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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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NO SÁBADO SANTO honra-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida à mansão dos mortos; depois do sinal do Glória, começa-se a honrar sua gloriosa Ressurreição.
A
noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é
especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à
meia-noite, depois mudada, infelizmente, por questões práticas(?). Ela não pode, entretanto, começar antes do início da noite, e deve terminar antes da aurora do domingo. – É considerada "a mãe de todas as santas vigílias", pois
nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a
consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com os Sacramentos da
Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1) A Celebração da Luz;
2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;
3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;
4)
E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de
graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que
possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Benção do Lume Novo
As
luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro
preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca
tirada de uma pedra. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário
recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo. A pedra
representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.
O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina apagada por três dias, que
há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao
recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da Ressurreição. Deve ser novo
este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do
túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos da
cristandade. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com
muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor
Ressuscitado, que surge de dentro da noite da morte.
A procissão com o Círio Pascal
Após
a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente
introduzido no templo por um diácono que, por três vezes, ao longo do
cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias).
Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é
acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor
central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez, por fim, se
acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio
bento até toda a igreja estar iluminada.
As
velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O
diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da boa nova:
anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas
mulheres.
As palavras Lumen Christi significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.
A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida" (Jo
8,12; Jo 9,5; 12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de
fogo pela qual Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao
sair da escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21). – O
cristão é aquele que, para iluminar, se deixa consumir na Luz maior, e
que em sua luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e
fez Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).
O Precônio Pascal
Ao
término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele
colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão, renovamos nossa
fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para
iluminar nosso caminho. E lembramos que por vocação todo cristão é
chamado a ser também luz, como Ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do
mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as
pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos
Céus!" (Mt 5,14.16).
O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal, do latim Praeconium Pascale,
que significa Anunciação da Páscoa (vídeo acima), em que se exaltam os
benefícios da Redenção e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o
trabalho das abelhas e o material para a sua confecção, o significado da
luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a
Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo
Ambrósio e a Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da
Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na
reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer (veja letra e tradução aqui).
Arderá
daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante quarenta
dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado.
Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo
ressuscitado sobe ao Céu.
Leitura das Profecias
Nos
primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para
receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para a maior
instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada
Escritura apropriados ao ato. Eram as Doze Profecias, como resumo
histórico da Religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas,
oráculos messiânicos.
Atualmente
são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do
Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo
responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a
partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Gloria in Excelsis,
com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram
calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira
na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura do Novo
Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.
Após
o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do "Aleluia",
quebrando o clima de tristeza e contrição que acompanhava todo o tempo
da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente três vezes em
tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da sepultura e
expressa o crescente júbilo pela Vitória do Salvador. Por fim,
proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus,
levando-se em consideração o ciclo anual A, B e C.
Benção da pia batismal
Terminada
a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na frente do
cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve alumiar a
nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem luminosa
norteava o rumo dos israelitas no deserto.
O
celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas
as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão
divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas
nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três
vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus
Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu
Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida
da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo
Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na
aspersão do povo.
Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.
Antigamente,
após os ritos preparatórias, era administrado o Batismo solene aos
catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) que, durante três anos,
viviam um processo intenso de preparação para ingressar na Igreja, com
um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. Findos os ritos
preparatórios, os catecúmenos, jubilosos, eram levados ao lugar onde
haveriam de receber o Batismo. A aspersão dos fiéis que hoje em dia o
celebrante faz, avançando através da igreja, com a água acabada de
benzer, recorda esta antiga cerimônia .
Depois
da benção da pia batismal, volta o préstito ao coro, cantando a
Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a
Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros
prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.
O
final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério
Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do
Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois Jesus no
túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo, iniciada,
porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia", na Vigília
Pascal.
A
Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta
Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte
contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os
Altares e os dignatários paramentados, em grande gala. Reboam as notas
alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O
Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a
Epístola. – Essa é, na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a
celebração, por assim dizer, da Aurora da Ressurreição.
José
de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, na cidade de São
Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, do arquipélago das Canárias,
Espanha. Foi educado na ilha até os quatorze anos de idade. Depois, seus
pais, descendentes de nobres, decidiram que ele continuaria sua
formação na Universidade de Coimbra, em Portugal. Era um jovem
inteligente, alegre, estimado e querido por todos. Exímio escritor,
sempre se confessou influenciado pelos escritos de são Francisco Xavier.
Amava a poesia e mais ainda, gostava de declamar. Por causa da voz doce
e melodiosa, era chamado pelos companheiros de "canarinho".
Mas
também tinha forte inclinação para a solidão. Tinha o hábito de
recolher-se na sua cela ou de retirar-se para um local ermo a fim de
dedicar-se à oração e à contemplação. Certa vez, isolou-se na catedral
de Coimbra e, quando rezava no altar de Nossa Senhora, compreendeu a
missão que o aguardava. Naquele mesmo instante, sentiu o chamado para
dedicar sua vida ao serviço de Deus. Tinha dezessete anos e fez o voto
de consagrar-se à Virgem Maria.
