"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
22º Domingo do Tempo Comum
Evangelho
segundo S. Lucas 14,1.7-14.
Naquele
tempo, tendo Jesus entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus
para comer uma refeição, todos O observavam. Observando
como os convidados escolhiam os primeiros lugares, disse-lhes esta parábola: «Quando
fores convidado para um banquete, não ocupes o primeiro lugar; não suceda que
tenha sido convidado alguém mais digno do que tu, venha o
que vos convidou, a ti e ao outro, e te diga: 'Cede o teu lugar a este.'
Ficarias envergonhado e passarias a ocupar o último lugar.
Mas,
quando fores convidado, senta-te no último lugar; e assim, quando vier o que te
convidou, há-de dizer-te: 'Amigo, vem mais para cima.' Então, isto será uma
honra para ti, aos olhos de todos os que estiverem contigo à mesa. Porque
todo aquele que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado.»
Disse,
depois, a quem o tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não
convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus
vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim
retribuir-te.
Quando
deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.
E serás
feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na
ressurreição dos justos.»
Comentário
do dia: São Bruno
de Segni (c. 1045-1123), bispo
Comentário
ao Evangelho de Lucas, 2, 14; PL 165, 406
«A comida está pronta […], tudo está preparado:
vinde às bodas» (Mt 22,4)
O Senhor
tinha sido convidado para umas bodas. Ao observar os convivas, reparou que
todos escolhiam os primeiros lugares […], cada um desejando sentar-se antes de
todos os outros e passar à frente de todos. Então, contou-lhes uma parábola (Lc
14,16ss) que, mesmo tomada no seu sentido literal, é muito útil e necessária a
todos os que gostam de usufruir da consideração dos outros e têm receio de ser
rebaixados. […]
Mas como
esta história é uma parábola, possui um significado que ultrapassa o seu
sentido literal. Vejamos então que bodas são estas e quem são os convidados.
Estas realizam-se quotidianamente na Igreja. Todos os dias o Senhor celebra
bodas, pois todos os dias se une às almas fiéis por ocasião do seu baptismo ou
da sua passagem deste mundo para o Reino dos Céus. E nós, que recebemos a fé em
Jesus Cristo e o selo do baptismo, somos todos convidados para estas bodas,
onde foi posta uma mesa para nós, uma mesa sobre a qual dizem as Escrituras:
«Preparais-me um banquete frente aos meus adversários» (Sl 22,5). Aí
encontramos os pães da oferenda, o vitelo gordo, o Cordeiro que tira os pecados
do mundo (Ex 25,30; Lc 15,23; Jo 1,29). Aí nos são oferecidos o pão que desceu
do Céu e o cálice da Nova Aliança (Jo 6,51; 1Co 11,25). Aí nos são apresentados
os evangelhos e as epístolas dos apóstolos, os livros de Moisés e dos profetas,
que são como alimentos extremamente deliciosos.
Que mais
poderíamos desejar? Porque havemos de escolher os primeiros lugares? Seja qual
for o lugar que ocupamos, temos tudo em abundância e nada nos faltará.
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