Deus. Por essa razão, vocês não deveriam se sentir impedidos por seu juramento de falar a verdade sobre a crise atual que enfrentam a Igreja, sua dioceses e seu país. Seu modelo deveria ser o apóstolo Paulo, que ousava discordar de Pedro como em "resisti-lhe francamente, porque era censurável"! (Gálatas 2:11). Pressionar as autoridades romanas no espírito da fraternidade cristã pode ser permissível e até necessário quando elas não se colocam à altura do espírito do Evangelho e de sua missão. O uso do vernáculo na liturgia, as mudanças dos regulamentos que governam casamentos mistos, a afirmação de tolerância, democracia e direitos humanos, a abertura para uma atitude ecumênica, e muitas outras reformas do Vaticano II só foram alcançados pela pressão tenaz de baixo para cima.

5. Trabalhem por soluções regionais: o Vaticano com frequência tem feito ouvidos surdos a demandas bem fundamentadas do episcopado, dos padres e da laicidade. Isso é mais razão ainda para se buscar soluções regionais sábias. Como todos vocês sabem, a regra do celibato, que foi herdade da Idade Média, representa um problema particularmente delicado. No contexto atual do escândalo dos abusos sexuais, a prática tem sido cada vez mais posta em questão. Contra a vontade expressa de Roma, uma mudança pareceria pouco possível; mas não há razão para uma resignação passiva. Quando um padre, após considerações maduras, deseja se casar, não há razão porque ele deva renunciar automaticamente a seu ministério quando seu bispo e sua paróquia ficarem do seu lado. Conferências episcopais individuais poderiam tomar a frente com soluções regionais. Seria melhor, porém, buscar uma solução para toda a Igreja, portanto.

6. Peçam um concílio: assim como a conquista da reforma litúrgica, liberdade religiosa, ecumenismo e diálogo entre religiões requereu um concílio ecumênico, agora é necessário um concílio para resolver a escalada de problemas que pede uma reforma. No século anterior à Reforma, o Concílio de Constança decretou que concílios deveriam ser realizados a cada cinco anos. Mas a Cúria Romana conseguiu contornar essa decisão. Está fora de dúvida que a Cúria, temendo uma limitação de seu poder, faria qualquer coisa a seu alcance para impedir a realização de um concílio na presente situação. Assim, cabe a vocês promoverem o apelo por um concílio ou ao menos por uma assembleia representativa de bispos.

Com a Igreja em crise profunda, este é meu apelo a vocês, veneráveis bispos: ponham em ação a autoridade episcopal que foi reafirmada pelo Concílio Vaticano II. Nesta situação urgente, os olhos do mundo estão voltados para vocês. Incontáveis pessoas perderam sua confiança na Igreja Católica. Somente admitindo aberta e honestamente esses problemas e realizando resolutamente as reformas necessárias a confiança poderá ser recuperada. Com o devido respeito, eu lhes rogo que façam a sua parte - com seus colegas bispos até onde for possível, mas também sozinhos se preciso for - no "destemor" apostólico (Atos 4:29, 31). Deem a seus fiéis sinais de esperança e encorajamento e deem a nossa Igreja uma perspectiva para o futuro.

Com calorosas saudações na comunidade da fé cristã,

Do seu, Hans Küng

* Hans Küng, teólogo suíço, é escritor e professor emérito de teologia ecumênica na universidade tübingen, alemanha, escreveu este artigo para o New York Times

_Tradução de Celso M. Paciornik