Ingressou na Companhia de Jesus
e, quando se tornou jesuíta, seguiu para o Brasil, em 1553, como
missionário. Chegou na Bahia junto com mais seis jesuítas, todos
doentes, inclusive ele, que nunca mais se recuperou. Em 1554, chegou à
capitania de São Vicente, onde, junto com o provincial do Brasil, padre
Manoel da Nóbrega, fundou, no planalto de Piratininga, aquela que seria a
cidade de São Paulo, a maior da América do Sul. No local foi instalado
um colégio e seu trabalho missionário começou.
José de Anchieta
não apenas catequizava os índios. Dava condições para que se adaptassem à
chegada dos colonizadores, fortalecendo, assim, a resistência cultural.
Foi o primeiro a escrever uma "gramática tupi-guarani", mas, ao mesmo
tempo, ensinava aos silvícolas noções de higiene, medicina, música e
literatura. Por outro lado, fazia questão de aprender com eles,
desenvolvendo diversos estudos da fauna, da flora e do idioma.
Anchieta
era também um poeta, além de escritor. É célebre o dia em que, estando
sem papel e lápis à mão, escreveu nas areias da praia o célebre "Poema à
Virgem", que decorou antes que o mar apagasse seus versos. A
profundidade do seu trabalho missionário, de toda a sua vida dedicada ao
bem do próximo aqui no Brasil, foi exclusivamente em favor do futuro e
da sobrevivência dos índios, bem como para preservar sua influência na
cultura geral de um novo povo.
Com a morte do padre Manoel da
Nóbrega em 1567, o cargo de provincial do Brasil passou a ser ocupado
pelo padre José de Anchieta. Neste posto mais alto da Companhia de
Jesus, viajou por todo o país orientando os trabalhos missionários.
José
de Anchieta morreu no dia 9 de junho de 1597, na pequena vila de
Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo, sendo reconhecido
como o "Apóstolo do Brasil". Foi beatificado pelo papa João Paulo II em
1980. A festa litúrgica foi instituída no dia de sua morte.
São José de Anchieta, rogai por nós!
São Luís Scrosoppi
Luís
nasceu em 4 de agosto de 1804, em Udine, cidade do Friuli, no Norte da
Itália. Foi o último dos filhos de Antônia e Domingos Scrosoppi,
cristãos fervorosos que educaram os filhos dentro dos preceitos da fé e
na caridade. Aos doze anos, Luís ingressou no seminário diocesano de
Udine, e, em 1827, foi ordenado sacerdote.
A região do Friuli, a
partir de 1800, mergulhou na miséria em conseqüência das guerras e
epidemias, o que serviu ao padre Luís de estímulo para cuidar dos
necessitados. Dedicou-se, com outros sacerdotes e um grupo de jovens
professoras, à acolhida e à educação das "derelitas", as mais sozinhas e
abandonadas jovens de Udine e dos arredores. A elas ele disponibilizou
todos os seus bens, suas energias e seu afeto, sem economizar nada de
si. Quando foi preciso, ele não hesitou em pedir esmolas. A sua vida
foi, de fato, uma expressão palpável da grande confiança na Providência
Divina.
Com essas senhoras, chamadas de "professoras", hábeis no
trabalho de costura e de bordado, que estavam aptas à alfabetização,
dispostas a colocarem suas vidas nas mãos do Senhor para servi-lo e
optando por uma vida de pobreza, padre Luís Scrosoppi fundou a
Congregação das Irmãs da Providência. Mas notou que necessitava de algo
mais para dar continuidade a essa obra. Por isso, aos quarenta e dois
anos de idade, em 1846, tornou-se um "filho de são Felipe" e, através do
santo, aprendeu a mansidão e a doçura, qualidades que lhe deram mais
idoneidade na função de fundador e pai da nova família religiosa.
Todas
as obras feitas por padre Luís refletiram sua opção pelos mais pobres e
necessitados. Ele profetizou certa vez: "Doze casas abrirei antes da
minha morte", e sua profecia concretizou-se. Foram, realmente, doze
casas abertas às jovens abandonadas, aos doentes pobres e aos anciãos
que não tinham família. Porém Luís não se dedicava apenas às suas obras
de caridade. Ele também oferecia seu apoio espiritual e econômico a
outras iniciativas sociais de Udine, realizadas por leigos de boa
vontade. Era dele, também, a missão de sustentar todas as atividades da
Igreja, em particular as destinadas aos jovens do seminário de Udine.
Depois
de 1850, a Itália unificou-se, num clima anticlerical, e os fatos
políticos representaram um período difícil para Udine e toda a região do
Friuli. Uma das conseqüências foi o decreto de supressão da "Casa das
Derelitas" e da Congregação dos Padres do Oratório, de Udine. Após uma
verdadeira batalha, conseguiu salvar as "Casas", mas não conseguiu
impedir a supressão da Congregação do Oratório.
