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terça-feira, 8 de março de 2016

8 de março - Santo do dia

São João de Ávila, o Apóstolo da Andaluzia
 
As atividades evangelizadoras de São João de Ávila revelaram um profundo saber teológico associado a uma alma acentuadamente contemplativa, havendo nele um inegável desprendimento dos bens terrenos 

No fim do século XV nascia em Almodóvar del Campo, nas cercanias de Toledo, mais um varão que seria um dos luminares no firmamento da Santa Igreja: São João de Ávila. 

Nascido a 6 de janeiro de 1500, e tendo ancestralidade judia, o pequeno João aos 14 anos foi enviado a Salamanca para estudar Direito mas, não sentindo no estudo das leis humanas o estímulo para a sua vida, abandonou os estudos e regressou à cidade natal, ali passando três anos em reflexão e penitência, sendo-lhe proveitosas as muitas horas que passava recolhido em frente ao sacrário onde era mantido o Santíssimo Sacramento.

Discernindo um chamado de Deus, decidiu-se por trilhar a via clerical, o que foi precedido de estudos apropriados feitos em Alcalá de Henares, onde foi aluno de Frei Domingo de Soto, célebre teólogo dominicano.Sua ordenação presbiteral deu-se em 1526, sendo a primeira missa celebrada por alma de seus pais, que haviam falecido pouco antes, quando ele estudava. Nesse dia vestiu e serviu a refeição a vários mendigos, tendo-se desfeito da fortuna que herdou dos ricos pais (era herdeiro único) destinando-a aos pobres. E passou a viver da caridade dos outros, de quem recebia esmolas para o sustento.


Um ano após ser ordenado dispôs-se a ser missionário na América, e assim ofereceu-se a um bispo que viajaria ao novo continente, rumo ao México. Porém foi dissuadido dessa ideia, aceitando então o encargo de evangelizar a região correspondente ao sul da península ibérica, o que o levou a ser considerado O Apóstolo da Andaluzia, região em que concentrou a maior parte de sua ação.


As atividades evangelizadoras de São João de Ávila revelaram um profundo saber teológico associado a uma alma acentuadamente contemplativa, havendo nele um inegável desprendimento dos bens terrenos. Dotado de especial memória para com as Sagradas Escrituras, dizia-se dele que se, por algum motivo, a Bíblia desaparecesse do mundo, ele a restituiria à humanidade, pois a tinha decorado... Mais importante que a lembrança das palavras era, entretanto, o conhecimento de seu conteúdo, tantas vezes utilizado para fundamentar as palavras faladas e escritas com que desenvolvia seu trabalho evangelizador.

Como exemplo de frutos de seu ardoroso apostolado cita-se a conversão de São Francisco de Bórgia (que futuramente sucederia Santo Inácio de Loyola à frente da Companhia de Jesus) e São João de Deus (que tanto beneficiaria os doentes com suas obras). Vários santos do século XVI com ele trocaram cartas, dentre os quais Santo Inácio de Loyola, São Pedro de Alcântara, São Francisco de Bórgia, Santa Teresa de Jesus.
Infelizmente muitas de suas obras perderam-se com o passar dos anos, principalmente os sermões, não sem antes darem muitos frutos. Vários dos seus escritos porém, foram cuidadosamente conservados. Autor prolífico, escreveu diversas obras ascéticas dirigidas às várias classes de pessoas. Dentre elas citam-se o Epistolário Espiritual Para Todos os Estados, O Conhecimento de Si Mesmo, Tratado Sobre o Sacerdócio, e outras. Sua ostensiva atuação como pregador incomodou alguns clérigos nos quais o sentimento de inveja brotou, os quais denunciaram São João de Ávila aos inquisidores de Sevilha. Isso fez com que ficasse encarcerado de 1531 a 1533 quando passou por um processo, no qual havia cinco denunciantes que o acusavam e 55 defensores.
Tendo partido para a Eternidade em 1569, São João de Ávila foi beatificado por Leão XIII em 1894 e canonizado por Paulo VI em 10 de maio de 1970. Pio XII, em 1946, proclamou-o patrono do clero secular espanhol. Sua inserção na lista dos Doutores da Igreja foi anunciada por Bento XVI na Jornada Mundial da Juventude em 2011.
São João de Ávila, rogai por nós!

