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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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Com a chegada da Quaresma, muitos católicos sentem-se perdidos sobre
quais penitências devem adotar neste tempo de reflexão e preparação para
a Páscoa.
Pensando nisso, o Padre José Eduardo separou algumas sugestões de mortificação:
1. Penitências gastronômicas: – Trocar a carne por peixe, ovos ou queijo (ou mesmo comer puro);
– Comer menos arroz, feijão, pão, macarrão, para sair da mesa com um pouco de apetite;
– Eliminar todos doces, refrigerantes, chocolate e demais guloseimas;
– Nas refeições, acrescentar algo que seja desagradável, como diminuir a
quantidade de sal ou colocar um condimento que quebre um pouco o sabor;
– Comer algum legume ou verdura que não se goste muito;
– Diminuir ou mesmo tirar as refeições intermediárias (como o lanche da tarde);
– Tomar café sem açúcar, ou água numa temperatura menos agradável;
– Reservar algum dia para o jejum total ou parcial.
2. Penitências corporais: (Apenas para ajudarem a não perdermos o sentido do sacrifício ao
longo do dia, a não sermos relaxados, devendo ser pequenas e discretas).
– Dormir sem travesseiro;
– Sentar-se apenas em cadeiras duras;
– Rezar alguma oração mais prolongada de joelhos;
– Não usar elevadores ou escadas rolantes;
– Trabalhar sem se encostar na cadeira;
– Cuidar da postura corporal;
– Descer um ponto antes do ônibus e fazer uma parte do caminho à pé;
– Deixar de usar o carro e pegar um transporte coletivo. Ouça também:E, se quebrar minha penitência da Quaresma?
3. Penitências Morais: (São as mais importantes)
– Não reclamar das contrariedades do dia, mas agradecer e louvar a Deus;
– Sorrir sempre, mesmo quando haja um nervoso;
– Moderar a frequência às redes sociais, celular e computador (reduzir a poucas vezes ao dia);
– Desligar as notificações do celular;
– Fazer os serviços mais incômodos na casa e no trabalho, ajudando os outros;
– Acordar mais cedo para fazer oração;
– Não ouvir música no carro;
– Não assistir TV, mas dedicar este tempo à leitura;
– Não usar jogos eletrônicos, caso seja viciado;
– Fazer algum trabalho voluntário;
– Rezar mais pelos outros, do que por si mesmo;
– Reservar dinheiro para dar esmolas, mas sobretudo, atenção aos mendigos;
– Não se defender quando alguém lhe acusa;
– Falar bem das pessoas que se gostaria de criticar;
– Ouvir as pessoas incômodas sem as interromper;
– Dormir no horário, mesmo sem vontade.
Padre José Eduardo Sacerdote da Diocese de Osasco. Pároco da Paróquia São
Domingos. Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa
Cruz (Roma). https://www.facebook.com/Pe.JoseEduardo
Gertrudes nasceu no povoado de Brabante, na cidade de Nivelles,
Bélgica, no ano 626. Seu pai era Pepino de Landen, um homem rico e
influente, descendente de Carlos Magno. Sua mãe era Ida, nobre e muito
religiosa, que depois da morte do marido, fundou o duplo mosteiro de
Nivelles, masculino e feminino, dos quais foi a abadessa até a morte. As
filhas Gertrudes e Begga também fizeram os votos e vestiram o hábito,
passando a viver no mosteiro, ao seu lado. Após a morte da abadessa,
Gertrudes foi eleita a sucessora, tinha apenas vinte anos de idade. Mas,
como o poder não a atraia, delegou-o a um dos monges, que passou a
administrar ambos os mosteiros, enquanto ela ficou apenas com o título.
Gertrudes reservou para si a tarefa de instruir Irmãos e Irmãs,
preparando-os na fé e motivando-os para a difusão da Palavra de Cristo.
Isso significava um enorme esforço de sua parte pois viviam numa época
de ignorância, e superstições. Um eclipse, por exemplo, era considerado
um fenômeno sobrenatural e motivo de alarde para todos os camponeses,
mesmo os instruídos na fé cristã.
Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os
mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas
Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a
fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse
intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só
de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes
se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da
instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero
como os habitantes em geral.
Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu
muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas
orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes.
Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas
do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos
negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua
salvação pela Misericórdia de Deus. Essas visões ela comentava com as
monjas, estimulando as preces à essas almas abandonadas. Por isso, nas
suas representações existe sempre um rato ao seu redor. Os devotos,
ainda hoje, a evoca contra as invasões de ratos e o medo que eles
provocam.
Entretanto, o que mais a destacava era a sua profunda capacidade de
compreender os anseios das almas. Por isso, Gertrudes se revelou uma
eficaz pacificadora, ao interpelar os "senhores" locais que guerreavam
entre si. Suas palavras, dotadas de sabedoria e autoridade, traziam
constrangimento à eles, que partiam para o diálogo e conciliação.
As guerras pacificadas e o alívio ao povo sofrido fortaleceram sua fama
de santidade em vida e gerou muitas tradições e venerações populares.