Já no fim da
vida, padre Luís transferiu a direção de suas obras às irmãs, que
aceitaram a missão com serenidade e esperança. Quando sentiu chegar o
fim, dirigiu suas últimas palavras às irmãs, animando-as para os revezes
que surgiriam, lembrando-as: "... Caridade! Eis o espírito da vossa
família religiosa: salvar as almas e salvá-las com a caridade". Morreu
no dia 3 de abril de 1884. Toda a população de Udine e das cidades
vizinhas foram vê-lo pela última vez e pedir-lhe ajuda do paraíso
celeste.
No terceiro milênio, as irmãs da Providência continuam a
obra do fundador nos seguintes países: Romênia, Moldávia, Togo, Índia,
Bolívia, Brasil, África do Sul, Uruguai e Argentina. Padre Luís
Scrosoppi foi proclamado santo pelo papa João Paulo II em 2001. Nessa
solenidade estava presente um jovem sul-africano que foi curado, em
1996, da Aids. Por esse motivo, esse mesmo pontífice declarou São Luis
Scrosoppi padroeiro dos portadores do vírus da Aids e de todos os
doentes incuráveis. O jovem sul-africano que se curou desse vírus entrou
no Oratório de São Felipe Néri, tomando o nome de Luís.
São Luís Scrosoppi, rogai por nós!
São Ricardo Bachedine
Ricardo
Bachedine nasceu na Inglaterra em 1197, já em meio a uma tragédia
familiar: os pais, que eram nobres e ricos, de repente caíram na
miséria. Logo depois, morreram e deixaram-lhe como herança muitas
dívidas e um casal de irmãos. Por isso Ricardo teve de deixar os
estudos com os beneditinos em Worcester e voltou para casa para ajudar a
restaurar as finanças. A situação melhorou e ele voltou para os
estudos, deixando as propriedades aos cuidados de um bom administrador,
resguardando, assim, os irmãos de qualquer imprevisto.
Ricardo
completou sua formação na Universidade de Oxford, onde foi eleito
reitor. Desde então, começou sua atuação em prol da Igreja, pois eram
anos de grande corrupção moral.
O povo, ignorante e
supersticioso, aceitava passivamente a vida devassa dos nobres e do
clero, que há muito estava afastado da disciplina monástica. Ricardo, ao
contrário, vivia com austeridade e passou a lutar por uma reforma geral
nos meios católicos, para com isso elevar o nível de vida do povo,
tanto material quanto espiritual. Na universidade, favoreceu a aceitação
dos frades franciscanos e dominicanos, que aos poucos instituíram a
volta da disciplina e da humildade entre os religiosos e seus agregados.
Essa
postura acabou gerando retaliações do rei Henrique III ao bispo da
Cantuária, sob a orientação de quem Ricardo agia. Perseguido pelo rei,
o bispo buscou exílio na França e Ricardo o acompanhou fielmente até
que morresse. Foi neste período que, por insistência do bispo,
ordenou-se sacerdote, apesar dos seus quarenta e cinco anos. Os seus
talentos e sua dedicação foram recompensados um ano depois, quando o
arcebispo da Cantuária consagrou-o bispo de Chichester. Henrique III
ficou furioso, apossando-se dos bens da diocese e proibindo Ricardo de
assumir seu cargo.
Mas Ricardo não se intimidou, voltou
disfarçado de mendigo e, na clandestinidade, atuou durante dois anos,
organizando o trabalho pastoral da diocese junto ao povo explorado.
Entretanto o papa Inocêncio IV perdeu a calma e ameaçou excomungar o
rei, que teve de aceitar Ricardo como bispo de Chichester. Assim, ele
pôde atuar com liberdade até morrer, em Dover, no dia 3 de abril de
1253, a caminho de uma cruzada.
Ricardo foi sepultado no
cemitério da catedral de Chichester e sua santidade era tanta que, nove
anos depois, o papa Ubaldo IV o canonizou. Em 1276, com a presença do
casal real dos ingleses e outras cabeças coroadas da Europa, o corpo de
são Ricardo foi transferido para um relicário dentro do altar maior da
catedral, o qual depois foi destruído pelo cismático rei Henrique VIII,
em 1528. Mas suas relíquias foram secretamente levadas para várias
igrejas da diocese. Somente em 1990 elas foram reunidas e voltaram para a
catedral de Chichester, onde foram depositadas na urna sob o mesmo
altar.
São Ricardo é festejado, tanto pelos católicos como pelos
anglicanos, no dia 3 de abril, sendo venerado como padroeiro dos
cavaleiros e dos cocheiros.
Este
é o momento onde a Igreja recorda a Morte de Jesus Cristo. É o único
dia que não se celebra a Missa e não há consagração das hóstias.
