Encontramos testemunhos que nos motivam a confiarmos nos Santos Anjos protetores de cada um de nós
É uma consoladora verdade de fé que, desde a infância até a morte, nossa vida seja circundada pela proteção dos anjos e por sua intercessão pois, lê-se no Catecismo da Igreja Católica, "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus".A existência desses seres espirituais, não corporais, chamados anjos, tem a seu favor o claro testemunho das Sagradas Escrituras e a unanimidade da Tradição. "O anjo de Iahweh acampa ao redor dos que o temem, e os liberta"(Sl 34,8). Os anjos são mensageiros da salvação: "porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?", lê-se na carta aos Hebreus (1,14).
Fundando esta verdade de fé na própria afirmação de Jesus, a Igreja nos diz que cada cristão, desde o momento do batismo, é confiado a um anjo particular, que tem a missão de guardá-lo, guiá-lo no caminho do bem, inspirar-lhe bons sentimentos, secundar suas livres escolhas quando estas o encaminham a Deus, ou fazer-lhe perceber a censura interior da consciência quando elas conduzem à transgressão da lei divina.
A estas invisíveis testemunhas de nossos pensamentos mais recônditos e inconfessáveis, de nossas ações boas ou não tão boas, públicas ou escondidas, nossa época voltou a dar particular atenção. Seu precioso "serviço" é testemunhado na vida de muitos santos de nosso tempo. "Os anjos”, escreve Bossuet, "oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até nossos desejos, fazem valer diante de Deus também nossos pensamentos. Sejamos felizes por ter amigos assim pressurosos, intercessores fiéis, intérpretes caridosos".
A festividade deste dia foi estendida à Igreja universal por Paulo V, em 1608, mas já um século antes era celebrada à parte da de São Miguel. Neste dia em que fazemos memória do nosso protetor, a Igreja termina assim o hino e oração da manhã:
“Salvai por vosso filho a nós, no amor;
ungidos sejamos pelos anjos; por Deus trino, protegidos!”
A palavra anjo significa, “enviado, mensageiro divino”, muitas vezes encontramos as manifestações dos anjos como missionários de Deus, e por isso, com clareza lemos no salmo 91: “Pois Ele encarregará seus anjos de guardar-te em todos os teus caminhos”.
Quando nos deparamos com a Anunciação e outros Mistérios da vida de
Jesus, conseguimos perceber que este salmo profetiza a presença dos
anjos na vida do Senhor. Ora, Cristo é o primogênito de todas as
criaturas, nosso irmão e modelo. Se portanto sua humanidade, apesar de
unida com a Divindade, era continuamente protegida por anjos, logo
quanto mais devemos ser nós, seus membros tão frágeis. Tanto o Pai quer
isto que revelou a Jesus:
“Guardai-vos de desprezar algum desses
pequeninos, pois eu vos digo, nos céus os seus anjos se mantêm sem
cessar na presença do meu Pai que está nos céus.” (Mt 18,10)
Nos Atos dos Apóstolos e nos escritos de São Bernardo, Santo Tomás de Aquino e outros Doutores da Igreja, encontramos testemunhos que nos motivam a confiarmos nos Santos Anjos protetores de cada um, pois atesta a Sagrada Escritura:
“Não são todos (os anjos) eles espíritos
cumpridores de funções e enviados a serviço, em proveito daqueles que
devem receber a salvação como herança?” (Hb 1,14).
Aprendamos e rezemos esta quase milenar prece:
“Anjo do Senhor – que por ordem da piedosa providência Divina, sois meu guardião – guardai-me neste dia (tarde ou noite); iluminai meu entendimento; dirigi meus afetos; governai meus sentimentos para que eu jamais ofenda ao Deus e Senhor. Amém.”
Santos Anjos da Guarda, rogai por nós!
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