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domingo, 8 de outubro de 2017

A indústria do aborto

Vale a pena ler esta entrevista…

Nota:

A cada dia surgem mais motivos para condenar o aborto, mas, mesmo assim, a matéria abaixo continua atual e por isso estamos republicando.

Editores do BLOG CATOLICISMO 

Há tempos, muitos estão interessados na aprovação do aborto no Brasil, para poderem se enriquecer com as chamadas “clínicas de aborto”, abundantes nos EUA e nos países onde ele é legalizado.

Abaixo você poderá ler uma entrevista um pouco antiga, mas que parece possuir o conteúdo um tanto atual. Continuamos vivendo essa luta contra o aborto. É preciso que conheça o que pode acontecer nessas clínicas abortistas e o quanto isso fere o coração humano e o coração de Deus.

A revista Pergunte e Responderemos (nº 349 – Ano 1991 – p. 277) trouxe o artigo “Tornei-me rica mediante o aborto”. Conta a história da Sra. Carol Everett, que foi proprietária de duas Clínicas de Aborto nos Estados Unidos e Diretora de duas outras desde 1977 até 1983, logo depois que se legalizou tal prática nos Estados Unidos. Deixou este ramo de trabalho, porque se converteu ao Cristianismo. Ela foi entrevistada por Marta Scheiber , e descreveu os procedimentos das Clínicas de Aborto, voltados principalmente para o lucro financeiro, iludindo e manipulando as suas clientes.

Ela conta os bárbaros métodos aplicados para eliminar as crianças, e os artifícios usados para que as mães superem a dor e o trauma do aborto.

Conheça as suas declarações:
Repórter: Qual foi o motivo que a envolveu na indústria do aborto?
Carol Everett: Eu estava procurando uma razão para justificar meu próprio aborto. Finalmente encontrei-me a trabalhar com um homem que se tornou proprietário de quatro Clínicas de Aborto. Rapidamente, mediante habilidade de mercado, os seus negócios se duplicaram. Cada vez que eu vendia a ideia do aborto, eu justificava o meu próprio aborto.
Notei que os rendimentos de meu patrão aumentaram de 25.000 para 125.000 dólares por ano em duas Clínicas. Eu desejava parte desse dinheiro, pois sabia que era resultado de meus esforços. Por isto entrei no escritório do patrão e lhe disse: “Eu dupliquei seus lucros, quero os juros dos negócios”. Ele, porém, muito delicadamente me respondeu: “Não!” Pus um anúncio nas páginas amarelas do catálogo telefônico oferecendo a minha própria Clínica de Abortos, que conseguiria abrir seis meses após a publicação desse anúncio.

R.: Por que você se refere ao aborto como indústria?
C.E.: Porque é a maior indústria não controlada do nosso país. A maioria das Clínicas trabalham em cadeia por causa do seu grande rendimento. Diga-me: em que outro lugar pode alguém como eu ganhar no mínimo 150.000 dólares por ano?
Eu lucrava 25 dólares por cada aborto, de tal modo que eu sabia exatamente quanto dinheiro produzíamos. No último mês em que trabalhei nessa indústria, realizaram-se 545 abortos, que trouxeram para o meu bolso a quantia de 13.625 dólares.
Vi três médicos repartirem entre si 4.500 dólares por três horas de trabalho. Imagino que o lucro é muito maior atualmente, mas tal quantia não ficava mal para três horas de trabalho num sábado de manhã.

R.: Você abria a Clínica nos dias de semana?
C.E.: Sim. Os domingos eram os dias mais rendosos. A maioria das mulheres deseja ser despachada e sair rapidamente.
Sabem que o aborto é algo de mau, principalmente quando praticado num domingo, de tal modo que não fazem perguntas nos domingos. Pode-se trabalhar com uma infraestrutura mínima, porque a mulher que vem para abortar num domingo, está decidida. Nós fazíamos de 15 a 20 abortos nos domingos em duas ou três horas! Enquanto todos estavam participando do culto na igreja, nós estávamos fazendo abortos.

R.: Quanto custava um aborto?
C.E.: Naquela época custava de 185 a 1.250 dólares o aborto no segundo ou no terceiro trimestre da gestação. O preço era calculado segundo o número de semanas da gestação. Quando menos de doze semanas, saía por 185 dólares; quando de treze a quatorze semanas, 250 dólares; e, de quatorze a quinze semanas, ficava por 375 dólares. Os abortos mais especializados, que exigiam anestesia geral, saiam por 1.250 dólares. Tais abortos eram realizados no segundo ou no terceiro trimestre de gestação. Os abortos podem ser provocados por medicamentos orais ou, se a pessoa tem dinheiro, são efetuados com anestesia geral. Nunca se fazem gratuitamente!