 

São João de Deus
João Cidade Duarte nasceu no dia 08 de março de 1495 em Montemor-o-novo, perto de Évora, Portugal. Seu pai era vendedor de frutas na rua. Da sua infância sabemos apenas que, João, aos oito anos, ou fugiu ou foi raptado por um viajante, que se hospedou em sua casa. Depois de vinte dias, sua mãe não resistiu e morreu. O pai acabou seus dias no convento dos franciscanos, que o acolheram.

Enquanto isso, João foi à pé para a Espanha rumo à cidade de Madrid, junto com mendigos e saltimbancos. Nos arredores de Toledo, o viajante o deixou aos cuidados de um bom homem, Francisco Majoral, administrador dos rebanhos do Conde de Oropesa, conhecido por sua caridade. Foi nessa época que ganhou o apelido de João de Deus, porque ninguém sabia direito quem era ou de onde vinha.

Por seis anos Francisco o educou como um filho, ao lado de sua pequenina filha. Dos catorze anos até os vinte e oito João trabalhou e viveu como um pastor. E quando Francisco decidiu casa-lo com sua filha, de novo ele fugiu, começando sua vida errante.

Alistou-se como soldado de Carlos V e participou da batalha de Paiva, contra Francisco I. Vitorioso, abandonou os campos de batalha e ganhou o mundo. Viajou por toda a Europa, foi para a África, trabalhou como vendedor ambulante em Gibraltar. Então, qual filho pródigo, voltou à sua cidade natal, onde ninguém o reconheceu, pois os pais já tinham falecido; novamente rumou à Espanha, onde abriu uma livraria em Granada.

Nessa cidade, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão proferido por João d'Ávila, que a Igreja também canonizou, arrependido dos seus pecados e tocado pela graça, saiu correndo da igreja, e gritou: "misericórdia, Senhor, misericórdia". Todos riram dele, mas João de Deus não se importou. Distribuiu todos os seus bens aos pobres e começou a fazer rigorosas penitências. Tomado por louco foi internado num hospital psiquiátrico, onde foi tratado desumanamente. Depois de ter experimentado todas as crueldades que aí se praticavam e orientado por João d'Ávila decidiu fundar uma casa-hospitalar, para tratar os loucos. Criou assim uma nova Ordem religiosa, a dos Irmãos Hospitaleiros.

Ao todo foram mais de oitenta casas-hospitalares fundadas, para abrigar loucos e doentes terminais. Para cuidar deles, usava um processo todo seu, sendo considerado o precursor do método psicanalítico e psicossomático, inventado quatro séculos depois por Freud e seus discípulos. João de Deus, que nunca se formou em medicina, curava os doentes mentais utilizando a fé e sua própria experiência. Partia do princípio de que curando a alma, meio caminho havia sido trilhado para curar o corpo. Ele sentia a dualidade da situação do doente, por tê-la vivenciado dessa maneira. João de Deus sentia-se pertencer ao mundo dos loucos e ao mundo dos pecadores e indignos e, por isso, se motivou a trabalhar na dignificação, reabilitação e inserção de ambas as categorias. Um modelo de empatia e convicções profundas tão em falta, que várias instituições seguiram sua orientação nesse sentido, tempos depois e ainda hoje.

Depois, João de Deus e seus discípulos passaram a atender todos os tipos de enfermos. Seu mote era: "fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos". Ele morreu no mesmo dia em que nasceu, aos cinqüenta e cinco anos, no dia 8 de março de 1550. Foi canonizado pelo Papa Leão XIII que o proclamou padroeiro dos hospitais, dos doentes e de todos aqueles que trabalham pela cura dos enfermos.

Hoje a Ordem Hospitaleira São João de Deus, é um instituto religioso, internacional, com sede em Roma, composto de homens que por amor a Deus se consagram à hospitalidade misericordiosa para com os doentes e necessitados em quarenta e cinco países dos cinco continentes. 


 São João de Deus, rogai por nós!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Santo do dia - 7 de março

Santas Perpétua e Felicidade

Senhora e escrava, Perpétua e Felicidade sofreram a prisão juntas, na fé e na solidariedade, no ano de 203, na África do Norte.