Quando uma guerra era apaziguada, os oponentes brindavam juntos com o
excelente vinho daquela região. O povo chamava a bebida de "Filtro de
Santa Gertrudes", pois segundo a crença, a bebida era um "remédio"
contra a guerra e o ódio.
Ela morreu em Nivelles, no dia 17 de março de 659, aos trinta e três
anos e o seu culto foi imediato. Entretanto, o precioso relicário que
continha seus restos mortais foi destruído num bombardeio, em 1940, que
atingiu a basílica que o guardava. O que não diminuiu em nada sua
veneração no mundo católico, que continua festejando Santa Gertrudes
nesse dia.
Santa Gertrudes de Nivelles, rogai por nós!
São Patrício
Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos foram
tirados do seu livro autobiográfico "Confissão". Nele, Patrício diz ter
nascido numa vila de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano
377. Era filho de Calpurnius. Apesar de ter nascido cristão, só na
adolescência passou a professar a fé.
Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como
escravo. Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros trabalhos
em meio a um povo rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a fuga,
até que na terceira vez conseguiu se libertar. Embarcou para a
Grã-Bretanha e depois para a Gália, atual França, onde frequentou vários
mosteiros e se habilitou para a vida monástica e missionária.
A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre, numa missão
apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à
Irlanda, mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação
pagã, que o escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável
pela missão no país, o Papa Celestino I o convocou para dar seguimento à
missão. Foi consagrado bispo e viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.
Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na História da
Igreja Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de todo um
povo. Em quase três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente
todo o país. Não contava com apoio político e muito menos usou de
violência contra os pagãos. Com isso, não houve repressão também contra
os cristãos. O próprio rei Leogário deu o exemplo maior, possibilitando a
conversão de toda sua corte. O trabalho desse fantástico e singelo
bispo foi tão eficiente que o catolicismo se enraizou na Irlanda, vendo
nos anos seguintes florescer um grande número de Santos e
evangelizadores missionários.
O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a fundação de
incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também na
Inglaterra e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo
por toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício
fez da Ilha um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram
centenas de monges missionários que peregrinaram por terras estrangeiras
levando o Evangelho. Temos, como exemplo, a atuação dos célebres
apóstolos Columbano, Galo, Willibrordo, Tarásio, Donato e tantos outros.
A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos irlandeses, que
as lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples com suas
aventuras, prodígios e graças, enquanto outras nações têm como
protagonistas seus reis e suas façanhas bélicas.
Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de Down, atualmente
Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa
um trevo, cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São
Patrício que o usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da
Santíssima Trindade: "um só Deus em três pessoas".
A data de 17 de março há séculos marca a festa de São Patrício, a glória
da Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho de sua
pátria, tanto, por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto,
por ter sido convertida pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem
duzentos santuários erguidos em honra a São Patrício, seu padroeiro. Rezo com São Patrício:
Cristo guarde-me hoje,
Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim,
Cristo em mim, Cristo embaixo de mim, Cristo acima de mim,
Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda,
Cristo ao me deitar,
Cristo ao me sentar,
Cristo ao me levantar,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos que falarem em mim,
Cristo em todos os olhos que me virem,
Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem.
Levanto-me, neste dia que amanhece,
Por uma grande força, pela invocação da Trindade,
Pela fé na Trindade,
Pela afirmação da Unidade,
Pelo Criador da Criação.
Amém.
Santo Abraão Kidunaia Abraão nasceu na Mesopotâmia, atual Síria, no ano 296, era filho de
pais religiosos que lhe deram educação cristã. Quando estava em idade de
se casar, seu pai escolheu para ele um bom partido, mas o rapaz
recusou. A vontade de Abraão era outra, queria ser eremita e dedicar-se
somente à Deus, pela oração, contemplação e penitência.
Porém, a pressão da família foi tão grande que o jovem não teve como
escapar. Mas no dia do casamento abandonou tudo. Foi encontrado,
dezessete dias depois, pela família, numa cela isolada, que construíra
numa caverna do deserto, próximo da cidade de Edessa. Por mais que seus
pais pedissem que voltasse, não conseguiram fazê-lo mudar de idéia.
Viveu naquele mesmo lugar por uma década, até receber a notícia da morte
dos pais.
O outro lado da notícia seria bom para qualquer um, menos para Abraão:
herdara uma grande fortuna. Contudo, ele não se abalou com isso, pediu
ao bispo de Edessa, seu amigo pessoal, que repartisse toda a sua parte
da herança entre os pobres, pois não queria nem ter contato com os bens
materiais. Entretanto, aquele episódio serviu ao menos para fazê-lo sair
do seu isolamento. O bispo, que precisava de um bom sacerdote para uma
missão muito especial, aproveitou para efetuar a ordenação de Abraão. E o
enviou como padre missionário para a vila de Beth-Kiduna, onde todos os
habitantes eram pagãos e praticavam a idolatria.