R.: Nas Clínicas negava-se o aborto às mulheres que não pudessem pagar o preço completo?
C.E.: Quando eu trabalhava na indústria do aborto, uma jovem de 18 anos queria submeter-se a um aborto, mas só possuía 50 dólares; tinha 18 ou 19 semanas de gestação, o que exigia 450 dólares para cobrir as despesas todas do aborto. Recorreu a várias Clínicas de Aborto em Dallas, mas nenhuma delas quis fazer o aborto gratuitamente, de modo que ela caiu nas mãos de um aborteiro ilegal, que todos supunham estar aposentado. Ele lhe praticou o aborto e ela morreu.

R.: Como você anunciava suas Clínicas?
C.E.: Investíamos 350.000 dólares por ano em anúncios de propaganda: 250.000 dólares nas páginas amarelas, 50.000 em publicidade de periódicos e o restante em propaganda direta pelo Correio, quando mandávamos cupons de desconto.
Nosso lema era: “Sonda o teu mercado, e faça tua propaganda onde o público a possa perceber”. Usávamos o método de cupons para comprovar os efeitos da publicidade…


R.: Que estratégia de mercado utilizavam?
C.E.: A mulher procurava a Clínica de Aborto para ser informada sobre as alternativas que estavam à disposição. Pagávamos a uma conselheira, para que vendesse o produto (a recomendação de aborto); era um processo simples, seguro e legal de “manipular o problema”. Que a mulher simplesmente trouxesse o seu dinheiro e viesse! Aos conselheiros de aborto paga-se melhor do que a outros tipos de conselheiro, e eles creem no produto que transmitem.

R.: Que tipo de conselhos se oferecia nas Clínicas?
C.E.: Nas Clínicas em que trabalhei, não dávamos conselhos. Apenas respondíamos às perguntas que as mulheres nos faziam, e tratávamos de “não revolver a terra”. Não discutíamos as alternativas do aborto senão quando as clientes o exigiam.

Todas as mulheres perguntavam a mesma coisa: “O que trago, é um bebê?” Respondíamos-lhes: “Não; é apenas um produto da concepção (um coágulo sanguíneo ou uma formação de tecidos)”. – “Vai doer?” – “Não; você sentirá apenas uma sensação leve de contrações ou câimbras”.

A maioria das mulheres sofreram dores e as sobrepujaram, de modo que julgam que tal procedimento não é demasiado doloroso. Não obstante, o aborto é extremamente doloroso!
Na entrevista a conselheira tratava de determinar a causa pela qual a mulher queria abortar, não tanto para ajudá-la, mas para justificar a decisão de abortar.


R.: Era proporcionada ajuda psicológica após o aborto?
C.E.: Dizíamos às clientes que tal ajuda estava à sua disposição, caso dela necessitassem; mas na sala de recuperação usávamos técnicas para desalentar todo contato futuro a menos que fosse para outro aborto. Dizíamos às clientes: “Dentro de sete a dez dias, você se sentirá deprimida; isto durará alguns dias. Mas não se preocupe com isso. Quando a mulher dá à luz uma criança, ela também passa por um período de depressão posterior ao parto”.
Em consequência, quando a mulher começa a tomar dolorosamente consciência de que “matou seu bebê”, pensa que esse sentimento é normal em virtude da atividade dos hormônios. Ela é induzida a reprimir esses sentimentos naturais.
Não obstante, uma menina de treze anos, certa vez, veio à Clínica para fazer o exame rotineiro de verificação duas semanas após ter abortado. Tal exame é feito não tanto para se chegar à certeza de que ela está passando bem, mas para averiguar se já não existe gravidez. Ora a menina não saía do quarto da consulta após muito tempo decorrido. Quando lá entramos, descobrimos que estava cortando as suas veias!


R.: Que métodos abortivos eram aplicados na sua Clínica?
C.E.: A maioria de nós que praticávamos a indústria do aborto, deixamos de usar os processos do sal e da prostaglandina, pois deixavam escapar muitas criancinhas ainda vivas. Uma criancinha eliminada ainda com vida implica que esperemos que morra, ou exige que nos desembaracemos dela de maneira muito grosseira.

A maioria dos que realizam abortos no segundo ou terceiro trimestre de gestação, utilizam o método de dilatação e evacuação. O aborteiro se serve de pinças grandes para despedaçar o bebê dentro do útero e retirá-lo em fragmentos.

Evita-se de todo modo o efeito secundário do nascimento da criança viva… Todavia tal processo é horrível, porque o bebê tem que ser reconstruído fora do seio materno para se ter certeza de que todos os seus pedaços foram extraídos.

R.: Como é que você eliminava o bebê abortado?
C.E.: Em nossas Clínicas nós o colocávamos num triturador de dejetos. Usávamos os modelos mais potentes. Algumas das estruturas do bebê no segundo e no terceiro trimestres são tão fortes que não se destruíam no triturador, de modo que tínhamos de jogá-las fora em bolsas de lixo.