O imperador Severo, também de origem africana, havia decretado a pena de morte para os cristãos. Perpétua era de família nobre, filha de pai pagão, tinha vinte e dois anos e um filho recém-nascido. Sua escrava, Felicidade, estava grávida de oito meses e rezava diariamente para que o filho nascesse antes da execução e obteve essa graça. Isso aconteceu num parto de muito sofrimento, dois dias antes de serem levadas à arena, para as feras famintas.

Perpétua escreveu um diário na prisão, onde relata todo o sofrimento de que foram vítimas e que figura entre os escritos mais realistas e comoventes da Igreja. Além de descrever os horrores da escuridão e a forma selvagem como eram tratadas no calabouço, ela narrou como seu pai a procurou na prisão, com autorização do juiz, para tentar fazê-la desistir da fé em Cristo e assim salvar sua vida.

Mas ambas, senhora e escrava, mantiveram-se firmes, também como outros seis cristãos que se tornaram seus companheiros no martírio. Elas que ainda não tinham sido batizadas fizeram questão de receber o sacramento na prisão, para reafirmar suas posições de cristãs e, em nenhum momento sequer, pensaram em salvar as vidas negando o cristianismo.

Segundo os escritos oficiais que complementam o diário de Perpétua, os homens foram despedaçados por leopardos. Perpétua e Felicidade foram degoladas, depois de atacadas por touros e vacas. Era o dia 07 de março de 203.

Perpétua viveu a última hora dando extraordinária prova de amor e de tranquila dignidade. Viu Felicidade ser abatida sob os golpes dos animais, e docemente a amparou e a suspendeu nos braços; depois recompôs o seu vestido estraçalhado, demonstrando um genuíno respeito por ela. Esses gestos geraram na população pagã, um breve momento de comoção piedosa. Mas por poucos segundos, pois a vontade da massa enfurecida prevaleceu, até ver o golpe fatal da degolação.

Pelo martírio, Perpétua e Felicidade entram para a Igreja, que as veneram nesse dia com as honras litúrgicas. 


Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós!
 

domingo, 6 de março de 2016

Evangelho do Dia



EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

4º Domingo da Quaresma
Evangelho segundo S. Lucas 15,1-3.11-32. 


Nauele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.  Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
 
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta.
Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse:
‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. 
 
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.

Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos:
‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos,
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’.
E começou a festa. 

Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.

Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe:
‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. 

Mas ele respondeu ao pai:
‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.

Disse-lhe o pai:
‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’
».


Comentário do dia: Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Homilias sobre os salmos, Sl 138, 5-6
«Quando ainda estava longe, o pai avistou-o»

«Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atento a todos os meus passos» (Sl 138, 2-3). Enquanto sou viajante, antes da minha chegada à pátria, compreendeste o meu pensamento. Pensai no filho mais novo, que partiu para longe. […] O mais velho não partiu para longe, trabalhava nos campos, simbolizando os santos que, respeitando a Lei, observavam as práticas e os preceitos da Lei.

Mas o gênero humano, que se tinha desviado para o culto dos ídolos, tinha «partido para longe». Com efeito, nada está tão longe daquele que te criou como essa imagem que modelaste para ti. O filho mais novo partiu, pois, para uma região distante, levando consigo a sua parte da herança e, segundo nos diz o Evangelho, esbanjou-a. […] Mas, após tantas infelicidades e tanto abatimento, depois das provas e do desenlace, recordou-se do pai e quis regressar para junto dele. Disse então: «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai.» […] Não é verdade que Aquele que abandonei está em toda a parte? É por isso que, no Evangelho, o Senhor nos diz que o pai «foi ter com ele». É que Ele conheceu à distância o seu pensar, pois estava atento a todos os seus passos. Que passos são esses, senão os maus caminhos que ele tinha seguido para abandonar o pai, como se pudesse esconder-se do seu olhar que chamava por ele, ou como se a miséria esmagadora que o reduzira a ser guardador de porcos não fosse o castigo que o pai lhe infligira, a fim de o levar a regressar? […]

Deus ataca as nossas paixões, para onde quer que vamos, por muito longe que nos encontremos. É por isso que, qual fugitivo detido, o filho diz: «Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atento a todos os meus passos.» Os meus passos, por longe que me levassem, não puderam afastar-me do teu olhar. Tinha andado muito, mas Tu estavas aonde cheguei. Mesmo antes de eu lá entrar, mesmo antes de eu ter começado a andar, já Tu me tinhas visto. E permitiste que seguisse os meus caminhos na dor, para que, se não quisesse continuar a sofrer, regressasse a Ti. […] Confesso a minha culpa diante de Ti: segui o meu próprio pensar, afastei-me de Ti; abandonei-Te, a Ti, junto de quem estava tão bem; e, para meu bem, sofri por me encontrar sem Ti. Porque, se não tivesse sofrido sem Ti, talvez não tivesse querido regressar a Ti.


