Santos Proto e Jacinto, os irmãos pela fé em Cristo
Origens
A historicidade dos dois mártires é um
fato incontestável: sua memória é celebrada, de fato, no Depositio
Martyrum, em Roma, no Sacramentário Gelasiano (ms. De São Galo), no
Gregoriano, em vários itinerários (Salisburgense, Epitome de locis
sanctis) e no calendário napolitano.
Proto e Jacinto foram sepultados no
cemitério de Bassilla (mais tarde de S. Ermete) num cubículo que o Papa
Dâmaso, no século IV, mandou limpar o desmoronamento e dotá-lo de escada
de acesso e claraboia, recordando o fato numa placa onde falava do
sepulcro dos mártires já escondido sub aggere montis
e tornado acessível por ele. Reparos subsequentes foram feitos para o
túmulo, como algumas inscrições e o Lib. Pont. (I, p. 261), evidência de
um culto muito difundido. Por isso, são verídicos quanto à crítica
histórica.
Quanto às relíquias
Quando, no século VIII-IX , os papas
começaram a tradução das relíquias dos mártires das catacumbas para as
igrejas urbanas, até os ossos de Proto (e não os de Jacinto) foram
transferidos para Roma. Na realidade, até 1845 acreditava-se que os
restos mortais dos dois mártires foram encontrados na cidade, mas uma
feliz descoberta arqueológica do padre Marchi provou que o túmulo de São
Jacinto permanece intacto no cemitério de São Ermete.
Em 21 de março de 1845, de fato, uma escavadeira desenterrou uma laje com esta inscrição: “dp III idus septebr Yacinthus mártir”
que havia permanecido em seu local original; não muito longe foi
encontrado um fragmento de uma lápide com a inscrição sepulcro Proti M.
No túmulo, foram encontrados ossos
carbonizados, uma indicação do tipo de martírio sofrido por Jacinto.
Como a tumba era muito escassa, pensava-se que havia sido escavada
durante a perseguição de Valeriano, quando os cristãos foram proibidos
de acessar as tumbas.
Atualmente, os ossos de Jacinto são
venerados no colégio de Propaganda Fide; enquanto os de Proto em S.
Giovanni dei Fiorentini. A festa de ambos é celebrada no dia 11 de
setembro.
Páscoa
Os fatos da vida de Proto e Jacinto
estão contidos em uma narrativa absolutamente lendária: nela se diz que
eram dois irmãos eunucos que eram escravos de Eugênia, filha do nobre
romano Filipe, prefeito de Alexandria no Egito. Nesta localidade, os
dois jovens cristãos conseguiram que Eugênia entrasse num mosteiro. Após
eventos fictícios, a família de Filipe se converteu. Eugenia, então,
retornou à Roma e realizou um apostolado; a sua amiga Bassila, ansiosa
por aderir ao cristianismo, deu a seus escravos Proto e Jacinto para
instruí-la na verdade da fé. Após sua conversão, Bassila foi denunciada
por seu namorado ao magistrado que a condenou à morte junto com os dois
jovens.
Os irmãos
Em algumas lendas romanas, há outros
grupos de jovens eunucos a serviço das mulheres: como Calogero e
Partenio, Giovanni e Paolo; é, portanto, uma razão comum e recorrente.
Que Proto e Jacinto eram irmãos já é afirmado por Dâmaso, mas na
ausência de documentos mais seguros não se pode excluir que a notícia
seja lendária. Talvez tenha surgido do fato de os dois mártires terem
sido enterrados próximos um do outro. Não é raro, neste tipo de
narração, transformar em parentes mártires sepultados na mesma área.
Mas, com certeza, se tornaram irmãos pela fé em Cristo e por seu
testemunho na entrega total à Deus.
Minha oração
“Que os irmãos mártires nos ensinem
o mistério da amizade. Também pedimos a Deus que nos conceda irmãos na
fé, pessoas que nos ensinem e nos ajudem na caminhada rumo ao céu.
Amém.”
Santos Proto e Jacinto, rogai por nós!
São João Gabriel Perboyre
São João Gabriel Perboyre tornou-se o primeiro missionário da China a ser declarado santo pela Igreja

João
Gabriel Perboyre nasceu em 5 de janeiro de 1802, em Mongesty, na
diocese de Cahors, França, numa família de agricultores, numerosa e
profundamente cristã. Foi o primeiro dos oito filhos do casal, sendo
educado para seguir a profissão do pai.
Mas o menino era muito
piedoso, demonstrando, desde a infância, sua vocação religiosa. Assim,
aos 14 anos, junto com dois de seus irmãos, Luís e Tiago, decidiu seguir
o exemplo do seu tio Jacques Perboyre, que era sacerdote. Ingressou na
Congregação da missão fundada por são Vicente de Paulo para tornar-se um
padre vicentino ou lazarista, como também são chamados os sacerdotes
dessa Ordem. Depois, também, duas de suas irmãs ingressaram na
Congregação das Filhas da Caridade. Uma outra irmã, logo após entrar
para as carmelitas, adoeceu e morreu.
João Gabriel recebeu a
ordenação sacerdotal em 1826. Ficou alguns anos em Paris, como professor
e diretor nos seminários incentivos. Porém seu desejo era ser um
missionário na China, onde os incentivos atuavam e onde, recentemente,
padre Clet fora martirizado.
Em 1832, seu irmão, padre Luís, foi
designado para lá. Mas ele morreu em pleno mar, antes de chegar às
Missões na China. Foi assim que João Gabriel pediu para substituí-lo.
Foi atendido e, três anos depois, em 1835, estava em Macau, deixando
assim registrado: "Eis-me aqui. Bendito o Senhor que me guiou e trouxe".
Na Missão, aprendeu a disfarçar-se de chinês, porque a presença de
estrangeiros era proibida por lei. Estudou o idioma e os costumes e
seguiu para ser missionário nas dioceses Ho-Nan e Hou-Pé.
Entretanto,
foi denunciado e preso na perseguição de 1839. Permaneceu um ano no
cativeiro, sofrendo torturas cruéis, até ser amarrado a uma cruz e
estrangulado, no dia 11 de setembro de 1840.
Beatificado em 1889,
João Gabriel Perboyre foi proclamado santo pelo papa João Paulo II em
1996. Festejado no dia de sua morte, tornou-se o primeiro missionário da
China a ser declarado santo pela Igreja.
São João Gabriel Perboyre, rogai por nós!