R.: Conhece mulheres a quem o abortamento tenha sido aplicado sem que estivessem grávidas?
C.E.: Sim; acontecia que mulheres que não estavam grávidas, consultavam o médico antes de se praticar o aborto. Eram submetidas a uma sonografia, e se fixava o ponteiro do sonógrafo num ponto-chave do útero. Dizia então o médico: “Veja, você está grávida”. A mulher, que geralmente não sabe ler um sonograma, aceitava a opinião do perito e pedia o aborto de que ela não necessitava.

R.: Qual foi a menina mais jovem que você viu entrar na Clínica para abortar?
C.E.: A mais jovem que vi, foi uma menina de onze anos. A mais jovem de que tive notícia, tinha nove anos. Paralelamente, num Centro Clínico para atender a casos de gravidez, trataram de uma menina de dez anos, que depois deu à luz um bebê saudável.

R.: Qual é a última etapa da gestação na qual ainda se pode praticar o aborto?
C.E.: O bebê maior que vi abortado, tinha 32 semanas.

R.: Diz-se que praticar um aborto é experiência sem riscos. Conte alguns dos problemas que você presenciou em mulheres que procuraram a sua Clínica.
C.E.: Estávamos praticando a dilatação traumática de um dia, que tem elevado índice de complicação. Fazíamos 500 abortos por mês, matávamos ou mutilávamos uma mulher sobre quinhentas.
As complicações mais comuns eram as deformações ou os deslocamentos do útero. Muitas terminavam em ablação do útero. Às vezes o médico cortava o canal urinário, que requeria remodelação cirúrgica. Uma complicação que raramente se menciona, mas que ocorre, é a perfuração do intestino por parte da vagina – o que exige finalmente uma colostomia.
Em alguns casos, a colostomia é reversível, mas algumas mulheres têm que viver com ela para o resto da vida.

R.: Como as Clínicas de Aborto encobrem os óbitos que ocorrem durante um aborto?
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C.E.: As Clínicas de Aborto nunca aceitam a responsabilidade pelas complicações ocorrentes. Limitam-se a dizer que não foram de sua culpa. A preocupação dos profissionais, no caso, não é a paciente; é, sim, proteger a reputação do médico e manter o nome da Clínica. Para se proteger, eles podem utilizar a família do paciente. Sentem-se culpados e sofrem as emoções decorrentes da situação criada; não querem passar pelo momento amargo de expor a verdade aos meios de comunicação social.

R.: Que motivo afastou você da indústria do aborto?
C.E.: Foi minha conversão religiosa. Viajo e converso com mulheres que cometeram aborto, nunca encontrei alguma que se tenha curado do aborto sem ter tido um encontro pessoal com Nosso Senhor Jesus Cristo. Entrei numa crise muito dolorosa. Mas Deus me enviou uma série de pessoas incrivelmente boas, que me ajudaram e instruíram durante todos estes anos.

R.: Que fez você com as Clínicas?
C.E.: Vendi-as, mas os compradores não me pagaram dentro dos prazos previstos. Denunciei-os à Justiça e entramos em acordo fora do Tribunal. Tudo o que recebi, doei ao Fundo Pró-Vida, a fim de ajudar as mulheres grávidas que têm problemas.

R.: Que conselhos daria você a uma mulher que pense em submeter-se a um aborto?
C.E.: Primeiramente eu a ajudaria a tomar consciência das mudanças que estão ocorrendo em seu corpo durante a gravidez. Ajuda-la-ia a compreender que o seu bebê é realmente uma pessoa.

Numa situação tal, é preciso tratar de equacionar o problema. Geralmente há uma só razão que impede de continuar a gestação no caso mais comum: é o medo de que se descubra o seu tipo de atividade sexual. Devemos apoiar e ajudar tal mulher, qualquer que seja sua necessidade. Temos que ser bons vendedores, como são os abortistas, com a única diferença de que temos a verdade em nosso favor. Estude com tal mulher todas as alternativas para evitar o aborto.

Trecho retirado do livro: Aborto?Nunca!, Prof. Felipe Aquino. Editora Cléofas.
 http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2016/10/07/a-industria-do-aborto/


sábado, 7 de outubro de 2017

Festa de Nossa Senhora do Rosário

Hoje o Céu está em festa!

Esta festa foi instituída por São Pio V para comemorar e agradecer à Virgem a sua ajuda na vitória sobre os turcos em Lepanto, na Grécia, no dia 7 de outubro de 1571.


O Papa São Pio V abençoou os escudos dos exércitos cristãos que enfrentaram os turcos otomanos; estes já tinham tomado Constantinopla – sede do Império romano do oriente (1476) – e se preparavam para dominar a Europa Cristã e faze-la muçulmana; então, o Papa pediu ao Príncipe João da Áustria para enfrentar o inimigo da Igreja. Foi uma guerra justa, para se defender e não para atacar. E os exércitos cristãos, em menor número, mas sob a proteção do santo Rosário de Nossa Senhora venceram os otomanos; então o Papa consagrou o dia 7 de outubro à Nossa Senhora das Vitórias, ou do Santo Rosário.