O trabalho de evangelização foi duro. Depois de um ano construiu uma
igreja com a ajuda dos habitantes, todos já haviam se convertido ao
cristianismo e destruído as imagens dos
falsos deuses. Certo do dever cumprido, Abraão rezou muito à Deus, para
que fosse enviado outro padre, melhor do que ele, para atender esse
rebanho. Isso ocorreu logo, e ele voltou para a solidão de sua cela no
deserto de Edessa. Foi devido ao sucesso de sua missão em Kiduna, que
se tornou conhecido como Abraão Kidunaia.
Deixou sua cela só mais duas vezes. Certa vez, uma sobrinha muito jovem
chamada Maria, que ficou órfã de pai, um dos irmãos de Abraão, precisava
de acolhida. Ele a recebeu e a educou, ensinando-lhe tudo que sabia
sobre a Palavra de Cristo e também sobre as ciências. Mas, a jovem
preferiu experimentar as alegrias do mundo, fugindo para uma cidade
próxima, onde levava uma vida desregrada. Abraão, então, se disfarçou de
soldado e foi até onde ela se instalara, alí conversaram e ele a
converteu definitivamente. Maria viveu, os próximos quinze anos,
reclusa, fazendo caridade. Passou a ser chamada de Maria de Edessa,
sendo canonizada, mais tarde. A tradição diz que ela operou vária graças
em vida.
Muitos peregrinos cristãos iam ao deserto para ver, conversar e aprender
sobre os mistérios de Cristo, com aquele padre que norteara sua vida
para a santidade. Abraão morreu, aos setenta anos de idade, no ano 366,
cinco anos após a discípula Maria. E foi essa a última vez que deixou
sua cela. O lugar do seu túmulo se tornou local de peregrinação, de
prodígios e de graças. Esses dados foram extraídos dos escritos
deixados por Santo Efrém, que escreveu a biografia de Santo Abraão
Kidunaia, celebrado no dia 16 de março.
Santo Abraão Kidunaia, rogai por nós!
Santa Eusébia
Pertenceu a uma família de muitos santos. Com oito anos seu pai,
Santo Adalberto, faleceu. Sua mãe, chamada a uma vida de entrega total a
Deus, montou um convento e quis a sua filha junto. Sua avó Gertrudes
também a chamou para a vida religiosa em Hamage (França), e ela aceitou.
A mãe, Santa Riertrudes, soube que Eusébia seria a Abadessa após a
morte de sua avó. Então fez de tudo para ela ser bem formada antes, pois
tinha apenas 12 anos. E foi para junto de sua mãe, mas às vezes
escapava para a comunidade de Hamage (França), onde percebia ser o seu
lugar.
Riertrudes
repensou, e após se aconselhar com bispos e abades liberou
sua filha para voltar e ser Abadessa, talvez a mais jovem da França.
Eusébia pressentiu que não duraria muito por aqui. Com apenas 23 anos
reuniu suas filhas espirituais, e deu-lhes vários conselhos. Depois,
esperou a morte de maneira calma e confiante. Isso no ano de 680.
Santa Eusébia, rogai por nós!
Santo Heriberto
Heriberto foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito moço,
pois sua religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que,
no dia em que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms,
notou-se uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O
fenômeno teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de
Heriberto, que caminhou reto para o caminho da santidade.
Como desde pequeno mostrava vocação para a religião e os estudos, seus
pais o entregaram ao convento de Gorze. Ali, Heriberto descobriu para si
e para o mundo que era extremamente talentoso, mas decidiu-se pela
ordenação sacerdotal, que ocorreu em 995. Com o decorrer do tempo cursou
diversas escolas, chegando a ser considerado o homem mais sábio de seu
tempo. E foi nesta condição que o imperador Oton III o nomeou
chanceler, seu assessor de maior confiança. Sua fama e popularidade
cresceram, não só devido à sabedoria, mas também pela humildade e a
caridade que praticava com todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em
999.
Quando Oton III morreu, o imperador que o sucedeu, Henrique II, também
acabou tornando-se admirador de Heriberto, apesar da oposição que lhe
fez no início. Uma vez que o bispo Heriberto o consagrou rei sem nenhuma
contestação. E por fim o novo rei Henrique II o chamou para ser seu
conselheiro.
Então, a obra caridosa do bispo pôde então continuar. Os registros
mostraram que, depois de fundar um hospital para os pobres, Heriberto
visitava os doentes todos os dias, cuidando deles pessoalmente. Diz a
tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande seca, ficando sem
chover por meses. O bispo comandou um jejum de três dias e, finalmente,
uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus. Como nem assim
choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do povo,
culpando-se pela seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus de
fazer misericórdia. Mas, um fato prodigioso aconteceu nesse momento,
imediatamente o céu escureceu e uma forte chuva caiu sobre a cidade,
durando alguns dias e pondo fim à estiagem.
Com fama de santidade ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16
de março de 1021, numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz,
onde contraiu uma febre maligna que assolava a população. Suas relíquias
estão na catedral dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele
mesmo fundou junto com o mosteiro ao lado, que foi entregue aos
beneditinos.
