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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Presidente da CNBB volta a defender a proibição do aborto

Ao apresentar o tema da campanha da fraternidade de 2011, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, voltou a defender a proibição do aborto no Brasil. Ele disse que a posição da Igreja nesse assunto "é inegociável" e defendeu a discussão do tema na campanha eleitoral.

- Estado laico não é sinônimo de Estado ateu ou antirreligioso ou arreligioso - disse Dom Geraldo.

- O Estado brasileiro é laico, mas a sociedade é religiosa.

O tema da Campanha da Fraternidade de 2011 será "Fraternidade e a vida no planeta". O foco da campanha é o aquecimento global e a poluição no planeta, mas o lema faz referência à palavra parto: "A criação geme em dores de parto". Dom Geraldo disse que os temas da campanha costumam ser escolhidos com dois anos de antecedência e que não há relação entre o tema de 2011 e a atual campanha presidencial, na qual se discutiu questões ambientais e aborto. O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, disse que o lema foi definido em junho do ano passado.

Para o presidente da CNBB o fato de que bispos tenham entrado na campanha eleitoral defendendo que os fiéis não votassem na candidata do PT, Dilma Rousseff, em função de ela ser supostamente favorável ao aborto, não rachou a Igreja. Dom Geraldo deixou claro que apenas quem fala em nome da Igreja do Brasil é a CNBB e que quem fala em nome da CNBB é a sua Assembleia Geral, o seu Conselho Permanente ou o presidente da entidade. Ele afirmou, porém, que os bispos individualmente têm liberdade até para orientar o voto de fiéis dentro de sua diocese, mas não de falar em nome da Igreja.

- Na diocese, o bispo tem plena autonomia. Tem o direito e o dever de orientar s seus fiéis - afirmou Dom Geraldo.

- A CNBB não aponta partido, não indica candidatos.

Dom Geraldo defendeu também o direito de a Igreja expor as suas posições durante a campanha, lembrando que até mesmo grupos minoritários fazem o mesmo.

- O que não se pode é querer silenciar a Igreja.

Dom Geraldo concedeu a entrevista na sede da CNBB, onde se realiza reunião do Conselho Permanente da Entidade

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