No século XVI, o Império Otomano em expansão continuava a ameaçar perigosamente a Europa Ocidental, como sempre fez desde Maomé no século VII. Num contexto pouco favorável, em maio de 1571, o Papa Pio V conseguiu, finalmente, celebrar a “Santa Liga”, aliança entre Espanha, Veneza e Malta, que ele consagra na Basílica de São Pedro. Uma frota se reúne, e é confiada a Dom João da Áustria, irmão de Felipe II da Espanha. Desejando implorar a proteção celeste para a frota, São Pio V publicou um jubileu solene e ordenou o jejum e a oração pública do Rosário.

A batalha decisiva teve lugar no dia 7 de outubro de 1571, no golfo de Lepanto, à saída do estreito de Corinto. No combate, 213 galeras espanholas e venezianas e uns 300 navios turcos. Aproximadamente cem mil homens combatem em cada campo. A frota cristã alcançou uma vitória completa. Quase todas as galeras inimigas foram presas ou postas a pique. O almirante turco Ali Pacha foi morto. Quinze mil cativos cristãos foram liberados. Somente um terço da frota turca consegue voltar, derrubando assim a lenda da invencibilidade da frota muçulmana.


Na noite da batalha, o papa Pio V foi, bruscamente, do seu escritório até a janela, onde parecia contemplar um espetáculo. Em seguida, voltou-se e disse aos cardeais que estavam com ele: “Vamos dar graças a Deus: nossa armada saiu vitoriosa.” Isto aconteceu no dia 7 de outubro, pouco antes das cinco horas da tarde, mas a notícia da vitória chegaria a Roma somente 19 dias mais tarde, em 26 de novembro, confirmando, assim, a revelação feita pelo sumo pontífice.


Leia também: O Rosário na História






Após a batalha de Lepanto, Pio V acrescentou às Ladainhas da Santíssima Virgem, uma invocação suplementar: “Socorro dos cristãos, rogai por nós”, e ordenou a instituição da festa de Nossa Senhora das Vitórias que Gregório XIII logo a seguir fez celebrar, sob o nome de festa do Rosário, a cada primeiro domingo do mês de outubro em todas as igrejas. No seio do povo católico, a vitória de Lepanto contribuiu, desta forma, para o rápido desenvolvimento da devoção do Rosário.


No seu Breve Consueverunt (14-IX-1569), o Papa Pio V falava do Rosário como um meio de vitória. Clemente XI estendeu a festa a toda a Igreja no dia 3-10-1716. Leão XIII conferiu-lhe um nível litúrgico mais elevado e publicou nove Encíclicas sobre o Santo Rosário. São Pio X fixou definitivamente a festa no dia 7 de outubro.


Ouça também: Como surgiu o Rosário?


Por esse motivo, foi acrescentada à ladainha a invocação Auxilium christianorum. Desde então, esta devoção à Virgem foi constantemente recomendada pelos Sumos Pontífices como “oração pública e universal pelas necessidades ordinárias e extraordinárias da Igreja santa, das nações e do mundo inteiro”

Na Idade Média, saudava-se a Virgem Maria com o título de rosa (Rosa mystica), símbolo de alegria. Adornavam-se as suas imagens com uma coroa ou ramo de rosas (em latim medieval Rosarium). E os que não podiam recitar os cento e cinquenta salmos do ofício divino substituíam-no por tantas Ave-Marias.

A Ladainha que se reza atualmente no Rosário começou a ser cantada solenemente no Santuário de Loreto (de onde procede o nome de ladainha lauretana) por volta do ano 1500, mas baseia-se numa tradição antiquíssima. Desse lugar espalhou-se por toda a Igreja.


O Catecismo da Igreja fala de uma “guerra justa”, às vezes necessária para defender a nação ou as nações. Se os turcos otomanos não fossem detidos na Grécia, milagrosamente e definitivamente, talvez a Europa hoje não fosse cristã; e, por desdobramento também a América Latina. Viva Nossa Senhora do Rosário.


Todos os Papas, desde o seu advento na Igreja, sem exceção recomendaram vivamente a oração do santo Rosário, meditando toda a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Papa João Paulo II dizia que “era a sua oração predileta” e escreveu a Encíclica “O Rosário da Virgem Maria”.


Prof. Felipe Aquino


Santo do dia - 7 de outubro

Santa Osita

Virgem e mártir (século VII)

Era o século VII. Osita nascia na Casa dos Essex, nobreza inglesa. Seu pai era o rei Fredevardo, cristão, piedoso e muito caridoso. A menina foi educada na tenra idade pelos pais dentro dos rigores da nobreza e no seguimento de Cristo. Mas, depois, eles a entregaram aos cuidados das irmãs beneditinas, que zelaram tanto pela formação espiritual como intelectual. Posteriormente, o rei a chamou de volta para a vida da Corte, mundana e frívola, mas necessária.