Amado pelos fiéis a peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que
se tornou vigoroso em toda a Europa, especialmente na Itália e na
Alemanha, país de sua origem. Foi canonizado em 1227, pelo Papa Gregório
IX que autorizou o culto à Santo Heriberto, já tradicionalmente
festejado pelos devotos no dia 16 de março.
Discípulo
— Padre, poderia explicar-me a razão deste título?
Mestre
— Chamei-o assim por causa do fato seguinte:
Conta-se
certa moça, tendo caído por desgraça num desses pecados que
tanto envergonham na confissão, vivia triste e desconsolada.
Passaram-se assim muitos meses, sem que nenhuma das
companheiras da coitada descobrisse a causa de tanta
aflição. Nesse ínterim, aconteceu que a sua melhor amiga,
muito virtuosa e devota, morreu santamente. Uma noite, a
chamam pelo nome, quando está no melhor do sono; reconhece
perfeitamente a voz da amiguinha morta que vai repetindo: Confesse-se bem... se você soubesse o quanto Jesus é bom!
A moça
tomou aquela voz por uma revelação do céu, criou coragem e,
decidida, confessou o pecado que era a causa de tanta
vergonha e de tantas lágrimas. Naquela ocasião, tamanha foi
a sua comoção, tão grande o seu alívio que depois disso,
contava o fato a todo o mundo, e repetia por sua vez:
"Experimentem e vejam o quanto Jesus é bom".
D.
— Muito bem! — acredito nisso plenamente, porque, já fiz
mais de cem vezes a experiência de tal verdade.
BOA
CONFISSÃO – ORIENTAÇÕES
COMO FAZER UMA BOA
CONFISSÃO? - PADRE GABRIEL VILA VERDE
M.
— Pois então agradeça a Deus de todo o coração e continue a
fazer boas confissões. Ai daquele que envereda, pelo caminho
do sacrilégio! É essa a maior desgraça que nos pode
acontecer, porque dela não teremos mais a força de nos
afastar, e assim prosseguiremos, talvez até à morte,
precipitando-nos no abismo da perdição eterna.
D.
— É assim tão nefanda uma confissão mal feita?
M.
— É o principal motivo, a causa capital da perdição!
D.
— Deveras?
M.
— Assim é, infelizmente! São as confissões mal feitas o
motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para
o inferno.
D.
— Mas não há exagero nisso?
M.
— Exagero nenhum, e nem sou eu quem o diz: afirmam-nos os
Santos que melhor conhecem as almas e viu-o Santa Teresa em
uma visão.
Estava a
Santa rezando, quando, de repente abrem-se diante dos seus
olhos uma voragem profunda, cheia de fogo e de chamas; e
nesse abismo precipitam-se com abundância, como neve no
inverno, as pobres almas perdidas.
...
são as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas
pessoas perdem suas almas e vão para o inferno!...
Assustada, a Santa levanta os olhos ao céu e:
— Meu
Deus, exclama, meu Deus! O que é que eu estou vendo? Quem
são elas, quem são todas essas almas que se perdem? Com
certeza devem ser as almas dos pobres infiéis.
—
Não, Teresa, não! Responde o Senhor. As almas que neste
momento vês precipitarem-se no inferno com o meu
consentimento, são, todas elas, almas de cristãos como tu.
— Mas
então devem ser almas de pessoas que não acreditavam, que
não praticavam a Religião, que não freqüentavam os
Sacramentos!
—
Não, Teresa, não! Fica sabendo que essas almas pertencem
todas a cristãos batizados como tu, e, que, como tu, eram
crentes e praticantes...
— Mas
se assim é, naturalmente essa gente nunca se confessou, nem
mesmo na hora da morte...
—
No entanto, são almas que se confessavam, e confessaram-se
também antes de morrer...
— Por
qual motivo então, ó meu Deus, são elas condenadas?
—
São condenadas porque se confessaram mal...
Vai
Teresa, conta a todos esta visão e recomenda aos Bispos e
Sacerdotes que nunca se cansem de pregar sobre a importância
da confissão e contra as confissões mal feitas, afim de que
os meus amados cristãos não transformem “o remédio em
veneno; afim de que não se sirvam mal desse sacramento, que
é o sacramento da misericórdia e do perdão.”
D.
— Pobre Jesus!... São assim tão numerosas as confissões mal
feitas?
M.
— S. Afonso, S. Felipe Néri, S. Leonardo de Porto Maurício,
afirmam unanimemente que, infelizmente, o número das
confissões mal feitas é incalculável. Eles, que passaram à
vida no confessionário e à cabeceira dos moribundos, sabem
dizer a pura verdade. E nós que erramos, de terra em terra,
pregando exercícios e missões, somos obrigados a afirmar a
mesma coisa.
O célebre
Padre Sarnelli, na sua obra “O mundo santificado” exclama:
“Infelizmente são incalculáveis as almas que fazem
confissões sacrílegas: sabem disso, em parte, os
Missionários de longa experiência, e cada um de nós virá
sabê-lo, com grande pasmo, no vale de Josafá. Não só nas
grandes capitais, mas nas cidades menores, nas comunidades,
no meio daqueles que passam por piedosos e devotos
encontram-se em grande número os sacrílegos...”
