Igreja da
Venezuela busca milagre: driblar a escassez de vinho e hóstia
Falta
de produtos que atinge o país pode afetar celebração de missas - Reservas só
dão para dois meses
Nem algo sagrado
como o vinho e as hóstias para a celebração de missas
conseguiram driblar a grave crise econômica que atinge a revolução bolivariana.
A Comissão de Liturgia da Conferência
Episcopal da Venezuela informou que o seu fornecedor, as Indústrias Pomar,
não pode garantir a produção constante e a distribuição regular do vinho
Ecclesia devido à falta de insumos.
A ameaça, da qual já se falava há algumas semanas,
se agravou nos últimos dias, com a dificuldade da obtenção de divisas para
importar vinho de outros países, destacam três bispos que assinam o comunicado.
As reservas de vinho da Igreja só dão para dois meses. - Sua falta é iminente - advertiu Macky Arenas, diretora do “Reporte Católico Laico”. No país das
1.001 conspirações, a que sofre a Igreja
Católica parece surgida do livro do apocalipse econômico. Mas essa é a
realidade da Venezuela de hoje: a produção nacional vive seus piores momentos e
as exportações rareiam enquanto o governo de Nicolás Maduro busca dólares.
Nos últimos dias, foram importados 50
milhões de rolos de papel higiênico. Também foram enviados navios à
Nicarágua para trazer 15 mil toneladas
de açúcar e mil novilhos. Enquanto a Igreja aguarda o seu próprio milagre,
a Conferência Episcopal defende que se use o vinho mais puro e natural
possível, como os argentinos e os chilenos. Vinhos de França, Espanha ou Itália
também seriam recomendáveis, mas a economia da Igreja venezuelana não
aguentaria seus preços.
As autoridades eclesiásticas advertem
sobre o vinho que se comercializa como
judaico, cujo uso não é válido nas cerimônias católicas porque é adoçado
com açúcar. Também estão proibidos espumantes, aromatizados,
que não sejam de uva ou os destinados à culinária. A escassez não castiga
apenas o vinho da missa, mas também as hóstias. - Faltará trigo para as hóstias. Este é um problema maior - queixou-se
Macky Arenas.
A
crise de escassez testa diariamente a paciência dos venezuelanos.
As filas intermináveis no interior do país em busca de farinha, carne e café se
juntam à via crucis do morador de Caracas, de supermercado em supermercado. Anestésicos
e analgésicos faltam em hospitais, remédios nas farmácias, comida para bebês.
Durante várias semanas até comprar whisky se transformava em dor de cabeça.
Mas, segundo os cálculos do governo, os níveis de desabastecimento estão
baixando.
Fonte:
G 1
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