Costume na época, os casamentos eram arranjados em acordos entre as casas reais, para fortalecer o poder e até mesmo para poder mantê-lo. Tal era o destino da bela e jovem princesa Osita. Obedecendo às regras sociais e políticas da época, deveria casar-se com o filho do líder dos saxões, o príncipe Sigero, ele também muito piedoso e casto.

Apesar de obrigada a obedecer, ela lutou muito para tentar manter sua virgindade consagrada somente a Cristo, como havia feito em votos particulares, com autorização do seu confessor. Mas a pressão familiar foi maior e ela teve de cumprir aquele contrato entre poderes, títulos e fortunas.

Mesmo assim, não perdeu a fé. Durante a solenidade do pomposo casamento real, Osita rezou para que um milagre acontecesse. Conta a tradição que ela foi ouvida, pois o marido atendeu seu pedido e mantiveram-se casados como irmãos.

Entretanto, na primeira viagem feita pelo marido, que o obrigou a ausentar-se por algum tempo do castelo, Osita o surpreendeu no seu retorno. Ela havia cortado seus belos cabelos, trocado suas roupas por um hábito beneditino e feito do palácio um convento. Sigero, embora surpreso, permitiu que ela continuasse reclusa e mandou construir um novo convento para ela, do qual se tornou abadessa, sendo muito procurado por jovens da nobreza que desejavam ser suas seguidoras.

Osita, porém, não teve sossego. Anos depois, quando piratas dinamarqueses invadiram e saquearam a Inglaterra, Sigero foi morto e o seu convento não foi poupado. O líder dos invasores encantou-se com a sua beleza e, quando soube que ela era uma princesa, insistiu para Osita entregar-se a ele. Depois de seguidas recusas, friamente ele mesmo atravessou seu peito com a espada.

Nos anos seguintes, o túmulo de Osita foi lugar de uma intensa peregrinação, pois milagres aconteciam e foram comprovados. Assim, a Igreja autorizou o seu culto e manteve a data da tradicional celebração em 7 de outubro.


Santa Osita, rogai por nós! 
 

Nossa Senhora do Rosário - 7 de outubro

Nossa Senhora do Rosário 

 Meditemos os Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus

O Rosário é uma forma de oração muito antiga, usada pelos cristãos dos primeiros tempos. 

Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.

A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus. A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.


Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: “Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério”.

Desde os monges do oriente, até os beneditinos e agostinianos, era costume contar as preces com pedrinhas. Aliás, foi um beneditino, o venerável Santo Beda, a sugerir que elas fossem enfileiradas em um cordão, para facilitar o transporte e manuseio.

A prática da oração do Rosário, como conhecemos hoje, nasceu no início do século XVII e tornou-se de grande valia na solução de um problema relevante das novas Ordens de frades mendicantes, franciscanos e dominicanos, onde a maioria era de analfabetos. Nessa época, o Papa Inocêncio III decidiu colocar um fim à heresia albigense, instalada no sul da França. O pontífice enviou para lá dois sacerdotes, Diego de Aceber e Domingos de Gusmão. Como o primeiro teve morte súbita, a missão ficou por conta do segundo. Mas a questão foi resolvida com muita eficiência, pois ele acabou contando com uma forte aliada: a Virgem Maria.

Diz a tradição que, em 1207, o então fundador da Ordem dominicana estava na cidade francesa de Santa Maria de Prouille inaugurando o primeiro convento feminino de sua congregação. Na capela desse convento, Nossa Senhora apareceu a Domingos de Gusmão e ensinou-lhe a oração do Rosário, para ser difundida como arma da fé contra todos os inimigos do cristianismo e também para a salvação dos fieis. A partir daí a Ordem Dominicana se tornou a guardiã do Rosário, cujos missionários iniciaram a propagação do culto em todo o mundo.

Outra intercessão de Nossa Senhora sob a força da oração do Rosário se deu no século XVI, quando os turcos muçulmanos pretendiam dominar a Europa. O papa Pio V convocou as nações católicas a unirem suas tropas e seguirem para Veneza, que há três anos lutava sozinha, impedindo o avanço do exército turco. E pediu para toda comunidade cristã rezar o Santo Rosário pedindo ajuda à Virgem Maria, nesse momento tão decisivo. No dia 7 de outubro de 1571, as tropas cristãs se uniram e houve a famosa batalha naval de Lepanto, nas águas da Grécia, sob domínio turco. Num combate de três horas, os cristãos venceram os muçulmanos, colocando um ponto final na ameaça turca à Europa pelo mar.

