Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68
BATISMO DO SENHOR
Evangelho segundo S. Lucas 3,15-16.21-22.
Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam intimamente se João não seria o Messias, João disse a todos: «Eu baptizo-vos em água, mas vai chegar alguém mais forte do que eu, a quem não sou digno de desatar a correia das sandálias. Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo e no fogo. Todo o povo tinha sido baptizado; tendo Jesus sido baptizado também, e estando em oração, o Céu rasgou-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba. E do Céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado; em ti pus todo o meu agrado.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por: São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Consideremos o grande milagre que se produziu a seguir, uma vez que ele constitui o prólogo daquilo que iria passar-se em breve. Logo após o batismo do Salvador, não foi o antigo Paraíso que se abriu, foi o próprio céu: «Uma vez batizado, [...] eis que se rasgaram os céus» (Mt 3,16). Porque se terão aberto os céus aquando do batismo de Jesus Cristo? Para nos ensinar que o mesmo se passa no nosso: assim nos chama Deus à nossa pátria celeste e nos convida a não ter mais nada em comum com a terra. [...] E se agora não conseguimos ver os mesmos sinais, recebemos no entanto as mesmas graças, das quais os sinais eram o símbolo.
Viu-se então uma pomba descer do céu, indicando tanto a João como ao povo hebreu que Jesus era o Filho de Deus; de resto, também a nós nos indica que no momento do nosso batismo o Espírito Santo desce à nossa alma. E se não desce numa forma visível, é porque já não precisamos que isso aconteça, uma vez que é suficiente a nossa fé. [...]
E porque desceu o Espírito Santo na forma duma pomba? Porque a pomba é mansa e pura, e o Espírito é todo Ele pureza e mansidão. Para além disso, a pomba relembra-nos um episódio do Antigo Testamento (Gn 8,10ss.): depois de a terra ter sido submergida pelo dilúvio e toda a humanidade ter perecido, regressou a pomba a comprovar o fim do cataclismo, de ramo de oliva na boca, anunciando o restabelecimento da paz sobre a terra. Ora, tudo isso constitui uma prefiguração dos tempos futuros. [...] Depois de tudo estar perdido, surgiram a libertação e a renovação; e, assim como tudo dantes aconteceu por um dilúvio de chuva, acontece agora por um dilúvio de graça e misericórdia, e já não é só a um homem que a pomba convida a sair da arca para repovoar a terra: agora ela atrai todos os homens para o céu, e em lugar do ramo de oliva traz aos homens a dignidade de filhos de Deus.
Viu-se então uma pomba descer do céu, indicando tanto a João como ao povo hebreu que Jesus era o Filho de Deus; de resto, também a nós nos indica que no momento do nosso batismo o Espírito Santo desce à nossa alma. E se não desce numa forma visível, é porque já não precisamos que isso aconteça, uma vez que é suficiente a nossa fé. [...]
E porque desceu o Espírito Santo na forma duma pomba? Porque a pomba é mansa e pura, e o Espírito é todo Ele pureza e mansidão. Para além disso, a pomba relembra-nos um episódio do Antigo Testamento (Gn 8,10ss.): depois de a terra ter sido submergida pelo dilúvio e toda a humanidade ter perecido, regressou a pomba a comprovar o fim do cataclismo, de ramo de oliva na boca, anunciando o restabelecimento da paz sobre a terra. Ora, tudo isso constitui uma prefiguração dos tempos futuros. [...] Depois de tudo estar perdido, surgiram a libertação e a renovação; e, assim como tudo dantes aconteceu por um dilúvio de chuva, acontece agora por um dilúvio de graça e misericórdia, e já não é só a um homem que a pomba convida a sair da arca para repovoar a terra: agora ela atrai todos os homens para o céu, e em lugar do ramo de oliva traz aos homens a dignidade de filhos de Deus.
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