É
celebrado a Solene Ação Litúrgica, Paixão e Adoração da Cruz onde
inicia-se com a equipe de celebração entrando em silencio, e o padre se
prostrando no altar em sinal de humildade e de tristeza. É
realizada a narrativa da paixão, que narra os acontecimentos desde
quando Jesus foi interrogado, a Oração Universal, que reza polos que não
crêem e Deus e em Cristo, pelos Judeus, pelos poderes públicos, dentre
outros, e a Adoração da Cruz. Há
comunhão, mais as partículas não são consagradas na sexta, se consagra
uma quantidade maior na quinta-feira, seu nome antigo é comunhão dos
pré-santificados. Em
várias cidades brasileiras, após a celebração acontece a Procissão do
Enterro, também conhecida como Procissão do Senhor Morto, em que
populares e religiosos percorrem algumas ruas tocando e cantando músicas
fúnebres. Oração para Sexta-Feira Santa:Ó
Cristo Ressuscitado, da morte vencedor, por tua vida e teu amor,
revelaste a nós a face do Senhor. Por tua Páscoa o Céu à Terra uniste, e
o encontro com o amor de Deus a todos nós permitiste. Por ti,
Ressuscitado, os filhos da luz renascem para a vida eterna, e abrem-se,
para os crentes em Tua palavra, as portas do reino dos céus. De Ti
recebemos a vida que possuis em plenitude, pois nossa morte foi redimida
pela Tua ressurreição, nossa vida ressurge e se ilumina agora, hoje e
sempre. Volta
a nós, ó nossa Páscoa, Teu semblante redivivo e permita que, através de
escutarmos a Tua Boa Nova, sejamos renovados, em alegria e amor, por
atitudes de ressurreição e alcancemos graça, paz, saúde e felicidade
para Contigo nos revestir de amor e imortalidade. Com
Deus e Jesus agora a vida é eterna, aproveitamos este momento para
celebrar a Tua Glória, a Tua Paixão e a abertura do Céu a todos nós
crentes em Tua palavra de esperança e amor. A Ti, inefável doçura e
nossa vida eterna, o Teu poder e o Teu amor reine entre nós agora e para
todo o sempre. Que a Tua palavra seja a alegria de todos que em reunião
com fé renovada celebram Jesus ressuscitado em glória a Teu nome. Amém! Oração ao Jesus Crucificado:Ó
Jesus Crucificado que, com infinito amor, quisestes sacrificar a vida
pela nossa salvação; aqui viemos para agradecer-Vos tão grande bondade,
mediante nossa entrega, arrependimento e conversão. Pedimos perdão pelas
culpas que cometemos contra a justiça e a caridade fraterna. Queremos,
como Vós, perdoar, amar e acudir às necessidades de nossos
irmãos. Dai-nos força para carregar a cruz de cada dia, suportando com
paciência os trabalhos e enfermidades. Amigo dos pobres, dos enfermos e
dos pecadores, vinde em nosso socorro! E, se for para nosso bem,
concedei-nos a graça que instantemente Vos pedimos. Ó
Jesus Crucificado, Caminho, Verdade e Vida, prometemos fiéis ao Vosso
amor, seguir-Vos hoje e sempre, a fim de que, purificados pelo Vosso
precioso Sangue, possamos partilhar convosco das eternas alegrias da
Ressurreição! Assim seja.
Maria
do Egito foi canonizada como penitente porque escolheu essa forma de
expiar os pecados cometidos numa vida de vícios mundanos. Entregou-se
muito jovem ao mundo dos prazeres, sem regra nem moral. Ela
morreu em 431, mas temos sua confissão feita no deserto, um ano antes
de morrer, ao monge Zózimo, também ele canonizado mais tarde. Nessa
ocasião, ainda estava vagando penitente pelo deserto, era já uma senhora
e contou ao monge sua história. Disse que fugiu de casa aos doze anos e
se instalou em Alexandria, no Egito, vivendo de sua beleza e sedução,
arrastando dezenas de almas ao torvelinho do vício. Vida que levou
durante dezessete anos, até o dia de sua conversão, que ocorreu de forma
muito significativa.
Por diversão e curiosidade fútil, Maria
decidiu acompanhar os romeiros que se dirigiam à Terra Santa para a
"Festa da Santa Cruz". Ao chegar à porta da igreja, entretanto, não
conseguiu entrar. A multidão passava por ela e ia para o interior do
templo sem nenhum problema, mas ela não conseguia pisar no solo sagrado.
Uma força invisível a mantinha do lado de fora e, por mais que
tentasse, suas pernas não obedeciam a seu comando.
Ela teve,
então, um pensamento que lhe atingiu a mente como um raio. Uma voz lhe
disse que seus pecados a tinham tornado indigna de comparecer diante de
Deus, o que a fez chorar amargamente. Dali onde estava, podia ver uma
imagem de Nossa Senhora. Maria rezou e pediu à Santíssima Mãe que
intercedesse por ela. Prometeu viver na penitência do deserto o resto da
vida, se Deus a perdoasse naquele momento. No mesmo instante, a força
invisível sumiu e ela pôde, enfim, entrar.
Após ter confessado e
comungado, a ex-mundana tornou-se totalmente uma penitente religiosa,
vivendo já havia quarenta e sete anos no deserto, rezando e se
alimentando de sementes, ervas e água. Retirou-se do mundo
completamente. Um dia antes de morrer, foi encontrada, pelo monge
Zózimo, andando sobre as águas do rio Jordão. Ele inicialmente julgou
tratar-se de uma miragem, pois estava cumprindo a penitência da
Quaresma, como era seu costume. Mas foi tranqüilizado por essa idosa
penitente, Maria, que, depois dessa confissão, lhe pediu a eucaristia.