Santo do dia - 6 de março

Santa Coleta 
Nascida em 13 de janeiro de 1381, em Corbie, na região francesa de Amiens, Nicoleta Boilet, apelidada de Coleta, recebeu este nome em homenagem a são Nicolau. Seus pais estavam com a idade avançada e sem filhos quando pediram pela intercessão desta graça ao santo, do qual eram devotos.

O pai era um artista abastado, que trabalhou no mosteiro beneditino de Corbie, onde a família viveu por alguns anos. A educação e o convívio religioso alí recebidos influenciaram muito na espiritualidade de Coleta, que nunca mais se afastou da religião e contribuiu vigorosamente para a construção e afirmação da Igreja Católica.

Aos dezoito anos ficou órfã. Distribuiu os bens aos pobres para viver reclusa na Ordem Terceira de São Francisco. Neste período teve uma visão de Cristo que lhe incumbiu de reformar as Clarissas. No início, resistiu em cumprir a missão que tão claramente lhe foi dada. Mas, depois de ficar muda e cega por alguns dias, entendeu que era um sinal pela sua desobediência, e aconselhada pelo frei Henrique Baume, irmão menor, se apresentou ao papa Bento XIII, que estava em Nice, e lhe expôs a vontade de Deus.

Coleta foi admitida e consagrada pelo Papa e, ele mesmo a consagrou com o hábito e a professou na Ordem primeira de Santa Clara. Em seguida a nomeou superiora geral de todos os conventos que fundasse ou reformasse e confiou a ela a reforma das três ordens religiosas em todos os mosteiros de Clarissas da França, hoje conhecidas como irmãs Claras Coletinas e o dos Irmãos Menores de São Francisco.

Em 1410, inaugurou o seu primeiro mosteiro reformado em Besanzon, seguido depois de outros dezesseis. Também reformou outros sete masculinos. Sua ação reformadora logo ultrapassou a França, chegando na Espanha, Bélgica e Itália. Juntamente com são Vicente Ferrer, Coleta lutou para acabar com o cisma do Ocidente, que culminou com a eleição simultânea de três papas: um em Roma; outro em Avinhon; e o terceiro em Pisa.

Entretanto, seu principal trabalho, além da prática da caridade para com os doentes e pobres, foi trazer de volta para os conventos e mosteiros, no século XV, o espírito de pobreza implantado por São Francisco de Assis, dois séculos antes.

Coleta morreu em Gand, Bélgica, no dia 6 de março de 1447. Vários registros foram encontrados, narrando os prodígios que ela realizava, ainda em vida. Depois seu culto se intensificou com inúmeras graças alcançadas por sua intercessão. Santa Coleta foi canonizada pelo Papa Pio VII em 1807, que indicou o dia de sua morte para as homenagens. Os séculos se passaram e até hoje, os mais de cento e quarenta mosteiros das Coletinas sempre estiveram ativos na maior parte da Europa, como também na América, Ásia e África, onde estão presentes. 


Santa Coleta, rogai por nós!


Santa Inês de Praga (ou Boemia)

Inês, filha de Premislau I, rei da Boemia, atual República Tcheca, e da rainha Constancia da Hungria, nasceu em Praga no ano 1205. Devido a sua condição real, desde a infância sua vontade nunca pode ser considerada, sendo condicionada a projetos de matrimônios, conforme as necessidades políticas ou econômicas do reinado.

Aos três anos foi entregue aos cuidados da abadessa Edwiges, mais tarde Santa, que a acolheu no seu mosteiro cisterciense e lhe ensinou os primeiros fundamentos da fé cristã. Voltou para Praga com seis anos, onde foi para outro mosteiro para receber instrução e ser preparada para as funções da realeza. Em 1220, prometida em casamento a Henrique VII, duque da Áustria e filho do imperador Frederico II, ela foi para esta corte, aonde viveu durante cinco anos, mantendo-se sempre fiel aos deveres da vida cristã.