No ano seguinte, o mesmo papa Pio V, instituiu a festa a "Nossa Senhora da Vitória", para celebrar o Rosário e recordar o êxito obtido na batalha de Lepanto por intercessão de Maria Santíssima. A celebração ocorria em toda a cristandade, mas em datas diferente. Em 1913, o Papa Pio X fixou a data da celebração em 7 de outubro para toda a Igreja. A partir de 1960, com a reforma do calendário litúrgico, o papa João XXIII proclamou o novo título mariano para essa festa — Nossa Senhora do Rosário — e dedicou o mês de outubro ao Santo Rosário e às missões apostólicas.


O culto chegou às Américas através dos missionários dominicanos, vindos com as expedições colonizadoras, nas primeiras décadas do século XVI.


Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas – por isso Rosário – é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Santo do dia - 6 de outubro

São Bruno

Iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus


Sacerdote e fundador (1032-1101)


Iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa - considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja - com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus 

Educado na Alemanha (nasceu em Colônia, da nobre família dos Hartefaust), atuando na França e na Itália. Nomeado chanceler da diocese de Reims, denunciou o próprio bispo Manassés por simonia. Teve de refugiar-se em Colônia até o bispo ser deposto pelo Concílio de Lião.

Bruno voltou para a França e permaneceu sob a direção de são Roberto no ermo de Solesmes. Depois, com outros companheiros, procurou um lugar mais solitário para erigir seu mosteiro. Recebeu-o como doação do santo bispo de Grenoble, Hugo, um inteiro vale solitário chamado Cartuxa, nos Alpes do Delfinado.

Em 1078 nasceu a primeira cartuxa, que mais tarde será chamada a Grande Chartreuse, casa mãe dos cartuxos. Os monges alternavam a recitação do Ofício com os trabalhos manuais. Era o lugar ideal com que Bruno sempre havia sonhado. Mas nele ficou por pouco tempo.

Um de seus discípulos, tornado papa com o nome de Urbano II, chamou-o a Roma como conselheiro. Bruno levou consigo seus monges e adaptou como mosteiro as termas de Diocleciano, transformadas depois na grande basílica de Miguel Ângelo de Santa Maria dos Anjos.

Eram tempos de grande turbulência em Roma, e o partido vitorioso do antipapa obrigou Urbano II a refugiar-se no Sul. Bruno mandou novamente seus monges a Grenoble e, no séquito do papa, procurou, na Calábria, um lugar adequado para fundar uma segunda cartuxa.

Encontrou-o na localidade que hoje leva seu nome, serra São Bruno, no coração da Sila, “uma planície vasta e risonha, cercada de pastagens verdejantes e bordada de flores”, escreve Bruno a seus monges. “Esta paz que o mundo ignora é propícia para a alegria do Espírito Santo”.O duque das Apúlias e conde da Calábria, que lhe havia feito a doação do terreno, teve em troca a amizade e a preciosa guia do santo eremita.

Este, sentindo-se próximo da morte, reuniu em torno de si os monges e ditou sua profissão de fé no mistério trinitário e eucarístico. Morreu a 6 de outubro, dia em que é celebrado. Seu corpo, encontrado incorrupto em 1513, foi sepultado na atual cartuxa de serra São Bruno, província de Catanzaro. O santo é desde sempre invocado contra as possessões diabólicas.


As últimas palavras foram: “Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue, verdadeiros, de Jesus Cristo”.

São Bruno, rogai por nós!
  

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Santo do dia - 5 de outubro

São Benedito, o Negro

Religioso da Irmandade de São Francisco de Assis (1526-1589)

Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem — era africano e negro —, passou a ser amado por toda a população como exemplo de humildade e pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura, e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós, ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu, foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos 21 anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.

Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Todos obedeceram, até Benedito, que, sem pestanejar, escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.

Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.

Foi canonizado, em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.



São Benedito, o Negro, rogai por nós!


Santa Maria Faustina Kowalski


Religiosa (1905-1938)

Tomou o nome de Maria Faustina, ao qual ela acrescentou “do Santíssimo Sacramento”, tendo em vista seu grande amor a Jesus presente no Sacrário 

Não podemos dizer que exista alguma novidade numa irmã que fale sobre a Misericórdia Divina e do nosso dever de ser misericordioso. Assim como sabemos que, sob a insígnia da Misericórdia, nasceram muitas comunidades e instituições cristãs, ao longo de todos os tempos. O diferencial de santa Faustina foi ter dado vida, sob essa insígnia, a um grande movimento espiritual, justamente quando a humanidade mais carecia de misericórdia: entre as duas guerras mundiais.

Nascida na aldeia Glogowiec, na Polônia central, no dia 25 de agosto de 1905, em uma numerosa família camponesa de sólida formação cristã, foi batizada com o nome de Helena, terceira dos dez filhos de Mariana e Estanislau Kowalski. Desde a infância, sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Mas, desde aquela época, só fez percorrer a via da santidade.