Voltou para o deserto, onde faleceu no dia seguinte.
A morte de
Maria só foi descoberta um ano depois, quando o monge, na mesma época,
foi visitá-la novamente. Encontrou-a morta na solidão, mas seu corpo
estava perfeitamente conservado. Apesar de parecer apenas uma tradição
católica, no deserto do Egito foi encontrada uma sepultura contendo um
corpo incorrupto de uma certa penitente de nome Maria, justamente no
lugar indicado pelo santo monge, com anotações que correspondem a esse
episódio.
Santa Maria do Egito é celebrada pelos católicos
orientais e ocidentais no dia 2 de abril, data que ela deixou anotada
como sendo da sua morte, e que corresponde à data indicada também por
são Zózimo.
Santa Maria do Egito, rogai por nós!
Santo Abôndio
Segundo
a tradição, Abôndio teria nascido na Tessalônica, Grécia. Alguns
estudiosos não aceitam esta informação, porque o seu nome tem raiz
latina e, além disso, não existe registro algum sobre sua vida antes de
sua ordenação sacerdotal. Entretanto, temos dele uma rica documentação
do exercício do seu apostolado e das vitórias que trouxe à Igreja.
Assim,
começamos a narrá-lo a partir de 17 de novembro de 440, quando foi
consagrado bispo de Como, Itália. Era nesta cidade que Abôndio vivia,
exercendo a função de assistente do bispo Amâncio, o qual sucedeu.
Mas
dirigiu por pouco tempo essa diocese, pois o papa Leão Magno o chamou
para trabalhar a seu lado em Roma. Abôndio era um teólogo muito
conceituado, falava com fluência o latim e o grego, por isso foi
designado para resolver uma missão delicada, até mesmo perigosa, para a
Igreja. Deveria ir para Constantinopla como representante do papa junto
ao imperador Teodósio II. Ali sua missão seria restabelecer de modo
duradouro a unidade da fé, depois do conflito doutrinal gerado pelo
bispo Nestório. Tal heresia, conhecida como nestoriana, estava
ocasionando uma séria divisão dentro do clero da Igreja, pois tratava
sobre a pessoa humana e divina de Cristo.
Embora as discussões
pudessem ser feitas em Roma, um território neutro, como Constantinopla,
era mais prudente para evitar algum ataque pessoal mais grave. Mas
quando chegou, em 450, o imperador havia morrido e o sucessor era
Marciano. Assim, organizou e presidiu um Concílio, no qual defendeu com
tenacidade a doutrina católica sobre a natureza de Cristo, tal como
estava exposta na carta escrita pelo papa ao bispo Flaviano, patriarca
de Constantinopla que havia aderido ao cisma, e da qual Abôndio era seu
portador.
Abôndio finalizou com sucesso a sua missão em
Constantinopla, com todos os bispos do Oriente, inclusive o imperador
Marciano, aceitando e assinando o documento enviado pelo papa, colocando
um fim na questão nestoriana. Quando regressou para Roma em 451, foi
acolhido com festa pelos fiéis. Cumpriu uma outra missão similar no
norte da Itália e foi para a sua diocese em Como. Só então pôde exercer
seu episcopado plenamente, sendo reconhecido em toda a região como um
eficiente e iluminado pregador.
Abôndio morreu em 2 abril de 469,
no dia da Páscoa, e logo após ter feito o sermão. O culto a santo
Abôndio se espalhou entre os fiéis, que em certas localidades passaram a
homenageá-lo no dia 31 de agosto. Mas sua festa oficial ocorre no dia
de sua morte.
Santo Abôndio, rogai por nós!
São Francisco de Paula
Tiago
era um simples lavrador que extraia do campo o sustento da família.
Muito católico, tinha o costume de rezar enquanto trabalhava, fazia
seguidos jejuns, penitências e praticava boas obras. Sua esposa
chamava-se Viena e, como ele, era boa, virtuosa e o acompanhava nos
preceitos religiosos. Demoraram a ter um filho, tanto que pediram a são
Francisco de Assis pela intercessão da graça de terem uma criança, cuja
vida seria entregue a serviço de Deus, se essa fosse sua vontade. E foi
o que aconteceu: no dia 27 de março de 1416, nasceu um menino que
recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis.
Aos
onze anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos de Paula,
dois anos depois vestiu o hábito, mas teve de retornar para a família,
pois estava com uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais,
pediu para que são Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Como
agradecimento pela graça concedida, a família seguiu em peregrinação
para o santuário de Assis, e depois a Roma. Nessa viagem, Francisco
recebeu a intuição de tornar-se um eremita. Assim, aos treze anos foi
dedicar-se à oração contemplativa e à penitência nas montanhas da
região. Viveu por cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e
água, dormindo no chão, tendo como travesseiro uma pedra. Foi encontrado
por um caçador, que teve seu ferimento curado ao toque das mãos de
Francisco, que o acolheu ao vê-lo ferido.