O Padre
Tranquillini, da Companhia de Jesus, tendo sido chamado à
cabeceira duma senhora gravemente enferma, acode com
solicitude e a confessa: mas, chegada à hora da absolvição,
ele sente qualquer coisa que, como se fosse uma mão de
ferro, o impede de prosseguir.
— Minha
senhora, diz ele, talvez se tenha esquecido de alguma
coisa...
—
Impossível, Padre, estou me preparando há oito dias...!
Depois de
algumas preces, tenta uma segunda vez; mas, a mesma mão o
impede de novo.
—
Desculpe, minha senhora, replica o Padre, talvez a senhora
não ouse confessar algum pecado...
— O quê
diz, Padre? Isso me ofende. Como pode supor que eu queira
cometer um sacrilégio?
Torna a
tentar pela terceira vez a absolvição e ainda uma vez aquela
força invisível o impede de agir. Não podendo compreender
qual o mistério que se escondia num fato tão extraordinário,
cai de joelhos, e, chorando, suplica àquela senhora, que não
se traia, que não seja a causa da própria perdição.
— Padre,
exclama ela então, Padre, há quinze anos que eu me confesso
mal! Veja, portanto, como é fácil achar-se quem se confessa
mal!
D.
— Chega, Padre, isto me faz estremecer.
M.
— Antes tremer aqui do que queimar no inferno: e, falando
disso, lembro-me de outro exemplo. São João Bosco, numa obra
sobre a confissão diz textualmente: "Eu vos afirmo que
enquanto escrevo, minha mão treme, porque eu penso no número
de cristãos que vão para a perdição eterna, somente por
terem escondido, ou por não terem exposto sinceramente os
seus pecados na confissão"!
D.
— O senhor disse também: por não terem exposto sinceramente
os seus pecados?
M.
— Certamente! Aquele que, por exemplo, confessa só os maus
pensamentos, quando além disso cometeu ações ou atos
impuros; aquele que confessa ter cometido tais atos sozinho,
quando os cometeu com outros; aquele que esconde o número
conhecido de suas faltas; aquele que, interrogado pelo
confessor não diz a verdade; todos esses fazem más
confissões.
D.
— O quê é que pensam os que assim procedem?
M.
— Pensam que no futuro poderão remediar, isto é,
confessam-se para viver como diz São Felipe Néri, quando
toda e qualquer confissão devia ser feita como se fosse a
última, como se nos preparássemos para a morte.
Um dia
uma mulher do povo confessou-se com um célebre Missionário:
de volta do confessionário, ela passou casualmente por cima
de uma laje que cobria uma sepultura. A laje, gasta pelo
tempo, cedeu, e a mulher caiu lá em baixo, no meio dos ossos
e dos esqueletos. Imagine o susto de todas as pessoas que
acudiram; mas isso não foi nada, comparado ao terror o aos
berros da coitada! Logo depois que, com muito esforço e
trabalho conseguiram tirar a mulher dali, ela, que escapou
ilesa, voou para o confessionário e:
— Padre,
padre, até hoje eu só me tinha confessado para viver, mas
agora que eu vi a morte diante do mim quero confessar-me
como se eu fosse morrer – e tornou a fazer, tremendo, aquela
confissão que, momentos antes, tinha feito mal.
D.
— Ah! o pensamento da morte é terrível.
M.
— É terrível sim, mas muitíssimo salutar e é pior isso que,
cada vez que nos confessamos, devíamos tê-lo na mente.
Dentre os
inúmeros fatos maravilhosos que se contam na história de D.
Bosco destaca-se este: No Salesiano de Turim faziam-se os
santos exercícios espirituais, e, todos os presentes, alunos
e internos com a máxima seriedade, muito piedosos, rezavam
com fervor e colhiam os frutos de suas preces para o bem de
suas almas. Enquanto esses cumpriam o seu piedoso dever, um
jovem, refratário a toda e qualquer suplica e aos mais
afetuosos cuidados de D. Bosco e dos demais superiores,
teimou em não se querer confessar nem mesmo naquela
circunstância. Os bons Padres tinham feito todo o possível
para convencê-lo, mas inutilmente. Ele repetia sempre: “Em
qualquer outra ocasião, sim, mas agora não! Vou pensar nisso
depois... Agora não sei tomar uma resolução”!
Com essa
desculpa, chegou ao último dia das cerimônias; D. Bosco,
então recorreu a um estratagema. Escreveu numa folha de
papel estas palavras: "... e se você morresse durante a
noite?!..." e escondeu-a entre o lençol e o travesseiro do
rapaz. Cai à noite: todos se vão deitar, e o nosso jovem,
despreocupado, também se despe, mas eis que quando vai
entrar na cama encontra a tal folha. Um oh! de espanto que
ele não pode conter lhe sai dos lábios; pega no papel
olha-o, vira-o e revira-o e, por fim, descobrindo que há
nele qualquer coisa escrita, arregala os olhos e lê: “... e
se você morresse durante a noite”... D. Bosco.