Aos 16 anos, deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica, na cidade de Varsóvia, da Polônia independente. Lá, maturou na oração a sua verdadeira vocação de religiosa. Assim, em 1925, ingressou na Congregação das Irmãs da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia, adotando o nome de Maria Faustina. O carisma desse Instituto está voltado para a educação das jovens e para a assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Após concluir o noviciado e emitir os votos perpétuos, percorreu diversas casas, exercendo as mais diversas funções, como cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual muito rica de generosidade, de amor e de carismas, que escondeu na humildade do seu cotidiano.

Irmã Faustina, como era chamada, ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na Misericórdia Divina. Nutriu uma fervorosa devoção à Eucaristia e à Virgem Maria, e amou intensamente a Igreja. Com frequência, era acometida por visões e revelações, até que seu confessor e diretor espiritual lhe sugeriu anotar tudo. Assim, em 1934 ela começou a escrever um diário, intitulado "A Divina Misericórdia em minh'alma", mais tarde traduzido e publicado em vários países.

Em seu diário, irmã Faustina escreveu que à perfeição chegamos através da união íntima da alma com Deus, e não por meio de graças, revelações ou êxtases. Ela se manteve sempre tão humilde que não acreditava, na sua própria experiência mística, haver um sinal de santidade. Expressou todo o seu amor ao Senhor por meio de uma fórmula muito simples, que fez questão de propagar entre os fiéis: "Jesus, confio em vós".

Consumida pela tuberculose, ela morreu no dia 5 de outubro de 1938, com apenas 33 anos de idade, na cidade de Cracóvia, Polônia. Beatificada em 1993, foi proclamada santa Maria Faustina Kowalski pelo papa João Paulo II em 2000. As suas relíquias são veneradas no Santuário da Divina Misericórdia, de Cracóvia.



Santa Maria Faustina Kowalski, rogai por nós!

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Santo do dia - 4 de outubro

São Francisco de Assis


Neste dia, fazemos memória a São Francisco de Assis, o mais santo dos italianos, que renunciou toda a riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”

Este gigante da santidade era fisicamente de modesta estatura, tinha barbicha rala e escura. E, no plano cultural, ainda mais modesto. Conhecia o provençal, ensinado pelo pai, por ter feito algumas leituras de romances de cavalaria. Era um hábil vendedor de tecidos, ao lado de um pai que lhe enchia a bolsa de moedas. Nas alegres noitadas com os amigos, Francisco não media despesas. Participou das lutas entre as cidades e conheceu a humilhação da derrota e de um ano de prisão em Perúgia.

No regresso, fez-se armar cavaleiro pelo conde Gualtério e esteve a ponto de partir para a Apúlia. Mas, em Espoleto, “pareceu-lhe ver”, conta são Boaventura na célebre biografia, “um palácio magnífico e belo, e dentro dele muitíssimas armas marcadas com a cruz, e uma voz que vinha do céu: 'São tuas e dos teus cavaleiros'”.

A interpretação do sonho veio-lhe no dia seguinte: “Francisco, quem te pode fazer mais bem, o senhor ou o servo?” Francisco compreendeu, voltou sobre seus passos, abandonou definitivamente a alegre companhia e, enquanto estava absorto em oração na igreja de São Damião, ouviu claramente o apelo: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”. O jovem não fez delongas e, diante do bispo Guido — a cuja presença o pai o conduzira à força para fazê-lo desistir —, despojou-se de todas as roupas e as restituiu ao pai.

Improvisou-se em pedreiro e restaurou do melhor modo possível três igrejinhas rurais, entre as quais Santa Maria dos Anjos, dita Porciúncula. Uma frase iluminante do Evangelho indicou-lhe o caminho a seguir: “Ide e pregai... Curai os enfermos... Não leveis alforje, nem duas túnicas, nem sapatos, nem bastão”.

Na primavera de 1208, 11 jovens tinham-se unido a ele. Escreveu a primeira regra da Ordem dos Frades Menores, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III, depois que os 12 foram recebidos em audiência, em meio ao estupor e à indignação da cúria pontifícia diante daqueles jovens descalços e malvestidos.

Mas aquele pacífico contestador teve também a solene aprovação do sucessor, Honório III, com a bula Solet Annuere, de 29 de novembro de 1223.

Um ano depois, na solidão do monte Alverne, Francisco recebeu o selo da Paixão de Cristo, com os estigmas impressos em seus membros. Depois, ao aproximar-se da “irmã Morte”, improvisou seu “Cântico ao irmão Sol”, como hino conclusivo da pregação de seus frades. Por fim, pediu para ser levado à sua Porciúncula e deposto sobre a terra nua, onde se extinguiu cantando o salmo "Voce mea", nas vésperas de 3 de outubro.


São Francisco de Assis, rogai por nós! 