Depois disso, começou a
receber vários discípulos desejosos de seguir seu exemplo de vida
dedicada a Deus. Logo Francisco de Paula, como era chamado, estava à
frente de uma grande comunidade religiosa. Fundou, primeiro, um mosteiro
e com isso consolidou uma nova ordem religiosa, a que deu o nome de
"Irmãos Mínimos". As Regras foram elaboradas por ele mesmo. Seu lema
era: "Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da
penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo,
seguida da caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem a
eles.
Milhares de homens decidiram abandonar a vida do mundo e
foram para o mosteiro de Francisco de Paula, por isso teve de fundar
muitos outros. A fama de seus dons de cura, prodígios e profecia chegou
ao Vaticano, e o papa Paulo II resolveu mandar um comissário
pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas. E elas
estavam, constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses
dons. Ele previu a tomada de Constantinopla pelos turcos, muitos anos
antes que fosse sequer cogitada, assim como a queda de Otranto e sua
reconquista pelos cristãos.
Diz a tradição que os poderosos da
época tinham receio de suas palavras proféticas, por isso, sempre que
Francisco solicitava ajuda para suas obras de caridade, era prontamente
atendido. Quando não o era, ele dizia que não deviam esquecer que Jesus
dissera que depois da morte eles seriam inquiridos sobre o tipo de
administração que fizeram aqui na terra, e só essa lembrança era o
bastante para receber o que havia pedido para os pobres.
Depois, o
papa Sixto IV mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei,
Luís XI, estava muito doente e desejava preparar-se para a morte ao lado
do famoso monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de
morrer, restabeleceu a paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou
Francisco de Paula diretor espiritual do seu filho, o futuro Carlos
VIII, rei da França.
Francisco de Paula teve a felicidade de ver a
Ordem dos Irmãos Mínimos aprovada pela Santa Sé em 1506. Ele morreu
aos noventa e um anos de idade, no dia 2 de abril de 1507, na cidade
francesa de Plessis-les-Tours, onde havia fundado outro mosteiro. A fama
de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois, em 1519, o
papa Leão X autorizou o culto de são Francisco de Paula, cuja festa
litúrgica ocorre no dia de sua morte.
Hoje celebramos a Instituição do Sacramento da Eucaristia.
Jesus, desejoso de deixar aos homens um sinal da sua presença antes de morrer, instituiu a Eucaristia.
Na Quinta-feira Santa, destacamos dois grandes acontecimentos:
Bênção dos Santos Óleos Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos. Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia. O
motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato
de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília
Pascal. São abençoados os seguintes óleos: -Óleo do Crisma:
Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito
Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É
usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é
confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto
na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir
os “escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus,
conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor
que representa esse óleo é o branco ouro. -Óleo dos Catecúmenos:Catecúmenos
são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou
crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do
mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para
o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha. -Óleo dos Enfermos: É
usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como
“extrema-unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a
provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor
e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa. Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés Com
a Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde de quinta-feira, a Igreja
dá início ao chamado Tríduo Pascal e comemora a Última Ceia, na qual
Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a
Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os
entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também
oferecer aos seus sucessores. Nesta missa faz-se, portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante
a missa ocorre a cerimônia do Lava-Pés que lembra o gesto de Jesus na
Última Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos. O sermão desta missa é conhecido como sermão do Mandato ou do Novo Mandamento e fala sobre a caridade ensinada e recomendada por Jesus Cristo. No final da Missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma capela,onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda à noite. Por: Prof. Felipe Aquino
Homem
zeloso pela comunhão da Igreja, participou do Concílio em Viena e
combateu toda mentalidade que buscava um “cisma” na Igreja
Hugo
nasceu numa família de condes, em 1053, em Castelnovo de Isère,
sudoeste da França. Seu pai, Odilon de Castelnovo, foi um soldado da
corte que, depois de viúvo, se casou de novo. Hugo era filho da segunda
esposa. Sua mãe preferia a vida retirada à da corte, e se ocupava
pessoalmente da educação dos filhos, conduzindo-os pelos caminhos da
caridade, oração e penitência, conforme os preceitos cristãos.
Aos
vinte e sete anos, Hugo ordenou-se e foi para a diocese de Valence,
onde foi nomeado cônego. Depois, passou para a arquidiocese de Lião,
como secretário do arcebispo. Nessa época, recebeu a primeira de uma
série de missões apostólicas que o conduziriam para a santidade. Foi
designado, por seu superior, para trabalhar na delegação do papa
Gregório VII. Este, por sua vez, reconhecendo sua competência,
inteligência, prudência e piedade, nomeou-o para uma missão mais
importante ainda: renovar a diocese de Grenoble.
Grenoble era uma
diocese muito antiga, situada próxima aos Alpes, entre a Itália e a
França, que possuía uma vasta e importante biblioteca, rica em códigos e
manuscritos antigos. A região era muito extensa e tinha um grande
número de habitantes, mas suas qualidades terminavam aí. Havia tempos a
diocese estava vaga, a disciplina eclesiástica não mais existia e até os
bens da Igreja estavam depredados.