D. Bosco!
Exclama ele; mas D. Bosco é um santo... Ele conhece o
futuro... Talvez aconteça isso mesmo! E se eu morresse
durante a noite? ' Mas eu não quero morrer, não: quero
viver, quero viver e... Enquanto isso, para que os
companheiros não reparem, ele se deita, cobre-se e cheio de
coragem, tenta pegar no sono. Qual nada! Adormecer naquele
estado? Com aquelas palavras que o atormentavam como se
fossem espinhos agudos? É impossível! Ele vira e revira na
cama, fecha os olhos com força, mas... tudo inútil; ouve sem
cessar, cada vez mais vivo, cada vez mais forte, o som
daquelas palavras; ele imagina, como se visse o inferno
aberto e Jesus que o condena, e diz: "Pobre de mim! E se eu
morresse mesmo?..." Um arrepio gelado corre-lhe pela
espinha, ele sua frio...
— Ah, não
— exclama, — eu não quero ir para o inferno, eu quero me
confessar...
Invoca a
proteção de Maria Auxiliadora, do seu Anjo da Guarda e
depois, decidido, veste-se, sai devagarzinho, desce a
escada, atravessa corredores, sobe para o quarto de D. Bosco
e bate na porta.
D. Bosco,
que, como bom padre o esperava, abre a porta e:
— Quem é
você?... A estas horas?... O que é que você quer?
— Oh! D.
Bosco, eu quero confessar-me!
— À
vontade! se você soubesse com que ansiedade eu o esperei!
Introduzido na antecâmara, o rapaz cai de joelhos e, depois
de feita a confissão, com o perdão de Jesus volta feliz e
tranqüilo para a cama. E já não tem medo! O pensamento da
morte já não o assusta e ele diz: “Como estou
contente! Mesmo que eu tenha que morrer que importa se eu
recuperei a graça, se eu tornei a ser amigo de Jesus”! Adormece serenamente e sonha... vê o céu aberto, os
Anjos jubilosos que voam levíssimos, entoando os cânticos
mais lindos, os mais belos hinos! Que rapaz de sorte!
M.
— De sorte são todos aqueles que acreditam no grande bem da
confissão e se servem dela, impedindo assim a própria
perdição; enquanto que é bem diferente o caso da infeliz de
quem lhe vou falar. São Leonardo de Porto Maurício, acode à
cabeceira de uma moribunda, acompanhado por um frade leigo.
Depois de confessada a doente, o padre sai sossegado, e,
reunindo-se ao companheiro que o esperava no quarto vizinho,
apronta-se para sair, quando este, muito triste e assustado
lhe diz:
— "Padre
Leonardo, o quê significa aquilo que eu vi?"
— O que é
que você viu?
— Eu vi
uma mão horrendamente negra que vagava pela antecâmara; e,
assim que o senhor saiu ela entrou, rápida como um raio, no
quarto da doente.
Diante de
tal história São Leonardo volta para trás, torna a entrar no
quarto e oh! que cena terrível. Aquela mão negra
estrangulava aquela desgraçada que, com olhos fora das
órbitas, e a língua caída, morria gritando: “Malditos
sejam os sacrilégios... Malditos sejam os sacrilégios...”
D.
— Oh, Padre, então é mesmo verdade que as confissões mal
feitas são a causa principal da perdição!
M.
— Por conseguinte, guerra à mentira e sinceridade absoluta
na confissão.
Dentro de uma família muitos simples, nasceu na Áustria, no ano de 1751. Perdeu
muito cedo seu pai, e foi educado por sua piedosa mãe que dizia a ele:
“Procurai andar sempre nos caminhos agradáveis a Deus”.
Vocacionado
ao sacerdócio, com muito esforço estudou Filosofia e
Teologia. Após ordenado padre redentorista, foi para a Alemanha. Ali,
seu objetivo religioso não era somente servir sua congregação,
mas a toda a Igreja local, a ponto de ajudar sua diocese a se
redescobrir como pólo evangelizador.
São Clemente contribuiu para o aparecimento de muitos conventos e
asilos, sinais materiais da força do Evangelho. Consumido na missão, aos
70 anos, partiu para sua recompensa: a glória de Deus.
São Clemente Maria Hofbauer, rogai por nós!
Santa Luísa de Marillac
Luísa nasceu em 12 de agosto de 1591, filha natural de Luís de
Marillac, senhor de Ferrières, aparentado com a nobreza francesa, cujas
posses permitiram dar à filha uma infância tranqüila. A menina aos três
anos foi para o Convento Real de Poissy, em Paris onde recebeu uma
educação refinada, quer no plano espiritual, quer no humanístico.
Porém, seu pai morreu quando ela tinha treze anos, sem deixar herança e,
felizmente, nem dívidas. Nessas circunstâncias Luísa foi tirada do
Convento, pela tia Valença, pois os Marillac não se dispuseram custear
mais sua formação. Ela desejava dedicar sua vida à Deus, para cuidar
dos pobres e doentes, mas agora com a escassez financeira teria de
esperar para atingir esse objetivo.