São Petrônio
Petrônio era descendente da nobre e influente família Petrônia, de cônsules romanos, o que lhe propiciou ocupar cargos importantes na política. Alguns historiadores afirmam que era cunhado do imperador Teodósio II, apelidado de "o Moço".

Ao certo, temos que foi ordenado sacerdote pelo bispo de Milão, santo Ambrósio, no ano 421. Até então, levava uma vida fútil e mundana na Gália, atual França, quando teve uma profunda crise existencial e largou tudo para vestir o hábito.

Até por isso ele foi usado como exemplo por Euquério, bispo de Lyon. Em carta a um cunhado, o bispo diz que ele deveria agir como Petrônio, que largou a Corte para abraçar o serviço de Deus.

Mais tarde, Petrônio foi nomeado o oitavo Bispo de Bolonha. Um dos melhores, porque marcou seu mandato nos dois planos, espiritual e material. Conduziu seu rebanho nos caminhos do cristianismo, mas também trabalhou muito na reconstrução da cidade, destruída por ordem do imperador Teodósio I, o Grande. Uma antiga tradição local conta que Petrônio teria sido nomeado e consagrado pelo próprio papa Celestino I, no ano 430. O pontífice teve um sonho, no qual são Pedro o auxiliou nessa escolha.

Contudo a nomeação foi perfeita, pois Petrônio enfrentou até invasões dos povos bárbaros durante a reconstrução. E não deixou o povo esmorecer, revigorando a fé e estimulando o trabalho duro. Depois de sua morte, em 480, a população passou a venerá-lo como padroeiro de Bolonha, guardando-o com carinho e respeito no coração.

Para conservar as suas relíquias, construíram uma das mais grandiosas basílicas do cristianismo, bem no centro da cidade. Iniciada em 1390, a construção demorou muitos anos para ser concluída, embora, de geração em geração, venha sendo embelezada por pintores e escultores de grande renome. 


São Petrônio, rogai por nós!
 
 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

3 de outubro - Santo do dia

São Dionísio Areopagita

Os cristãos sempre sofreram intensas perseguições, chacinas e saques durante o transcorrer dos séculos, principalmente no início da formação da Igreja. Tanto que muitos dos escritos foram queimados ou destruídos de outra forma. Por isso a memória da Igreja, às vezes, tem dados insuficientes sobre a vida e a obra de santos e mártires do seu passado mais remoto. Para que essas poucas evidências não se perdessem, ela se valeu das fontes mais fiéis da literatura mundial, que nada mais são do que as próprias narrações das antigas tradições orais cristãs preservadas pela humanidade.

Interessante é o caso dos dois santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A data de hoje é consagrada ao Areopagita, sendo, o outro santo, o primeiro bispo de Paris, festejado no dia 9 deste mês.

O Dionísio homenageado foi convertido pelo apóstolo Paulo (At 17,34) durante a sua pregação aos gregos no Areópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de Areopagita.

O Areópago era o tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e regras gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na cidade, com posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um desses areopagitas.

Nascido na Grécia, no seio de uma nobre família pagã, estudou Filosofia e Astronomia em Atenas. Em seguida, foi para o Egito finalizar os estudos da Matemática. Ao regressar a Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou o apóstolo Paulo, quando acusado ante o tribunal em que se encontrava Dionísio.

Ao assistir à eloquente pregação de Paulo, Dionísio foi o primeiro a converter-se. Por isso conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã que comandava a cidade. Foi, então, que são Paulo acolheu o areopagita entre seus primeiros discípulos.

Logo em seguida, Dionísio foi consagrado pelo próprio apóstolo como bispo de Atenas. Nessa condição, ele fez muitas viagens a terras estrangeiras, para pregar e aprender a cultura dos outros povos. Segundo se narra, nessas jornadas, teria conhecido pessoalmente são Pedro, são Tiago, são Lucas e outros apóstolos. Além de os registros antigos fazerem referência sobre ele na Dormição e Assunção da Virgem Maria, a mãe do Filho de Deus.

Em Atenas, seus opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas ele se salvou, viajando para encontrar-se com o papa em Roma. Depois, só temos a informação do Martirológio Romano, na qual consta que são Dionísio Areopagita morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95. 


São Dionísio Areopagita, rogai por nós!

Protomártires do Brasil 

Neste dia, fazemos memória aos Protomártires do Brasil. Missionários e leigos martirizados em Cunhaú e Uruaçu

Dentro da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu. Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros.

No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral. No dia 15 de julho chegou em Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, os ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava.

Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares.

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto. Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de Fortaleza.

Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos de Deus. 

Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.

Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de outubro. Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário.

Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia.

Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.

A 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa João Paulo II beatificou os 30 protomártires brasileiros, sendo 2 sacerdotes e 28 leigos beatificados.

Protomártires do Brasil, rogai por nós!