Hugo foi nomeado bispo e
começou o trabalho, mas eram tantas as resistências que renunciou ao
cargo e retirou-se para um mosteiro. Mas sua vida de monge durou apenas
dois anos. O papa insistiu porque estava convencido de que ele era o
mais capacitado para executar essa dura missão e fez com que o próprio
Hugo percebesse isso também, reassumindo o cargo.
Cinco décadas
depois de muito trabalho, árduo mas frutífero, a diocese estava renovada
e até abrigava o primeiro mosteiro da ordem dos monges cartuchos. O
bispo Hugo não só deixou a comunidade organizada e eficiente, como ainda
arranjou tempo e condições para acolher e ajudar seu antigo professor, o
famoso monge Bruno de Colônia, que foi elevado aos altares também, na
fundação dessa ordem. Planejada sobre os dois pilares da vida monástica
de então, oração e trabalho, esses monges buscavam a solidão, a
austeridade, a disciplina pelas orações contemplativas, pelos estudos,
mas também a prática da caridade pelo trabalho social junto à comunidade
mais carente, tudo muito distante da vida fútil, mundana e egoísta que
prevalecia naquele século.
Foram cinqüenta e dois anos de um apostolado profundo, que uniu o povo na fé em Cristo.
Já
velho e doente, o bispo Hugo pediu para ser afastado do cargo, mas
recebeu do papa Honório II uma resposta digna de sua amorosa dedicação:
ele preferia o bispo à frente da diocese, mesmo velho e doente, do que
um jovem saudável, para o bem do seu rebanho.
Hugo morreu com
oitenta anos de idade, no primeiro dia 1132, cercado pelos seus
discípulos monges cartuchos que o veneravam pelo exemplo de santidade em
vida. Tanto assim que, após seu trânsito, muitos milagres e graças
foram atribuídos à sua intercessão. O culto a são Hugo foi autorizado
dois anos após sua morte, pelo papa Inocente II, sendo difundido por
toda a França e o mundo católico.
São Hugo de Grenoble, rogai por nós!
São Valério
Valério
nasceu no ano 565, em Auvergne, na França. Sua família era muito pobre e
ele trabalhava no campo. Ainda pequeno, tinha uma enorme sede de saber
e, para aprender a ler e escrever, ele mesmo foi procurar um professor, e
pediu que lhe ensinasse o alfabeto.
Mais depressa do que
qualquer outro de sua idade, Valério já dominava a escrita e a leitura.
Após conhecer a Sagrada Escritura, procurou um parente sacerdote que
vivia num mosteiro próximo. Passou ali alguns dias, percebeu sua vocação
para a vida religiosa e pediu seu ingresso naquela comunidade. Depois
de um bom tempo realizando várias tarefas internas, foi aceito e
recebeu as ordens sacerdotais.
Pouco depois, mudou-se para um
mosteiro sob a direção espiritual de Columbano, o grande evangelizador
da Gália, atual França, que depois foi canonizado, onde aconteceu seu
primeiro prodígio. Designado para cuidar da horta do convento, sem
nenhum produto a não ser com o trabalho de suas próprias mãos, acabou
com as pragas que assolavam anualmente as plantações. Tornou-se tão
conhecido na região e tão respeitado internamente que foi testado em sua
humildade. Com autorização do abade Columbano, procurou o rei Clotário,
conseguindo dele um grande terreno para construir um mosteiro, em
Leuconai, na França. Logo depois o local já contava, também, com uma
igreja e várias celas para religiosos.
A fama do sacerdote
Valério se propagou ainda mais, de modo que dezenas de homens, jovens e
idosos, procuravam o convento para ingressarem na vida religiosa sob a
sua orientação. Mas novamente sentiu-se impelido ao trabalho de
evangelização. Na companhia de seu auxiliar Valdolem, viajou por todo o
país pregando e convertendo pagãos.
Diz a tradição que o monge
Valério possuía o dom da cura e há vários relatos sobre elas. Como a de
um paralítico que voltou a andar ao toque de suas mãos e muitos doentes
desenganados que se curavam na hora, na presença da população. Além
disso, tinha o dom da profecia e um dom especial sobre os animais.
Conta-se que, quando passava pela floresta, os pássaros vinham ao seu
encontro, seguiam-no, pousavam em suas mãos, braços e ombros, parecia
que "conversavam" com ele.
Valério morreu no dia 1o de abril de
619, no mosteiro de Leuconai, depois de converter milhares de pagãos,
ter feito muitos discípulos e ter entregado sua vida à Deus, através do
seu vigoroso e intenso apostolado. O culto de são Valério se propagou
rapidamente, até mesmo porque o rei Hugo, seu devoto, dizia que o santo
costumava orientá-lo em sonho, sendo muito festejado, além da França,
na Itália, Alemanha e Inglaterra, no dia de sua morte.
Entre
os grandes profetas de Deus, Amós foi o primeiro a deixar suas
mensagens por escrito, encabeçando uma lista onde se sucedem: Oséias,
Isaías, Jeremias e outros. Com o desenvolvimento e a popularização da
escrita se desenrolando em toda a cultura mundial, no século VIII a.C.,
as profecias passaram a ser registradas e distribuídas com maior rapidez
e eficiência do que com o método oral, expandindo a comunicação da
palavra do Criador.