Inês voltou para Praga, pois os soberanos romperam o pacto do matrimônio, passando a viver mais intensamente para as orações e as obras de caridade; após uma profunda reflexão decidiu consagrar a Deus sua virgindade. Entretanto, outras alianças de casamento foram propostas a ela, sendo constrangida a ter de aceitar uma delas. Mas, o Papa Gregório IX, a quem havia pedido proteção, interveio reconhecendo a intenção de sua virgindade. Desde então, Inês adquiriu para sempre a liberdade e a felicidade de se tornar esposa de Jesus Cristo.

Através dos Irmãos Menores de São Francisco, que iam a Praga como evangelizadores itinerantes, conheceu a vida espiritual que levava em Assis a virgem Clara, segundo o espírito de São Francisco. Ficou fascinada e decidiu seguir seu exemplo. Com seus próprios bens, fundou em Praga, o hospital de São Francisco e um mosteiro masculino, para que fossem dirigidos por eles. Em 1236, pode ingressar no Mosteiro das Clarissas de São Salvador de Praga, fundado por ela mesma, juntamente com cinco irmãs enviadas por Clara direto do seu mosteiro, em Assis. Em obediência ao Papa Gregório IX, Inês aceitou ser a abadessa, função que exerceu até morrer.

Inês manteve uma relação epistolar profunda com Clara de Assis, que lhe consagrou singular amizade chamando-a de "metade de minha alma", tamanha era a afinidade espiritual que possuíam. Das inúmeras correspondências trocadas, sobre assuntos de perfeição seráfica, ainda se conservam quatro delas.

Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um outro hospital, este entregue à direção das Clarissas. Assumiu a mais absoluta pobreza, renunciando às rendas e vivendo de esmolas e doações. Os dons da cura e da profecia lhe foram acrescentados pelo Espírito Santo, em consequência de sua evolução e purificação espiritual.

A fama se sua santidade era muito forte, quando faleceu em Praga, no dia 6 de março de 1283. Está sepultada na Capela do seu mosteiro em Praga, hoje dedicado à ela. O culto à Inês de Praga, foi reconhecido em 1874. O Papa João Paulo II a canonizou em 1989 e a declarou Padroeira da cidade de Praga. 


Santa Inês de Praga, rogai por nós!
 


Santa Rosa de Viterbo

Rosa viveu numa época de grandes confrontos, entre os poderes do pontificado e do imperador, somados aos conflitos civis provocados por duas famílias que disputavam o governo da cidade de Viterbo. Ela nasceu nesta cidade num dia incerto do ano de 1234. Os pais, João e Catarina, eram cristãos fervorosos. A família possuía uma boa propriedade na vizinha Santa Maria de Poggio, vivendo com conforto da agricultura.

Envolta por antigas tradições e sem dados oficiais que comprovem os fatos narrados, a vida de Rosa foi breve e incomum. Como sua mãe Catarina trabalhava com as Irmãs Clarissas do mosteiro da cidade, Rosa recebeu a influência da espiritualidade franciscana, ainda muito pequena. Ela era uma criança carismática, possuía dons especiais e um amor incondicional ao Senhor e a Virgem Maria. Dizem que com apenas três anos de idade transformava pães em rosas e aos sete, pregava nas praças, convertendo multidões. Aos doze anos ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, por causa de uma visão em que Nossa Senhora assim lhe determinava.

No ano de 1247 a cidade de Viterbo, fiel ao Papa, caiu nas mãos do imperador Frederico II, um herege, que negava a autoridade do Papa e o poder do Sacerdote de perdoar os pecados e consagrar. Rosa teve outra visão, desta vez com Cristo que estava com o coração em chamas. Ela não se conteve, saiu pelas ruas pregando com um crucifixo nas mãos. A notícia correu toda cidade, muitos foram estimulados na fé, e vários hereges se converteram. Com suas palavras confundia até os mais preparados. Por isto, representava uma ameaça para as autoridades locais.