Durante dois anos viveu numa casa simples de moças custeando-se com
trabalhos feitos em domicílio, especialmente bordados Ela tentou
ingressar no mosteiro das capuchinhas das Filhas da Paixão que acabavam
de chegar em Paris, mas foi rejeitada pela aparência de saúde débil,
imprópria para a vida de mosteiro. Depois disso viu-se constrangida a
aceitar um casamento que os tios lhe arranjara. Foi com Antonio de Gràs,
que trabalhava como secretário da rainha. Com ele teve um filho, Miguel
Antonio. Viveu feliz, pois o marido a respeitava e amava a família. E
se orgulhava da esposa que nas horas vagas cuidava dos deveres de
piedade, mortificando-se com jejuns freqüentes, visitando os pobres, os
hospitais e os asilos confortando a todos com seu socorro. Até que ele
próprio foi acometido por grave e longa enfermidade e ela passou a se
dedicar primeiro à ele sem abandonar os demais. Mas com isso novamente
os problemas financeiros voltaram.
Nesse período teve dois grandes conselheiros espirituais: Francisco de
Sales e Vicente de Paulo, ambos depois declarados Santos pela Igreja.
Foi graças à direção deles, que pôde superar e enfrentar os problemas
que agitavam o seu cotidiano e a sua alma. Somente sua fé a manteve
firme e graças à sua força, suplantou as adversidades, até o marido
falecer, em 1625 e Miguel Antonio foi para o seminário.
Só então Luísa pôde dedicar-se totalmente aos pobres, doentes e velhos.
Isso ocorreu porque Vicente de Paulo teve a iluminação de colocar-la à
frente das Confrarias da Caridade, as quais fundara para socorrer as
paróquias da França, e que vinham definhando. Vicente encarregou-a de
visita-las, reorganiza-las, enfim dinamiza-las, e ela o fez durante
anos.
Em 1634 Luísa, com ajuda e orientação de Vicente de Paulo, fundou a
Congregação das Damas da Caridade, inicialmente com três senhoras da
sociedade, mas esse núcleo se tornaria depois uma Congregação de Irmãs.
Isso o porque serviço que estas Damas prestavam aos pobres era limitado
pelos seus deveres familiares e sociais e pela falta de hábito aos
trabalhos humildes e fatigantes. Era necessário colocar junto delas,
pessoas generosas, livres e totalmente consagradas a Deus e aos pobres.
Mas na Igreja não existiam porque a vida de consagração para as mulheres
estava concebida apenas como vida de clausura. Então, Vicente e Luísa,
em 1642 ousaram e, criam as Irmãs dos Pobres, as Filhas da Caridade, a
quem foram confiados os doentes, os enjeitados, os velhos, os mendigos,
os soldados feridos e os condenados às prisões.
Nascia um novo tipo de Irmã, com uma missão inédita para aqueles tempos:
uma vida consagrada em dispersão pelos caminhos do sofrimento humano,
assim estava criada a Congregação das Irmãs Filhas da Caridade, em 1642.
Na qual Luísa fez os votos perpétuos, sendo consagrada pelo próprio
Vicente de Paulo. A obra, sob a direção dela foi notável. Quando Paris
foi assolada pela guerra e peste, em 1652, as Irmãs chegaram a atender
quatorze mil pessoas, de todas as categorias sociais, sendo inclusive as
primeiras Irmãs a serem requisitadas para o atendimento dos soldados
feridos, nos campos de batalhas.
Luísa morreu em 15 de março de 1660. Foi beatificada em 1920, e
canonizada pelo Papa Pio XI, em 1934. Suas relíquias repousam na Capela
da Visitação da Casa Matriz das Irmãs da Caridade, em Paris, França.
Santa Luísa de Marillac foi proclamada Padroeira das Obras Sociais e de
todos os assistentes sociais, pelo Papa João XXIII, em 1960.
É um piedoso exercício em que meditamos o doloroso caminho que Jesus
percorreu desde o pretório de Pilatos até ao Calvário, onde foi
crucificado e morreu pela nossa Redenção.
Como surgiu a prática deste exercício? A origem deste santo exercício é devida ao Coração amante e desolado
da SS. Virgem. Esta pobre Mãe, depois da Ascensão de Jesus ao Céu, tinha
por único consolo banhar de lágrimas o caminho que o seu querido Jesus
tinha regado com o seu sangue divino… – Os fiéis imitaram o exemplo de
Maria, e de todas as partes do mundo afluíram, à custa de mil perigos e
incômodos, a Jerusalém, para venerar os santos lugares e ganhar as
indulgências concebidas pelos Sumos Pontífices. – Mas a Igreja, Mãe
piedosa, para poupar incômodos a seus filhos e lhes facilitar os meios
de santificação, concedeu as mesmas indulgências de Jerusalém aos que
visitassem as catorze Cruzes ou Estações da Via-Sacra, devidamente
eretas. Qual é o objetivo desta devoção?