Profetas são pessoas com os pés no chão,
profundamente conhecedoras da vida de seu povo e de sua realidade.
Conhecem e vivem a realidade, mas são extremamente sensíveis a Deus. Por
isso são escolhidos e se tornam anunciadores da vontade de Deus para
aquele momento histórico. E por isso denunciam tudo aquilo que fere a
vontade de Deus.
Assim, aconteceu com as profecias de Amós que
ficaram para a posteridade e pouco sobreviveu de sua história pessoal.
Sabe-se ainda que antes de se entregar totalmente à sua religiosidade,
Amós foi pastor de ovelhas em Tácua, nos limites do deserto de Judá, não
há sequer razão para considerá-lo um proprietário de grandes
proporções. Um pequeno sítio talvez, com condições razoáveis para
garantir-lhe sustento, a si e sua gente, onde permaneceu muito tempo,
pois nem pertencia à corporação oficial dos profetas.
Teve um
curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, mas foi expulso
de Israel e voltou à atividade anterior. Pregou depois durante o
reinado de Jeroboão II, entre os anos 783 e 743 antes de Cristo.
Julgam
os historiadores que Amós era ainda muito jovem quando recebeu um
chamado irresistível de Deus para proclamar suas mensagens. Os Escritos
registram também que seu trabalho espiritual abriu uma esperança para o
povo, que sentia o peso do Senhor sobre certos habitantes.
Seu
ministério profético aconteceu quando o povo de Israel vivia a divisão
entre norte e sul. Amós embora originário do sul profetizou no norte,
que viveu anos de instabilidade econômica, alternados com anos de
prosperidade. Esta que foi construída por alguns para si mesmos,
enquanto que outros foram oprimidos. Por um lado havia luxo e fartura;
por outro, empobrecimento e miséria.
E Amós deixa claro que junto
à tudo isso, vem a decomposição social, a corrupção religiosa e a
falsidade no culto. O culto em sua falsidade encobria na verdade o
grande pecado: a injustiça social.
Santo Amós, rogai por nós!
São Benjamim
Nasceu
no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da
Igreja ao ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.
Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.
Chegou
a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus,
seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se
ainda mais ao Cristo crucificado. Foi solto com a ordem de não falar
mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu
serviço evangelizavam.
Benjamim
foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem
curados e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus. Foi
novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé.
Perguntou então ao rei, se gostaria que algum de seus súditos fosse
desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono
disse que assim também ele, não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei,
Jesus Cristo.
E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.
São Benjamim, rogai por nós!
São Guido
Guido
nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena,
Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se
para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à
solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge
eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as
Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à
caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o
enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu
trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.
No
convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes,
que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama
espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como
diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se
aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão
religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser
coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro
espiritual.
Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se
dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando
que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu
gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no
dia 31 de março de 1046.
Imediatamente, graças passaram a
ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a
visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se
sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para
que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário
que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias
para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João
Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy,
como ele era também conhecido.
A história de São Guido é curiosa
no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova
teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua
vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude, teve que
interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de
músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que
poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a
Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.
O
Monte Sinai está historicamente ligado ao cristianismo. Foi o lugar
indicado por Deus para entregar a Moisés as tábuas gravadas com os Dez
Mandamentos. É uma serra rochosa e árida que, não só pela sua geografia,
mas também pelo significado histórico, foi escolhida pelos cristãos que
procuravam a solidão da vida eremítica.
Assim, já no século IV,
depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram ali
construídos por numerosos monges que se entregavam à vida de oração e
contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade
para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos
preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do
Monte Sinai, João Clímaco.
João nasceu na Síria, por volta do ano
579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda
muito jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o
Monte Sinai, tornando-se discípulo num dos mais renomados mosteiros, do
venerável ancião Raiuthi. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna
da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano
feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só
descia ao vale para recolher frutas e raízes para sua parca refeição e
só se reunia aos demais monges nos fins de semana, para um culto
coletivo.
Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam procura-lo
para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram
apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis
que queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos
sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os
eremitas da serra do Monte Sinai.
Nesse período ele escreveu
muito e o que dele se conserva até hoje é um livro importantíssimo que
teve ampla divulgação na Idade Média, "Escada do Paraíso". Livro que lhe
trouxe também o sobrenome Clímaco que, em grego, significa "aquele da
escada". No seu livro ele estabeleceu trinta degraus necessários à
subir para alcançar a perfeição da alma.
Trata-se de um
verdadeiro manual, a síntese da doutrina monástica e ascética, para os
noviços e monges, onde descreveu, degrau por degrau, todas as
dificuldades a serem vividas, a superação da razão e dos sentidos, e que
as alegrias do Paraíso perfeito serão colhidas no final dessa escalada,
após o transito para a eternidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
João
Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os
cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles
no mesmo dia do seu falecimento.