Em 1250, o prefeito a condenou ao exílio. Rosa e seus pais foram morar em Soriano onde sua fama já havia chegado. Na noite de 5 de dezembro 1251, Rosa recebeu a visita de um anjo, que lhe revelou que o imperador Frederico II, uma semana depois, morreria. O que de fato aconteceu. Com isto, o poder dos hereges enfraqueceu e Rosa pode retornar a Viterbo. Toda a região voltou a viver em paz. No dia 6 de março de 1252, sem agonia, ela morreu.

No mesmo ano, o Papa Inocêncio IV, mandou instaurar o processo para a canonização de Rosa. Cinco anos depois o mesmo pontífice mandou exumar o corpo, e para a surpresa de todos, ele foi encontrado intacto. Rosa foi transladada para o convento das Irmãs Clarissas que nesta cerimônia passou a se chamar, convento de Santa Rosa. Depois desta cerimônia, a Santa só foi "canonizada" pelo povo, porque curiosamente o processo nunca foi promulgado. A canonização de Rosa ficou assim, nunca foi oficializada. Mas também nunca foi negada pelo Papa e pela Igreja. Santa Rosa de Viterbo, desde o momento de sua morte, foi "canonizada" pelo povo.

Em setembro de 1929, o Papa Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo a padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana. No Brasil ela é A Padroeira dos Jovens Franciscanos Seculares. Santa Rosa de Viterbo é festejada no dia de sua morte, mas também pode ser comemorada no dia 4 de setembro, dia do seu translado para o mosteiro das Clarissas de Santa Rosa, em Viterbo, Itália. 


Santa Rosa de Viterbo, rogai por nós!
 

sábado, 5 de março de 2016

Devoção a Sagrada Face de Cristo

DEVOÇÃO A SAGRADA FACE DE CRISTO

Esta santa devoção teve origem com a impressão milagrosa do Rosto de Cristo no lenço de Verônica, uma tradição muito respeitada na Igreja. O Papa Bento XVI fez questão de venerar o Véu de Verônica na cidade de Manoppello na Itália, em setembro de 2006. 

Durante sua visita ao santuário, Bento XVI foi o primeiro Papa a poder novamente venerar a relíquia, meio milênio após seu desaparecimento da Basílica de São Pedro. Esta devoção cresceu muito também por causa da importância que a Divina Face teve na vida de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Outro fato que fortaleceu a devoção foram os surpreendentes estudos da figura de JESUS no santo Sudário de Turim; além das revelações à Irmã M. Pierina de Micheli (†1945), a mensageira da Sagrada Face dos últimos tempos.


Em maio de 1938, a Virgem Santíssima mostrou (em visão mística) à Irmã Pierina, um escapulário formado de dois paninhos. Num ela viu a Face de JESUS com as palavras ao redor: “Ilumina, Domine, vultum tuum super nos” (“Senhor, fazei resplandecer a Vossa Face sobre nós”). No outro estavam escritas em volta de uma hóstia as palavras: “Mane nobiscum, domine” (Senhor ficai conosco). Lentamente Nossa Senhora se aproximou e disse: “Escuta bem e transmite ao teu confessor que este escapulário é uma arma de defesa, escudo de fortaleza e penhor de misericórdia que JESUS quer dar ao mundo nestes tempos de sensualidade e de ódio contra DEUS e a Igreja. São poucos os verdadeiros apóstolos. É necessário um remédio divino e este remédio é a FACE de meu Filho.

Todos aqueles que usarem o escapulário, e sendo lhes possível, cada terça feira visitar o Santíssimo Sacramento fazendo “Uma Hora Santa”, para reparar os ultrajes que recebeu e continua recebendo meu Filho, cada dia, no Sacramento Eucarístico, serão fortificados na Fé, estarão prontos para defendê-la e hão de suportar todas as dificuldades internas e externas. Além disso morrerão serenamente sob o olhar de meu Filho”.


Semanas mais tarde JESUS apareceu também e disse: “Quero que Minha FACE seja honrada com uma festa própria na Terça-feira da Quinquagésima (terça-feira de carnaval) e que esta festa seja preparada por uma novena durante a qual todos os fiéis façam Comigo reparação”.


Em vez de fazer escapulários a Irmã Pierina mandou cunhar medalhas. Preocupada por isso recorreu à Nossa Senhora que novamente lhe apareceu dizendo:  “Minha filha, não se preocupe, pois, o escapulário é substituído pela medalha com todas as promessas e favores. Só resta difundi-la mais ainda. Ora, interessa-me muito a festa da Sagrada FACE de meu Filho. Diga ao Papa que esta festa muito me interessa”.