O fim desta devoção é exercitar nas almas os sentimentos – de
gratidão e amor para com Nosso Senhor Jesus Cristo, que tanto sofreu por
nós, – de contrição dos nossos pecados, que foram a causa dos
sofrimentos do Salvador, – de imitação dos exemplos de heroicas
virtudes, que Jesus nos deixou na sua Paixão e Morte. – Não admira,
pois, que este Exercício agrade tanto ao nosso amável Redentor e
produza, nas almas que o praticam, abundantes frutos de santidade.
Indulgências anexas à Via-Sacra Concede-se indulgência plenária ao fiel que fizer o exercício da
Via-Sacra, piedosamente. Com o piedoso exercício da Via-Sacra renova-se a
memória das dores que sofreu o divino Redentor no caminho do pretório
de Pilatos, onde foi condenado à morte, até o monte Calvário, onde
morreu na cruz para a nossa salvação. Para ganhar a indulgência
plenária, determina-se o seguinte: – O piedoso exercício deve-se realizar diante das estações da via-sacra, legitimamente eretas. – Requerem-se catorze cruzes para erigir a via-sacra; junto com as
cruzes, costuma-se colocar outras tantas imagens ou quadros que
representam as estações de Jerusalém. – Conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de
catorze leituras devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais.
Requer-se piedosa meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser
necessária a consideração do mistério de cada estação. – Exige-se o movimento de uma para a outra estação. Mas se a
via-sacra se faz publicamente e não se pode fazer o movimento de todos
os presentes ordenadamente, basta que o dirigente se mova para cada uma
das estações, enquanto os outros ficam em seus lugares. – Os legitimamente impedidos poderão ganhar a indulgência com uma
piedosa leitura e meditação da Paixão e Morte do Senhor ao menos por
algum tempo, por exemplo, um quarto de hora. – Assemelham-se ao piedoso exercício da via-sacra, também quanto à
aquisição da indulgência, outros piedosos exercícios, aprovados pela
competente autoridade: neles se fará memória da Paixão e Morte do
Senhor, determinando também catorze estações. – Entre os orientais, onde não houver uso deste exercício, os
Patriarcas poderão determinar, para lucrar esta indulgência, outro
piedoso exercício em lembrança Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Matilde era filha de nobres saxões. Nasceu em Westfalia, por volta
do ano 895 e foi educada pela avó, também Matilde, abadessa de um
convento de beneditinas em Herford. Por isso, aprendeu a ler, a escrever
e estudou teologia e filosofia, fato pouco comum para as nobres da
época, inclusive gostava de assuntos políticos. Constatamos nos
registros da época que associada à brilhante inteligência estava uma
impressionante beleza física e de alma. Casou-se aos catorze anos com
Henrique, duque da Saxônia, que em pouco tempo se tornou Henrique I, rei
da Alemanha, com o qual viveu um matrimônio feliz por vinte anos.
Foi um reinado justo e feliz também para o povo. Segundo os relatos,
muito dessa justiça recheada de bondade se deveu à rainha que, desde o
início, mostrou-se extremamente generosa com os súditos pobres e
doentes. Enquanto a ela assistia à população e erguia conventos, escolas
e hospitais, o rei tornava a Alemanha líder da Europa, salvando-a da
invasão dos húngaros, regularizando a situação de seu país com a Itália e
a França e exercendo ainda domínio sobre os eslavos e dinamarqueses.
Havia paz em sua nação, graças à rainha, e por isso, ele podia se
dedicar aos problemas externos, fortalecendo cada vez mais o seu
reinado.
Mas essa bonança chegou ao fim. Henrique I faleceu e começou o
sofrimento de Matilde. Antes de morrer, o rei indicou para o trono seu
primogênito Oton, mas seu irmão Henrique queria o trono para si. As
forças aliadas de cada um dos príncipes entraram em guerra, para
desgosto de sua mãe. O exército do príncipe Henrique foi derrotado e
Oton foi coroado rei assumindo o trono. Em seguida, os filhos se
voltaram contra a mãe, alegando que ela esbanjava os bens da coroa, com a
Igreja e os pobres. Tiraram toda sua fortuna e ordenaram que deixasse a
corte, exilando-a.
Matilde, triste, infeliz e sofrendo muito, retirou-se para o convento de
Engerm. Contudo, muitos anos mais tarde, Oton e Henrique se
arrependeram do gesto terrível de ingratidão e devolveram à mãe tudo o
que lhe pertencia. De posse dos seus bens, Matilde distribuiu tudo o que
tinha para os pobres.
Preferindo continuar sua vida como religiosa permaneceu no convento
onde, depois de muitas penitências e orações, desenvolveu o dom das
profecias. Matilde faleceu em 968, sendo sepultada ao lado do marido, no
convento de Quedlinburgo. Logo foi venerada como Santa pelo povo que
propagou rapidamente a fama de sua santidade por todo mundo católico do
Ocidente ao Oriente. Especialmente na Alemanha, Itália e Mônaco ainda
hoje sua festa, autorizada pela Igreja, é largamente celebrada no dia 14
de março.