Irmã M. Pierina falou três vezes ao Papa e o Sumo Pontífice, ciente do pedido do Céu, não se fez esperar. No dia 15 de março de 1957, havendo já aprovado a propagação da medalha, facultou a celebração da festa, isto é, aos Beneditinos Sivestrinos de Roma. Em 10 de janeiro de 1959 o Papa João XXIII concedeu a mesma licença, a todos os Bispos do Brasil.


Para merecer as graças prometidas é necessário:

Usar a medalha, contemplar com amor, muitas vezes a Sagrada FACE, zelar pela devoção, fazendo a Hora Santa, nas Terças-feiras, promover anualmente a novena em preparação à festa na terça-feira de carnaval, e seguindo o exemplo dos grandes devotos da Sagrada FACE, ler e meditar diariamente o Novo Testamento.  
Todos os dias rezar:

5 Pai Nossos; 5 Ave Marias; 5 Glórias; em honra das cinco chagas de Nosso Senhor JESUS CRISTO, rezando também a oração composta por Pio IX, e a aspiração que a segue:  “Ó meu JESUS, lançai sobre nós um olhar de misericórdia! Volvei Vossa Face para cada um de nós, como fizestes à Verônica, não para que A vejamos com os olhos corporais, pois não o merecemos. Mas volvei-A para os nossos corações, a fim de que, amparados sempre em Vós, possamos haurir nesta fonte inesgotável, as forças necessárias para nos entregarmos ao combate que temos que sustentar. Amém.

Senhor, mostrai-nos a Vossa Face e seremos salvos!”


Nota: No livro ORAÇÕES DE TODOS OS TEMPOS DA IGREJA (Ed. Cléofas) há outras orações desta devoção: A Ladainha da Sagrada Face; a Oração de Consagração à Sagrada Face; Novena à Sagrada Face; e outras orações.

Prof. Felipe Aquino


Santo do dia - 5 de março

São João José da Cruz

Sua profunda fé na Divina Misericórdia fez com que este santo fizesse muito por sua ordem religiosa
Nasceu na ilha de Ischia com o nome de Carlos Caetano Calosirto, aos 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, Itália, filho do nobre José e de Laura. Recebeu os ensinamentos básicos e os alicerces religiosos frequentando os colégios dos padres agostinianos, na própria ilha.

Aos quinze anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápolis.

Tomou o nome de João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces. Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz ordenou-se sacerdote em 1677.

Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento. Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici, também em Nápolis.

João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida.

Em 1702 foi nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália. Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento.

Foi beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. As relíquias de São João José da Cruz, foram transferidas para o convento franciscano da ilha de Ischia, onde nasceu, e é venerado no dia se sua morte. 


São João José da Cruz, rogai por nós!


São Teófilo
Para chegar a data padrão da comemoração da Ressurreição do Senhor, foram necessários muitos estudos. Um dos responsáveis para que a data não se confundisse com comemorações de outras religiões foi Teófilo, o bispo da Cesaréia, na Palestina.

Essa informação nos foi passada através de outro bispo da Cesaréia, Eusébio, que relatou na sua História Eclesiástica, no século V, ter sido Teófilo um dos mais influentes e importantes representante daquela diocese cristã oriental.

Nessa época, primeiros tempos do cristianismo, eram muitas as igrejas antigas da Ásia que ainda comemoravam a Páscoa como os judeus, onde no primeiro dia da primeira lua cheia de março imolavam seus cordeiros, para ofertarem à Deus. Contudo, para o catolicismo, a Páscoa deveria marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor.

Foi aí que o bispo Teófilo interferiu com toda a força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos primeiros Apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua fidelidade ao Papa Vitor I, organizou um sínodo na Palestina, com os mais respeitados bispos e clérigos, para tratarem a delicada e importante questão. Todos ouviram suas explicações e sua posição foi aceita e oficializada num documento chamado: carta sinodal.

Em seguida, a carta foi enviada para todas as dioceses, especialmente as orientais, que ainda não cumpriam a determinação da Igreja de Roma. Essa atitude possibilitou a uniformidade da festa da Páscoa da Ressurreição em todo o mundo cristão, colocando um ponto final nessa questão doutrinal, conforme a Igreja pretendia.

Concluímos que de fato sua intervenção foi grande e decisiva, pois até os nossos dias a Festa Pascal em nada foi alterada. Depois disso, Teófilo retornou à sua diocese, para continuar sua missão pastoral. Trabalhou com igual zelo junto aos ricos e pobres, mantendo firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo e total fidelidade à Igreja de Roma. A comunidade o amava mais como um pai, amigo e conselheiro, do que uma autoridade eclesiástica.

Por sua sabedoria, integridade de vida e contribuição à Igreja sua festa litúrgica foi introduzida no Martirológio Romano no dia de sua morte, em 05 de março. 


São Teófilo, rogai por nós!

sexta-feira, 4 de março de 2016

Santo do dia - 04 de março

São Casimiro
 Casimiro nasceu na Croácia no dia 03 de outubro de 1458 e era o décimo terceiro filho do rei da Polônia, Casimiro IV, e da rainha Elisabete d'Asburgo. Ele poderia muito bem colocar sobre a cabeça uma coroa e reinar sobre um território, como todos os seus doze irmãos o fizeram. Porém, apesar de possuir os títulos de príncipe da Polônia e grão-duque da Lituânia, não seguiu esse caminho. Desde pequeno abriu mão do luxo da corte, suas ricas festas e todas as facilidades que a nobreza proporcionava. Fez voto de castidade e vivia na simplicidade do seu quarto, que transformou numa cela como a de um eremita, dedicando-se à oração, disciplina, penitência e solidão.

Quando os húngaros se rebelaram contra o seu rei, Mateus Corvino, e ofereceram ao jovem príncipe Casimiro, então com treze anos, a coroa, ele a renunciou tão logo soube que seu pai havia se declarado contra a deposição daquele rei e a imposição pela força de outro, no caso ele. O príncipe tinha de fato apenas uma ambição, se é que assim pode ser chamada, dedicar-se ao ideal da vida monástica.

Entretanto não fugia dos deveres políticos, tendo ajudado o pai nos negócios do reino desde os dezessete anos, principalmente nos problemas referentes à Lituânia, onde era muito querido pelo povo. Com a conversão do rei da Hungria que abdicou para entrar num mosteiro, o rei Casimiro IV, seu pai, herdou esses domínios que incluíam além da Hungria a Prússia. Porém, isso também não entusiasmou o jovem príncipe a se coroar. Desde a infância levava uma vida ascética, muito humilde, jejuando continuamente e dormindo no chão, por isso sua saúde nunca foi perfeita.

Dessa forma, o jovem príncipe acabou contraindo a tuberculose. Mesmo assim seu pai lhe confiou a regência do reino, por um breve período. O rei desejando ampliar ainda mais os domínios do já imenso império, pretendia firmar um contrato de matrimonio para o filho com a bela e rica herdeira de Frederico III, cujas fronteiras passariam a ser o mar Báltico e o mar Negro, realizando seu velho sonho. Por isso, precisava se ausentar, pois queria tratar pessoalmente de tão delicado assunto.

Casimiro, como príncipe regente, não se furtou às obrigações junto ao seu amado povo. Cumpriu a função com inteligente política, todavia sem se deixar seduzir pelo poder. Depois, o rei teve de se conformar, porque Casimiro preferiu o celibato e o tratado do matrimônio foi desfeito. Ele preferiu ser lembrado por ficar entre os pobres de espírito, entre aqueles que receberam o reino de Deus, do que ser recordado entre os homens famosos e poderosos que governaram o mundo.

Morreu aos vinte e cinco anos de idade e foi sepultado em Vilnius, capital da Lituânia, em 04 de março de 1484. Logo passou a ser venerado por todo o povo polonês, lituano, húngaro, russo. Seu culto acabou sendo introduzido na Europa ocidental através dos peregrinos que visitavam sua sepultura. Menos de quarenta anos após sua morte já era canonizado pelo Papa Leão X. São Casimiro foi declarado padroeiro da Lituânia e da juventude lituana; também da Polônia, onde até hoje é considerado um símbolo para os cristãos, que o veneram como o protetor dos pobres. 


São Casimiro, rogai por nós!